Manifestantes antigoverno prometem ''ato de 1 milhão'' para hoje no Egito


Após três dias de distúrbios, maior grupo dissidente egípcio, a Irmandade Muçulmana, declara pela primeira vez apoio aos protestos de rua; líder moderado Mohamed ElBaradei desembarca no Cairo e anuncia estar pronto para assumir governo de transição

CAIROApesar das medidas adicionais de exceção, egípcios voltaram pelo terceiro dia consecutivo às ruas e prometeram realizar hoje uma demonstração "de um milhão de pessoas" no Cairo para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, além de melhoras na economia. Ontem, o maior grupo de oposição do país, a Irmandade Muçulmana, pela primeira vez apoiou abertamente os manifestantes e prometeu se juntar aos protestos.Em meio à crescente pressão sobre Mubarak, há 30 anos no poder, desembarcou no aeroporto do Cairo o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed ElBaradei, principal figura da oposição ao regime. Ele disse estar pronto para liderar o movimento das ruas e assumir um governo de transição. "Minha prioridade é ver um novo Egito por meios pacíficos", afirmou o diplomata a jornalistas antes de embarcar no aeroporto de Viena. "(Mubarak) serviu ao país por 30 anos, chegou a hora de ele se aposentar."Ontem, o paradeiro do presidente egípcio era desconhecido. Jornais locais reportaram que ele ainda estava no Cairo, mas .havia informações não confirmadas de que ele estaria no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. Segundo a agência AFP, dois foguetes foram disparados contra policiais na Península do Sinai. Autoridades do governo disseram ainda que um beduíno morreu na região. O Ministério do Interior - que prometeu adotar "medidas decisivas" para impedir o protesto de hoje - diz que 900 opositores foram presos, mas um grupo independente de advogados fala em "mais de 1200". O serviço de internet - meio usado para convocar as marchas - foi interrompido ontem.No terceiro dia de manifestações, as piores cenas de violência ocorreram em Suez. Um grupo de manifestantes invadiu, saqueou e incendiou um posto policial, noticiou a rede de TV Al-Jazira. Opositores voltaram a entrar em confronto com a polícia pela manhã no Cairo, trocando pedradas e bombas de gás lacrimogêneo. A Irmandade Muçulmana - grupo tecnicamente banido desde 1952, mas que conquistou 20% das cadeiras do Parlamento em 2005 - declarou ontem em seu site que passará a apoiar as manifestações. Mas a facção islâmica exortou seus partidários a renunciar à violência. Alguns opositores temem que a presença de integrantes da Irmandade nos protestos leve as forças policiais a aumentar a repressão.Aliado. Washington continua a tentar manobrar entre seu apoio histórico ao governo Mubarak e a luta nas ruas pelo fim de uma ditadura de 30 anos. O porta-vz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os EUA "não tomarão partido" na questão.O governo Mubarak recebe anualmente cerca de US$ 2 bilhões em ajuda militar e econômica dos Estados Unidos. A soma faz do Egito o número 2 na lista dos que recebem auxílio de Washington, atrás apenas de Israel. / REUTERS e APRAIO-XIsrael Egito é um dos dois únicos Estados árabes que tem relações com IsraelApoio da Casa BrancaDepois de Israel, o Egito é o país da região que mais recebe ajuda americana - quase US$ 2 bilhões por anoPobrezaMetade dos 80 milhões de habitantes vive com menos de US$ 2 por diaRadicais islâmicosO governo forte de Mubarak, laico, serve de contenção ao popular movimento integrista sunita Irmandade Muçulmana

CAIROApesar das medidas adicionais de exceção, egípcios voltaram pelo terceiro dia consecutivo às ruas e prometeram realizar hoje uma demonstração "de um milhão de pessoas" no Cairo para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, além de melhoras na economia. Ontem, o maior grupo de oposição do país, a Irmandade Muçulmana, pela primeira vez apoiou abertamente os manifestantes e prometeu se juntar aos protestos.Em meio à crescente pressão sobre Mubarak, há 30 anos no poder, desembarcou no aeroporto do Cairo o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed ElBaradei, principal figura da oposição ao regime. Ele disse estar pronto para liderar o movimento das ruas e assumir um governo de transição. "Minha prioridade é ver um novo Egito por meios pacíficos", afirmou o diplomata a jornalistas antes de embarcar no aeroporto de Viena. "(Mubarak) serviu ao país por 30 anos, chegou a hora de ele se aposentar."Ontem, o paradeiro do presidente egípcio era desconhecido. Jornais locais reportaram que ele ainda estava no Cairo, mas .havia informações não confirmadas de que ele estaria no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. Segundo a agência AFP, dois foguetes foram disparados contra policiais na Península do Sinai. Autoridades do governo disseram ainda que um beduíno morreu na região. O Ministério do Interior - que prometeu adotar "medidas decisivas" para impedir o protesto de hoje - diz que 900 opositores foram presos, mas um grupo independente de advogados fala em "mais de 1200". O serviço de internet - meio usado para convocar as marchas - foi interrompido ontem.No terceiro dia de manifestações, as piores cenas de violência ocorreram em Suez. Um grupo de manifestantes invadiu, saqueou e incendiou um posto policial, noticiou a rede de TV Al-Jazira. Opositores voltaram a entrar em confronto com a polícia pela manhã no Cairo, trocando pedradas e bombas de gás lacrimogêneo. A Irmandade Muçulmana - grupo tecnicamente banido desde 1952, mas que conquistou 20% das cadeiras do Parlamento em 2005 - declarou ontem em seu site que passará a apoiar as manifestações. Mas a facção islâmica exortou seus partidários a renunciar à violência. Alguns opositores temem que a presença de integrantes da Irmandade nos protestos leve as forças policiais a aumentar a repressão.Aliado. Washington continua a tentar manobrar entre seu apoio histórico ao governo Mubarak e a luta nas ruas pelo fim de uma ditadura de 30 anos. O porta-vz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os EUA "não tomarão partido" na questão.O governo Mubarak recebe anualmente cerca de US$ 2 bilhões em ajuda militar e econômica dos Estados Unidos. A soma faz do Egito o número 2 na lista dos que recebem auxílio de Washington, atrás apenas de Israel. / REUTERS e APRAIO-XIsrael Egito é um dos dois únicos Estados árabes que tem relações com IsraelApoio da Casa BrancaDepois de Israel, o Egito é o país da região que mais recebe ajuda americana - quase US$ 2 bilhões por anoPobrezaMetade dos 80 milhões de habitantes vive com menos de US$ 2 por diaRadicais islâmicosO governo forte de Mubarak, laico, serve de contenção ao popular movimento integrista sunita Irmandade Muçulmana

CAIROApesar das medidas adicionais de exceção, egípcios voltaram pelo terceiro dia consecutivo às ruas e prometeram realizar hoje uma demonstração "de um milhão de pessoas" no Cairo para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, além de melhoras na economia. Ontem, o maior grupo de oposição do país, a Irmandade Muçulmana, pela primeira vez apoiou abertamente os manifestantes e prometeu se juntar aos protestos.Em meio à crescente pressão sobre Mubarak, há 30 anos no poder, desembarcou no aeroporto do Cairo o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohamed ElBaradei, principal figura da oposição ao regime. Ele disse estar pronto para liderar o movimento das ruas e assumir um governo de transição. "Minha prioridade é ver um novo Egito por meios pacíficos", afirmou o diplomata a jornalistas antes de embarcar no aeroporto de Viena. "(Mubarak) serviu ao país por 30 anos, chegou a hora de ele se aposentar."Ontem, o paradeiro do presidente egípcio era desconhecido. Jornais locais reportaram que ele ainda estava no Cairo, mas .havia informações não confirmadas de que ele estaria no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. Segundo a agência AFP, dois foguetes foram disparados contra policiais na Península do Sinai. Autoridades do governo disseram ainda que um beduíno morreu na região. O Ministério do Interior - que prometeu adotar "medidas decisivas" para impedir o protesto de hoje - diz que 900 opositores foram presos, mas um grupo independente de advogados fala em "mais de 1200". O serviço de internet - meio usado para convocar as marchas - foi interrompido ontem.No terceiro dia de manifestações, as piores cenas de violência ocorreram em Suez. Um grupo de manifestantes invadiu, saqueou e incendiou um posto policial, noticiou a rede de TV Al-Jazira. Opositores voltaram a entrar em confronto com a polícia pela manhã no Cairo, trocando pedradas e bombas de gás lacrimogêneo. A Irmandade Muçulmana - grupo tecnicamente banido desde 1952, mas que conquistou 20% das cadeiras do Parlamento em 2005 - declarou ontem em seu site que passará a apoiar as manifestações. Mas a facção islâmica exortou seus partidários a renunciar à violência. Alguns opositores temem que a presença de integrantes da Irmandade nos protestos leve as forças policiais a aumentar a repressão.Aliado. Washington continua a tentar manobrar entre seu apoio histórico ao governo Mubarak e a luta nas ruas pelo fim de uma ditadura de 30 anos. O porta-vz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os EUA "não tomarão partido" na questão.O governo Mubarak recebe anualmente cerca de US$ 2 bilhões em ajuda militar e econômica dos Estados Unidos. A soma faz do Egito o número 2 na lista dos que recebem auxílio de Washington, atrás apenas de Israel. / REUTERS e APRAIO-XIsrael Egito é um dos dois únicos Estados árabes que tem relações com IsraelApoio da Casa BrancaDepois de Israel, o Egito é o país da região que mais recebe ajuda americana - quase US$ 2 bilhões por anoPobrezaMetade dos 80 milhões de habitantes vive com menos de US$ 2 por diaRadicais islâmicosO governo forte de Mubarak, laico, serve de contenção ao popular movimento integrista sunita Irmandade Muçulmana

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