Manifestantes contrários ao governo do Sri Lanka voltaram a protestar na capital do país, Colombo, nesta quarta-feira, 13. Um multidão enfrentou bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água para invadir o gabinete do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, que assumiu interinamente a presidência após a fuga do presidente Gotabaya Rajapaksa para as Maldivas e decretou estado de emergência para conter os protestos pelo país.
Os manifestantes exigem que Wickremesinghe renuncie ao cargo nesta quarta, mesmo prazo prometido por Rajapaksa quando anunciou que deixaria o cargo depois de ser encurralado pela crise econômica e política mais grave da história do país insular ao sul da Índia.
Vários manifestantes romperam a barreira imposta pelos militares e invadiram o gabinete do primeiro-ministro com bandeiras do país. Outros manifestantes também invadiram a sede do principal canal de televisão público do Sri Lanka, o Rupavahini, e apareceram por alguns minutos no ar.
No sábado, após manifestantes invadirem o palácio presidencial, Rajapksa e Wickremesinghe concordaram em deixar seus cargos até esta quarta-feira. Hoje, premiê e presidente interino pediu ao exército e à polícia que “façam o necessário para restabelecer a ordem”, em um discurso exibido na TV.
Ranil Wickremesinghe, presidente interino do Sri Lanka
Pouco antes, um porta-voz do gabinete de Wickremesinghe anunciou uma declaração de estado de emergência, decretado pelo governo interino para enfrentar a situação do país.
A polícia anunciou um toque de recolher por tempo indeterminado na província Ocidental, onde fica a capital Colombo, para conter os protestos.
A Constituição prevê, em caso renúncia do presidente - o que Rajapaksa prometeu fazer durante o dia -, que o primeiro-ministro assuma o cargo de maneira interina até a eleição, pelo Parlamento, de um deputado para exercer a função de chefe de Estado até o fim do mandato em curso, novembro de 2024.
Rajapaksa, de 73 anos, sua esposa e um guarda-costas deixaram o país a bordo de um avião Antonov-32 que decolou do aeroporto internacional de Colombo. Uma fonte do aeroporto de Malé, a capital das Maldivas, confirmou à France-Presse, a chegada do presidente cingalês, que foi levado para um local não revelado do arquipélago localizado ao sudeste do Sri Lanka./ AFP