Maratona eleitoral: do Reino Unido à Mongólia, cinco países terão eleições na próxima semana


Votos de nações que, juntas, somam mais de 225 milhões de pessoas, podem redirecionar o mundo em um momento de guerras na Europa, no Oriente Médio e na África

Por Jamey Keaten

Mesmo em um ano movimentado de eleições ao longo do ano, os próximos dias serão diferenciados. Ao longo da próxima semana, eleitores irão às urnas em jovens democracias, como Mauritânia e Mongôlia, a República Islâmica do Irã e em democracias mais consolidadas — antigas potências imperiais —, como Reino Unido e França.

Enquanto nos Estados Unidos o presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump realizaram o primeiro de seus dois debates televisivos antes das eleições de novembro nesta quinta-feira, 27, outros países estão encarando escolhas difícieis. Os votos podem redirecionar o mundo em um momento de guerra na Europa, no Oriente Médio e na África, suspeita mútua entre grandes potências e uma crescente ansiedade do público sobre questões como emprego, mudanças climáticas, inflação e a ascensão da inteligência artificial.

Mais de 50 países realizam eleições nacionais este ano. Índia, México e África do Sul inauguraram mudanças políticas ou tiveram surpresas nas urnas. A Rússia não.

continua após a publicidade

Veja o que é preciso saber sobre a maratona eleitoral ao longo dos próximos dias em países que, juntos, somam mais de 225 milhões de pessoas na Europa, na África e na Ásia.

Irã

continua após a publicidade

Na sexta-feira, 28, no Irã, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei buscará o sucessor para o seu protegido linha-dura, presidente Ebrahim Raisi, que morreu no mês passado em uma queda de helicóptero.

Dois linhas-duras — o ex-negociador nuclear Saeed Jalili e o presidente parlamentar Mohammad Bagher Qalibaf — estão entre os candidatos. Masoud Pezeshkian, um cirurgião cardíaco visto como um reformista que se alinhou com os apoiadores do ex-presidente relativamente moderado Hassan Rouhani, e Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça, também concorrem ao cargo.

Em meio a sinais de uma apatia generalizada entre os eleitores, Khamenei pediu aos eleitores para o mácio de participação e fez um aviso velado a Pezeshkian e seus aliados sobre a dependência dos Estados Unidos.

continua após a publicidade

O Irã tem enfrentado problemas econômicos, em parte devido a sanções internacionais depois que Trump, em 2018, destruíu o acordo nuclear do Irã alcançado três vezes com potências mundiais. Desde então, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio e agora tem o suficiente para ser capaz de produzir várias armas nucleares.

A República Islâmica tem buscado posicionar a si mesma como líder do ressentimento do mundo muçulmano contra o Ocidente e contra Israel, que Irã atacou diretamente pela primeira vez este ano. Por anos, o Irã apoiou uma série de grupos radicais, como Hamas, Hezbollah e Houthi.

Candidatos presidenciais do Irã para eleições de 28 de junho posam para foto após a um debate de TV em Teerã, no Irã. Foto: Morteza Fakhri Nezhad/IRIB via AP, Arquivo
continua após a publicidade

França

A França não iria realizar eleições nacionais este ano. Mas uma surra ao partido moderado pró-negócios de Emanuel Macron nas eleições da União Europeia (UE) este mês fizeram com que o presidente francês dissolvesse o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, que irão acontecer em duas rodadas nos próximos dois domingos.

O resultado poderia mandar a nação com armas nucelares a um território político desconhecido em um momento turbulento para a Europa. Uma vitória do partido anti-imigração Reunião Nacional (RN) poderia gerar o primeiro governo de direita radical desde a ocupação nazista na Segunda Guerra.

continua após a publicidade

O RN apareceu em primeiro lugar entre os partidos franceses na votação da UE, e pesquisas sugerem que poderia conquistar o maior bloco de assentos na Assembleia. Se vencer com uma maioria absoluta, poderá nomear o seu presidente Jordan Bardella como primeiro-ministro.

Macron, cujo mandato termina em 2027, permanecerá no seu posto, mas terá que compartilhar o poder com um partido historicamente associado a racismo e a antissemitismo e que se opõe firmemente a muito de seus posicionamentos, incluindo ajuda militar à Ucrânia.

O resultado da votação francesa permanece muito incerto devido ao complexo sistema de duas voltas e às alianças que os partidos poderiam formar entre as duas voltas.

continua após a publicidade

Reino Unido

Outra potência nuclear da Europa Ocidental, o Reino Unido realizará eleições parlamentares na próxima terça-feira, 4. Assim como a França, britânicos parecem prontos para tirar o partido atual do comando: pesquisas sugerem que os conservadores estão caminhando para uma derrota histórica na Câmara dos Comuns após 14 anos no poder.

Na quarta-feira, 26, o primeiro-ministro Rishi Sunak e o líder do Partido Trabalhista Keir Starmer lutaram para transmitir suas mensagens, mas manifestantes abafaram suas respostas no início de um debate televisivo aquecido. Eles trocaram provocações e farpas sobre questões de ética, impostos e migração.

O Reino Unido, com os conservadores no poder, tem sido um dos apoiadores mais fortes da Ucrânia em sua defesa nacional contra a Rússia, e não se espera que um possível governo Trabalhista vacile em tal apoio a Kiev.

Starmer pode estar inclinado a consertar as relações do Reino Unido com a UE depois do Brexit, mais de quatro anos atrás, mas ele tem sido inflexível em relação ao fato de que um governo Trabalhista não tentaria reverter referendo.

Premiê britânico Rishi Sunak e opositor, líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer no debate da BBC. Foto: Phil Noble/Pool via AP, Arquivo

Mauritânia

Quase 2 milhões de pessoas vão às urnas no sábado, 29, na Mauritânia, um vasto país deserto no Leste da África que posiciona a si mesmo como um aliado estratégico do Ocidente, mas que foi denunciada por violação de direitos.

O presidente Mohamed Ould Ghazouani, um ex-chefe do exército que subiu ao poder na primeira transição democrática em 2019, enfrenta sete rivais. Entre eles estão Biram Dah Abeid, um ativista contra a escravidão e candidato pela terceira vez, bem como vários líderes de partidos da oposição, bem como um neurocirurgião.

Um dos mais estáveis países na África e na região árida Sahel, Mauritânia tem visto alguns de seus vizinhos serem abalados por golpes militares e violência jihadista.

A União Europeia este ano anunciou um fundo para ajudar a Mauritânia a reprimir o tráfico humano, deter migrantes de embarcar em travessias perigosas no Atlânico da África para a Europa — cujo número tem aumentado drasticamente — e patrulhar sua fronteira com Mali.

Em 1980, Mauritânia se tornou o último país do mundo a proibir escravidão. Mas quase 150 mil pessoas — em um país com 5 milhões de habitantes — permanece afetada pela escravidão moderna, de acordo com o relatório Global Slavery Index de 2023.

Mongólia

Sexta-feira também é o dia de eleição parlamentar na Mongólia, um país de 3,4 milhões de pessoas que emergiu de seis décadas de comando comunista para se tornar uma democracia em 1990, e está encravado entre dois países autoritários: Rússia e China.

Eleitores irão escolher representantes para um órgão que foi expandido a 126 assentos, 50 a mais do que a atual legislatura. O governante Partido Popular da Mongólia, que comandou o país durante a era comunista mas se transformou em um partido centrista de tendência esquerdista, é o favorito para vencer.

Mas outros partidos podem ter ganhos, possivelmente até mesmo suficiente para obrigar o Partido Popular da Mongólia a formar um governo de coalizão com o Partido Democrático ou o Partido Hun, um jogador iniciante na política da Mongólia.

O descontentamento com o governo foi inflamado por acusações de corrupção e amplos protestos romperam nos últimos dois anos. O governo da Mongólia tem tentado manter laços com Rússia e China enquanto também tenta construir novos com Estados Unidos e seus aliados democráticos — uma tarefa delicada já que os dois lados estão cada vez mais em desacordo.

Mesmo em um ano movimentado de eleições ao longo do ano, os próximos dias serão diferenciados. Ao longo da próxima semana, eleitores irão às urnas em jovens democracias, como Mauritânia e Mongôlia, a República Islâmica do Irã e em democracias mais consolidadas — antigas potências imperiais —, como Reino Unido e França.

Enquanto nos Estados Unidos o presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump realizaram o primeiro de seus dois debates televisivos antes das eleições de novembro nesta quinta-feira, 27, outros países estão encarando escolhas difícieis. Os votos podem redirecionar o mundo em um momento de guerra na Europa, no Oriente Médio e na África, suspeita mútua entre grandes potências e uma crescente ansiedade do público sobre questões como emprego, mudanças climáticas, inflação e a ascensão da inteligência artificial.

Mais de 50 países realizam eleições nacionais este ano. Índia, México e África do Sul inauguraram mudanças políticas ou tiveram surpresas nas urnas. A Rússia não.

Veja o que é preciso saber sobre a maratona eleitoral ao longo dos próximos dias em países que, juntos, somam mais de 225 milhões de pessoas na Europa, na África e na Ásia.

Irã

Na sexta-feira, 28, no Irã, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei buscará o sucessor para o seu protegido linha-dura, presidente Ebrahim Raisi, que morreu no mês passado em uma queda de helicóptero.

Dois linhas-duras — o ex-negociador nuclear Saeed Jalili e o presidente parlamentar Mohammad Bagher Qalibaf — estão entre os candidatos. Masoud Pezeshkian, um cirurgião cardíaco visto como um reformista que se alinhou com os apoiadores do ex-presidente relativamente moderado Hassan Rouhani, e Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça, também concorrem ao cargo.

Em meio a sinais de uma apatia generalizada entre os eleitores, Khamenei pediu aos eleitores para o mácio de participação e fez um aviso velado a Pezeshkian e seus aliados sobre a dependência dos Estados Unidos.

O Irã tem enfrentado problemas econômicos, em parte devido a sanções internacionais depois que Trump, em 2018, destruíu o acordo nuclear do Irã alcançado três vezes com potências mundiais. Desde então, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio e agora tem o suficiente para ser capaz de produzir várias armas nucleares.

A República Islâmica tem buscado posicionar a si mesma como líder do ressentimento do mundo muçulmano contra o Ocidente e contra Israel, que Irã atacou diretamente pela primeira vez este ano. Por anos, o Irã apoiou uma série de grupos radicais, como Hamas, Hezbollah e Houthi.

Candidatos presidenciais do Irã para eleições de 28 de junho posam para foto após a um debate de TV em Teerã, no Irã. Foto: Morteza Fakhri Nezhad/IRIB via AP, Arquivo

França

A França não iria realizar eleições nacionais este ano. Mas uma surra ao partido moderado pró-negócios de Emanuel Macron nas eleições da União Europeia (UE) este mês fizeram com que o presidente francês dissolvesse o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, que irão acontecer em duas rodadas nos próximos dois domingos.

O resultado poderia mandar a nação com armas nucelares a um território político desconhecido em um momento turbulento para a Europa. Uma vitória do partido anti-imigração Reunião Nacional (RN) poderia gerar o primeiro governo de direita radical desde a ocupação nazista na Segunda Guerra.

O RN apareceu em primeiro lugar entre os partidos franceses na votação da UE, e pesquisas sugerem que poderia conquistar o maior bloco de assentos na Assembleia. Se vencer com uma maioria absoluta, poderá nomear o seu presidente Jordan Bardella como primeiro-ministro.

Macron, cujo mandato termina em 2027, permanecerá no seu posto, mas terá que compartilhar o poder com um partido historicamente associado a racismo e a antissemitismo e que se opõe firmemente a muito de seus posicionamentos, incluindo ajuda militar à Ucrânia.

O resultado da votação francesa permanece muito incerto devido ao complexo sistema de duas voltas e às alianças que os partidos poderiam formar entre as duas voltas.

Reino Unido

Outra potência nuclear da Europa Ocidental, o Reino Unido realizará eleições parlamentares na próxima terça-feira, 4. Assim como a França, britânicos parecem prontos para tirar o partido atual do comando: pesquisas sugerem que os conservadores estão caminhando para uma derrota histórica na Câmara dos Comuns após 14 anos no poder.

Na quarta-feira, 26, o primeiro-ministro Rishi Sunak e o líder do Partido Trabalhista Keir Starmer lutaram para transmitir suas mensagens, mas manifestantes abafaram suas respostas no início de um debate televisivo aquecido. Eles trocaram provocações e farpas sobre questões de ética, impostos e migração.

O Reino Unido, com os conservadores no poder, tem sido um dos apoiadores mais fortes da Ucrânia em sua defesa nacional contra a Rússia, e não se espera que um possível governo Trabalhista vacile em tal apoio a Kiev.

Starmer pode estar inclinado a consertar as relações do Reino Unido com a UE depois do Brexit, mais de quatro anos atrás, mas ele tem sido inflexível em relação ao fato de que um governo Trabalhista não tentaria reverter referendo.

Premiê britânico Rishi Sunak e opositor, líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer no debate da BBC. Foto: Phil Noble/Pool via AP, Arquivo

Mauritânia

Quase 2 milhões de pessoas vão às urnas no sábado, 29, na Mauritânia, um vasto país deserto no Leste da África que posiciona a si mesmo como um aliado estratégico do Ocidente, mas que foi denunciada por violação de direitos.

O presidente Mohamed Ould Ghazouani, um ex-chefe do exército que subiu ao poder na primeira transição democrática em 2019, enfrenta sete rivais. Entre eles estão Biram Dah Abeid, um ativista contra a escravidão e candidato pela terceira vez, bem como vários líderes de partidos da oposição, bem como um neurocirurgião.

Um dos mais estáveis países na África e na região árida Sahel, Mauritânia tem visto alguns de seus vizinhos serem abalados por golpes militares e violência jihadista.

A União Europeia este ano anunciou um fundo para ajudar a Mauritânia a reprimir o tráfico humano, deter migrantes de embarcar em travessias perigosas no Atlânico da África para a Europa — cujo número tem aumentado drasticamente — e patrulhar sua fronteira com Mali.

Em 1980, Mauritânia se tornou o último país do mundo a proibir escravidão. Mas quase 150 mil pessoas — em um país com 5 milhões de habitantes — permanece afetada pela escravidão moderna, de acordo com o relatório Global Slavery Index de 2023.

Mongólia

Sexta-feira também é o dia de eleição parlamentar na Mongólia, um país de 3,4 milhões de pessoas que emergiu de seis décadas de comando comunista para se tornar uma democracia em 1990, e está encravado entre dois países autoritários: Rússia e China.

Eleitores irão escolher representantes para um órgão que foi expandido a 126 assentos, 50 a mais do que a atual legislatura. O governante Partido Popular da Mongólia, que comandou o país durante a era comunista mas se transformou em um partido centrista de tendência esquerdista, é o favorito para vencer.

Mas outros partidos podem ter ganhos, possivelmente até mesmo suficiente para obrigar o Partido Popular da Mongólia a formar um governo de coalizão com o Partido Democrático ou o Partido Hun, um jogador iniciante na política da Mongólia.

O descontentamento com o governo foi inflamado por acusações de corrupção e amplos protestos romperam nos últimos dois anos. O governo da Mongólia tem tentado manter laços com Rússia e China enquanto também tenta construir novos com Estados Unidos e seus aliados democráticos — uma tarefa delicada já que os dois lados estão cada vez mais em desacordo.

Mesmo em um ano movimentado de eleições ao longo do ano, os próximos dias serão diferenciados. Ao longo da próxima semana, eleitores irão às urnas em jovens democracias, como Mauritânia e Mongôlia, a República Islâmica do Irã e em democracias mais consolidadas — antigas potências imperiais —, como Reino Unido e França.

Enquanto nos Estados Unidos o presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump realizaram o primeiro de seus dois debates televisivos antes das eleições de novembro nesta quinta-feira, 27, outros países estão encarando escolhas difícieis. Os votos podem redirecionar o mundo em um momento de guerra na Europa, no Oriente Médio e na África, suspeita mútua entre grandes potências e uma crescente ansiedade do público sobre questões como emprego, mudanças climáticas, inflação e a ascensão da inteligência artificial.

Mais de 50 países realizam eleições nacionais este ano. Índia, México e África do Sul inauguraram mudanças políticas ou tiveram surpresas nas urnas. A Rússia não.

Veja o que é preciso saber sobre a maratona eleitoral ao longo dos próximos dias em países que, juntos, somam mais de 225 milhões de pessoas na Europa, na África e na Ásia.

Irã

Na sexta-feira, 28, no Irã, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei buscará o sucessor para o seu protegido linha-dura, presidente Ebrahim Raisi, que morreu no mês passado em uma queda de helicóptero.

Dois linhas-duras — o ex-negociador nuclear Saeed Jalili e o presidente parlamentar Mohammad Bagher Qalibaf — estão entre os candidatos. Masoud Pezeshkian, um cirurgião cardíaco visto como um reformista que se alinhou com os apoiadores do ex-presidente relativamente moderado Hassan Rouhani, e Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça, também concorrem ao cargo.

Em meio a sinais de uma apatia generalizada entre os eleitores, Khamenei pediu aos eleitores para o mácio de participação e fez um aviso velado a Pezeshkian e seus aliados sobre a dependência dos Estados Unidos.

O Irã tem enfrentado problemas econômicos, em parte devido a sanções internacionais depois que Trump, em 2018, destruíu o acordo nuclear do Irã alcançado três vezes com potências mundiais. Desde então, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio e agora tem o suficiente para ser capaz de produzir várias armas nucleares.

A República Islâmica tem buscado posicionar a si mesma como líder do ressentimento do mundo muçulmano contra o Ocidente e contra Israel, que Irã atacou diretamente pela primeira vez este ano. Por anos, o Irã apoiou uma série de grupos radicais, como Hamas, Hezbollah e Houthi.

Candidatos presidenciais do Irã para eleições de 28 de junho posam para foto após a um debate de TV em Teerã, no Irã. Foto: Morteza Fakhri Nezhad/IRIB via AP, Arquivo

França

A França não iria realizar eleições nacionais este ano. Mas uma surra ao partido moderado pró-negócios de Emanuel Macron nas eleições da União Europeia (UE) este mês fizeram com que o presidente francês dissolvesse o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, que irão acontecer em duas rodadas nos próximos dois domingos.

O resultado poderia mandar a nação com armas nucelares a um território político desconhecido em um momento turbulento para a Europa. Uma vitória do partido anti-imigração Reunião Nacional (RN) poderia gerar o primeiro governo de direita radical desde a ocupação nazista na Segunda Guerra.

O RN apareceu em primeiro lugar entre os partidos franceses na votação da UE, e pesquisas sugerem que poderia conquistar o maior bloco de assentos na Assembleia. Se vencer com uma maioria absoluta, poderá nomear o seu presidente Jordan Bardella como primeiro-ministro.

Macron, cujo mandato termina em 2027, permanecerá no seu posto, mas terá que compartilhar o poder com um partido historicamente associado a racismo e a antissemitismo e que se opõe firmemente a muito de seus posicionamentos, incluindo ajuda militar à Ucrânia.

O resultado da votação francesa permanece muito incerto devido ao complexo sistema de duas voltas e às alianças que os partidos poderiam formar entre as duas voltas.

Reino Unido

Outra potência nuclear da Europa Ocidental, o Reino Unido realizará eleições parlamentares na próxima terça-feira, 4. Assim como a França, britânicos parecem prontos para tirar o partido atual do comando: pesquisas sugerem que os conservadores estão caminhando para uma derrota histórica na Câmara dos Comuns após 14 anos no poder.

Na quarta-feira, 26, o primeiro-ministro Rishi Sunak e o líder do Partido Trabalhista Keir Starmer lutaram para transmitir suas mensagens, mas manifestantes abafaram suas respostas no início de um debate televisivo aquecido. Eles trocaram provocações e farpas sobre questões de ética, impostos e migração.

O Reino Unido, com os conservadores no poder, tem sido um dos apoiadores mais fortes da Ucrânia em sua defesa nacional contra a Rússia, e não se espera que um possível governo Trabalhista vacile em tal apoio a Kiev.

Starmer pode estar inclinado a consertar as relações do Reino Unido com a UE depois do Brexit, mais de quatro anos atrás, mas ele tem sido inflexível em relação ao fato de que um governo Trabalhista não tentaria reverter referendo.

Premiê britânico Rishi Sunak e opositor, líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer no debate da BBC. Foto: Phil Noble/Pool via AP, Arquivo

Mauritânia

Quase 2 milhões de pessoas vão às urnas no sábado, 29, na Mauritânia, um vasto país deserto no Leste da África que posiciona a si mesmo como um aliado estratégico do Ocidente, mas que foi denunciada por violação de direitos.

O presidente Mohamed Ould Ghazouani, um ex-chefe do exército que subiu ao poder na primeira transição democrática em 2019, enfrenta sete rivais. Entre eles estão Biram Dah Abeid, um ativista contra a escravidão e candidato pela terceira vez, bem como vários líderes de partidos da oposição, bem como um neurocirurgião.

Um dos mais estáveis países na África e na região árida Sahel, Mauritânia tem visto alguns de seus vizinhos serem abalados por golpes militares e violência jihadista.

A União Europeia este ano anunciou um fundo para ajudar a Mauritânia a reprimir o tráfico humano, deter migrantes de embarcar em travessias perigosas no Atlânico da África para a Europa — cujo número tem aumentado drasticamente — e patrulhar sua fronteira com Mali.

Em 1980, Mauritânia se tornou o último país do mundo a proibir escravidão. Mas quase 150 mil pessoas — em um país com 5 milhões de habitantes — permanece afetada pela escravidão moderna, de acordo com o relatório Global Slavery Index de 2023.

Mongólia

Sexta-feira também é o dia de eleição parlamentar na Mongólia, um país de 3,4 milhões de pessoas que emergiu de seis décadas de comando comunista para se tornar uma democracia em 1990, e está encravado entre dois países autoritários: Rússia e China.

Eleitores irão escolher representantes para um órgão que foi expandido a 126 assentos, 50 a mais do que a atual legislatura. O governante Partido Popular da Mongólia, que comandou o país durante a era comunista mas se transformou em um partido centrista de tendência esquerdista, é o favorito para vencer.

Mas outros partidos podem ter ganhos, possivelmente até mesmo suficiente para obrigar o Partido Popular da Mongólia a formar um governo de coalizão com o Partido Democrático ou o Partido Hun, um jogador iniciante na política da Mongólia.

O descontentamento com o governo foi inflamado por acusações de corrupção e amplos protestos romperam nos últimos dois anos. O governo da Mongólia tem tentado manter laços com Rússia e China enquanto também tenta construir novos com Estados Unidos e seus aliados democráticos — uma tarefa delicada já que os dois lados estão cada vez mais em desacordo.

Mesmo em um ano movimentado de eleições ao longo do ano, os próximos dias serão diferenciados. Ao longo da próxima semana, eleitores irão às urnas em jovens democracias, como Mauritânia e Mongôlia, a República Islâmica do Irã e em democracias mais consolidadas — antigas potências imperiais —, como Reino Unido e França.

Enquanto nos Estados Unidos o presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump realizaram o primeiro de seus dois debates televisivos antes das eleições de novembro nesta quinta-feira, 27, outros países estão encarando escolhas difícieis. Os votos podem redirecionar o mundo em um momento de guerra na Europa, no Oriente Médio e na África, suspeita mútua entre grandes potências e uma crescente ansiedade do público sobre questões como emprego, mudanças climáticas, inflação e a ascensão da inteligência artificial.

Mais de 50 países realizam eleições nacionais este ano. Índia, México e África do Sul inauguraram mudanças políticas ou tiveram surpresas nas urnas. A Rússia não.

Veja o que é preciso saber sobre a maratona eleitoral ao longo dos próximos dias em países que, juntos, somam mais de 225 milhões de pessoas na Europa, na África e na Ásia.

Irã

Na sexta-feira, 28, no Irã, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei buscará o sucessor para o seu protegido linha-dura, presidente Ebrahim Raisi, que morreu no mês passado em uma queda de helicóptero.

Dois linhas-duras — o ex-negociador nuclear Saeed Jalili e o presidente parlamentar Mohammad Bagher Qalibaf — estão entre os candidatos. Masoud Pezeshkian, um cirurgião cardíaco visto como um reformista que se alinhou com os apoiadores do ex-presidente relativamente moderado Hassan Rouhani, e Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça, também concorrem ao cargo.

Em meio a sinais de uma apatia generalizada entre os eleitores, Khamenei pediu aos eleitores para o mácio de participação e fez um aviso velado a Pezeshkian e seus aliados sobre a dependência dos Estados Unidos.

O Irã tem enfrentado problemas econômicos, em parte devido a sanções internacionais depois que Trump, em 2018, destruíu o acordo nuclear do Irã alcançado três vezes com potências mundiais. Desde então, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio e agora tem o suficiente para ser capaz de produzir várias armas nucleares.

A República Islâmica tem buscado posicionar a si mesma como líder do ressentimento do mundo muçulmano contra o Ocidente e contra Israel, que Irã atacou diretamente pela primeira vez este ano. Por anos, o Irã apoiou uma série de grupos radicais, como Hamas, Hezbollah e Houthi.

Candidatos presidenciais do Irã para eleições de 28 de junho posam para foto após a um debate de TV em Teerã, no Irã. Foto: Morteza Fakhri Nezhad/IRIB via AP, Arquivo

França

A França não iria realizar eleições nacionais este ano. Mas uma surra ao partido moderado pró-negócios de Emanuel Macron nas eleições da União Europeia (UE) este mês fizeram com que o presidente francês dissolvesse o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, que irão acontecer em duas rodadas nos próximos dois domingos.

O resultado poderia mandar a nação com armas nucelares a um território político desconhecido em um momento turbulento para a Europa. Uma vitória do partido anti-imigração Reunião Nacional (RN) poderia gerar o primeiro governo de direita radical desde a ocupação nazista na Segunda Guerra.

O RN apareceu em primeiro lugar entre os partidos franceses na votação da UE, e pesquisas sugerem que poderia conquistar o maior bloco de assentos na Assembleia. Se vencer com uma maioria absoluta, poderá nomear o seu presidente Jordan Bardella como primeiro-ministro.

Macron, cujo mandato termina em 2027, permanecerá no seu posto, mas terá que compartilhar o poder com um partido historicamente associado a racismo e a antissemitismo e que se opõe firmemente a muito de seus posicionamentos, incluindo ajuda militar à Ucrânia.

O resultado da votação francesa permanece muito incerto devido ao complexo sistema de duas voltas e às alianças que os partidos poderiam formar entre as duas voltas.

Reino Unido

Outra potência nuclear da Europa Ocidental, o Reino Unido realizará eleições parlamentares na próxima terça-feira, 4. Assim como a França, britânicos parecem prontos para tirar o partido atual do comando: pesquisas sugerem que os conservadores estão caminhando para uma derrota histórica na Câmara dos Comuns após 14 anos no poder.

Na quarta-feira, 26, o primeiro-ministro Rishi Sunak e o líder do Partido Trabalhista Keir Starmer lutaram para transmitir suas mensagens, mas manifestantes abafaram suas respostas no início de um debate televisivo aquecido. Eles trocaram provocações e farpas sobre questões de ética, impostos e migração.

O Reino Unido, com os conservadores no poder, tem sido um dos apoiadores mais fortes da Ucrânia em sua defesa nacional contra a Rússia, e não se espera que um possível governo Trabalhista vacile em tal apoio a Kiev.

Starmer pode estar inclinado a consertar as relações do Reino Unido com a UE depois do Brexit, mais de quatro anos atrás, mas ele tem sido inflexível em relação ao fato de que um governo Trabalhista não tentaria reverter referendo.

Premiê britânico Rishi Sunak e opositor, líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer no debate da BBC. Foto: Phil Noble/Pool via AP, Arquivo

Mauritânia

Quase 2 milhões de pessoas vão às urnas no sábado, 29, na Mauritânia, um vasto país deserto no Leste da África que posiciona a si mesmo como um aliado estratégico do Ocidente, mas que foi denunciada por violação de direitos.

O presidente Mohamed Ould Ghazouani, um ex-chefe do exército que subiu ao poder na primeira transição democrática em 2019, enfrenta sete rivais. Entre eles estão Biram Dah Abeid, um ativista contra a escravidão e candidato pela terceira vez, bem como vários líderes de partidos da oposição, bem como um neurocirurgião.

Um dos mais estáveis países na África e na região árida Sahel, Mauritânia tem visto alguns de seus vizinhos serem abalados por golpes militares e violência jihadista.

A União Europeia este ano anunciou um fundo para ajudar a Mauritânia a reprimir o tráfico humano, deter migrantes de embarcar em travessias perigosas no Atlânico da África para a Europa — cujo número tem aumentado drasticamente — e patrulhar sua fronteira com Mali.

Em 1980, Mauritânia se tornou o último país do mundo a proibir escravidão. Mas quase 150 mil pessoas — em um país com 5 milhões de habitantes — permanece afetada pela escravidão moderna, de acordo com o relatório Global Slavery Index de 2023.

Mongólia

Sexta-feira também é o dia de eleição parlamentar na Mongólia, um país de 3,4 milhões de pessoas que emergiu de seis décadas de comando comunista para se tornar uma democracia em 1990, e está encravado entre dois países autoritários: Rússia e China.

Eleitores irão escolher representantes para um órgão que foi expandido a 126 assentos, 50 a mais do que a atual legislatura. O governante Partido Popular da Mongólia, que comandou o país durante a era comunista mas se transformou em um partido centrista de tendência esquerdista, é o favorito para vencer.

Mas outros partidos podem ter ganhos, possivelmente até mesmo suficiente para obrigar o Partido Popular da Mongólia a formar um governo de coalizão com o Partido Democrático ou o Partido Hun, um jogador iniciante na política da Mongólia.

O descontentamento com o governo foi inflamado por acusações de corrupção e amplos protestos romperam nos últimos dois anos. O governo da Mongólia tem tentado manter laços com Rússia e China enquanto também tenta construir novos com Estados Unidos e seus aliados democráticos — uma tarefa delicada já que os dois lados estão cada vez mais em desacordo.

Mesmo em um ano movimentado de eleições ao longo do ano, os próximos dias serão diferenciados. Ao longo da próxima semana, eleitores irão às urnas em jovens democracias, como Mauritânia e Mongôlia, a República Islâmica do Irã e em democracias mais consolidadas — antigas potências imperiais —, como Reino Unido e França.

Enquanto nos Estados Unidos o presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump realizaram o primeiro de seus dois debates televisivos antes das eleições de novembro nesta quinta-feira, 27, outros países estão encarando escolhas difícieis. Os votos podem redirecionar o mundo em um momento de guerra na Europa, no Oriente Médio e na África, suspeita mútua entre grandes potências e uma crescente ansiedade do público sobre questões como emprego, mudanças climáticas, inflação e a ascensão da inteligência artificial.

Mais de 50 países realizam eleições nacionais este ano. Índia, México e África do Sul inauguraram mudanças políticas ou tiveram surpresas nas urnas. A Rússia não.

Veja o que é preciso saber sobre a maratona eleitoral ao longo dos próximos dias em países que, juntos, somam mais de 225 milhões de pessoas na Europa, na África e na Ásia.

Irã

Na sexta-feira, 28, no Irã, o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei buscará o sucessor para o seu protegido linha-dura, presidente Ebrahim Raisi, que morreu no mês passado em uma queda de helicóptero.

Dois linhas-duras — o ex-negociador nuclear Saeed Jalili e o presidente parlamentar Mohammad Bagher Qalibaf — estão entre os candidatos. Masoud Pezeshkian, um cirurgião cardíaco visto como um reformista que se alinhou com os apoiadores do ex-presidente relativamente moderado Hassan Rouhani, e Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça, também concorrem ao cargo.

Em meio a sinais de uma apatia generalizada entre os eleitores, Khamenei pediu aos eleitores para o mácio de participação e fez um aviso velado a Pezeshkian e seus aliados sobre a dependência dos Estados Unidos.

O Irã tem enfrentado problemas econômicos, em parte devido a sanções internacionais depois que Trump, em 2018, destruíu o acordo nuclear do Irã alcançado três vezes com potências mundiais. Desde então, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio e agora tem o suficiente para ser capaz de produzir várias armas nucleares.

A República Islâmica tem buscado posicionar a si mesma como líder do ressentimento do mundo muçulmano contra o Ocidente e contra Israel, que Irã atacou diretamente pela primeira vez este ano. Por anos, o Irã apoiou uma série de grupos radicais, como Hamas, Hezbollah e Houthi.

Candidatos presidenciais do Irã para eleições de 28 de junho posam para foto após a um debate de TV em Teerã, no Irã. Foto: Morteza Fakhri Nezhad/IRIB via AP, Arquivo

França

A França não iria realizar eleições nacionais este ano. Mas uma surra ao partido moderado pró-negócios de Emanuel Macron nas eleições da União Europeia (UE) este mês fizeram com que o presidente francês dissolvesse o Parlamento e convocasse eleições legislativas antecipadas, que irão acontecer em duas rodadas nos próximos dois domingos.

O resultado poderia mandar a nação com armas nucelares a um território político desconhecido em um momento turbulento para a Europa. Uma vitória do partido anti-imigração Reunião Nacional (RN) poderia gerar o primeiro governo de direita radical desde a ocupação nazista na Segunda Guerra.

O RN apareceu em primeiro lugar entre os partidos franceses na votação da UE, e pesquisas sugerem que poderia conquistar o maior bloco de assentos na Assembleia. Se vencer com uma maioria absoluta, poderá nomear o seu presidente Jordan Bardella como primeiro-ministro.

Macron, cujo mandato termina em 2027, permanecerá no seu posto, mas terá que compartilhar o poder com um partido historicamente associado a racismo e a antissemitismo e que se opõe firmemente a muito de seus posicionamentos, incluindo ajuda militar à Ucrânia.

O resultado da votação francesa permanece muito incerto devido ao complexo sistema de duas voltas e às alianças que os partidos poderiam formar entre as duas voltas.

Reino Unido

Outra potência nuclear da Europa Ocidental, o Reino Unido realizará eleições parlamentares na próxima terça-feira, 4. Assim como a França, britânicos parecem prontos para tirar o partido atual do comando: pesquisas sugerem que os conservadores estão caminhando para uma derrota histórica na Câmara dos Comuns após 14 anos no poder.

Na quarta-feira, 26, o primeiro-ministro Rishi Sunak e o líder do Partido Trabalhista Keir Starmer lutaram para transmitir suas mensagens, mas manifestantes abafaram suas respostas no início de um debate televisivo aquecido. Eles trocaram provocações e farpas sobre questões de ética, impostos e migração.

O Reino Unido, com os conservadores no poder, tem sido um dos apoiadores mais fortes da Ucrânia em sua defesa nacional contra a Rússia, e não se espera que um possível governo Trabalhista vacile em tal apoio a Kiev.

Starmer pode estar inclinado a consertar as relações do Reino Unido com a UE depois do Brexit, mais de quatro anos atrás, mas ele tem sido inflexível em relação ao fato de que um governo Trabalhista não tentaria reverter referendo.

Premiê britânico Rishi Sunak e opositor, líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer no debate da BBC. Foto: Phil Noble/Pool via AP, Arquivo

Mauritânia

Quase 2 milhões de pessoas vão às urnas no sábado, 29, na Mauritânia, um vasto país deserto no Leste da África que posiciona a si mesmo como um aliado estratégico do Ocidente, mas que foi denunciada por violação de direitos.

O presidente Mohamed Ould Ghazouani, um ex-chefe do exército que subiu ao poder na primeira transição democrática em 2019, enfrenta sete rivais. Entre eles estão Biram Dah Abeid, um ativista contra a escravidão e candidato pela terceira vez, bem como vários líderes de partidos da oposição, bem como um neurocirurgião.

Um dos mais estáveis países na África e na região árida Sahel, Mauritânia tem visto alguns de seus vizinhos serem abalados por golpes militares e violência jihadista.

A União Europeia este ano anunciou um fundo para ajudar a Mauritânia a reprimir o tráfico humano, deter migrantes de embarcar em travessias perigosas no Atlânico da África para a Europa — cujo número tem aumentado drasticamente — e patrulhar sua fronteira com Mali.

Em 1980, Mauritânia se tornou o último país do mundo a proibir escravidão. Mas quase 150 mil pessoas — em um país com 5 milhões de habitantes — permanece afetada pela escravidão moderna, de acordo com o relatório Global Slavery Index de 2023.

Mongólia

Sexta-feira também é o dia de eleição parlamentar na Mongólia, um país de 3,4 milhões de pessoas que emergiu de seis décadas de comando comunista para se tornar uma democracia em 1990, e está encravado entre dois países autoritários: Rússia e China.

Eleitores irão escolher representantes para um órgão que foi expandido a 126 assentos, 50 a mais do que a atual legislatura. O governante Partido Popular da Mongólia, que comandou o país durante a era comunista mas se transformou em um partido centrista de tendência esquerdista, é o favorito para vencer.

Mas outros partidos podem ter ganhos, possivelmente até mesmo suficiente para obrigar o Partido Popular da Mongólia a formar um governo de coalizão com o Partido Democrático ou o Partido Hun, um jogador iniciante na política da Mongólia.

O descontentamento com o governo foi inflamado por acusações de corrupção e amplos protestos romperam nos últimos dois anos. O governo da Mongólia tem tentado manter laços com Rússia e China enquanto também tenta construir novos com Estados Unidos e seus aliados democráticos — uma tarefa delicada já que os dois lados estão cada vez mais em desacordo.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.