Dois mediadores norte-americanos chegaram nesta segunda-feira ao Oriente Médio ao mesmo tempo em que um militante islâmico suicida explodia uma bomba em um posto da polícia israelense em Gaza, matando-o e ferindo dois policiais. O subsecretário de Estado dos EUA, William Burns, e o general da reserva da Marinha Anthony Zinni esperam conseguir convencer os dois lados a executarem um cessar-fogo e restaurarem as negociações de paz. Em um sinal do grau de dificuldade que os mediadores enfrentarão, os dois lados emitiram duros comunicados hoje. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, afirmou que o líder palestino, Yasser Arafat, "deve tomar a decisão estratégica de abandonar o caminho do terrorismo", segundo um comunicado emitido pelo gabinete do premier. Sharon renovou uma demanda por sete dias sem qualquer violência antes de evoluir para outras partes de um acordo confeccionado em maio pelo diretor da CIA, George Tenet, mas que nunca entrou em ação. Os palestinos afirmam que tal postura permite a qualquer extremista afundar o processo e que trata-se de um truque israelense para evitar as negociações. Durante uma reunião preparatória, Sharon apontou Meir Dagan como chefe dos negociadores. Dagan, um especialista em contra-terrorismo, já expressou suas dúvidas sobre a real intenção de Arafat de atingir a paz com Israel. Os palestinos, por sua vez, escolheram o presidente do parlamento, Ahmed Qureia, um negociador veterano, como chefe das negociações. A diferença entre os níveis dos principais negociadores sugere que Israel pretende se concentrar em um cessar-fogo, enquanto que os palestinos esperam por progressos políticos. Os enviados norte-americanos deverão se encontrar com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, nesta terça-feira, e com Arafat, na quarta-feira.