LONDRES - Phillip Lee, médico de 49 anos, foi eleito deputado em 2010 pelo Partido Conservador. Enquanto o primeiro-ministro Boris Johnson discursava no Parlamento britânico, Lee atravessou o salão e sentou-se ao lado dos opositores, aderindo ao Partido Liberal-Democrata. Sua justificativa: o Brexit sem acordo "será um desatre" para o sistema de saúde.
A Câmara dos Comuns é dividida em duas bancadas, uma de frente para a outra. Os governistas sentam-se à direita do presidente da Casa e, à esquerda, fica a oposição. Um deputado pode decidir passar para o lado oposto sem burocracia - mas é raro fazer isso durante o discurso do primeiro-ministro.
Em um comunicado, Lee disse: "Há 27 anos entrei para o Partido Conservador liderado por John Major. Desde 2010 eu tenho o privilégio de representar o distrito eleitoral de Bracknell. O partido ao qual me juntei em 1992 não é o mesmo que estou deixando hoje."
No mesmo texto, Lee diz que "este governo conservador está agressivamente buscando um Brexit prejudicial em muitos modos. Está colocando em risco a vida dos britânicos e a integridade territorial do Reino Unido. Mais amplamente, está minando a economia de nosso país, sua democracia e seu papel no mundo. Está usando manipulação política, pressão e mentiras. E está fazendo essas coisas de uma forma deliberada".
Lee é deputado por Bracknell desde 2010. Serviu como sub-secretário de Estado parlamentar e foi responsável por Justiça Juvenil, Ofensa contra a Saúde e contra as Mulheres no Ministério da Justiça.
Ele renunciou ao governo em julho de 2018 por causa do modo como este estava lidandocom a questão do Brexit.
Antes de entrar para a política, Lee trabalhou em vários hospitais ao longo do Vale do Tâmisa e depois tentou conciliar a medicina com o cargo de deputado.