Memorando de advogado de Trump mostra plano para reverter eleição de 2020


A existência do memorando veio à tona pela primeira vez na última acusação contra o ex-presidente

Por Redação

THE NEW YORK TIMES, WASHINGTON — Kenneth Chesebro, advogado ligado a Donald Trump, criou um plano de usar falsos delegados no colégio eleitoral para mudar o resultado da eleição de 2020. A informação consta de um memorando, até então desconhecido, que os promotores consideram prova da conspiração para evitar a posse de Joe Biden.

A existência do memorando, datado de 6 de dezembro de 2020, veio à tona com o indiciamento de Trump, na semana passada. Uma cópia obtida pelo New York Times mostra que Chesebro sabia que estava propondo “uma estratégia” ousada, que provavelmente seria derrubada pela Suprema Corte dos EUA.

No entanto, ainda que o plano fosse barrado pelos tribunais, ele atingiria dois objetivos: manteria a atenção do público nas alegações de fraude e ganharia mais tempo para Trump obter na Justiça os votos que privaria Biden da vitória.

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O ex-presidente Donald Trump em Windham, N.H., em agosto.  Foto: John Tully / The Washington Post

Para entender a dinâmica, é preciso lembrar que a eleição americana é indireta, decidida por um colégio eleitoral de 538 delegados distribuídos de acordo com o peso de cada Estado. Algumas semanas após a apuração, com o placar definido, esses representantes, também chamados de “eleitores”, se reúnem para depositar seus votos.

Cada um escreve o seu voto em um pedaço de papel, que é colocado em um envelope, depois selado e guardado para ser aberto durante a certificação – um ritual protocolar que nunca recebeu muita atenção, até a confusão criada por Trump.

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Após os votos dos 538 delegados – ou “eleitores”–, cabe ao vice-presidente dos EUA romper os selos, contar e certificar o resultado da eleição no colégio eleitoral, o que acontece em janeiro, antes da posse do novo Congresso. É aí que entra o papel de Mike Pence, então vice de Trump.

Segundo o memorando, em dezembro de 2019, o plano era elaborar listas com delegados republicanos em sete Estados-chave onde Trump havia perdido. Esse falso colégio eleitoral votaria como se tivesse autoridade para isso. Então, no dia 6 de janeiro de 2021, na hora de certificar os 538 votos, Pence usaria esta lista falsa, em vez da oficial.

Embora o plano já fosse conhecido, o documento fornece detalhes sobre como ele foi elaborado e discutido nos bastidores. O esquema de falsos eleitores foi o maior dos esforços de Trump para anular o resultado da eleição. A estratégia envolveu advogados em sete Estados e dezenas de eleitores dispostos a dizer que Trump – e não Biden – havia vencido a eleição.

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O memorando de Chesebro acabou nas mãos de Rudy Giuliani, advogado pessoal de Trump. Segundo os promotores, Giuliani conversou com alguém na campanha – identificado apenas como conspirador 6 – sobre como encontrar advogados para ajudar no esforço em sete Estados americanos.

Um e-mail obtido pelo Times sugere que o conspirador 6 seria Boris Epshteyn, consultor estratégico da campanha de Trump. Na mesma ocasião, ele enviou a Giuliani um e-mail recomendando advogados em todos os sete Estados.

O memorando é mais uma peça no quebra-cabeça montado pela promotoria, que acusa Trump de conspiração para fraudar governo, obstrução do processo criminal e incitação a insurreição do Capitólio, em janeiro de 2021. Foi o terceiro indiciamento de Trump nos últimos quatro meses.

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A defesa do ex-presidente tenta protelar os julgamentos para depois das eleições de 2024. Apesar de Trump poder disputar a presidência mesmo atrás das grades, tomar posse seria mais complicado. Alguns especialistas dizem que ele poderia, em caso de vitória, emitir um perdão para si mesmo. Outra saída seria pressionar Biden a perdoá-lo no apagar das luzes do seu mandato, para evitar uma crise constitucional.

THE NEW YORK TIMES, WASHINGTON — Kenneth Chesebro, advogado ligado a Donald Trump, criou um plano de usar falsos delegados no colégio eleitoral para mudar o resultado da eleição de 2020. A informação consta de um memorando, até então desconhecido, que os promotores consideram prova da conspiração para evitar a posse de Joe Biden.

A existência do memorando, datado de 6 de dezembro de 2020, veio à tona com o indiciamento de Trump, na semana passada. Uma cópia obtida pelo New York Times mostra que Chesebro sabia que estava propondo “uma estratégia” ousada, que provavelmente seria derrubada pela Suprema Corte dos EUA.

No entanto, ainda que o plano fosse barrado pelos tribunais, ele atingiria dois objetivos: manteria a atenção do público nas alegações de fraude e ganharia mais tempo para Trump obter na Justiça os votos que privaria Biden da vitória.

O ex-presidente Donald Trump em Windham, N.H., em agosto.  Foto: John Tully / The Washington Post

Para entender a dinâmica, é preciso lembrar que a eleição americana é indireta, decidida por um colégio eleitoral de 538 delegados distribuídos de acordo com o peso de cada Estado. Algumas semanas após a apuração, com o placar definido, esses representantes, também chamados de “eleitores”, se reúnem para depositar seus votos.

Cada um escreve o seu voto em um pedaço de papel, que é colocado em um envelope, depois selado e guardado para ser aberto durante a certificação – um ritual protocolar que nunca recebeu muita atenção, até a confusão criada por Trump.

Após os votos dos 538 delegados – ou “eleitores”–, cabe ao vice-presidente dos EUA romper os selos, contar e certificar o resultado da eleição no colégio eleitoral, o que acontece em janeiro, antes da posse do novo Congresso. É aí que entra o papel de Mike Pence, então vice de Trump.

Segundo o memorando, em dezembro de 2019, o plano era elaborar listas com delegados republicanos em sete Estados-chave onde Trump havia perdido. Esse falso colégio eleitoral votaria como se tivesse autoridade para isso. Então, no dia 6 de janeiro de 2021, na hora de certificar os 538 votos, Pence usaria esta lista falsa, em vez da oficial.

Embora o plano já fosse conhecido, o documento fornece detalhes sobre como ele foi elaborado e discutido nos bastidores. O esquema de falsos eleitores foi o maior dos esforços de Trump para anular o resultado da eleição. A estratégia envolveu advogados em sete Estados e dezenas de eleitores dispostos a dizer que Trump – e não Biden – havia vencido a eleição.

O memorando de Chesebro acabou nas mãos de Rudy Giuliani, advogado pessoal de Trump. Segundo os promotores, Giuliani conversou com alguém na campanha – identificado apenas como conspirador 6 – sobre como encontrar advogados para ajudar no esforço em sete Estados americanos.

Um e-mail obtido pelo Times sugere que o conspirador 6 seria Boris Epshteyn, consultor estratégico da campanha de Trump. Na mesma ocasião, ele enviou a Giuliani um e-mail recomendando advogados em todos os sete Estados.

O memorando é mais uma peça no quebra-cabeça montado pela promotoria, que acusa Trump de conspiração para fraudar governo, obstrução do processo criminal e incitação a insurreição do Capitólio, em janeiro de 2021. Foi o terceiro indiciamento de Trump nos últimos quatro meses.

A defesa do ex-presidente tenta protelar os julgamentos para depois das eleições de 2024. Apesar de Trump poder disputar a presidência mesmo atrás das grades, tomar posse seria mais complicado. Alguns especialistas dizem que ele poderia, em caso de vitória, emitir um perdão para si mesmo. Outra saída seria pressionar Biden a perdoá-lo no apagar das luzes do seu mandato, para evitar uma crise constitucional.

THE NEW YORK TIMES, WASHINGTON — Kenneth Chesebro, advogado ligado a Donald Trump, criou um plano de usar falsos delegados no colégio eleitoral para mudar o resultado da eleição de 2020. A informação consta de um memorando, até então desconhecido, que os promotores consideram prova da conspiração para evitar a posse de Joe Biden.

A existência do memorando, datado de 6 de dezembro de 2020, veio à tona com o indiciamento de Trump, na semana passada. Uma cópia obtida pelo New York Times mostra que Chesebro sabia que estava propondo “uma estratégia” ousada, que provavelmente seria derrubada pela Suprema Corte dos EUA.

No entanto, ainda que o plano fosse barrado pelos tribunais, ele atingiria dois objetivos: manteria a atenção do público nas alegações de fraude e ganharia mais tempo para Trump obter na Justiça os votos que privaria Biden da vitória.

O ex-presidente Donald Trump em Windham, N.H., em agosto.  Foto: John Tully / The Washington Post

Para entender a dinâmica, é preciso lembrar que a eleição americana é indireta, decidida por um colégio eleitoral de 538 delegados distribuídos de acordo com o peso de cada Estado. Algumas semanas após a apuração, com o placar definido, esses representantes, também chamados de “eleitores”, se reúnem para depositar seus votos.

Cada um escreve o seu voto em um pedaço de papel, que é colocado em um envelope, depois selado e guardado para ser aberto durante a certificação – um ritual protocolar que nunca recebeu muita atenção, até a confusão criada por Trump.

Após os votos dos 538 delegados – ou “eleitores”–, cabe ao vice-presidente dos EUA romper os selos, contar e certificar o resultado da eleição no colégio eleitoral, o que acontece em janeiro, antes da posse do novo Congresso. É aí que entra o papel de Mike Pence, então vice de Trump.

Segundo o memorando, em dezembro de 2019, o plano era elaborar listas com delegados republicanos em sete Estados-chave onde Trump havia perdido. Esse falso colégio eleitoral votaria como se tivesse autoridade para isso. Então, no dia 6 de janeiro de 2021, na hora de certificar os 538 votos, Pence usaria esta lista falsa, em vez da oficial.

Embora o plano já fosse conhecido, o documento fornece detalhes sobre como ele foi elaborado e discutido nos bastidores. O esquema de falsos eleitores foi o maior dos esforços de Trump para anular o resultado da eleição. A estratégia envolveu advogados em sete Estados e dezenas de eleitores dispostos a dizer que Trump – e não Biden – havia vencido a eleição.

O memorando de Chesebro acabou nas mãos de Rudy Giuliani, advogado pessoal de Trump. Segundo os promotores, Giuliani conversou com alguém na campanha – identificado apenas como conspirador 6 – sobre como encontrar advogados para ajudar no esforço em sete Estados americanos.

Um e-mail obtido pelo Times sugere que o conspirador 6 seria Boris Epshteyn, consultor estratégico da campanha de Trump. Na mesma ocasião, ele enviou a Giuliani um e-mail recomendando advogados em todos os sete Estados.

O memorando é mais uma peça no quebra-cabeça montado pela promotoria, que acusa Trump de conspiração para fraudar governo, obstrução do processo criminal e incitação a insurreição do Capitólio, em janeiro de 2021. Foi o terceiro indiciamento de Trump nos últimos quatro meses.

A defesa do ex-presidente tenta protelar os julgamentos para depois das eleições de 2024. Apesar de Trump poder disputar a presidência mesmo atrás das grades, tomar posse seria mais complicado. Alguns especialistas dizem que ele poderia, em caso de vitória, emitir um perdão para si mesmo. Outra saída seria pressionar Biden a perdoá-lo no apagar das luzes do seu mandato, para evitar uma crise constitucional.

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