Mercado financeiro russo se rebela contra alistamento militar de Putin


Após anunciar a convocação de 300 mil reservistas, o Ministério da Defesa da Rússia disse que russos que trabalham em bancos, empresas de TI e telecomunicações não serão chamados

Por Redação

MOSCOU - Mal anunciou a convocação de 300 mil reservistas para a guerra na Ucrânia, o Kremlin foi obrigado a reduzir a abrangência do recrutamento após uma chiadeira generalizada, especialmente por parte do mercado financeiro. O Ministério da Defesa da Rússia disse ontem que russos que trabalham em bancos, empresas de TI e telecomunicações não serão chamados.

O argumento do setor financeiro é que o recrutamento obrigatório afetaria a capacidade de funcionamento dos mercados e das empresas, prejudicando a economia do país. Ontem, um artigo publicano no jornal Kommersant, especializado em economia, afirmou que empresários, incluindo dos setores aéreo, de tecnologia e agrícola, estavam preocupados com o recrutamento.

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Três empresas estimaram que de 50% a 80% de seus funcionários poderiam ser mobilizados para o serviço militar, informou o jornal. Grandes conglomerados em setores cruciais estavam preparando listas de trabalhadores essenciais antes de solicitar sua isenção do projeto, de acordo com o Kommersant.

Assim que a Rússia começou a recrutar civis para reforçar suas forças na Ucrânia, o Kremlin enfrentou objeções generalizadas Foto: Nanna Heitmann/NYT

Representantes das empresas disseram que o recrutamento, ainda que de alguns poucos funcionários, pode complicar ou até paralisar suas operações. Algumas companhias aéreas já trabalham sob pressão de pessoal após a fuga de especialistas de TI, após a invasão da Ucrânia.

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Quem também reclamou foi a Associação de Desenvolvedores de Software da Rússia, que exigiu isenção para seus filiados, segundo a edição russa da Forbes. A resposta do governo foi imediata.

Passo atrás

“Cidadãos com ensino superior de setores de telecomunicações, tecnologia da informação, bancos e empresas de mídia estão isentos do recrutamento”, anunciou o Ministério da Defesa, em comunicado – que não mencionou companhias aéreas e funcionários de aeroportos, que estariam entre os setores mais afetados.

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O líder do sindicato dos controladores de tráfego aéreo da Rússia escreveu uma carta ao premiê, Mikhail Mishustin, para alertar que o recrutamento “compromete o funcionamento do sistema de aviação russo”, incluindo a segurança e a regularidade dos voos, tanto civis como militares.

Muitos pilotos e médicos estão aptos ao recrutamento, o que aumenta o temor de perder profissionais altamente qualificados na força de trabalho. Dmitri Khubezov, chefe do comitê de proteção à saúde do Parlamento russo, afirmou ontem que cerca de 3 mil médicos seriam convocados.

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Medida foi tomada no país pela última vez na 2ª Guerra, quatro regiões controladas por Moscou na Ucrânia anunciaram referendos para integração a Rússia

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Na quarta-feira, o Kremlin garantiu que apenas russos com passagem pelo Exército estariam entre os 300 mil recrutas. No entanto, relatos de várias partes da Rússia deixaram claro que a convocação era mais ampla e muitos haviam sido chamados sem nunca ter pisado em um quartel.

Por isso, agências de inteligência de Estados Unidos e Europa acreditam que o objetivo não declarado de Vladimir Putin seja chamar mais do que 300 mil reservistas – o número pode chegar a 1 milhão. Autoridades ocidentais já identificaram um claro viés regional no recrutamento, que se concentra em áreas pobres e minoritárias no leste do país, evitando a classe média em centros urbanos./NYT

MOSCOU - Mal anunciou a convocação de 300 mil reservistas para a guerra na Ucrânia, o Kremlin foi obrigado a reduzir a abrangência do recrutamento após uma chiadeira generalizada, especialmente por parte do mercado financeiro. O Ministério da Defesa da Rússia disse ontem que russos que trabalham em bancos, empresas de TI e telecomunicações não serão chamados.

O argumento do setor financeiro é que o recrutamento obrigatório afetaria a capacidade de funcionamento dos mercados e das empresas, prejudicando a economia do país. Ontem, um artigo publicano no jornal Kommersant, especializado em economia, afirmou que empresários, incluindo dos setores aéreo, de tecnologia e agrícola, estavam preocupados com o recrutamento.

Três empresas estimaram que de 50% a 80% de seus funcionários poderiam ser mobilizados para o serviço militar, informou o jornal. Grandes conglomerados em setores cruciais estavam preparando listas de trabalhadores essenciais antes de solicitar sua isenção do projeto, de acordo com o Kommersant.

Assim que a Rússia começou a recrutar civis para reforçar suas forças na Ucrânia, o Kremlin enfrentou objeções generalizadas Foto: Nanna Heitmann/NYT

Representantes das empresas disseram que o recrutamento, ainda que de alguns poucos funcionários, pode complicar ou até paralisar suas operações. Algumas companhias aéreas já trabalham sob pressão de pessoal após a fuga de especialistas de TI, após a invasão da Ucrânia.

Quem também reclamou foi a Associação de Desenvolvedores de Software da Rússia, que exigiu isenção para seus filiados, segundo a edição russa da Forbes. A resposta do governo foi imediata.

Passo atrás

“Cidadãos com ensino superior de setores de telecomunicações, tecnologia da informação, bancos e empresas de mídia estão isentos do recrutamento”, anunciou o Ministério da Defesa, em comunicado – que não mencionou companhias aéreas e funcionários de aeroportos, que estariam entre os setores mais afetados.

O líder do sindicato dos controladores de tráfego aéreo da Rússia escreveu uma carta ao premiê, Mikhail Mishustin, para alertar que o recrutamento “compromete o funcionamento do sistema de aviação russo”, incluindo a segurança e a regularidade dos voos, tanto civis como militares.

Muitos pilotos e médicos estão aptos ao recrutamento, o que aumenta o temor de perder profissionais altamente qualificados na força de trabalho. Dmitri Khubezov, chefe do comitê de proteção à saúde do Parlamento russo, afirmou ontem que cerca de 3 mil médicos seriam convocados.

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Medida foi tomada no país pela última vez na 2ª Guerra, quatro regiões controladas por Moscou na Ucrânia anunciaram referendos para integração a Rússia

Na quarta-feira, o Kremlin garantiu que apenas russos com passagem pelo Exército estariam entre os 300 mil recrutas. No entanto, relatos de várias partes da Rússia deixaram claro que a convocação era mais ampla e muitos haviam sido chamados sem nunca ter pisado em um quartel.

Por isso, agências de inteligência de Estados Unidos e Europa acreditam que o objetivo não declarado de Vladimir Putin seja chamar mais do que 300 mil reservistas – o número pode chegar a 1 milhão. Autoridades ocidentais já identificaram um claro viés regional no recrutamento, que se concentra em áreas pobres e minoritárias no leste do país, evitando a classe média em centros urbanos./NYT

MOSCOU - Mal anunciou a convocação de 300 mil reservistas para a guerra na Ucrânia, o Kremlin foi obrigado a reduzir a abrangência do recrutamento após uma chiadeira generalizada, especialmente por parte do mercado financeiro. O Ministério da Defesa da Rússia disse ontem que russos que trabalham em bancos, empresas de TI e telecomunicações não serão chamados.

O argumento do setor financeiro é que o recrutamento obrigatório afetaria a capacidade de funcionamento dos mercados e das empresas, prejudicando a economia do país. Ontem, um artigo publicano no jornal Kommersant, especializado em economia, afirmou que empresários, incluindo dos setores aéreo, de tecnologia e agrícola, estavam preocupados com o recrutamento.

Três empresas estimaram que de 50% a 80% de seus funcionários poderiam ser mobilizados para o serviço militar, informou o jornal. Grandes conglomerados em setores cruciais estavam preparando listas de trabalhadores essenciais antes de solicitar sua isenção do projeto, de acordo com o Kommersant.

Assim que a Rússia começou a recrutar civis para reforçar suas forças na Ucrânia, o Kremlin enfrentou objeções generalizadas Foto: Nanna Heitmann/NYT

Representantes das empresas disseram que o recrutamento, ainda que de alguns poucos funcionários, pode complicar ou até paralisar suas operações. Algumas companhias aéreas já trabalham sob pressão de pessoal após a fuga de especialistas de TI, após a invasão da Ucrânia.

Quem também reclamou foi a Associação de Desenvolvedores de Software da Rússia, que exigiu isenção para seus filiados, segundo a edição russa da Forbes. A resposta do governo foi imediata.

Passo atrás

“Cidadãos com ensino superior de setores de telecomunicações, tecnologia da informação, bancos e empresas de mídia estão isentos do recrutamento”, anunciou o Ministério da Defesa, em comunicado – que não mencionou companhias aéreas e funcionários de aeroportos, que estariam entre os setores mais afetados.

O líder do sindicato dos controladores de tráfego aéreo da Rússia escreveu uma carta ao premiê, Mikhail Mishustin, para alertar que o recrutamento “compromete o funcionamento do sistema de aviação russo”, incluindo a segurança e a regularidade dos voos, tanto civis como militares.

Muitos pilotos e médicos estão aptos ao recrutamento, o que aumenta o temor de perder profissionais altamente qualificados na força de trabalho. Dmitri Khubezov, chefe do comitê de proteção à saúde do Parlamento russo, afirmou ontem que cerca de 3 mil médicos seriam convocados.

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Medida foi tomada no país pela última vez na 2ª Guerra, quatro regiões controladas por Moscou na Ucrânia anunciaram referendos para integração a Rússia

Na quarta-feira, o Kremlin garantiu que apenas russos com passagem pelo Exército estariam entre os 300 mil recrutas. No entanto, relatos de várias partes da Rússia deixaram claro que a convocação era mais ampla e muitos haviam sido chamados sem nunca ter pisado em um quartel.

Por isso, agências de inteligência de Estados Unidos e Europa acreditam que o objetivo não declarado de Vladimir Putin seja chamar mais do que 300 mil reservistas – o número pode chegar a 1 milhão. Autoridades ocidentais já identificaram um claro viés regional no recrutamento, que se concentra em áreas pobres e minoritárias no leste do país, evitando a classe média em centros urbanos./NYT

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