Mercosul retoma Cúpula Social em meio a impasse sobre acordo comercial com União Europeia


Autoridades brasileiras defendem que negociação deve ser boa ‘para os dois lados’

Por Jéssica Petrovna
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O Mercosul retomou a sua Cúpula Social com o objetivo de aprofundar a cooperação entre os países do bloco em meio ao impasse sobre o acordo comercial com a União Europeia. A expectativa era de que as negociações fossem concluídas até a reunião de chefes de Estado na quinta-feira, 7, mas o próprio governo já admite que o esforço pode fracassar.

A ideia de que o acordo não deve ser fechado esta semana foi reforçada pela diplomata Gisela Padovan, secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe. Questionada sobre o status das negociações, ela disse que “avançam” e “existe vontade política”, mas ponderou que é um acordo complexo: “não acho que esteja perto do fim”. “Há interesse, mas o acordo tem que ser bom para os dois lados”, acrescentou.

Padovan disse ainda que a resistência da França “não é novidade” e que o Brasil trabalha junto aos países que têm interesse no acordo. Como exemplo, ela citou a Espanha - que atualmente preside a União Europeia - e a Alemanha, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou neste domingo, 3, com foco nas discussões sobre o livre comércio entre os blocos.

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A 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados está sendo realizada no Museu de Arte do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Presente na abertura da Cúpula Social, o deputado federal e vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul) Arlindo Chinaglia (PT-SP) destacou que o Brasil não aceitará imposições europeias. “A União Europeia não pode impor a participação nas compras governamentais. Da mesma maneira, não aceitamos condições referentes ao meio ambiente. Somos países soberanos”, declarou Chinaglia, seguindo a linha que tem sido adotada por Lula.

No fim de semana, o petista cobrou “equilíbrio” e criticou o protecionismo europeu em resposta ao presidente francês Emmanuel Macron, que se manifestou contrário à negociação. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade”, disse o petista. “Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados”, acrescentou.

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Compras públicas

Embora Lula responsabilize os europeus, o Estadão mostrou em julho que, para uma ala do governo, a insistência brasileira em discutir as compras públicas ameaçava o acordo, que agora parece cada vez mais incerto. O temor é que os blocos percam a “janela de oportunidade” aberta pelas presidências do Brasil no Mercosul e da Espanha na UE, dois países a favor do livre comércio entre os blocos.

Mesmo antes das críticas de Macron, a troca de guarda na Argentina, onde o libertário Javier Milei tomará posse na semana que vem, já colocava o desfecho das negociações em xeque. Diante do impasse, uma delegação da União Europeia cancelou a vinda ao Rio de Janeiro, onde ocorre a Cúpula do Mercosul.

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O impasse também foi citado pela ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves. “Temos diferenças”, disse ela ao lembrar que foi difícil firmar o livre comércio com a UE em 2019 quando a “Argentina votava com a gente”. Naquele ano, quando o acordo foi firmado, o país vizinho era governado por Mauricio Macri, apoiado pelo então presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP 28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos  Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Desde então, o acordo passa por um processo de revisão, que ficou travado diante da piora nos índices de desmatamento na Amazônia. A retomada veio com novas exigências ambientais do lado europeu, vistas pelo governo brasileiro como protecionismo verde.

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Em entrevista ao Estadão, o diplomata Marcos Azambuja destacou que esse não é um acordo fácil e disse ter dúvidas se uma negociação que se arrasta há 20 anos poderia ser concluída em poucos dias. “O Brasil é um grande país, com imensos interesses agropecuários de modo que somos um pouco desconfortáveis como sócios. A resistência europeia vem sobretudo dos países em transição agrícola, que temem o Brasil pelo volume e pela qualidade de sua produção”, disse ele.

Do lado brasileiro, o governo quer manter o poder de priorizar empresas nacionais nas contas públicas. Instrumento que o presidente defende como medida de fomento da economia local.

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A Cúpula Social do Mercosul é a primeira em sete anos. Além de Padovan, Chinaglia e Gonçalves também participaram da cerimônia de abertura a ministra substituta da Secretária-geral da Presidência da República, Maria Fernando Coelho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a ministra substituta do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli, a embaixadora do Paraguai, Helena Felip, o titular da Secretaria de Estado do RJ, Bernardo Bossi, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e a representante da sociedade civil, Verônica Ferreira. Essa última defendeu que o acordo Mercosul-UE deve ser abandonado.

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O Mercosul retomou a sua Cúpula Social com o objetivo de aprofundar a cooperação entre os países do bloco em meio ao impasse sobre o acordo comercial com a União Europeia. A expectativa era de que as negociações fossem concluídas até a reunião de chefes de Estado na quinta-feira, 7, mas o próprio governo já admite que o esforço pode fracassar.

A ideia de que o acordo não deve ser fechado esta semana foi reforçada pela diplomata Gisela Padovan, secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe. Questionada sobre o status das negociações, ela disse que “avançam” e “existe vontade política”, mas ponderou que é um acordo complexo: “não acho que esteja perto do fim”. “Há interesse, mas o acordo tem que ser bom para os dois lados”, acrescentou.

Padovan disse ainda que a resistência da França “não é novidade” e que o Brasil trabalha junto aos países que têm interesse no acordo. Como exemplo, ela citou a Espanha - que atualmente preside a União Europeia - e a Alemanha, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou neste domingo, 3, com foco nas discussões sobre o livre comércio entre os blocos.

A 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados está sendo realizada no Museu de Arte do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Presente na abertura da Cúpula Social, o deputado federal e vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul) Arlindo Chinaglia (PT-SP) destacou que o Brasil não aceitará imposições europeias. “A União Europeia não pode impor a participação nas compras governamentais. Da mesma maneira, não aceitamos condições referentes ao meio ambiente. Somos países soberanos”, declarou Chinaglia, seguindo a linha que tem sido adotada por Lula.

No fim de semana, o petista cobrou “equilíbrio” e criticou o protecionismo europeu em resposta ao presidente francês Emmanuel Macron, que se manifestou contrário à negociação. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade”, disse o petista. “Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados”, acrescentou.

Compras públicas

Embora Lula responsabilize os europeus, o Estadão mostrou em julho que, para uma ala do governo, a insistência brasileira em discutir as compras públicas ameaçava o acordo, que agora parece cada vez mais incerto. O temor é que os blocos percam a “janela de oportunidade” aberta pelas presidências do Brasil no Mercosul e da Espanha na UE, dois países a favor do livre comércio entre os blocos.

Mesmo antes das críticas de Macron, a troca de guarda na Argentina, onde o libertário Javier Milei tomará posse na semana que vem, já colocava o desfecho das negociações em xeque. Diante do impasse, uma delegação da União Europeia cancelou a vinda ao Rio de Janeiro, onde ocorre a Cúpula do Mercosul.

O impasse também foi citado pela ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves. “Temos diferenças”, disse ela ao lembrar que foi difícil firmar o livre comércio com a UE em 2019 quando a “Argentina votava com a gente”. Naquele ano, quando o acordo foi firmado, o país vizinho era governado por Mauricio Macri, apoiado pelo então presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP 28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos  Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Desde então, o acordo passa por um processo de revisão, que ficou travado diante da piora nos índices de desmatamento na Amazônia. A retomada veio com novas exigências ambientais do lado europeu, vistas pelo governo brasileiro como protecionismo verde.

Em entrevista ao Estadão, o diplomata Marcos Azambuja destacou que esse não é um acordo fácil e disse ter dúvidas se uma negociação que se arrasta há 20 anos poderia ser concluída em poucos dias. “O Brasil é um grande país, com imensos interesses agropecuários de modo que somos um pouco desconfortáveis como sócios. A resistência europeia vem sobretudo dos países em transição agrícola, que temem o Brasil pelo volume e pela qualidade de sua produção”, disse ele.

Do lado brasileiro, o governo quer manter o poder de priorizar empresas nacionais nas contas públicas. Instrumento que o presidente defende como medida de fomento da economia local.

A Cúpula Social do Mercosul é a primeira em sete anos. Além de Padovan, Chinaglia e Gonçalves também participaram da cerimônia de abertura a ministra substituta da Secretária-geral da Presidência da República, Maria Fernando Coelho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a ministra substituta do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli, a embaixadora do Paraguai, Helena Felip, o titular da Secretaria de Estado do RJ, Bernardo Bossi, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e a representante da sociedade civil, Verônica Ferreira. Essa última defendeu que o acordo Mercosul-UE deve ser abandonado.

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O Mercosul retomou a sua Cúpula Social com o objetivo de aprofundar a cooperação entre os países do bloco em meio ao impasse sobre o acordo comercial com a União Europeia. A expectativa era de que as negociações fossem concluídas até a reunião de chefes de Estado na quinta-feira, 7, mas o próprio governo já admite que o esforço pode fracassar.

A ideia de que o acordo não deve ser fechado esta semana foi reforçada pela diplomata Gisela Padovan, secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe. Questionada sobre o status das negociações, ela disse que “avançam” e “existe vontade política”, mas ponderou que é um acordo complexo: “não acho que esteja perto do fim”. “Há interesse, mas o acordo tem que ser bom para os dois lados”, acrescentou.

Padovan disse ainda que a resistência da França “não é novidade” e que o Brasil trabalha junto aos países que têm interesse no acordo. Como exemplo, ela citou a Espanha - que atualmente preside a União Europeia - e a Alemanha, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou neste domingo, 3, com foco nas discussões sobre o livre comércio entre os blocos.

A 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados está sendo realizada no Museu de Arte do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Presente na abertura da Cúpula Social, o deputado federal e vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul) Arlindo Chinaglia (PT-SP) destacou que o Brasil não aceitará imposições europeias. “A União Europeia não pode impor a participação nas compras governamentais. Da mesma maneira, não aceitamos condições referentes ao meio ambiente. Somos países soberanos”, declarou Chinaglia, seguindo a linha que tem sido adotada por Lula.

No fim de semana, o petista cobrou “equilíbrio” e criticou o protecionismo europeu em resposta ao presidente francês Emmanuel Macron, que se manifestou contrário à negociação. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade”, disse o petista. “Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados”, acrescentou.

Compras públicas

Embora Lula responsabilize os europeus, o Estadão mostrou em julho que, para uma ala do governo, a insistência brasileira em discutir as compras públicas ameaçava o acordo, que agora parece cada vez mais incerto. O temor é que os blocos percam a “janela de oportunidade” aberta pelas presidências do Brasil no Mercosul e da Espanha na UE, dois países a favor do livre comércio entre os blocos.

Mesmo antes das críticas de Macron, a troca de guarda na Argentina, onde o libertário Javier Milei tomará posse na semana que vem, já colocava o desfecho das negociações em xeque. Diante do impasse, uma delegação da União Europeia cancelou a vinda ao Rio de Janeiro, onde ocorre a Cúpula do Mercosul.

O impasse também foi citado pela ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves. “Temos diferenças”, disse ela ao lembrar que foi difícil firmar o livre comércio com a UE em 2019 quando a “Argentina votava com a gente”. Naquele ano, quando o acordo foi firmado, o país vizinho era governado por Mauricio Macri, apoiado pelo então presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP 28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos  Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Desde então, o acordo passa por um processo de revisão, que ficou travado diante da piora nos índices de desmatamento na Amazônia. A retomada veio com novas exigências ambientais do lado europeu, vistas pelo governo brasileiro como protecionismo verde.

Em entrevista ao Estadão, o diplomata Marcos Azambuja destacou que esse não é um acordo fácil e disse ter dúvidas se uma negociação que se arrasta há 20 anos poderia ser concluída em poucos dias. “O Brasil é um grande país, com imensos interesses agropecuários de modo que somos um pouco desconfortáveis como sócios. A resistência europeia vem sobretudo dos países em transição agrícola, que temem o Brasil pelo volume e pela qualidade de sua produção”, disse ele.

Do lado brasileiro, o governo quer manter o poder de priorizar empresas nacionais nas contas públicas. Instrumento que o presidente defende como medida de fomento da economia local.

A Cúpula Social do Mercosul é a primeira em sete anos. Além de Padovan, Chinaglia e Gonçalves também participaram da cerimônia de abertura a ministra substituta da Secretária-geral da Presidência da República, Maria Fernando Coelho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a ministra substituta do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli, a embaixadora do Paraguai, Helena Felip, o titular da Secretaria de Estado do RJ, Bernardo Bossi, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e a representante da sociedade civil, Verônica Ferreira. Essa última defendeu que o acordo Mercosul-UE deve ser abandonado.

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O Mercosul retomou a sua Cúpula Social com o objetivo de aprofundar a cooperação entre os países do bloco em meio ao impasse sobre o acordo comercial com a União Europeia. A expectativa era de que as negociações fossem concluídas até a reunião de chefes de Estado na quinta-feira, 7, mas o próprio governo já admite que o esforço pode fracassar.

A ideia de que o acordo não deve ser fechado esta semana foi reforçada pela diplomata Gisela Padovan, secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe. Questionada sobre o status das negociações, ela disse que “avançam” e “existe vontade política”, mas ponderou que é um acordo complexo: “não acho que esteja perto do fim”. “Há interesse, mas o acordo tem que ser bom para os dois lados”, acrescentou.

Padovan disse ainda que a resistência da França “não é novidade” e que o Brasil trabalha junto aos países que têm interesse no acordo. Como exemplo, ela citou a Espanha - que atualmente preside a União Europeia - e a Alemanha, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou neste domingo, 3, com foco nas discussões sobre o livre comércio entre os blocos.

A 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados está sendo realizada no Museu de Arte do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Presente na abertura da Cúpula Social, o deputado federal e vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul) Arlindo Chinaglia (PT-SP) destacou que o Brasil não aceitará imposições europeias. “A União Europeia não pode impor a participação nas compras governamentais. Da mesma maneira, não aceitamos condições referentes ao meio ambiente. Somos países soberanos”, declarou Chinaglia, seguindo a linha que tem sido adotada por Lula.

No fim de semana, o petista cobrou “equilíbrio” e criticou o protecionismo europeu em resposta ao presidente francês Emmanuel Macron, que se manifestou contrário à negociação. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade”, disse o petista. “Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados”, acrescentou.

Compras públicas

Embora Lula responsabilize os europeus, o Estadão mostrou em julho que, para uma ala do governo, a insistência brasileira em discutir as compras públicas ameaçava o acordo, que agora parece cada vez mais incerto. O temor é que os blocos percam a “janela de oportunidade” aberta pelas presidências do Brasil no Mercosul e da Espanha na UE, dois países a favor do livre comércio entre os blocos.

Mesmo antes das críticas de Macron, a troca de guarda na Argentina, onde o libertário Javier Milei tomará posse na semana que vem, já colocava o desfecho das negociações em xeque. Diante do impasse, uma delegação da União Europeia cancelou a vinda ao Rio de Janeiro, onde ocorre a Cúpula do Mercosul.

O impasse também foi citado pela ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves. “Temos diferenças”, disse ela ao lembrar que foi difícil firmar o livre comércio com a UE em 2019 quando a “Argentina votava com a gente”. Naquele ano, quando o acordo foi firmado, o país vizinho era governado por Mauricio Macri, apoiado pelo então presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP 28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos  Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República

Desde então, o acordo passa por um processo de revisão, que ficou travado diante da piora nos índices de desmatamento na Amazônia. A retomada veio com novas exigências ambientais do lado europeu, vistas pelo governo brasileiro como protecionismo verde.

Em entrevista ao Estadão, o diplomata Marcos Azambuja destacou que esse não é um acordo fácil e disse ter dúvidas se uma negociação que se arrasta há 20 anos poderia ser concluída em poucos dias. “O Brasil é um grande país, com imensos interesses agropecuários de modo que somos um pouco desconfortáveis como sócios. A resistência europeia vem sobretudo dos países em transição agrícola, que temem o Brasil pelo volume e pela qualidade de sua produção”, disse ele.

Do lado brasileiro, o governo quer manter o poder de priorizar empresas nacionais nas contas públicas. Instrumento que o presidente defende como medida de fomento da economia local.

A Cúpula Social do Mercosul é a primeira em sete anos. Além de Padovan, Chinaglia e Gonçalves também participaram da cerimônia de abertura a ministra substituta da Secretária-geral da Presidência da República, Maria Fernando Coelho, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a ministra substituta do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli, a embaixadora do Paraguai, Helena Felip, o titular da Secretaria de Estado do RJ, Bernardo Bossi, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e a representante da sociedade civil, Verônica Ferreira. Essa última defendeu que o acordo Mercosul-UE deve ser abandonado.

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