A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou no sábado, 31, que um dos objetivos de sua visita ao Oriente Médio é "explorar" uma maneira de impulsionar os esforços do Quarteto de Madri (Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU) para reativar o processo de paz na região. "Estamos na fase de explorar mecanismos para tomar novas medidas na região com o objetivo de reativar os esforços do Quarteto", afirmou Merkel em entrevista coletiva conjunta com o rei jordaniano, Abdullah II, na cidade portuária sulina de Ácaba. Merkel qualificou como um "passo à frente" a iniciativa árabe de paz que surgiu da reunião da Liga Árabe em Riad, que oferece o reconhecimento de Israel por parte dos Estados árabes em troca da retirada israelense às fronteiras de 1967. Durante o encontro que terá com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a chanceler alemã discutirá o avanço do processo de paz no Oriente Médio e a maneira de gerar uma "confiança recíproca" entre as partes. No entanto, lembrou que o processo de paz deve ser conduzido pelas partes implicadas, "enquanto a comunidade internacional lhes presta seu apoio". Governo de coalizão Sobre o governo de coalizão palestino, Merkel ressaltou que ele deve respeitar as condições colocadas pelo Quarteto, que em breve se reunirá na região. O Quarteto exigiu ao governo palestino liderado pelo grupo de resistência islâmico Hamas que reconheça Israel e renuncie à violência como requisito prévio para suspender as sanções econômicas impostas contra os territórios palestinos. Até agora, o Hamas prometeu "respeitar" os acordos assinados anteriormente por Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), mas ficou longe de reconhecer o Estado judeu. Na presença do rei jordaniano, Merkel ressaltou que todas as partes deveriam se esforçar para conseguir formar um estado independente palestino que viva em paz com Israel. Militares britânicos Já o rei Abdullah II manifestou sua confiança em que a atual crise entre Irã e Reino Unido sobre os 15 militares britânicos detidos por Teerã seja resolvida "o mais rapidamente possível". O rei jordaniano pediu a Teerã que apóie a iniciativa de paz árabe como se adotou na Cúpula da Liga Árabe em Riad, na quinta-feira passada. "Esperemos que o Irã entenda que o que buscamos é um Estado palestino independente e viável, que conviva junto a um Israel seguro. Esta será uma relação que permitirá seguir adiante em todo o Oriente Médio", afirmou Abdullah II. Merkel, atual presidente de turno da UE, encerrou no sábado sua visita à Jordânia e viajou a Israel, onde se reunirá com Olmert. Neste domingo, 1, a chanceler alemã viajará à Cisjordânia, onde se encontrará com Mahmoud Abbas, e de lá visitará o Líbano, onde concluirá sua viagem pelo Oriente Médio.