CIDADE DO MÉXICO - O México aprovou o uso emergencial da vacina russa Sputnik V depois de assinar um contrato para milhões de doses do produto, disse o vice-ministro da Saúde, Hugo Lopez-Gatell, na terça-feira, 2.
Em entrevista coletiva matinal, Lopez-Gatell disse que o contrato do México prevê 7,4 milhões de doses entre fevereiro e abril, com mais em maio.
“Isso nos dá uma enorme oportunidade de acelerar a vacinação no México”, disse Lopez-Gatell, cujo país começou a usar a vacina Pfizer em dezembro.
Mais tarde, em uma entrevista coletiva à noite, Lopez-Gatell disse que o regulador mexicano de saúde Cofepris havia autorizado a Sputnik V para uso emergencial.
O México está tentando garantir o máximo de suprimento de vacina contra a covid-19 possível para seus 126 milhões de habitantes, após atrasos em alguns produtos em meio a uma corrida global por vacinas.
As nações latino-americanas, incluindo Argentina e México, mostraram um interesse inicial em bloquear o fornecimento da vacina russa. Em dezembro, os fabricantes da Sputnik V solicitaram a realização de testes clínicos no México.
O interesse global na Sputnik V foi reforçado na terça-feira, depois que os resultados revisados por pares de seu último estágio de ensaio clínico foram publicados no jornal médico internacional The Lancet. A vacina apresentou eficácia de 91,6%, de acordo com esses resultados.
Precisando de duas doses, a Sputnik V foi aprovado para armazenamento em geladeiras normais, em vez de freezers, de acordo com cientistas do Instituto Gamaleya em Moscou que o desenvolveu. Essa facilidade de transporte e distribuição atraiu o México, que tem áreas rurais de difícil acesso e um sistema nacional de saúde em dificuldades.
O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador conversou com o presidente russo Vladimir Putin na semana passada sobre a compra de 24 milhões de doses da vacina.
Lopez-Gatell se reuniu com autoridades russas e obteve acesso a arquivos técnicos sobre a vacina durante uma viagem à Argentina em janeiro. A Argentina começou a vacinar trabalhadores da saúde com a Sputnik V em dezembro./Reuters