NAIROBI, Quênia - A Organização Internacional para as Migrações (IOM, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 4, que 20 migrantes africanos que tentavam chegar ao Iêmen morreram afogados depois de contrabandistas jogarem dezenas de pessoas ao mar. O grupo tentava completar a travessia do Golfo de Aden, partindo de Djibuti, na África Oriental.
O relato foi feito por sobreviventes que recebem tratamento médico da OIM em Obock, cidade litorânea do país africano. De acordo com o comunicado da organização, pelo menos 200 pessoas, incluindo crianças, estavam a bordo do navio quando ele partiu. Após 30 minutos de viagem, os contrabandistas atiraram cerca de 80 pessoas ao mar. Cinco corpos foram recuperados na quarta-feira, 3, quando aconteceu o fato.
"Trabalhamos em estreita colaboração com as autoridades em Djibuti para ajudar os migrantes, mas a tragédia de quarta-feira é mais uma prova de que os criminosos continuam a explorar pessoas desesperadas para melhorar suas vidas para obter lucro, independentemente das consequências", disse a chefe da missão da IOM no país, Stephanie Daviot.
"Contrabandistas e traficantes de seres humanos devem ser processados por seus crimes, e novos caminhos de migração devem ser estabelecidos para permitir que as pessoas busquem oportunidades de trabalho no exterior de maneira segura, legal e digna", completou.
A pandemia do novo coronavírus e o fechamento de fronteiras provocado por ela reduziram, mas não interromperam o fluxo de migrantes. O IOM disse que cerca de 138.000 pessoas fizeram a jornada em 2019, mas apenas 37.500 em 2020.
Não está imediatamente claro de quais países vieram os migrantes nesta última viagem, mas muitos partem da Etiópia e da Somália. Em outubro, pelo menos oito migrantes morreram afogados depois que contrabandistas os expulsaram de um barco perto de Djibuti.
Em 2017, cerca de 50 migrantes da Somália e da Etiópia foram "deliberadamente afogados" quando um contrabandista os forçou a se jogar no mar ao largo da costa do Iêmen. E em 2018, pelo menos 30 migrantes e refugiados morreram quando um barco virou ao largo do Iêmen, com sobreviventes relatando tiros./ Com informações da AP e Organização Internacional para as Migrações