Milei compra 24 caças F-16 da Dinamarca e pede para ser parceiro da Otan em meio a corte de gastos


Negócio estimado em R$ 1,5 bilhão tem como objetivo fortalecer a defesa do país e alinhar a Argentina a EUA e Europa

Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - O governo da Argentina comprou 24 caças F-16 da Dinamarca na última terça-feira, 16, e oficializou nesta quinta, 18, seu interesse em se tornar um parceiro global da Otan em meio à aproximação do governo de Javier Milei aos países ocidentais da Europa e os Estados Unidos. O país comprou os aviões por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para “ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça”.

O valor foi criticado nas redes sociais por alguns argentinos que lidam com aumento da pobreza e forte ajuste em meio à meta de Milei de reduzir em 5 pontos percentuais o PIB do país em nome do equilíbrio das contas.

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup. Com essa compra, a “Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica”, assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

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“Os aviões serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage”, acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A delegação da Argentina, liderada pelo Ministro da Defesa Luis Petri, participa de um evento para a imprensa na Base Área de Skrydstrup, na Dinamarca Foto: Bo Amstrup via REUTERS

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local. O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

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“Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina”, declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da “aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina”.

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Uma parte da delegação argentina observa um dos aviões F-16 que a Argentina está comprando da Dinamarca Foto: Bo Amstrup/ Ritzau Scanpix/AFP

Aval americano

O presidente Javier Milei participou da assinatura do contrato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado. Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade “inabalável” a esse último.

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A compra teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados. Nas redes sociais, o responsável pelas Américas do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, deus as boas vindas à Argentina na “família F16″. “Parabéns por este significante passo na modernização das capacidades de defesa da Argentina e no aprofundamento dos laços com a Otan e os EUA”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A medida faz parte da política de Milei de resgatar a atuação das Forças Armadas argentinas, colocadas em escanteio desde o fim da última ditadura militar argentina. Em discurso recente no aniversário da guerra das Malvinas, o presidente falou em “reconciliação com as Forças Armadas”, tema sensível na Argentina.

A compra dos aviões também acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo libertário argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada. Nas redes, alguns argentinos criticaram a compra em um contexto em que o próprio presidente afirmou “não haver dinheiro”.

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Parceiro da Otan

Em outro movimento de alinhamento com os países ocidental, Luis Petri também viajou à Bruxelas nesta quinta, onde se reuniu com secretários da Otan e entregou uma carta de intenção para que o país se torne um “parceiro global” da aliança militar.

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“Continuaremos trabalhando em recuperar vínculos que permitam modernizar e capacitar nossas forças ao padrão da Otan”, escreveu Petri no X.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1998, mas desde o começo o governo Milei manifestava interesse em se tornar um parceiro global. Atualmente, a aliança militar transatlântica conta com um restrito grupo de nove países considerados parceiros globais, sendo a Colômbia a única nação latino-americana a alcançar esta condição em 2018.

Ao jornal argentino La Nacion, um membro da aliança Juntos pela Mudança comemorou o que pode ser a entrada do país ao “clube”, o que permitiria a incorporação de um adido militar argentino à sede da Otan em Bruxelas, com a vantagem de permitir intercâmbios com soldados de outros países.

No entanto, é possível que o Reino Unido, que faz parte da Otan com quem a Argentina mantém a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, bloqueie qualquer avanço do país na aliança.

Londres também já foi um empecilho para que a Argentina modernizasse as suas Forças Armadas, impedindo a compra dos caças suecos Gripen no ano passado e outros aviões durante a administração de Mauricio Macri. Luis Petri, no entanto, havia afirmado que o Reino Unido não bloquearia os F-16 por não haver componentes britânicos./Com AFP

BUENOS AIRES - O governo da Argentina comprou 24 caças F-16 da Dinamarca na última terça-feira, 16, e oficializou nesta quinta, 18, seu interesse em se tornar um parceiro global da Otan em meio à aproximação do governo de Javier Milei aos países ocidentais da Europa e os Estados Unidos. O país comprou os aviões por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para “ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça”.

O valor foi criticado nas redes sociais por alguns argentinos que lidam com aumento da pobreza e forte ajuste em meio à meta de Milei de reduzir em 5 pontos percentuais o PIB do país em nome do equilíbrio das contas.

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup. Com essa compra, a “Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica”, assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

“Os aviões serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage”, acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A delegação da Argentina, liderada pelo Ministro da Defesa Luis Petri, participa de um evento para a imprensa na Base Área de Skrydstrup, na Dinamarca Foto: Bo Amstrup via REUTERS

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local. O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

“Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina”, declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da “aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina”.

Uma parte da delegação argentina observa um dos aviões F-16 que a Argentina está comprando da Dinamarca Foto: Bo Amstrup/ Ritzau Scanpix/AFP

Aval americano

O presidente Javier Milei participou da assinatura do contrato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado. Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade “inabalável” a esse último.

A compra teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados. Nas redes sociais, o responsável pelas Américas do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, deus as boas vindas à Argentina na “família F16″. “Parabéns por este significante passo na modernização das capacidades de defesa da Argentina e no aprofundamento dos laços com a Otan e os EUA”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A medida faz parte da política de Milei de resgatar a atuação das Forças Armadas argentinas, colocadas em escanteio desde o fim da última ditadura militar argentina. Em discurso recente no aniversário da guerra das Malvinas, o presidente falou em “reconciliação com as Forças Armadas”, tema sensível na Argentina.

A compra dos aviões também acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo libertário argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada. Nas redes, alguns argentinos criticaram a compra em um contexto em que o próprio presidente afirmou “não haver dinheiro”.

Parceiro da Otan

Em outro movimento de alinhamento com os países ocidental, Luis Petri também viajou à Bruxelas nesta quinta, onde se reuniu com secretários da Otan e entregou uma carta de intenção para que o país se torne um “parceiro global” da aliança militar.

“Continuaremos trabalhando em recuperar vínculos que permitam modernizar e capacitar nossas forças ao padrão da Otan”, escreveu Petri no X.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1998, mas desde o começo o governo Milei manifestava interesse em se tornar um parceiro global. Atualmente, a aliança militar transatlântica conta com um restrito grupo de nove países considerados parceiros globais, sendo a Colômbia a única nação latino-americana a alcançar esta condição em 2018.

Ao jornal argentino La Nacion, um membro da aliança Juntos pela Mudança comemorou o que pode ser a entrada do país ao “clube”, o que permitiria a incorporação de um adido militar argentino à sede da Otan em Bruxelas, com a vantagem de permitir intercâmbios com soldados de outros países.

No entanto, é possível que o Reino Unido, que faz parte da Otan com quem a Argentina mantém a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, bloqueie qualquer avanço do país na aliança.

Londres também já foi um empecilho para que a Argentina modernizasse as suas Forças Armadas, impedindo a compra dos caças suecos Gripen no ano passado e outros aviões durante a administração de Mauricio Macri. Luis Petri, no entanto, havia afirmado que o Reino Unido não bloquearia os F-16 por não haver componentes britânicos./Com AFP

BUENOS AIRES - O governo da Argentina comprou 24 caças F-16 da Dinamarca na última terça-feira, 16, e oficializou nesta quinta, 18, seu interesse em se tornar um parceiro global da Otan em meio à aproximação do governo de Javier Milei aos países ocidentais da Europa e os Estados Unidos. O país comprou os aviões por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para “ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça”.

O valor foi criticado nas redes sociais por alguns argentinos que lidam com aumento da pobreza e forte ajuste em meio à meta de Milei de reduzir em 5 pontos percentuais o PIB do país em nome do equilíbrio das contas.

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup. Com essa compra, a “Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica”, assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

“Os aviões serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage”, acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A delegação da Argentina, liderada pelo Ministro da Defesa Luis Petri, participa de um evento para a imprensa na Base Área de Skrydstrup, na Dinamarca Foto: Bo Amstrup via REUTERS

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local. O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

“Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina”, declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da “aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina”.

Uma parte da delegação argentina observa um dos aviões F-16 que a Argentina está comprando da Dinamarca Foto: Bo Amstrup/ Ritzau Scanpix/AFP

Aval americano

O presidente Javier Milei participou da assinatura do contrato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado. Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade “inabalável” a esse último.

A compra teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados. Nas redes sociais, o responsável pelas Américas do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, deus as boas vindas à Argentina na “família F16″. “Parabéns por este significante passo na modernização das capacidades de defesa da Argentina e no aprofundamento dos laços com a Otan e os EUA”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A medida faz parte da política de Milei de resgatar a atuação das Forças Armadas argentinas, colocadas em escanteio desde o fim da última ditadura militar argentina. Em discurso recente no aniversário da guerra das Malvinas, o presidente falou em “reconciliação com as Forças Armadas”, tema sensível na Argentina.

A compra dos aviões também acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo libertário argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada. Nas redes, alguns argentinos criticaram a compra em um contexto em que o próprio presidente afirmou “não haver dinheiro”.

Parceiro da Otan

Em outro movimento de alinhamento com os países ocidental, Luis Petri também viajou à Bruxelas nesta quinta, onde se reuniu com secretários da Otan e entregou uma carta de intenção para que o país se torne um “parceiro global” da aliança militar.

“Continuaremos trabalhando em recuperar vínculos que permitam modernizar e capacitar nossas forças ao padrão da Otan”, escreveu Petri no X.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1998, mas desde o começo o governo Milei manifestava interesse em se tornar um parceiro global. Atualmente, a aliança militar transatlântica conta com um restrito grupo de nove países considerados parceiros globais, sendo a Colômbia a única nação latino-americana a alcançar esta condição em 2018.

Ao jornal argentino La Nacion, um membro da aliança Juntos pela Mudança comemorou o que pode ser a entrada do país ao “clube”, o que permitiria a incorporação de um adido militar argentino à sede da Otan em Bruxelas, com a vantagem de permitir intercâmbios com soldados de outros países.

No entanto, é possível que o Reino Unido, que faz parte da Otan com quem a Argentina mantém a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, bloqueie qualquer avanço do país na aliança.

Londres também já foi um empecilho para que a Argentina modernizasse as suas Forças Armadas, impedindo a compra dos caças suecos Gripen no ano passado e outros aviões durante a administração de Mauricio Macri. Luis Petri, no entanto, havia afirmado que o Reino Unido não bloquearia os F-16 por não haver componentes britânicos./Com AFP

BUENOS AIRES - O governo da Argentina comprou 24 caças F-16 da Dinamarca na última terça-feira, 16, e oficializou nesta quinta, 18, seu interesse em se tornar um parceiro global da Otan em meio à aproximação do governo de Javier Milei aos países ocidentais da Europa e os Estados Unidos. O país comprou os aviões por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para “ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça”.

O valor foi criticado nas redes sociais por alguns argentinos que lidam com aumento da pobreza e forte ajuste em meio à meta de Milei de reduzir em 5 pontos percentuais o PIB do país em nome do equilíbrio das contas.

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup. Com essa compra, a “Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica”, assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

“Os aviões serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage”, acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A delegação da Argentina, liderada pelo Ministro da Defesa Luis Petri, participa de um evento para a imprensa na Base Área de Skrydstrup, na Dinamarca Foto: Bo Amstrup via REUTERS

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local. O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

“Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina”, declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da “aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina”.

Uma parte da delegação argentina observa um dos aviões F-16 que a Argentina está comprando da Dinamarca Foto: Bo Amstrup/ Ritzau Scanpix/AFP

Aval americano

O presidente Javier Milei participou da assinatura do contrato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado. Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade “inabalável” a esse último.

A compra teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados. Nas redes sociais, o responsável pelas Américas do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, deus as boas vindas à Argentina na “família F16″. “Parabéns por este significante passo na modernização das capacidades de defesa da Argentina e no aprofundamento dos laços com a Otan e os EUA”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A medida faz parte da política de Milei de resgatar a atuação das Forças Armadas argentinas, colocadas em escanteio desde o fim da última ditadura militar argentina. Em discurso recente no aniversário da guerra das Malvinas, o presidente falou em “reconciliação com as Forças Armadas”, tema sensível na Argentina.

A compra dos aviões também acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo libertário argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada. Nas redes, alguns argentinos criticaram a compra em um contexto em que o próprio presidente afirmou “não haver dinheiro”.

Parceiro da Otan

Em outro movimento de alinhamento com os países ocidental, Luis Petri também viajou à Bruxelas nesta quinta, onde se reuniu com secretários da Otan e entregou uma carta de intenção para que o país se torne um “parceiro global” da aliança militar.

“Continuaremos trabalhando em recuperar vínculos que permitam modernizar e capacitar nossas forças ao padrão da Otan”, escreveu Petri no X.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1998, mas desde o começo o governo Milei manifestava interesse em se tornar um parceiro global. Atualmente, a aliança militar transatlântica conta com um restrito grupo de nove países considerados parceiros globais, sendo a Colômbia a única nação latino-americana a alcançar esta condição em 2018.

Ao jornal argentino La Nacion, um membro da aliança Juntos pela Mudança comemorou o que pode ser a entrada do país ao “clube”, o que permitiria a incorporação de um adido militar argentino à sede da Otan em Bruxelas, com a vantagem de permitir intercâmbios com soldados de outros países.

No entanto, é possível que o Reino Unido, que faz parte da Otan com quem a Argentina mantém a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, bloqueie qualquer avanço do país na aliança.

Londres também já foi um empecilho para que a Argentina modernizasse as suas Forças Armadas, impedindo a compra dos caças suecos Gripen no ano passado e outros aviões durante a administração de Mauricio Macri. Luis Petri, no entanto, havia afirmado que o Reino Unido não bloquearia os F-16 por não haver componentes britânicos./Com AFP

BUENOS AIRES - O governo da Argentina comprou 24 caças F-16 da Dinamarca na última terça-feira, 16, e oficializou nesta quinta, 18, seu interesse em se tornar um parceiro global da Otan em meio à aproximação do governo de Javier Milei aos países ocidentais da Europa e os Estados Unidos. O país comprou os aviões por 300 milhões de dólares (R$ 1,5 bilhão) para “ter uma resposta imediata diante de qualquer ameaça”.

O valor foi criticado nas redes sociais por alguns argentinos que lidam com aumento da pobreza e forte ajuste em meio à meta de Milei de reduzir em 5 pontos percentuais o PIB do país em nome do equilíbrio das contas.

O contrato, que segue a declaração de intenção de compra feita em março, foi formalizado durante uma visita do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, à base aérea dinamarquesa de Skrydstrup. Com essa compra, a “Argentina vai recuperar depois de muitos anos a capacidade de interceptação supersônica”, assinalou o Ministério da Defesa em um comunicado.

“Os aviões serão a coluna vertebral do sistema de defesa aérea na Argentina, missão que, durante mais de 40 anos, foi desempenhada pelos aviões Mirage”, acrescentou a pasta. Os últimos Mirage foram aposentados em 2017, após quatro décadas de serviço.

A delegação da Argentina, liderada pelo Ministro da Defesa Luis Petri, participa de um evento para a imprensa na Base Área de Skrydstrup, na Dinamarca Foto: Bo Amstrup via REUTERS

A Dinamarca está modernizando sua frota aérea com caças F-35, um modelo muito mais moderno que os F-16, dos quais tem cerca de 40, incluídos cerca de 30 que continuam operacionais, segundo a imprensa local. O país escandinavo também se comprometeu a enviar um número indeterminado desses aparelhos à Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

“Estou feliz que os aviões F-16 dinamarqueses, que nos prestaram serviços inestimáveis ao longo dos anos e que foram cuidadosamente mantidos e modernizados, possam beneficiar a Força Aérea Argentina”, declarou o ministro de Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em nota.

Nenhuma data foi informada para a entrega, que inclui motores, peças de reposição, simuladores e equipamentos de treinamento, mas espera-se que ocorra nos próximos anos.

Por sua vez, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, destacou que se trata da “aquisição militar mais importante dos últimos 50 anos de história argentina”.

Uma parte da delegação argentina observa um dos aviões F-16 que a Argentina está comprando da Dinamarca Foto: Bo Amstrup/ Ritzau Scanpix/AFP

Aval americano

O presidente Javier Milei participou da assinatura do contrato por videoconferência, pois suspendeu de última hora sua visita oficial à Dinamarca por razões de segurança, depois do ataque iraniano a Israel no último sábado. Milei reafirmou, na noite de sábado, o alinhamento geopolítico da Argentina com Estados Unidos e Israel e ofereceu sua solidariedade “inabalável” a esse último.

A compra teve o aval dos Estados Unidos, onde os F-16 foram fabricados. Nas redes sociais, o responsável pelas Américas do Departamento de Estado dos EUA, Brian Nichols, deus as boas vindas à Argentina na “família F16″. “Parabéns por este significante passo na modernização das capacidades de defesa da Argentina e no aprofundamento dos laços com a Otan e os EUA”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

A medida faz parte da política de Milei de resgatar a atuação das Forças Armadas argentinas, colocadas em escanteio desde o fim da última ditadura militar argentina. Em discurso recente no aniversário da guerra das Malvinas, o presidente falou em “reconciliação com as Forças Armadas”, tema sensível na Argentina.

A compra dos aviões também acontece no âmbito de um drástico ajuste fiscal por parte do governo libertário argentino que compreende, entre outras medidas, cortes de gastos e derretimento de salários, pensões e dotações orçamentárias em um contexto de inflação muito elevada. Nas redes, alguns argentinos criticaram a compra em um contexto em que o próprio presidente afirmou “não haver dinheiro”.

Parceiro da Otan

Em outro movimento de alinhamento com os países ocidental, Luis Petri também viajou à Bruxelas nesta quinta, onde se reuniu com secretários da Otan e entregou uma carta de intenção para que o país se torne um “parceiro global” da aliança militar.

“Continuaremos trabalhando em recuperar vínculos que permitam modernizar e capacitar nossas forças ao padrão da Otan”, escreveu Petri no X.

A Argentina é uma aliada extra-Otan desde 1998, mas desde o começo o governo Milei manifestava interesse em se tornar um parceiro global. Atualmente, a aliança militar transatlântica conta com um restrito grupo de nove países considerados parceiros globais, sendo a Colômbia a única nação latino-americana a alcançar esta condição em 2018.

Ao jornal argentino La Nacion, um membro da aliança Juntos pela Mudança comemorou o que pode ser a entrada do país ao “clube”, o que permitiria a incorporação de um adido militar argentino à sede da Otan em Bruxelas, com a vantagem de permitir intercâmbios com soldados de outros países.

No entanto, é possível que o Reino Unido, que faz parte da Otan com quem a Argentina mantém a disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, bloqueie qualquer avanço do país na aliança.

Londres também já foi um empecilho para que a Argentina modernizasse as suas Forças Armadas, impedindo a compra dos caças suecos Gripen no ano passado e outros aviões durante a administração de Mauricio Macri. Luis Petri, no entanto, havia afirmado que o Reino Unido não bloquearia os F-16 por não haver componentes britânicos./Com AFP

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