Análise: Após eleito, Milei opta por pragmatismo com Brasil


Após xingar Lula na campanha, presidente eleito da Argentina mostra guinada e busca alguma proximidade com o vizinho

Por Célia Froufe

Brasília - Logo após o resultado da eleição na Argentina, Javier Milei mostra uma guinada em seu comportamento em relação ao Brasil. Depois de insultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva várias vezes durante a campanha, o governo em formação busca agora alguma proximidade com o vizinho.

Um importante aceno foi dado hoje, quando a deputada eleita e futura chanceler Diana Mondino se deslocou ao Brasil pessoalmente para entregar o convite para que Lula compareça à posse de Milei, no próximo dia 10. O documento foi entregue ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O chanceler disse que ainda não teve oportunidade de conversar sobre o assunto com o presidente, que estará de volta de compromissos internacionais na data, mas que aguardará suas instruções.

Diana Mondino, futura chanceler do governo Milei, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para convidar Lula à cerimônia de posse. Foto: divulgação
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Dificilmente Lula mudará de opinião e resolverá comparecer à cerimônia. Até porque o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Milei, também foi convidado para o evento. De forma elegante, Vieira disse há pouco que os argentinos têm o direito de convidar quem desejarem, mas de forma mais discreta ainda comentou que costuma haver diferenças muito claras de tratamento para atuais e ex-mandatários em ocasiões como essa.

Além da assimetria ideológica entre Milei (candidato de ultradireita) e Lula (considerado de centro-esquerda), foi mais ameno também o tom em relação ao futuro do Mercosul. Durante a campanha, o argentino criticou várias vezes o bloco e, agora, sua emissária diz que é preciso valorizar a união da região. Ela discutiu ainda com o chanceler brasileiro - dando sinais positivos - sobre o tratado comercial do Mercosul com a União Europeia (UE), algo que era criticado igualmente pelo candidato.

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Mesmo que o novo presidente continuasse sua linha mais dura em relação ao Brasil, é certo que os setores empresariais e da agricultura deixariam a política de lado e continuariam a focar em seus negócios. Empresários costumam ser pragmáticos e, neste caso, já tinham passado por uma situação semelhante, mas ao contrário: durante os mandatos concomitantes de Bolsonaro (direita), no Brasil, e de Alberto Fernández (esquerda), na Argentina.

Resta saber agora se será esse Milei que permanecerá nos anos de mandato e, principalmente, como a base que o elegeu interpretará essa guinada de comportamento mesmo antes de tomar posse. Muitos eleitos que tentaram se dissociar de seus “personagens de campanha” foram cobrados pelo eleitorado na sequência e tiveram de amenizar o tom. A ver que caminho o argentino seguirá nos próximos meses.

Brasília - Logo após o resultado da eleição na Argentina, Javier Milei mostra uma guinada em seu comportamento em relação ao Brasil. Depois de insultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva várias vezes durante a campanha, o governo em formação busca agora alguma proximidade com o vizinho.

Um importante aceno foi dado hoje, quando a deputada eleita e futura chanceler Diana Mondino se deslocou ao Brasil pessoalmente para entregar o convite para que Lula compareça à posse de Milei, no próximo dia 10. O documento foi entregue ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O chanceler disse que ainda não teve oportunidade de conversar sobre o assunto com o presidente, que estará de volta de compromissos internacionais na data, mas que aguardará suas instruções.

Diana Mondino, futura chanceler do governo Milei, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para convidar Lula à cerimônia de posse. Foto: divulgação

Dificilmente Lula mudará de opinião e resolverá comparecer à cerimônia. Até porque o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Milei, também foi convidado para o evento. De forma elegante, Vieira disse há pouco que os argentinos têm o direito de convidar quem desejarem, mas de forma mais discreta ainda comentou que costuma haver diferenças muito claras de tratamento para atuais e ex-mandatários em ocasiões como essa.

Além da assimetria ideológica entre Milei (candidato de ultradireita) e Lula (considerado de centro-esquerda), foi mais ameno também o tom em relação ao futuro do Mercosul. Durante a campanha, o argentino criticou várias vezes o bloco e, agora, sua emissária diz que é preciso valorizar a união da região. Ela discutiu ainda com o chanceler brasileiro - dando sinais positivos - sobre o tratado comercial do Mercosul com a União Europeia (UE), algo que era criticado igualmente pelo candidato.

Mesmo que o novo presidente continuasse sua linha mais dura em relação ao Brasil, é certo que os setores empresariais e da agricultura deixariam a política de lado e continuariam a focar em seus negócios. Empresários costumam ser pragmáticos e, neste caso, já tinham passado por uma situação semelhante, mas ao contrário: durante os mandatos concomitantes de Bolsonaro (direita), no Brasil, e de Alberto Fernández (esquerda), na Argentina.

Resta saber agora se será esse Milei que permanecerá nos anos de mandato e, principalmente, como a base que o elegeu interpretará essa guinada de comportamento mesmo antes de tomar posse. Muitos eleitos que tentaram se dissociar de seus “personagens de campanha” foram cobrados pelo eleitorado na sequência e tiveram de amenizar o tom. A ver que caminho o argentino seguirá nos próximos meses.

Brasília - Logo após o resultado da eleição na Argentina, Javier Milei mostra uma guinada em seu comportamento em relação ao Brasil. Depois de insultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva várias vezes durante a campanha, o governo em formação busca agora alguma proximidade com o vizinho.

Um importante aceno foi dado hoje, quando a deputada eleita e futura chanceler Diana Mondino se deslocou ao Brasil pessoalmente para entregar o convite para que Lula compareça à posse de Milei, no próximo dia 10. O documento foi entregue ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O chanceler disse que ainda não teve oportunidade de conversar sobre o assunto com o presidente, que estará de volta de compromissos internacionais na data, mas que aguardará suas instruções.

Diana Mondino, futura chanceler do governo Milei, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para convidar Lula à cerimônia de posse. Foto: divulgação

Dificilmente Lula mudará de opinião e resolverá comparecer à cerimônia. Até porque o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Milei, também foi convidado para o evento. De forma elegante, Vieira disse há pouco que os argentinos têm o direito de convidar quem desejarem, mas de forma mais discreta ainda comentou que costuma haver diferenças muito claras de tratamento para atuais e ex-mandatários em ocasiões como essa.

Além da assimetria ideológica entre Milei (candidato de ultradireita) e Lula (considerado de centro-esquerda), foi mais ameno também o tom em relação ao futuro do Mercosul. Durante a campanha, o argentino criticou várias vezes o bloco e, agora, sua emissária diz que é preciso valorizar a união da região. Ela discutiu ainda com o chanceler brasileiro - dando sinais positivos - sobre o tratado comercial do Mercosul com a União Europeia (UE), algo que era criticado igualmente pelo candidato.

Mesmo que o novo presidente continuasse sua linha mais dura em relação ao Brasil, é certo que os setores empresariais e da agricultura deixariam a política de lado e continuariam a focar em seus negócios. Empresários costumam ser pragmáticos e, neste caso, já tinham passado por uma situação semelhante, mas ao contrário: durante os mandatos concomitantes de Bolsonaro (direita), no Brasil, e de Alberto Fernández (esquerda), na Argentina.

Resta saber agora se será esse Milei que permanecerá nos anos de mandato e, principalmente, como a base que o elegeu interpretará essa guinada de comportamento mesmo antes de tomar posse. Muitos eleitos que tentaram se dissociar de seus “personagens de campanha” foram cobrados pelo eleitorado na sequência e tiveram de amenizar o tom. A ver que caminho o argentino seguirá nos próximos meses.

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