CARTUM, SUDÃO - O Conselho Militar no poder do Sudão prometeu neste sábado, 6, "aplicar" e "preservar" um acordo alcançado com as lideranças dos protestos, que define as principais linhas da futura fase de transição e que levou os manifestantes a suspenderem a campanha de desobediência civil.
"O Conselho Militar se compromete a preservar o acordado, e a velar por sua aplicação", informou em um discurso televisionado o chefe do Conselho Militar de transição, Abdel Fatah al Burhan.
Os generais e as lideranças dos protestos aceitaram na última sexta uma presidência alternativa à frente de um "Conselho Soberano", a futura instância encarregada de dirigir uma transição política durante três anos.
A iniciativa, auspiciada por mediadores da Etiópia e da União Africana, representa uma distensão após vários meses de embates, que levaram à destituição pelo exército do presidente Omar al Bashir, em abril.
O Conselho Soberano será composto por cinco militares e seis civis, cinco deles vindos da Aliança pela Liberdade e Mudança, líder dos protestos. Segundo os termos do acordo, os militares irão presidir a transição durante 21 meses e, depois, os civis irão assumir espaço por 18 meses.
Os Estados Unidos celebrou neste sábado a saída encontrada para crise, afirmando que considera uma "etapa importante" para a transição no Sudão.
O texto final do acordo está sendo redigido por um comitê de especialistas, mas deverá estar pronto para ser assinado a partir da próxima semana.