WASHINGTON - A cidade americana de Minneapolis anunciou na última sexta-feira, 31, que aprovou um projeto de reforma policial, quase três anos depois que George Floyd morreu asfixiado pela pressão do joelho de um policial. A morte de Floyd gerou protestos em todo o país e no mundo, sob o lema Black Lives Matter.
Na época, a polícia municipal foi duramente criticada por seus métodos, e uma investigação concluiu no ano passado que o drama ocorreu em um contexto de discriminação racial generalizada dentro das forças de segurança de Minneapolis.
“Hoje, confrontamos nosso passado e avançamos com uma estratégia para uma mudança significativa em nossa cidade”, informou o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey. “Nosso objetivo primordial será construir um enfoque melhor e mais justo para a vigilância e segurança da comunidade em Minneapolis.”
O acordo assinado entre a prefeitura de Minneapolis e o Departamento de Direitos Humanos de Minnesota entrará em vigor assim que for ratificado por um tribunal. O texto, de mais de 140 páginas, determina que a policia não pare mais veículos por certas infrações menores, e que a força seja usada apenas se necessário, e “de forma proporcional à ameaça recebida”.
Além disso, armas de choque do tipo Taser devem ser usadas apenas se a polícia tiver um motivo para realizar uma prisão, e se for necessário para proteger o policial, o indivíduo ou um terceiro.
A agência estadual lançou sua investigação logo depois que Derek Chauvin, um policial branco, se ajoelhou no pescoço de Floyd por 9 minutos e meio em 25 de maio de 2020, desconsiderando os apelos do homem negro de que ele não conseguia respirar. A morte de Floyd provocou protestos generalizados em todo o mundo, forçou um acerto de contas nacional sobre a injustiça racial e obrigou a uma revisão do Departamento de Polícia de Minneapolis.
Chauvin foi condenado por assassinato. Ele e três outros policiais no local estão cumprindo penas de prisão.
“Não chegamos aqui da noite para o dia e a mudança também não acontecerá da noite para o dia”, disse Frey. “Esse problema que enfrentamos agora se apoderou de muitas gerações, muitos governos, prefeitos e chefes, e claramente nossas comunidades negras e pardas sofreram o peso disso.”
O advogado de direitos civis Ben Crump e outros advogados que ganharam um acordo de US$ 27 milhões para a família Floyd chamaram o acordo de “monumental” e o “resultado de anos de desgosto e defesa daqueles afetados pelas políticas e práticas inadequadas do Departamento de Polícia de Minneapolis”.
O Departamento de Justiça dos EUA ainda está investigando se a polícia de Minneapolis se envolveu em um padrão ou prática de discriminação. Essa investigação pode levar a um acordo separado com a cidade, conhecido como decreto de consentimento. As autoridades da cidade não puderam fornecer informações sobre a situação./AFP e AP