Moedas romanas consideradas falsas há séculos ganham nova apreciação


Uma nova pesquisa sugere que as moedas, de ouro, encontradas em 1713 e há muito qualificadas como falsificações podem ser autênticas

Por April Rubin

Em 1713, um inspetor de medalhas documentou a aquisição de oito moedas romanas que haviam sido enterradas na Transilvânia. Por séculos, especialistas acreditaram que elas fossem falsificações — e mal feitas.

As moedas exibiam imagens de um líder de outra maneira desconhecido e características que diferiam de outras moedas romanas de meados do século 3. Mas agora pesquisadores que reexaminaram as moedas, guardadas em uma coleção na Universidade de Glasgow, afirmam que elas podem ser de fato autênticas.

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O design das moedas era incompatível com o período de tempo, e o homem retratado nelas, Sponsianus, estava em grande medida perdido na história. As moedas incluíam referências a “lendas torpes e temas historicamente mesclados”, afirmaram especialistas.

Imagem cedida pela Universidade de Glasgow mostra moeda de ouro com a imagem de Sponsianus, uma personalidade obscura de Roma. Historiadores acreditam que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período Foto: Universidade de Glasgow / via AFP - 24/11/2022

Mas uma pesquisa publicada na quarta-feira na revista científica PLOS ONE postulou que as moedas — e Sponsianus — merecem outra consideração.

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Usando tecnologia moderna de imagem, os pesquisadores afirmaram ter encontrado “padrões profundos de microabrasão (…) normalmente associados a moedas que ficaram em circulação por um extenso período de tempo”. Além disso, os pesquisadores analisaram sedimentos de terra e descobriram que as moedas ficaram enterradas muito antes de ser exumadas.

As moedas também são incompatíveis com falsificações da época em que foram encontradas, afirmaram os pesquisadores.

“Se as moedas se provarem falsas, constituiriam um estudo de caso particularmente interessante em falsificação de antiguidades”, escreveram os cientistas. “Se forem autênticas, serão de claro interesse histórico.”

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O nome Sponsianus não teria sido uma escolha óbvia para falsificadores séculos depois de sua existência, já que ele foi uma figura obscura, constatou a equipe de pesquisa. Os cientistas esperavam que a pesquisa o trouxesse de volta ao foco como uma figura histórica menor. Na moeda, ele é retratado com uma coroa parecida com a usada por imperadores.

“Nada pode se saber sobre ele com certeza, mas as próprias moedas, juntamente com a procedência registrada por Heraeus, fornecem pistas a respeito de seu possível lugar na história”, escreveram os pesquisadores em referência a Sponsianuse Carl Gustav Heraeus. Foi Heraeus, um inspetor de medalhas da Coleção Imperial em Viena, que documentou a aquisição das moedas em 1713.

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Historiadores do passado consideraram Sponsianus um usurpador histórico, que potencialmente fez uma tentativa de assumir poder durante as guerras civis que puseram fim ao reinado de outro imperador, Filipe. Agora, pesquisadores levantam a hipótese de que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período de conflito militar.

“Nossa evidência sugere que ele governou a Dácia Romana, um isolado posto avançado de mineração de ouro, em uma época na qual o império era acometido por guerras civis e as terras fronteiriças eram inundadas de invasores que as pilhavam”, afirmou em um comunicado Paul Pearson, o principal autor do artigo.

Um falsário de Viena ludibriava com frequência colecionadores no século 18, quando as moedas foram encontradas na Transilvânia, na atual Romênia, afirmaram os pesquisadores.

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Falsários da época usavam métodos artificiais de envelhecimento, como abrasão, para fazerem artefatos como moedas parecerem antigos. Arranhões superficiais e sedimentos de terra permitiram aos cientistas, incluindo Pearson, professor de geociências da University College London, constatar que os vestígios parecem naturais, levando-os a pensar que as moedas são autênticas.

“Sugerimos que a cunhagem da série de Sponsianus foi usada para pagar soldados e oficiais em ouro e prata ao peso; e então era trocada com alto valor por moedas imperiais comuns que já circulavam na província antes da época da crise”, afirma o artigo que relata a pesquisa.

Apesar das conclusões dos pesquisadores, alguns especialistas veem brechas nas descobertas. Em sua coluna no Suplemento Literário do Times, Mary Beard, professora de antiguidade clássica da Universidade de Cambridge, apontou para a composição das moedas como um dos fatores que levantam dúvidas sobre sua autenticidade. “Ainda há evidência muito poderosa de que elas são falsas”, escreveu ela. /NEW YORK TIMES, TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Em 1713, um inspetor de medalhas documentou a aquisição de oito moedas romanas que haviam sido enterradas na Transilvânia. Por séculos, especialistas acreditaram que elas fossem falsificações — e mal feitas.

As moedas exibiam imagens de um líder de outra maneira desconhecido e características que diferiam de outras moedas romanas de meados do século 3. Mas agora pesquisadores que reexaminaram as moedas, guardadas em uma coleção na Universidade de Glasgow, afirmam que elas podem ser de fato autênticas.

O design das moedas era incompatível com o período de tempo, e o homem retratado nelas, Sponsianus, estava em grande medida perdido na história. As moedas incluíam referências a “lendas torpes e temas historicamente mesclados”, afirmaram especialistas.

Imagem cedida pela Universidade de Glasgow mostra moeda de ouro com a imagem de Sponsianus, uma personalidade obscura de Roma. Historiadores acreditam que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período Foto: Universidade de Glasgow / via AFP - 24/11/2022

Mas uma pesquisa publicada na quarta-feira na revista científica PLOS ONE postulou que as moedas — e Sponsianus — merecem outra consideração.

Usando tecnologia moderna de imagem, os pesquisadores afirmaram ter encontrado “padrões profundos de microabrasão (…) normalmente associados a moedas que ficaram em circulação por um extenso período de tempo”. Além disso, os pesquisadores analisaram sedimentos de terra e descobriram que as moedas ficaram enterradas muito antes de ser exumadas.

As moedas também são incompatíveis com falsificações da época em que foram encontradas, afirmaram os pesquisadores.

“Se as moedas se provarem falsas, constituiriam um estudo de caso particularmente interessante em falsificação de antiguidades”, escreveram os cientistas. “Se forem autênticas, serão de claro interesse histórico.”

O nome Sponsianus não teria sido uma escolha óbvia para falsificadores séculos depois de sua existência, já que ele foi uma figura obscura, constatou a equipe de pesquisa. Os cientistas esperavam que a pesquisa o trouxesse de volta ao foco como uma figura histórica menor. Na moeda, ele é retratado com uma coroa parecida com a usada por imperadores.

“Nada pode se saber sobre ele com certeza, mas as próprias moedas, juntamente com a procedência registrada por Heraeus, fornecem pistas a respeito de seu possível lugar na história”, escreveram os pesquisadores em referência a Sponsianuse Carl Gustav Heraeus. Foi Heraeus, um inspetor de medalhas da Coleção Imperial em Viena, que documentou a aquisição das moedas em 1713.

Historiadores do passado consideraram Sponsianus um usurpador histórico, que potencialmente fez uma tentativa de assumir poder durante as guerras civis que puseram fim ao reinado de outro imperador, Filipe. Agora, pesquisadores levantam a hipótese de que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período de conflito militar.

“Nossa evidência sugere que ele governou a Dácia Romana, um isolado posto avançado de mineração de ouro, em uma época na qual o império era acometido por guerras civis e as terras fronteiriças eram inundadas de invasores que as pilhavam”, afirmou em um comunicado Paul Pearson, o principal autor do artigo.

Um falsário de Viena ludibriava com frequência colecionadores no século 18, quando as moedas foram encontradas na Transilvânia, na atual Romênia, afirmaram os pesquisadores.

Falsários da época usavam métodos artificiais de envelhecimento, como abrasão, para fazerem artefatos como moedas parecerem antigos. Arranhões superficiais e sedimentos de terra permitiram aos cientistas, incluindo Pearson, professor de geociências da University College London, constatar que os vestígios parecem naturais, levando-os a pensar que as moedas são autênticas.

“Sugerimos que a cunhagem da série de Sponsianus foi usada para pagar soldados e oficiais em ouro e prata ao peso; e então era trocada com alto valor por moedas imperiais comuns que já circulavam na província antes da época da crise”, afirma o artigo que relata a pesquisa.

Apesar das conclusões dos pesquisadores, alguns especialistas veem brechas nas descobertas. Em sua coluna no Suplemento Literário do Times, Mary Beard, professora de antiguidade clássica da Universidade de Cambridge, apontou para a composição das moedas como um dos fatores que levantam dúvidas sobre sua autenticidade. “Ainda há evidência muito poderosa de que elas são falsas”, escreveu ela. /NEW YORK TIMES, TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Em 1713, um inspetor de medalhas documentou a aquisição de oito moedas romanas que haviam sido enterradas na Transilvânia. Por séculos, especialistas acreditaram que elas fossem falsificações — e mal feitas.

As moedas exibiam imagens de um líder de outra maneira desconhecido e características que diferiam de outras moedas romanas de meados do século 3. Mas agora pesquisadores que reexaminaram as moedas, guardadas em uma coleção na Universidade de Glasgow, afirmam que elas podem ser de fato autênticas.

O design das moedas era incompatível com o período de tempo, e o homem retratado nelas, Sponsianus, estava em grande medida perdido na história. As moedas incluíam referências a “lendas torpes e temas historicamente mesclados”, afirmaram especialistas.

Imagem cedida pela Universidade de Glasgow mostra moeda de ouro com a imagem de Sponsianus, uma personalidade obscura de Roma. Historiadores acreditam que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período Foto: Universidade de Glasgow / via AFP - 24/11/2022

Mas uma pesquisa publicada na quarta-feira na revista científica PLOS ONE postulou que as moedas — e Sponsianus — merecem outra consideração.

Usando tecnologia moderna de imagem, os pesquisadores afirmaram ter encontrado “padrões profundos de microabrasão (…) normalmente associados a moedas que ficaram em circulação por um extenso período de tempo”. Além disso, os pesquisadores analisaram sedimentos de terra e descobriram que as moedas ficaram enterradas muito antes de ser exumadas.

As moedas também são incompatíveis com falsificações da época em que foram encontradas, afirmaram os pesquisadores.

“Se as moedas se provarem falsas, constituiriam um estudo de caso particularmente interessante em falsificação de antiguidades”, escreveram os cientistas. “Se forem autênticas, serão de claro interesse histórico.”

O nome Sponsianus não teria sido uma escolha óbvia para falsificadores séculos depois de sua existência, já que ele foi uma figura obscura, constatou a equipe de pesquisa. Os cientistas esperavam que a pesquisa o trouxesse de volta ao foco como uma figura histórica menor. Na moeda, ele é retratado com uma coroa parecida com a usada por imperadores.

“Nada pode se saber sobre ele com certeza, mas as próprias moedas, juntamente com a procedência registrada por Heraeus, fornecem pistas a respeito de seu possível lugar na história”, escreveram os pesquisadores em referência a Sponsianuse Carl Gustav Heraeus. Foi Heraeus, um inspetor de medalhas da Coleção Imperial em Viena, que documentou a aquisição das moedas em 1713.

Historiadores do passado consideraram Sponsianus um usurpador histórico, que potencialmente fez uma tentativa de assumir poder durante as guerras civis que puseram fim ao reinado de outro imperador, Filipe. Agora, pesquisadores levantam a hipótese de que Sponsianus pode ter sido o oficial-comandante de uma província durante um período de conflito militar.

“Nossa evidência sugere que ele governou a Dácia Romana, um isolado posto avançado de mineração de ouro, em uma época na qual o império era acometido por guerras civis e as terras fronteiriças eram inundadas de invasores que as pilhavam”, afirmou em um comunicado Paul Pearson, o principal autor do artigo.

Um falsário de Viena ludibriava com frequência colecionadores no século 18, quando as moedas foram encontradas na Transilvânia, na atual Romênia, afirmaram os pesquisadores.

Falsários da época usavam métodos artificiais de envelhecimento, como abrasão, para fazerem artefatos como moedas parecerem antigos. Arranhões superficiais e sedimentos de terra permitiram aos cientistas, incluindo Pearson, professor de geociências da University College London, constatar que os vestígios parecem naturais, levando-os a pensar que as moedas são autênticas.

“Sugerimos que a cunhagem da série de Sponsianus foi usada para pagar soldados e oficiais em ouro e prata ao peso; e então era trocada com alto valor por moedas imperiais comuns que já circulavam na província antes da época da crise”, afirma o artigo que relata a pesquisa.

Apesar das conclusões dos pesquisadores, alguns especialistas veem brechas nas descobertas. Em sua coluna no Suplemento Literário do Times, Mary Beard, professora de antiguidade clássica da Universidade de Cambridge, apontou para a composição das moedas como um dos fatores que levantam dúvidas sobre sua autenticidade. “Ainda há evidência muito poderosa de que elas são falsas”, escreveu ela. /NEW YORK TIMES, TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

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