Monstro do Lago Ness? Entenda como uma foto de 1933, talvez de um cão, está ligada à lenda


Fotografia da suposta criatura alimentou as teorias sobre sua existência, mas céticos defendem que imagem retrata um cachorro, um pedaço de madeira ou até mesmo uma baleia

Por Samantha Drake

Em um ensolarado domingo na Escócia, no dia 12 de novembro de 1933, Hugh Gray fez sua habitual caminhada depois da igreja até o Lago Ness, perto de Inverness, onde o rio Ness deságua na extremidade norte.

Conforme ele posteriormente relatou ao Scottish Daily Record, ele percebeu um “objeto de dimensões consideráveis” emergindo dois ou três pés para fora da água, não muito longe dele. Gray resgatou sua volumosa câmera Kodak e bateu diversas fotografias do que parecia ser uma cauda de animal, em meio à água agitada, antes de desaparecer de vista.

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Gray enviou um relato sobre sua experiência ao jornal e encaminhou a única foto que ele tirou naquele dia que revelou. Ele acreditava ter capturado no filme, pela primeira vez, a misteriosa criatura havia sido vislumbrada dentro e ao redor do Lago Ness por séculos, disse Roland Watson, que analisou a foto de Gray em um artigo publicado no ano passado no Journal of Scientific Exploration.

A história de Gray se somou ao crescente número de relatos de uma criatura não identificável no Lago Ness, apelidado de Nessie, e sua foto ajudou a alimentar o frenesi de interesse que acabou se espalhando não apenas pela região, mas por todo o mundo. “A foto deu início à era moderna da caça [Nessie]. Até então, era apenas um mistério local”, disse Watson, autor de vários livros sobre o Monstro do Lago Ness, incluindo Photographs of the Loch Ness Monster: The Good, the Bad and the Ugly. “Noventa anos depois, a foto de Gray ainda é vista como uma das melhores.”

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E, ainda assim, caçadores, atualmente, não estão perto de obter uma imagem convincente da suposta criatura. Novas tecnologias, incluindo webcam, sonar, imagens de satélite e celulares dos visitantes do lago, até agora, falharam em capturar evidências conclusivas. A procura em massa mais recente, agendada para este fim de semana pelo Loch Ness Centre, irá colocar drones com câmeras infravermelho no ar e hidrofone para capturar sinais acústicos no lago. Watson disse que ele irá se juntar aos esforços.

Na análise dele, a foto de Gray, como a maioria das supostas imagens de Nessie, é sujeita à interpretação. Algumas pessoas enxergam um animal cercado por um jato d’água na imagem. Outras acreditam que mostra um cachorro labrador nadando na água com um pedaço de pau na boca. Um cisne mergulhando também é avistado por alguns.

Gray, um trabalhador da Foyers Aluminum Works, era “altamente respeitado” por seus colegas de trabalho e pela comunidade, de acordo com o artigo de Watson, mas céticos daquele tempo sustentavam de que ele simplesmente havia fotografado um pedaço de madeira flutuando ou possivelmente uma baleia. Sua foto, entretanto, baseou diversos desenvolvimentos significantes e influentes na história da caçada ao Nessie, que ocorreram com meses de diferença.

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Em abril de 1933, Aldie Mackay, uma gerente de um hotel, e o seu marido disseram que eles avistaram uma grande besta semelhante a uma baleia agitando a água do Lago Ness enquanto eles passavam de carro pela costa. Um artigo sobre o suposto encontro, publicado no Inverness Courier, foi a primeira descrição da criatura como um “monstro” e gerou cobertura internacional. Turistas logo começaram a visitar o local, esperando dar uma olhada na criatura.

Então, naquele verão, o londrino George Spicer, que estava de férias no local, relatou ter visto uma criatura de 1,80 a 2,5 metros com um longo pescoço atravessar a estrada enquanto ele estava dirigindo perto do Lago Ness. “Eu vi a presença mais próxima de um dragão ou um animal pré-histórico que eu já na minha vida”, escreveu ele em uma carta publicada pelo Courier.

“Aquilo atravessou a estrada cerca de 50 metros à minha frente e pareceu estar carregando um pequeno cordeiro ou algum tipo de animal.” A história de Spicer “cativou a imaginação da mídia, e o monstro do Lago Ness nasceu”, disse Gary Campbell, de Inverness, que comanda o Registro Oficial de Avistamentos de Monstros do Lago Ness.

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Fotografia de 2019 mostra o misterioso Lago Ness, perto de Fort Augustus, na Escócia. Entre os milhares de registros de supostos avistamentos, o primeira relato data do ano de 565. Foto: REUTERS/Russell Cheyne

A lista registra 1.148 avistamentos de uma criatura não identificada no lago e em terra. O primeiro deles data do ano de 565. A maioria dos relatos reportados, entretanto, foram feitos nos últimos 200 anos. Campbell lançou o registro depois que ele mesmo supostamente avisou a criatura em 1996, quando, conforme ele relatou ao The Washington Post, ele avisou “uma grande corcunda preta que desaparecia e reaparecia... Não era como nada que eu já tinha visto antes”.

O site de Campbell observa que muitos avistamentos em potencial podem ser facilmente desmascarados. O que aparenta ser uma criatura parecida com Nessi pode ser um barco, um rastro de um barco, um tronco de madeira ou outros detritos flutuantes, Campbell disse. Focas, lontras, enguias grandes, esturjões e bagres também foram confundidos com Nessie. Um registro acabou por ser um mergulhador do Google Maps.

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Watson disse que as interpretações variáveis de fotografia podem ser atribuídas à pareidolia, a tendência humana de dar à imagens ambíguas uma forma, um padrão ou um significado onde não existe.

Em 1934, a foto de Gray foi eclipsada na mente do público pela imagem conhecida como “fotografia do cirurgião”. Atribuída a um médico londrino, a foto mostra uma criatura de pescoço comprido e cabeça pequena saindo do lago. Tornou-se a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas - apesar do fato de que a foto foi revelada décadas depois como uma farsa, disse Watson.

A “fotografia do cirurgião” ficou famosa em 1934 e era a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas. Mais tarde, foi desmascarado como uma farsa. Foto: Arquivo/AP Photo
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Na década de 1930, muitas pessoas teorizaram que Nessie era uma serpente do mar que encontrou o caminho para o Lago Ness e ficou encurralada, disse Darren Naish, um zoologista afiliado com a Universidade de Southampton e fundador do blog Tetrapod Zoology, que estuda os fenômenos socioculturais em torno dos avistamentos de Nessie. As pessoas visitam o Lago Ness com uma “atenção expectante”, Naish disse. “Elas vão até lá esperando talvez ver um monstro.”

Segundo Naish, Gray também disse a jornalistas durante anos que ele havia visto Nessie em várias outras ocasiões antes de capturá-lo em filme, então ele provavelmente estava preparado para ver Nessie quando ele avistou o lago.

Mas a maior parte dos avistamentos de Nessie foram relatados por pessoas que não sabem o que estão vendo, disse Naish. Muitos nunca viram um cervo ou lontra nadando e não estão familiarizados com os padrões de ondas específicos do Lago Ness. Bem movimentado por barcos e outras embarcações, o lago é incomumente estreito para sua extensão e localizado em uma área com atividade sísmica, explicou.

Milhares de pessoas visitam Loch Ness todos os dias, disse Naish. “Se este é um animal real – mesmo que tenha sido o animal mais ilusório de todos os tempos – a quantidade de esforço que foi colocado neste ponto e a chance aleatória de as pessoas obterem fotos decentes [significa] que deveríamos ter imagens melhores do que nós temos.”

Gray, por sua vez, nunca tirou outra fotografia de Nessie como a primeira deste tipo que ele capturou em novembro de 1933. Mas o escocês manteve sua história sobre o que ele viu e o que ele acreditava que a foto retratava. Mesmo em 1960, escreveu Watson, não muito antes de Gray morrer, ele levou um criptozoologista direto ao local de sua foto fatídica e “falou do avistamento com convicção”.

Em um ensolarado domingo na Escócia, no dia 12 de novembro de 1933, Hugh Gray fez sua habitual caminhada depois da igreja até o Lago Ness, perto de Inverness, onde o rio Ness deságua na extremidade norte.

Conforme ele posteriormente relatou ao Scottish Daily Record, ele percebeu um “objeto de dimensões consideráveis” emergindo dois ou três pés para fora da água, não muito longe dele. Gray resgatou sua volumosa câmera Kodak e bateu diversas fotografias do que parecia ser uma cauda de animal, em meio à água agitada, antes de desaparecer de vista.

Gray enviou um relato sobre sua experiência ao jornal e encaminhou a única foto que ele tirou naquele dia que revelou. Ele acreditava ter capturado no filme, pela primeira vez, a misteriosa criatura havia sido vislumbrada dentro e ao redor do Lago Ness por séculos, disse Roland Watson, que analisou a foto de Gray em um artigo publicado no ano passado no Journal of Scientific Exploration.

A história de Gray se somou ao crescente número de relatos de uma criatura não identificável no Lago Ness, apelidado de Nessie, e sua foto ajudou a alimentar o frenesi de interesse que acabou se espalhando não apenas pela região, mas por todo o mundo. “A foto deu início à era moderna da caça [Nessie]. Até então, era apenas um mistério local”, disse Watson, autor de vários livros sobre o Monstro do Lago Ness, incluindo Photographs of the Loch Ness Monster: The Good, the Bad and the Ugly. “Noventa anos depois, a foto de Gray ainda é vista como uma das melhores.”

E, ainda assim, caçadores, atualmente, não estão perto de obter uma imagem convincente da suposta criatura. Novas tecnologias, incluindo webcam, sonar, imagens de satélite e celulares dos visitantes do lago, até agora, falharam em capturar evidências conclusivas. A procura em massa mais recente, agendada para este fim de semana pelo Loch Ness Centre, irá colocar drones com câmeras infravermelho no ar e hidrofone para capturar sinais acústicos no lago. Watson disse que ele irá se juntar aos esforços.

Na análise dele, a foto de Gray, como a maioria das supostas imagens de Nessie, é sujeita à interpretação. Algumas pessoas enxergam um animal cercado por um jato d’água na imagem. Outras acreditam que mostra um cachorro labrador nadando na água com um pedaço de pau na boca. Um cisne mergulhando também é avistado por alguns.

Gray, um trabalhador da Foyers Aluminum Works, era “altamente respeitado” por seus colegas de trabalho e pela comunidade, de acordo com o artigo de Watson, mas céticos daquele tempo sustentavam de que ele simplesmente havia fotografado um pedaço de madeira flutuando ou possivelmente uma baleia. Sua foto, entretanto, baseou diversos desenvolvimentos significantes e influentes na história da caçada ao Nessie, que ocorreram com meses de diferença.

Em abril de 1933, Aldie Mackay, uma gerente de um hotel, e o seu marido disseram que eles avistaram uma grande besta semelhante a uma baleia agitando a água do Lago Ness enquanto eles passavam de carro pela costa. Um artigo sobre o suposto encontro, publicado no Inverness Courier, foi a primeira descrição da criatura como um “monstro” e gerou cobertura internacional. Turistas logo começaram a visitar o local, esperando dar uma olhada na criatura.

Então, naquele verão, o londrino George Spicer, que estava de férias no local, relatou ter visto uma criatura de 1,80 a 2,5 metros com um longo pescoço atravessar a estrada enquanto ele estava dirigindo perto do Lago Ness. “Eu vi a presença mais próxima de um dragão ou um animal pré-histórico que eu já na minha vida”, escreveu ele em uma carta publicada pelo Courier.

“Aquilo atravessou a estrada cerca de 50 metros à minha frente e pareceu estar carregando um pequeno cordeiro ou algum tipo de animal.” A história de Spicer “cativou a imaginação da mídia, e o monstro do Lago Ness nasceu”, disse Gary Campbell, de Inverness, que comanda o Registro Oficial de Avistamentos de Monstros do Lago Ness.

Fotografia de 2019 mostra o misterioso Lago Ness, perto de Fort Augustus, na Escócia. Entre os milhares de registros de supostos avistamentos, o primeira relato data do ano de 565. Foto: REUTERS/Russell Cheyne

A lista registra 1.148 avistamentos de uma criatura não identificada no lago e em terra. O primeiro deles data do ano de 565. A maioria dos relatos reportados, entretanto, foram feitos nos últimos 200 anos. Campbell lançou o registro depois que ele mesmo supostamente avisou a criatura em 1996, quando, conforme ele relatou ao The Washington Post, ele avisou “uma grande corcunda preta que desaparecia e reaparecia... Não era como nada que eu já tinha visto antes”.

O site de Campbell observa que muitos avistamentos em potencial podem ser facilmente desmascarados. O que aparenta ser uma criatura parecida com Nessi pode ser um barco, um rastro de um barco, um tronco de madeira ou outros detritos flutuantes, Campbell disse. Focas, lontras, enguias grandes, esturjões e bagres também foram confundidos com Nessie. Um registro acabou por ser um mergulhador do Google Maps.

Watson disse que as interpretações variáveis de fotografia podem ser atribuídas à pareidolia, a tendência humana de dar à imagens ambíguas uma forma, um padrão ou um significado onde não existe.

Em 1934, a foto de Gray foi eclipsada na mente do público pela imagem conhecida como “fotografia do cirurgião”. Atribuída a um médico londrino, a foto mostra uma criatura de pescoço comprido e cabeça pequena saindo do lago. Tornou-se a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas - apesar do fato de que a foto foi revelada décadas depois como uma farsa, disse Watson.

A “fotografia do cirurgião” ficou famosa em 1934 e era a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas. Mais tarde, foi desmascarado como uma farsa. Foto: Arquivo/AP Photo

Na década de 1930, muitas pessoas teorizaram que Nessie era uma serpente do mar que encontrou o caminho para o Lago Ness e ficou encurralada, disse Darren Naish, um zoologista afiliado com a Universidade de Southampton e fundador do blog Tetrapod Zoology, que estuda os fenômenos socioculturais em torno dos avistamentos de Nessie. As pessoas visitam o Lago Ness com uma “atenção expectante”, Naish disse. “Elas vão até lá esperando talvez ver um monstro.”

Segundo Naish, Gray também disse a jornalistas durante anos que ele havia visto Nessie em várias outras ocasiões antes de capturá-lo em filme, então ele provavelmente estava preparado para ver Nessie quando ele avistou o lago.

Mas a maior parte dos avistamentos de Nessie foram relatados por pessoas que não sabem o que estão vendo, disse Naish. Muitos nunca viram um cervo ou lontra nadando e não estão familiarizados com os padrões de ondas específicos do Lago Ness. Bem movimentado por barcos e outras embarcações, o lago é incomumente estreito para sua extensão e localizado em uma área com atividade sísmica, explicou.

Milhares de pessoas visitam Loch Ness todos os dias, disse Naish. “Se este é um animal real – mesmo que tenha sido o animal mais ilusório de todos os tempos – a quantidade de esforço que foi colocado neste ponto e a chance aleatória de as pessoas obterem fotos decentes [significa] que deveríamos ter imagens melhores do que nós temos.”

Gray, por sua vez, nunca tirou outra fotografia de Nessie como a primeira deste tipo que ele capturou em novembro de 1933. Mas o escocês manteve sua história sobre o que ele viu e o que ele acreditava que a foto retratava. Mesmo em 1960, escreveu Watson, não muito antes de Gray morrer, ele levou um criptozoologista direto ao local de sua foto fatídica e “falou do avistamento com convicção”.

Em um ensolarado domingo na Escócia, no dia 12 de novembro de 1933, Hugh Gray fez sua habitual caminhada depois da igreja até o Lago Ness, perto de Inverness, onde o rio Ness deságua na extremidade norte.

Conforme ele posteriormente relatou ao Scottish Daily Record, ele percebeu um “objeto de dimensões consideráveis” emergindo dois ou três pés para fora da água, não muito longe dele. Gray resgatou sua volumosa câmera Kodak e bateu diversas fotografias do que parecia ser uma cauda de animal, em meio à água agitada, antes de desaparecer de vista.

Gray enviou um relato sobre sua experiência ao jornal e encaminhou a única foto que ele tirou naquele dia que revelou. Ele acreditava ter capturado no filme, pela primeira vez, a misteriosa criatura havia sido vislumbrada dentro e ao redor do Lago Ness por séculos, disse Roland Watson, que analisou a foto de Gray em um artigo publicado no ano passado no Journal of Scientific Exploration.

A história de Gray se somou ao crescente número de relatos de uma criatura não identificável no Lago Ness, apelidado de Nessie, e sua foto ajudou a alimentar o frenesi de interesse que acabou se espalhando não apenas pela região, mas por todo o mundo. “A foto deu início à era moderna da caça [Nessie]. Até então, era apenas um mistério local”, disse Watson, autor de vários livros sobre o Monstro do Lago Ness, incluindo Photographs of the Loch Ness Monster: The Good, the Bad and the Ugly. “Noventa anos depois, a foto de Gray ainda é vista como uma das melhores.”

E, ainda assim, caçadores, atualmente, não estão perto de obter uma imagem convincente da suposta criatura. Novas tecnologias, incluindo webcam, sonar, imagens de satélite e celulares dos visitantes do lago, até agora, falharam em capturar evidências conclusivas. A procura em massa mais recente, agendada para este fim de semana pelo Loch Ness Centre, irá colocar drones com câmeras infravermelho no ar e hidrofone para capturar sinais acústicos no lago. Watson disse que ele irá se juntar aos esforços.

Na análise dele, a foto de Gray, como a maioria das supostas imagens de Nessie, é sujeita à interpretação. Algumas pessoas enxergam um animal cercado por um jato d’água na imagem. Outras acreditam que mostra um cachorro labrador nadando na água com um pedaço de pau na boca. Um cisne mergulhando também é avistado por alguns.

Gray, um trabalhador da Foyers Aluminum Works, era “altamente respeitado” por seus colegas de trabalho e pela comunidade, de acordo com o artigo de Watson, mas céticos daquele tempo sustentavam de que ele simplesmente havia fotografado um pedaço de madeira flutuando ou possivelmente uma baleia. Sua foto, entretanto, baseou diversos desenvolvimentos significantes e influentes na história da caçada ao Nessie, que ocorreram com meses de diferença.

Em abril de 1933, Aldie Mackay, uma gerente de um hotel, e o seu marido disseram que eles avistaram uma grande besta semelhante a uma baleia agitando a água do Lago Ness enquanto eles passavam de carro pela costa. Um artigo sobre o suposto encontro, publicado no Inverness Courier, foi a primeira descrição da criatura como um “monstro” e gerou cobertura internacional. Turistas logo começaram a visitar o local, esperando dar uma olhada na criatura.

Então, naquele verão, o londrino George Spicer, que estava de férias no local, relatou ter visto uma criatura de 1,80 a 2,5 metros com um longo pescoço atravessar a estrada enquanto ele estava dirigindo perto do Lago Ness. “Eu vi a presença mais próxima de um dragão ou um animal pré-histórico que eu já na minha vida”, escreveu ele em uma carta publicada pelo Courier.

“Aquilo atravessou a estrada cerca de 50 metros à minha frente e pareceu estar carregando um pequeno cordeiro ou algum tipo de animal.” A história de Spicer “cativou a imaginação da mídia, e o monstro do Lago Ness nasceu”, disse Gary Campbell, de Inverness, que comanda o Registro Oficial de Avistamentos de Monstros do Lago Ness.

Fotografia de 2019 mostra o misterioso Lago Ness, perto de Fort Augustus, na Escócia. Entre os milhares de registros de supostos avistamentos, o primeira relato data do ano de 565. Foto: REUTERS/Russell Cheyne

A lista registra 1.148 avistamentos de uma criatura não identificada no lago e em terra. O primeiro deles data do ano de 565. A maioria dos relatos reportados, entretanto, foram feitos nos últimos 200 anos. Campbell lançou o registro depois que ele mesmo supostamente avisou a criatura em 1996, quando, conforme ele relatou ao The Washington Post, ele avisou “uma grande corcunda preta que desaparecia e reaparecia... Não era como nada que eu já tinha visto antes”.

O site de Campbell observa que muitos avistamentos em potencial podem ser facilmente desmascarados. O que aparenta ser uma criatura parecida com Nessi pode ser um barco, um rastro de um barco, um tronco de madeira ou outros detritos flutuantes, Campbell disse. Focas, lontras, enguias grandes, esturjões e bagres também foram confundidos com Nessie. Um registro acabou por ser um mergulhador do Google Maps.

Watson disse que as interpretações variáveis de fotografia podem ser atribuídas à pareidolia, a tendência humana de dar à imagens ambíguas uma forma, um padrão ou um significado onde não existe.

Em 1934, a foto de Gray foi eclipsada na mente do público pela imagem conhecida como “fotografia do cirurgião”. Atribuída a um médico londrino, a foto mostra uma criatura de pescoço comprido e cabeça pequena saindo do lago. Tornou-se a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas - apesar do fato de que a foto foi revelada décadas depois como uma farsa, disse Watson.

A “fotografia do cirurgião” ficou famosa em 1934 e era a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas. Mais tarde, foi desmascarado como uma farsa. Foto: Arquivo/AP Photo

Na década de 1930, muitas pessoas teorizaram que Nessie era uma serpente do mar que encontrou o caminho para o Lago Ness e ficou encurralada, disse Darren Naish, um zoologista afiliado com a Universidade de Southampton e fundador do blog Tetrapod Zoology, que estuda os fenômenos socioculturais em torno dos avistamentos de Nessie. As pessoas visitam o Lago Ness com uma “atenção expectante”, Naish disse. “Elas vão até lá esperando talvez ver um monstro.”

Segundo Naish, Gray também disse a jornalistas durante anos que ele havia visto Nessie em várias outras ocasiões antes de capturá-lo em filme, então ele provavelmente estava preparado para ver Nessie quando ele avistou o lago.

Mas a maior parte dos avistamentos de Nessie foram relatados por pessoas que não sabem o que estão vendo, disse Naish. Muitos nunca viram um cervo ou lontra nadando e não estão familiarizados com os padrões de ondas específicos do Lago Ness. Bem movimentado por barcos e outras embarcações, o lago é incomumente estreito para sua extensão e localizado em uma área com atividade sísmica, explicou.

Milhares de pessoas visitam Loch Ness todos os dias, disse Naish. “Se este é um animal real – mesmo que tenha sido o animal mais ilusório de todos os tempos – a quantidade de esforço que foi colocado neste ponto e a chance aleatória de as pessoas obterem fotos decentes [significa] que deveríamos ter imagens melhores do que nós temos.”

Gray, por sua vez, nunca tirou outra fotografia de Nessie como a primeira deste tipo que ele capturou em novembro de 1933. Mas o escocês manteve sua história sobre o que ele viu e o que ele acreditava que a foto retratava. Mesmo em 1960, escreveu Watson, não muito antes de Gray morrer, ele levou um criptozoologista direto ao local de sua foto fatídica e “falou do avistamento com convicção”.

Em um ensolarado domingo na Escócia, no dia 12 de novembro de 1933, Hugh Gray fez sua habitual caminhada depois da igreja até o Lago Ness, perto de Inverness, onde o rio Ness deságua na extremidade norte.

Conforme ele posteriormente relatou ao Scottish Daily Record, ele percebeu um “objeto de dimensões consideráveis” emergindo dois ou três pés para fora da água, não muito longe dele. Gray resgatou sua volumosa câmera Kodak e bateu diversas fotografias do que parecia ser uma cauda de animal, em meio à água agitada, antes de desaparecer de vista.

Gray enviou um relato sobre sua experiência ao jornal e encaminhou a única foto que ele tirou naquele dia que revelou. Ele acreditava ter capturado no filme, pela primeira vez, a misteriosa criatura havia sido vislumbrada dentro e ao redor do Lago Ness por séculos, disse Roland Watson, que analisou a foto de Gray em um artigo publicado no ano passado no Journal of Scientific Exploration.

A história de Gray se somou ao crescente número de relatos de uma criatura não identificável no Lago Ness, apelidado de Nessie, e sua foto ajudou a alimentar o frenesi de interesse que acabou se espalhando não apenas pela região, mas por todo o mundo. “A foto deu início à era moderna da caça [Nessie]. Até então, era apenas um mistério local”, disse Watson, autor de vários livros sobre o Monstro do Lago Ness, incluindo Photographs of the Loch Ness Monster: The Good, the Bad and the Ugly. “Noventa anos depois, a foto de Gray ainda é vista como uma das melhores.”

E, ainda assim, caçadores, atualmente, não estão perto de obter uma imagem convincente da suposta criatura. Novas tecnologias, incluindo webcam, sonar, imagens de satélite e celulares dos visitantes do lago, até agora, falharam em capturar evidências conclusivas. A procura em massa mais recente, agendada para este fim de semana pelo Loch Ness Centre, irá colocar drones com câmeras infravermelho no ar e hidrofone para capturar sinais acústicos no lago. Watson disse que ele irá se juntar aos esforços.

Na análise dele, a foto de Gray, como a maioria das supostas imagens de Nessie, é sujeita à interpretação. Algumas pessoas enxergam um animal cercado por um jato d’água na imagem. Outras acreditam que mostra um cachorro labrador nadando na água com um pedaço de pau na boca. Um cisne mergulhando também é avistado por alguns.

Gray, um trabalhador da Foyers Aluminum Works, era “altamente respeitado” por seus colegas de trabalho e pela comunidade, de acordo com o artigo de Watson, mas céticos daquele tempo sustentavam de que ele simplesmente havia fotografado um pedaço de madeira flutuando ou possivelmente uma baleia. Sua foto, entretanto, baseou diversos desenvolvimentos significantes e influentes na história da caçada ao Nessie, que ocorreram com meses de diferença.

Em abril de 1933, Aldie Mackay, uma gerente de um hotel, e o seu marido disseram que eles avistaram uma grande besta semelhante a uma baleia agitando a água do Lago Ness enquanto eles passavam de carro pela costa. Um artigo sobre o suposto encontro, publicado no Inverness Courier, foi a primeira descrição da criatura como um “monstro” e gerou cobertura internacional. Turistas logo começaram a visitar o local, esperando dar uma olhada na criatura.

Então, naquele verão, o londrino George Spicer, que estava de férias no local, relatou ter visto uma criatura de 1,80 a 2,5 metros com um longo pescoço atravessar a estrada enquanto ele estava dirigindo perto do Lago Ness. “Eu vi a presença mais próxima de um dragão ou um animal pré-histórico que eu já na minha vida”, escreveu ele em uma carta publicada pelo Courier.

“Aquilo atravessou a estrada cerca de 50 metros à minha frente e pareceu estar carregando um pequeno cordeiro ou algum tipo de animal.” A história de Spicer “cativou a imaginação da mídia, e o monstro do Lago Ness nasceu”, disse Gary Campbell, de Inverness, que comanda o Registro Oficial de Avistamentos de Monstros do Lago Ness.

Fotografia de 2019 mostra o misterioso Lago Ness, perto de Fort Augustus, na Escócia. Entre os milhares de registros de supostos avistamentos, o primeira relato data do ano de 565. Foto: REUTERS/Russell Cheyne

A lista registra 1.148 avistamentos de uma criatura não identificada no lago e em terra. O primeiro deles data do ano de 565. A maioria dos relatos reportados, entretanto, foram feitos nos últimos 200 anos. Campbell lançou o registro depois que ele mesmo supostamente avisou a criatura em 1996, quando, conforme ele relatou ao The Washington Post, ele avisou “uma grande corcunda preta que desaparecia e reaparecia... Não era como nada que eu já tinha visto antes”.

O site de Campbell observa que muitos avistamentos em potencial podem ser facilmente desmascarados. O que aparenta ser uma criatura parecida com Nessi pode ser um barco, um rastro de um barco, um tronco de madeira ou outros detritos flutuantes, Campbell disse. Focas, lontras, enguias grandes, esturjões e bagres também foram confundidos com Nessie. Um registro acabou por ser um mergulhador do Google Maps.

Watson disse que as interpretações variáveis de fotografia podem ser atribuídas à pareidolia, a tendência humana de dar à imagens ambíguas uma forma, um padrão ou um significado onde não existe.

Em 1934, a foto de Gray foi eclipsada na mente do público pela imagem conhecida como “fotografia do cirurgião”. Atribuída a um médico londrino, a foto mostra uma criatura de pescoço comprido e cabeça pequena saindo do lago. Tornou-se a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas - apesar do fato de que a foto foi revelada décadas depois como uma farsa, disse Watson.

A “fotografia do cirurgião” ficou famosa em 1934 e era a imagem icônica de Nessie na imaginação das pessoas. Mais tarde, foi desmascarado como uma farsa. Foto: Arquivo/AP Photo

Na década de 1930, muitas pessoas teorizaram que Nessie era uma serpente do mar que encontrou o caminho para o Lago Ness e ficou encurralada, disse Darren Naish, um zoologista afiliado com a Universidade de Southampton e fundador do blog Tetrapod Zoology, que estuda os fenômenos socioculturais em torno dos avistamentos de Nessie. As pessoas visitam o Lago Ness com uma “atenção expectante”, Naish disse. “Elas vão até lá esperando talvez ver um monstro.”

Segundo Naish, Gray também disse a jornalistas durante anos que ele havia visto Nessie em várias outras ocasiões antes de capturá-lo em filme, então ele provavelmente estava preparado para ver Nessie quando ele avistou o lago.

Mas a maior parte dos avistamentos de Nessie foram relatados por pessoas que não sabem o que estão vendo, disse Naish. Muitos nunca viram um cervo ou lontra nadando e não estão familiarizados com os padrões de ondas específicos do Lago Ness. Bem movimentado por barcos e outras embarcações, o lago é incomumente estreito para sua extensão e localizado em uma área com atividade sísmica, explicou.

Milhares de pessoas visitam Loch Ness todos os dias, disse Naish. “Se este é um animal real – mesmo que tenha sido o animal mais ilusório de todos os tempos – a quantidade de esforço que foi colocado neste ponto e a chance aleatória de as pessoas obterem fotos decentes [significa] que deveríamos ter imagens melhores do que nós temos.”

Gray, por sua vez, nunca tirou outra fotografia de Nessie como a primeira deste tipo que ele capturou em novembro de 1933. Mas o escocês manteve sua história sobre o que ele viu e o que ele acreditava que a foto retratava. Mesmo em 1960, escreveu Watson, não muito antes de Gray morrer, ele levou um criptozoologista direto ao local de sua foto fatídica e “falou do avistamento com convicção”.

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