Morre ex-presidente do Egito Hosni Mubarak aos 91 anos


Líder egípcio comandou o país de 1981 a 2011, até ser deposto por militares após protestos da Primavera Árabe

Por Redação
Atualização:

CAIRO - O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, morreu nesta terça-feira, 25, aos 91 anos. O ditador comandou o país por quase 30 anos e só deixou o governo após a Primavera Árabe, em 2011, em uma onda de protestos pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. A TV estatal do Egito afirmou que Mubarak morreu em um hospital do Cairo, onde havia passado por uma cirurgia não especificada. Ele também tinha complicações de saúde decorrentes da idade. 

Hosni Mubarak graduou-se pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea Egípcia em 1950, da qual foi comandante-chefe a partir de 1972. Seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel em 1973 lhe rendeu o cargo de marechal, concedido um ano depois.

Depois de 30 anos como presidente do Egito, Hosni Mubarak foi forçado a renunciar em 2011 Foto: AP Photo/Amr Nabil
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Em 1975, o presidente Muhammad Anuar el Sadat nomeou Mubarak como seu vice-presidente. Ele estava no cargo em 6 de outubro de 1981, quando sua vida teve uma reviravolta. Vestido de uniforme junto a Sadat durante um desfile militar, Mubarak escapa dos disparos efetuados por islâmicos ao então presidente egípcio. 

Levemente ferido durante o atentado, o ex-piloto militar, conhecido por sua saúde de ferro e seu estilo de vida austero, substitui o presidente morto. O posto de presidente foi renovado por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999. Durante sua longa carreira, Mubarak escapou de pelo menos outras seis tentativas de assassinato. 

Ao longo de seu governo, Mubarak foi um importante aliado dos EUA e defensor da paz do Egito com Israel. Um forte aparato policial e um partido a seu serviço se tornaram suas principais demonstrações de seu poder. 

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Ficou três décadas como mandatário do seu país, durante os quais o estado de emergência se manteve sempre em vigor. Muito antes da sua queda, seus detratores lhe acusavam de ser corrupto, diziam que lhe faltava carisma e que não soube levar adiante as reformas necessárias. 

Hosni Mubarak enquanto era presidente em 2005 Foto: MIKE NELSON / POOL / AFP

Para as dezenas de milhares de jovens egípcios que tomaram as ruas do país em 2011, Mubarak e seu governo de "mãos de ferro" eram incompatíveis com os novos tempos. A inspiração veio de países do norte da África e do Oriente Médio, que organizavam protestos para derrubar os governos e instalarem democracias. 

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Com forte uso das redes sociais, multidões pediam a renúncia do presidente em protestos que deixaram pelo menos 239 mortos. No final, com milhões reunidos na capital e no interior, os militares decidiram pressioná-lo para que deixasse o poder. Mubarak teve de renunciar, o que fez dele o segundo governante da região a cair pela Primavera Árabe, após o tunisiano Zine El Abidin Ben Ali. 

Mubarak foi preso em abril de 2011, dois meses após deixar o governo, condenado por desvio de recursos. Ele ficou em prisões e em hospitais militares sob forte vigilância até março de 2017, quando foi solto. Nos últimos anos, aparecia sempre doente diante de tribunais, transportado por meio de uma maca. Seu estado de saúde abriu espaço a diversos rumores, como se estivesse sofrendo de depressão profunda, câncer, problemas cardiovasculares ou respiratórios. / AFP

CAIRO - O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, morreu nesta terça-feira, 25, aos 91 anos. O ditador comandou o país por quase 30 anos e só deixou o governo após a Primavera Árabe, em 2011, em uma onda de protestos pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. A TV estatal do Egito afirmou que Mubarak morreu em um hospital do Cairo, onde havia passado por uma cirurgia não especificada. Ele também tinha complicações de saúde decorrentes da idade. 

Hosni Mubarak graduou-se pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea Egípcia em 1950, da qual foi comandante-chefe a partir de 1972. Seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel em 1973 lhe rendeu o cargo de marechal, concedido um ano depois.

Depois de 30 anos como presidente do Egito, Hosni Mubarak foi forçado a renunciar em 2011 Foto: AP Photo/Amr Nabil

Em 1975, o presidente Muhammad Anuar el Sadat nomeou Mubarak como seu vice-presidente. Ele estava no cargo em 6 de outubro de 1981, quando sua vida teve uma reviravolta. Vestido de uniforme junto a Sadat durante um desfile militar, Mubarak escapa dos disparos efetuados por islâmicos ao então presidente egípcio. 

Levemente ferido durante o atentado, o ex-piloto militar, conhecido por sua saúde de ferro e seu estilo de vida austero, substitui o presidente morto. O posto de presidente foi renovado por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999. Durante sua longa carreira, Mubarak escapou de pelo menos outras seis tentativas de assassinato. 

Ao longo de seu governo, Mubarak foi um importante aliado dos EUA e defensor da paz do Egito com Israel. Um forte aparato policial e um partido a seu serviço se tornaram suas principais demonstrações de seu poder. 

Ficou três décadas como mandatário do seu país, durante os quais o estado de emergência se manteve sempre em vigor. Muito antes da sua queda, seus detratores lhe acusavam de ser corrupto, diziam que lhe faltava carisma e que não soube levar adiante as reformas necessárias. 

Hosni Mubarak enquanto era presidente em 2005 Foto: MIKE NELSON / POOL / AFP

Para as dezenas de milhares de jovens egípcios que tomaram as ruas do país em 2011, Mubarak e seu governo de "mãos de ferro" eram incompatíveis com os novos tempos. A inspiração veio de países do norte da África e do Oriente Médio, que organizavam protestos para derrubar os governos e instalarem democracias. 

Com forte uso das redes sociais, multidões pediam a renúncia do presidente em protestos que deixaram pelo menos 239 mortos. No final, com milhões reunidos na capital e no interior, os militares decidiram pressioná-lo para que deixasse o poder. Mubarak teve de renunciar, o que fez dele o segundo governante da região a cair pela Primavera Árabe, após o tunisiano Zine El Abidin Ben Ali. 

Mubarak foi preso em abril de 2011, dois meses após deixar o governo, condenado por desvio de recursos. Ele ficou em prisões e em hospitais militares sob forte vigilância até março de 2017, quando foi solto. Nos últimos anos, aparecia sempre doente diante de tribunais, transportado por meio de uma maca. Seu estado de saúde abriu espaço a diversos rumores, como se estivesse sofrendo de depressão profunda, câncer, problemas cardiovasculares ou respiratórios. / AFP

CAIRO - O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, morreu nesta terça-feira, 25, aos 91 anos. O ditador comandou o país por quase 30 anos e só deixou o governo após a Primavera Árabe, em 2011, em uma onda de protestos pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. A TV estatal do Egito afirmou que Mubarak morreu em um hospital do Cairo, onde havia passado por uma cirurgia não especificada. Ele também tinha complicações de saúde decorrentes da idade. 

Hosni Mubarak graduou-se pela Academia Militar em 1949 e pela Academia da Força Aérea Egípcia em 1950, da qual foi comandante-chefe a partir de 1972. Seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel em 1973 lhe rendeu o cargo de marechal, concedido um ano depois.

Depois de 30 anos como presidente do Egito, Hosni Mubarak foi forçado a renunciar em 2011 Foto: AP Photo/Amr Nabil

Em 1975, o presidente Muhammad Anuar el Sadat nomeou Mubarak como seu vice-presidente. Ele estava no cargo em 6 de outubro de 1981, quando sua vida teve uma reviravolta. Vestido de uniforme junto a Sadat durante um desfile militar, Mubarak escapa dos disparos efetuados por islâmicos ao então presidente egípcio. 

Levemente ferido durante o atentado, o ex-piloto militar, conhecido por sua saúde de ferro e seu estilo de vida austero, substitui o presidente morto. O posto de presidente foi renovado por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999. Durante sua longa carreira, Mubarak escapou de pelo menos outras seis tentativas de assassinato. 

Ao longo de seu governo, Mubarak foi um importante aliado dos EUA e defensor da paz do Egito com Israel. Um forte aparato policial e um partido a seu serviço se tornaram suas principais demonstrações de seu poder. 

Ficou três décadas como mandatário do seu país, durante os quais o estado de emergência se manteve sempre em vigor. Muito antes da sua queda, seus detratores lhe acusavam de ser corrupto, diziam que lhe faltava carisma e que não soube levar adiante as reformas necessárias. 

Hosni Mubarak enquanto era presidente em 2005 Foto: MIKE NELSON / POOL / AFP

Para as dezenas de milhares de jovens egípcios que tomaram as ruas do país em 2011, Mubarak e seu governo de "mãos de ferro" eram incompatíveis com os novos tempos. A inspiração veio de países do norte da África e do Oriente Médio, que organizavam protestos para derrubar os governos e instalarem democracias. 

Com forte uso das redes sociais, multidões pediam a renúncia do presidente em protestos que deixaram pelo menos 239 mortos. No final, com milhões reunidos na capital e no interior, os militares decidiram pressioná-lo para que deixasse o poder. Mubarak teve de renunciar, o que fez dele o segundo governante da região a cair pela Primavera Árabe, após o tunisiano Zine El Abidin Ben Ali. 

Mubarak foi preso em abril de 2011, dois meses após deixar o governo, condenado por desvio de recursos. Ele ficou em prisões e em hospitais militares sob forte vigilância até março de 2017, quando foi solto. Nos últimos anos, aparecia sempre doente diante de tribunais, transportado por meio de uma maca. Seu estado de saúde abriu espaço a diversos rumores, como se estivesse sofrendo de depressão profunda, câncer, problemas cardiovasculares ou respiratórios. / AFP

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