Morte da rainha Elizabeth II comove o Reino Unido e Charles III herda país em crise


Família real britânica confirmou a morte da monarca de 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia

Por Redação
Atualização:

“A rainha morreu. Viva o rei!” Foi olhando para frente que a premiê do Reino Unido, Liz Truss, terminou seu discurso nesta quinta-feira, 8, sobre a morte de Elizabeth II, uma tarefa histórica logo em seu segundo dia no cargo. A escolha das palavras reflete o desafio não só de seu governo, mas também do futuro monarca, o rei Charles III.

Acompanhe ao vivo a repercussão da morte da rainha Elizabeth II (conteúdo aberto).

Milhões de britânicos foram dormir órfãos de Elizabeth. Milhares se aglomeram diante do Palácio de Buckingham para se despedir da rainha, que ocupou o trono por 70 anos, o reinado mais longo da história britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral”, dizia a curta nota da Casa Real, em referência ao castelo na Escócia, sua residência de verão.

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O funeral será no próximo dia 18. A coroação de Charles ainda não tem data marcada, mas pode levar “alguns meses”, segundo fontes da Casa Real. A morte da rainha marca o fim de uma era em um país que enfrenta sua pior crise econômica em 40 anos. A inflação chegou aos dois dígitos e o custo de vida está nas alturas, ampliando temores de distúrbios sociais. Parte do problema está no reaquecimento da demanda pós-pandemia e da guerra na Ucrânia, mas é também um reflexo do Brexit.

Rainha Elizabeth II em uma de suas últimas fotos oficiais na terça-feira, 6 de setembro, antes de receber Liz Truss para confirmar a passagem de governo. Foto: Jane Barlow via REUTERS
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A rainha também deixa um reino à beira da fragmentação. Enquanto os nacionalistas escoceses se preparam para um novo referendo de independência, a Irlanda do Norte, lentamente, escorrega na direção da reunificação com a Irlanda, caso o governo de Truss não consiga renegociar o acordo de saída da União Europeia.

Outro desafio do rei será manter unida a comunidade britânica. Sem o mesmo carisma da mãe, Charles é impopular em várias partes do mundo. O movimento republicano australiano, por exemplo, ganhou força nos últimos anos e sugeriu uma mudança do sistema de governo assim que houvesse a troca de guarda no Palácio de Buckingham.

Biografia

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Nascida em 1926, entre as duas grandes guerras, Elizabeth Alexandra Mary não deveria ser rainha. Desde cedo, a coroa não estava nos planos. Um dia, porém, foi surpreendida com a notícia de que seu tio, o rei Edward VIII, havia se apaixonado pela americana Wallis Simpson, recentemente divorciada, e deveria abdicar se quisesse se casar. A partir daquele momento, a linha sucessória colocava a pequena Lilibeth, a duquesa de York, na rota do trono.

O rei seria seu pai, George VI. Ela tinha 10 anos e sua vida mudou. “É para sempre?”, perguntou a menina quando soube que teria de se mudar para o Palácio de Buckingham. Biógrafos contam que a possibilidade de se tornar rainha aterrorizava a garotinha. “Ela costumava rezar à noite para que a mãe (a rainha Elizabeth, então com 36 anos) tivesse um menino, para que ela não tivesse de ser rainha”, lembra a historiadora Sarah Bradford. Com o tempo, ela e Margaret, sua irmã caçula, foram se acostumando com a ideia – e gostando.

A metamorfose se completou no Dia da Vitória, em maio de 1945, quando uma pessoa completamente transformada apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Ela tinha 19 anos, estava madura e havia deixado a imagem de menina para trás. Acenando para os súditos, ao lado do pai, Elizabeth era o futuro do Reino Unido.

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Morre rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido

1 | 32

George VI ao lado das princesas Margareth e Elizabeth

2 | 32

Aniversário de 25 anos

Foto: -
3 | 32

Casamento de Elizabeth e Philip

4 | 32

Elizabeth e Philip no Palácio de Buckingham

5 | 32

Cerimônia de coroação de Elizabeth

6 | 32

Cerimônia de coroação de Elizabeth

7 | 32

Elizabeth e Harry Truman em Washington

8 | 32

Rainha Elizabeth e John Kennedy

Foto: AP/
9 | 32

Elizabeth II e seus dois filhos, Anne e Charles

Foto: AP/
10 | 32

A rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro, Sir Winston Churchill

Foto: AP/
11 | 32

Elizabeth nos EUA

12 | 32

Representante do Reino Unido na ONU

13 | 32

A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson

Foto: AP/
14 | 32

Líder da família real britânica

15 | 32

Rainha Elizabeth e o rei Pelé durante passagem pelo Brasil

Foto: ARQUIVO
16 | 32

Coroação do príncipe Charles

Foto: Uncredited
17 | 32

Rainha Elizabeth II durante passagem na Suíça

Foto: STR
18 | 32

Elizabeth e Diana

19 | 32

A realeza acompanhada do líder soviético Mikhail Gorbachev

Foto: ANDRE DE WET
20 | 32

Popularização da realeza

21 | 32

Líder da Commonwealth

22 | 32

Representante internacional

23 | 32

Relacionamento com líderes mundiais

24 | 32

Elizabeth II fotografada aos 70 anos

Foto: FIONA HANSON
25 | 32

Relação com líderes americanos

Foto: Linda Davidson
26 | 32

Rainha, avó e líder da família real

27 | 32

Relação da rainha Elizabeth II com personalidades artísticas

Foto: LEON NEAL
28 | 32

Angela Merkel e Elizabeth II

Foto: MICHAEL SOHN
29 | 32

Ícone da moda

Foto: Yui Mok
30 | 32

Crise de imagem

31 | 32

Elizabeth II empossa Liz Truss como primeira-ministra

Foto: Jane Barlow/Reuters
32 | 32

70 anos de reinado

Foto: CHRIS JACKSON

Casamento

Lentamente, a tímida princesa ia caindo nas graças dos britânicos. Com seus movimentos acompanhados de perto, era inevitável que surgissem, com o tempo, as primeiras fofocas sobre quem Lilibeth levaria para o altar. Ela, no entanto, já tinha um cadete da Marinha na sua alça de mira.

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Quando viu Philip Mountbatten pela primeira vez, Elizabeth tinha só 13 anos. Foi em 1939, durante visita ao Royal Naval College, em Dartmouth, acompanhando seu pai. “Ele tinha 18 anos”, escreveu a rainha, anos mais tarde, em uma carta publicada pelo tabloide The Mirror, em 2016.

Segundo a Vanity Fair, durante a visita, Philip foi convidado a tomar chá com a família real. Começava a paquera. Ele era filho de monarcas gregos, chegou a trocar cartas com a princesa durante a guerra, mas foi apenas em 1946 que pediu a mão de Elizabeth.

Rainha Elizabeth II e príncipe Philip acenam para seus súditos de sacada no Palácio de Buckingham. Foto: The New York Times
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O casamento só foi anunciado no ano seguinte, quando o casal apareceu em público pela primeira vez. Na mão esquerda, ele levava um anel de platina com seis diamantes, o maior tinha três quilates.

A cerimônia foi realizada no dia 20 de novembro de 1947, na abadia de Westminster. O convescote foi transmitido pela Rádio BBC e acompanhado por 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a realeza, foram 2.500 presentes e 10 mil telegramas saudando o casal.

O casamento de Elizabeth e Philip foi um dos primeiros acontecimentos globais que carregaram todas as características de um megaevento de celebridades. Para um país mergulhado na austeridade do pós-guerra, a festa foi um a pausa na penúria econômica. A jovem princesa rapidamente tornou-se o símbolo de uma nova geração sedenta para virar a página de um continente atormentado pela destruição.

Coroação

Elizabeth estava no Quênia, a caminho da Austrália, no inverno de 1952, quando recebeu a notícia da morte do pai. O rei não andava bem de saúde há algum tempo e ela e Philip cumpriam algumas funções reais, especialmente nas viagens longas pelo reino. “Meu pai morreu cedo. Não tive nenhuma preparação. Tive de aprender o ofício na marra”, diria Elizabeth mais tarde. “Sabia que a continuidade era importante, que era um trabalho para o resto da vida.”

Elizabeth acena após coroação. Foto: AP Photo/ Leslie Priest

Logo a rainha se acomodou ao trono. Com o tempo, além da dedicação às funções de Estado, ela ganhou fama por seu senso de humor. Dick Griffin, policial que durante anos serviu como segurança de Elizabeth, conta que ele e a rainha cruzaram certa vez com dois turistas americanos que caminhavam sem rumo pela propriedade de Balmoral, na Escócia.

“Ela sempre parava para dar um alô. Mas eles não a reconheceram”, disse Griffin, em entrevista à Skynews. Depois de alguns minutos de conversa, um deles perguntou a Elizabeth há quanto tempo ela frequentava Balmoral. “Quando a rainha disse que vinha ao castelo havia mais de 80 anos, o americano perguntou se ela já havia visto Elizabeth”, contou o policial.

“Eu não, mas o Dick aqui encontra com ela quase todo dia”, respondeu Elizabeth, para espanto dos americanos, que voltaram suas atenções para Griffin. “O senhor conhece a rainha? Como ela é?”, perguntaram. “Às vezes, ela é meio rabugenta, mas tem ótimo senso de humor”, respondeu o policial.

Outra paixão da rainha eram seus cães corgis – ela teve mais de 30, que tratou como se fossem da família. Elizabeth tinha o hábito de alimentá-los durante encontros formais, quando os biscoitinhos caninos eram servidos em uma bandeja de prata.

Segundo Robert Hardman, um dos biógrafos da rainha, em 2008, o secretário de Saúde Alan Johnson saiu do jantar maravilhado com a comida. Ele e o então representante britânico para o País de Gales, Paul Murphy, debatiam o cardápio na saída do Palácio de Buckingham. “Johnson comentou que havia amado o queijo e os biscoitos escuros”, escreve Hardman na biografia Queen of Our Times. “Paul respondeu: ‘Não, esses eram para os cachorros’.

“A rainha morreu. Viva o rei!” Foi olhando para frente que a premiê do Reino Unido, Liz Truss, terminou seu discurso nesta quinta-feira, 8, sobre a morte de Elizabeth II, uma tarefa histórica logo em seu segundo dia no cargo. A escolha das palavras reflete o desafio não só de seu governo, mas também do futuro monarca, o rei Charles III.

Acompanhe ao vivo a repercussão da morte da rainha Elizabeth II (conteúdo aberto).

Milhões de britânicos foram dormir órfãos de Elizabeth. Milhares se aglomeram diante do Palácio de Buckingham para se despedir da rainha, que ocupou o trono por 70 anos, o reinado mais longo da história britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral”, dizia a curta nota da Casa Real, em referência ao castelo na Escócia, sua residência de verão.

O funeral será no próximo dia 18. A coroação de Charles ainda não tem data marcada, mas pode levar “alguns meses”, segundo fontes da Casa Real. A morte da rainha marca o fim de uma era em um país que enfrenta sua pior crise econômica em 40 anos. A inflação chegou aos dois dígitos e o custo de vida está nas alturas, ampliando temores de distúrbios sociais. Parte do problema está no reaquecimento da demanda pós-pandemia e da guerra na Ucrânia, mas é também um reflexo do Brexit.

Rainha Elizabeth II em uma de suas últimas fotos oficiais na terça-feira, 6 de setembro, antes de receber Liz Truss para confirmar a passagem de governo. Foto: Jane Barlow via REUTERS

A rainha também deixa um reino à beira da fragmentação. Enquanto os nacionalistas escoceses se preparam para um novo referendo de independência, a Irlanda do Norte, lentamente, escorrega na direção da reunificação com a Irlanda, caso o governo de Truss não consiga renegociar o acordo de saída da União Europeia.

Outro desafio do rei será manter unida a comunidade britânica. Sem o mesmo carisma da mãe, Charles é impopular em várias partes do mundo. O movimento republicano australiano, por exemplo, ganhou força nos últimos anos e sugeriu uma mudança do sistema de governo assim que houvesse a troca de guarda no Palácio de Buckingham.

Biografia

Nascida em 1926, entre as duas grandes guerras, Elizabeth Alexandra Mary não deveria ser rainha. Desde cedo, a coroa não estava nos planos. Um dia, porém, foi surpreendida com a notícia de que seu tio, o rei Edward VIII, havia se apaixonado pela americana Wallis Simpson, recentemente divorciada, e deveria abdicar se quisesse se casar. A partir daquele momento, a linha sucessória colocava a pequena Lilibeth, a duquesa de York, na rota do trono.

O rei seria seu pai, George VI. Ela tinha 10 anos e sua vida mudou. “É para sempre?”, perguntou a menina quando soube que teria de se mudar para o Palácio de Buckingham. Biógrafos contam que a possibilidade de se tornar rainha aterrorizava a garotinha. “Ela costumava rezar à noite para que a mãe (a rainha Elizabeth, então com 36 anos) tivesse um menino, para que ela não tivesse de ser rainha”, lembra a historiadora Sarah Bradford. Com o tempo, ela e Margaret, sua irmã caçula, foram se acostumando com a ideia – e gostando.

A metamorfose se completou no Dia da Vitória, em maio de 1945, quando uma pessoa completamente transformada apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Ela tinha 19 anos, estava madura e havia deixado a imagem de menina para trás. Acenando para os súditos, ao lado do pai, Elizabeth era o futuro do Reino Unido.

Morre rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido

1 | 32

George VI ao lado das princesas Margareth e Elizabeth

2 | 32

Aniversário de 25 anos

Foto: -
3 | 32

Casamento de Elizabeth e Philip

4 | 32

Elizabeth e Philip no Palácio de Buckingham

5 | 32

Cerimônia de coroação de Elizabeth

6 | 32

Cerimônia de coroação de Elizabeth

7 | 32

Elizabeth e Harry Truman em Washington

8 | 32

Rainha Elizabeth e John Kennedy

Foto: AP/
9 | 32

Elizabeth II e seus dois filhos, Anne e Charles

Foto: AP/
10 | 32

A rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro, Sir Winston Churchill

Foto: AP/
11 | 32

Elizabeth nos EUA

12 | 32

Representante do Reino Unido na ONU

13 | 32

A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson

Foto: AP/
14 | 32

Líder da família real britânica

15 | 32

Rainha Elizabeth e o rei Pelé durante passagem pelo Brasil

Foto: ARQUIVO
16 | 32

Coroação do príncipe Charles

Foto: Uncredited
17 | 32

Rainha Elizabeth II durante passagem na Suíça

Foto: STR
18 | 32

Elizabeth e Diana

19 | 32

A realeza acompanhada do líder soviético Mikhail Gorbachev

Foto: ANDRE DE WET
20 | 32

Popularização da realeza

21 | 32

Líder da Commonwealth

22 | 32

Representante internacional

23 | 32

Relacionamento com líderes mundiais

24 | 32

Elizabeth II fotografada aos 70 anos

Foto: FIONA HANSON
25 | 32

Relação com líderes americanos

Foto: Linda Davidson
26 | 32

Rainha, avó e líder da família real

27 | 32

Relação da rainha Elizabeth II com personalidades artísticas

Foto: LEON NEAL
28 | 32

Angela Merkel e Elizabeth II

Foto: MICHAEL SOHN
29 | 32

Ícone da moda

Foto: Yui Mok
30 | 32

Crise de imagem

31 | 32

Elizabeth II empossa Liz Truss como primeira-ministra

Foto: Jane Barlow/Reuters
32 | 32

70 anos de reinado

Foto: CHRIS JACKSON

Casamento

Lentamente, a tímida princesa ia caindo nas graças dos britânicos. Com seus movimentos acompanhados de perto, era inevitável que surgissem, com o tempo, as primeiras fofocas sobre quem Lilibeth levaria para o altar. Ela, no entanto, já tinha um cadete da Marinha na sua alça de mira.

Quando viu Philip Mountbatten pela primeira vez, Elizabeth tinha só 13 anos. Foi em 1939, durante visita ao Royal Naval College, em Dartmouth, acompanhando seu pai. “Ele tinha 18 anos”, escreveu a rainha, anos mais tarde, em uma carta publicada pelo tabloide The Mirror, em 2016.

Segundo a Vanity Fair, durante a visita, Philip foi convidado a tomar chá com a família real. Começava a paquera. Ele era filho de monarcas gregos, chegou a trocar cartas com a princesa durante a guerra, mas foi apenas em 1946 que pediu a mão de Elizabeth.

Rainha Elizabeth II e príncipe Philip acenam para seus súditos de sacada no Palácio de Buckingham. Foto: The New York Times

O casamento só foi anunciado no ano seguinte, quando o casal apareceu em público pela primeira vez. Na mão esquerda, ele levava um anel de platina com seis diamantes, o maior tinha três quilates.

A cerimônia foi realizada no dia 20 de novembro de 1947, na abadia de Westminster. O convescote foi transmitido pela Rádio BBC e acompanhado por 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a realeza, foram 2.500 presentes e 10 mil telegramas saudando o casal.

O casamento de Elizabeth e Philip foi um dos primeiros acontecimentos globais que carregaram todas as características de um megaevento de celebridades. Para um país mergulhado na austeridade do pós-guerra, a festa foi um a pausa na penúria econômica. A jovem princesa rapidamente tornou-se o símbolo de uma nova geração sedenta para virar a página de um continente atormentado pela destruição.

Coroação

Elizabeth estava no Quênia, a caminho da Austrália, no inverno de 1952, quando recebeu a notícia da morte do pai. O rei não andava bem de saúde há algum tempo e ela e Philip cumpriam algumas funções reais, especialmente nas viagens longas pelo reino. “Meu pai morreu cedo. Não tive nenhuma preparação. Tive de aprender o ofício na marra”, diria Elizabeth mais tarde. “Sabia que a continuidade era importante, que era um trabalho para o resto da vida.”

Elizabeth acena após coroação. Foto: AP Photo/ Leslie Priest

Logo a rainha se acomodou ao trono. Com o tempo, além da dedicação às funções de Estado, ela ganhou fama por seu senso de humor. Dick Griffin, policial que durante anos serviu como segurança de Elizabeth, conta que ele e a rainha cruzaram certa vez com dois turistas americanos que caminhavam sem rumo pela propriedade de Balmoral, na Escócia.

“Ela sempre parava para dar um alô. Mas eles não a reconheceram”, disse Griffin, em entrevista à Skynews. Depois de alguns minutos de conversa, um deles perguntou a Elizabeth há quanto tempo ela frequentava Balmoral. “Quando a rainha disse que vinha ao castelo havia mais de 80 anos, o americano perguntou se ela já havia visto Elizabeth”, contou o policial.

“Eu não, mas o Dick aqui encontra com ela quase todo dia”, respondeu Elizabeth, para espanto dos americanos, que voltaram suas atenções para Griffin. “O senhor conhece a rainha? Como ela é?”, perguntaram. “Às vezes, ela é meio rabugenta, mas tem ótimo senso de humor”, respondeu o policial.

Outra paixão da rainha eram seus cães corgis – ela teve mais de 30, que tratou como se fossem da família. Elizabeth tinha o hábito de alimentá-los durante encontros formais, quando os biscoitinhos caninos eram servidos em uma bandeja de prata.

Segundo Robert Hardman, um dos biógrafos da rainha, em 2008, o secretário de Saúde Alan Johnson saiu do jantar maravilhado com a comida. Ele e o então representante britânico para o País de Gales, Paul Murphy, debatiam o cardápio na saída do Palácio de Buckingham. “Johnson comentou que havia amado o queijo e os biscoitos escuros”, escreve Hardman na biografia Queen of Our Times. “Paul respondeu: ‘Não, esses eram para os cachorros’.

“A rainha morreu. Viva o rei!” Foi olhando para frente que a premiê do Reino Unido, Liz Truss, terminou seu discurso nesta quinta-feira, 8, sobre a morte de Elizabeth II, uma tarefa histórica logo em seu segundo dia no cargo. A escolha das palavras reflete o desafio não só de seu governo, mas também do futuro monarca, o rei Charles III.

Acompanhe ao vivo a repercussão da morte da rainha Elizabeth II (conteúdo aberto).

Milhões de britânicos foram dormir órfãos de Elizabeth. Milhares se aglomeram diante do Palácio de Buckingham para se despedir da rainha, que ocupou o trono por 70 anos, o reinado mais longo da história britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral”, dizia a curta nota da Casa Real, em referência ao castelo na Escócia, sua residência de verão.

O funeral será no próximo dia 18. A coroação de Charles ainda não tem data marcada, mas pode levar “alguns meses”, segundo fontes da Casa Real. A morte da rainha marca o fim de uma era em um país que enfrenta sua pior crise econômica em 40 anos. A inflação chegou aos dois dígitos e o custo de vida está nas alturas, ampliando temores de distúrbios sociais. Parte do problema está no reaquecimento da demanda pós-pandemia e da guerra na Ucrânia, mas é também um reflexo do Brexit.

Rainha Elizabeth II em uma de suas últimas fotos oficiais na terça-feira, 6 de setembro, antes de receber Liz Truss para confirmar a passagem de governo. Foto: Jane Barlow via REUTERS

A rainha também deixa um reino à beira da fragmentação. Enquanto os nacionalistas escoceses se preparam para um novo referendo de independência, a Irlanda do Norte, lentamente, escorrega na direção da reunificação com a Irlanda, caso o governo de Truss não consiga renegociar o acordo de saída da União Europeia.

Outro desafio do rei será manter unida a comunidade britânica. Sem o mesmo carisma da mãe, Charles é impopular em várias partes do mundo. O movimento republicano australiano, por exemplo, ganhou força nos últimos anos e sugeriu uma mudança do sistema de governo assim que houvesse a troca de guarda no Palácio de Buckingham.

Biografia

Nascida em 1926, entre as duas grandes guerras, Elizabeth Alexandra Mary não deveria ser rainha. Desde cedo, a coroa não estava nos planos. Um dia, porém, foi surpreendida com a notícia de que seu tio, o rei Edward VIII, havia se apaixonado pela americana Wallis Simpson, recentemente divorciada, e deveria abdicar se quisesse se casar. A partir daquele momento, a linha sucessória colocava a pequena Lilibeth, a duquesa de York, na rota do trono.

O rei seria seu pai, George VI. Ela tinha 10 anos e sua vida mudou. “É para sempre?”, perguntou a menina quando soube que teria de se mudar para o Palácio de Buckingham. Biógrafos contam que a possibilidade de se tornar rainha aterrorizava a garotinha. “Ela costumava rezar à noite para que a mãe (a rainha Elizabeth, então com 36 anos) tivesse um menino, para que ela não tivesse de ser rainha”, lembra a historiadora Sarah Bradford. Com o tempo, ela e Margaret, sua irmã caçula, foram se acostumando com a ideia – e gostando.

A metamorfose se completou no Dia da Vitória, em maio de 1945, quando uma pessoa completamente transformada apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Ela tinha 19 anos, estava madura e havia deixado a imagem de menina para trás. Acenando para os súditos, ao lado do pai, Elizabeth era o futuro do Reino Unido.

Morre rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido

1 | 32

George VI ao lado das princesas Margareth e Elizabeth

2 | 32

Aniversário de 25 anos

Foto: -
3 | 32

Casamento de Elizabeth e Philip

4 | 32

Elizabeth e Philip no Palácio de Buckingham

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Elizabeth e Harry Truman em Washington

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Rainha Elizabeth e John Kennedy

Foto: AP/
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Elizabeth II e seus dois filhos, Anne e Charles

Foto: AP/
10 | 32

A rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro, Sir Winston Churchill

Foto: AP/
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Elizabeth nos EUA

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Representante do Reino Unido na ONU

13 | 32

A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson

Foto: AP/
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Líder da família real britânica

15 | 32

Rainha Elizabeth e o rei Pelé durante passagem pelo Brasil

Foto: ARQUIVO
16 | 32

Coroação do príncipe Charles

Foto: Uncredited
17 | 32

Rainha Elizabeth II durante passagem na Suíça

Foto: STR
18 | 32

Elizabeth e Diana

19 | 32

A realeza acompanhada do líder soviético Mikhail Gorbachev

Foto: ANDRE DE WET
20 | 32

Popularização da realeza

21 | 32

Líder da Commonwealth

22 | 32

Representante internacional

23 | 32

Relacionamento com líderes mundiais

24 | 32

Elizabeth II fotografada aos 70 anos

Foto: FIONA HANSON
25 | 32

Relação com líderes americanos

Foto: Linda Davidson
26 | 32

Rainha, avó e líder da família real

27 | 32

Relação da rainha Elizabeth II com personalidades artísticas

Foto: LEON NEAL
28 | 32

Angela Merkel e Elizabeth II

Foto: MICHAEL SOHN
29 | 32

Ícone da moda

Foto: Yui Mok
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Crise de imagem

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Elizabeth II empossa Liz Truss como primeira-ministra

Foto: Jane Barlow/Reuters
32 | 32

70 anos de reinado

Foto: CHRIS JACKSON

Casamento

Lentamente, a tímida princesa ia caindo nas graças dos britânicos. Com seus movimentos acompanhados de perto, era inevitável que surgissem, com o tempo, as primeiras fofocas sobre quem Lilibeth levaria para o altar. Ela, no entanto, já tinha um cadete da Marinha na sua alça de mira.

Quando viu Philip Mountbatten pela primeira vez, Elizabeth tinha só 13 anos. Foi em 1939, durante visita ao Royal Naval College, em Dartmouth, acompanhando seu pai. “Ele tinha 18 anos”, escreveu a rainha, anos mais tarde, em uma carta publicada pelo tabloide The Mirror, em 2016.

Segundo a Vanity Fair, durante a visita, Philip foi convidado a tomar chá com a família real. Começava a paquera. Ele era filho de monarcas gregos, chegou a trocar cartas com a princesa durante a guerra, mas foi apenas em 1946 que pediu a mão de Elizabeth.

Rainha Elizabeth II e príncipe Philip acenam para seus súditos de sacada no Palácio de Buckingham. Foto: The New York Times

O casamento só foi anunciado no ano seguinte, quando o casal apareceu em público pela primeira vez. Na mão esquerda, ele levava um anel de platina com seis diamantes, o maior tinha três quilates.

A cerimônia foi realizada no dia 20 de novembro de 1947, na abadia de Westminster. O convescote foi transmitido pela Rádio BBC e acompanhado por 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a realeza, foram 2.500 presentes e 10 mil telegramas saudando o casal.

O casamento de Elizabeth e Philip foi um dos primeiros acontecimentos globais que carregaram todas as características de um megaevento de celebridades. Para um país mergulhado na austeridade do pós-guerra, a festa foi um a pausa na penúria econômica. A jovem princesa rapidamente tornou-se o símbolo de uma nova geração sedenta para virar a página de um continente atormentado pela destruição.

Coroação

Elizabeth estava no Quênia, a caminho da Austrália, no inverno de 1952, quando recebeu a notícia da morte do pai. O rei não andava bem de saúde há algum tempo e ela e Philip cumpriam algumas funções reais, especialmente nas viagens longas pelo reino. “Meu pai morreu cedo. Não tive nenhuma preparação. Tive de aprender o ofício na marra”, diria Elizabeth mais tarde. “Sabia que a continuidade era importante, que era um trabalho para o resto da vida.”

Elizabeth acena após coroação. Foto: AP Photo/ Leslie Priest

Logo a rainha se acomodou ao trono. Com o tempo, além da dedicação às funções de Estado, ela ganhou fama por seu senso de humor. Dick Griffin, policial que durante anos serviu como segurança de Elizabeth, conta que ele e a rainha cruzaram certa vez com dois turistas americanos que caminhavam sem rumo pela propriedade de Balmoral, na Escócia.

“Ela sempre parava para dar um alô. Mas eles não a reconheceram”, disse Griffin, em entrevista à Skynews. Depois de alguns minutos de conversa, um deles perguntou a Elizabeth há quanto tempo ela frequentava Balmoral. “Quando a rainha disse que vinha ao castelo havia mais de 80 anos, o americano perguntou se ela já havia visto Elizabeth”, contou o policial.

“Eu não, mas o Dick aqui encontra com ela quase todo dia”, respondeu Elizabeth, para espanto dos americanos, que voltaram suas atenções para Griffin. “O senhor conhece a rainha? Como ela é?”, perguntaram. “Às vezes, ela é meio rabugenta, mas tem ótimo senso de humor”, respondeu o policial.

Outra paixão da rainha eram seus cães corgis – ela teve mais de 30, que tratou como se fossem da família. Elizabeth tinha o hábito de alimentá-los durante encontros formais, quando os biscoitinhos caninos eram servidos em uma bandeja de prata.

Segundo Robert Hardman, um dos biógrafos da rainha, em 2008, o secretário de Saúde Alan Johnson saiu do jantar maravilhado com a comida. Ele e o então representante britânico para o País de Gales, Paul Murphy, debatiam o cardápio na saída do Palácio de Buckingham. “Johnson comentou que havia amado o queijo e os biscoitos escuros”, escreve Hardman na biografia Queen of Our Times. “Paul respondeu: ‘Não, esses eram para os cachorros’.

“A rainha morreu. Viva o rei!” Foi olhando para frente que a premiê do Reino Unido, Liz Truss, terminou seu discurso nesta quinta-feira, 8, sobre a morte de Elizabeth II, uma tarefa histórica logo em seu segundo dia no cargo. A escolha das palavras reflete o desafio não só de seu governo, mas também do futuro monarca, o rei Charles III.

Acompanhe ao vivo a repercussão da morte da rainha Elizabeth II (conteúdo aberto).

Milhões de britânicos foram dormir órfãos de Elizabeth. Milhares se aglomeram diante do Palácio de Buckingham para se despedir da rainha, que ocupou o trono por 70 anos, o reinado mais longo da história britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral”, dizia a curta nota da Casa Real, em referência ao castelo na Escócia, sua residência de verão.

O funeral será no próximo dia 18. A coroação de Charles ainda não tem data marcada, mas pode levar “alguns meses”, segundo fontes da Casa Real. A morte da rainha marca o fim de uma era em um país que enfrenta sua pior crise econômica em 40 anos. A inflação chegou aos dois dígitos e o custo de vida está nas alturas, ampliando temores de distúrbios sociais. Parte do problema está no reaquecimento da demanda pós-pandemia e da guerra na Ucrânia, mas é também um reflexo do Brexit.

Rainha Elizabeth II em uma de suas últimas fotos oficiais na terça-feira, 6 de setembro, antes de receber Liz Truss para confirmar a passagem de governo. Foto: Jane Barlow via REUTERS

A rainha também deixa um reino à beira da fragmentação. Enquanto os nacionalistas escoceses se preparam para um novo referendo de independência, a Irlanda do Norte, lentamente, escorrega na direção da reunificação com a Irlanda, caso o governo de Truss não consiga renegociar o acordo de saída da União Europeia.

Outro desafio do rei será manter unida a comunidade britânica. Sem o mesmo carisma da mãe, Charles é impopular em várias partes do mundo. O movimento republicano australiano, por exemplo, ganhou força nos últimos anos e sugeriu uma mudança do sistema de governo assim que houvesse a troca de guarda no Palácio de Buckingham.

Biografia

Nascida em 1926, entre as duas grandes guerras, Elizabeth Alexandra Mary não deveria ser rainha. Desde cedo, a coroa não estava nos planos. Um dia, porém, foi surpreendida com a notícia de que seu tio, o rei Edward VIII, havia se apaixonado pela americana Wallis Simpson, recentemente divorciada, e deveria abdicar se quisesse se casar. A partir daquele momento, a linha sucessória colocava a pequena Lilibeth, a duquesa de York, na rota do trono.

O rei seria seu pai, George VI. Ela tinha 10 anos e sua vida mudou. “É para sempre?”, perguntou a menina quando soube que teria de se mudar para o Palácio de Buckingham. Biógrafos contam que a possibilidade de se tornar rainha aterrorizava a garotinha. “Ela costumava rezar à noite para que a mãe (a rainha Elizabeth, então com 36 anos) tivesse um menino, para que ela não tivesse de ser rainha”, lembra a historiadora Sarah Bradford. Com o tempo, ela e Margaret, sua irmã caçula, foram se acostumando com a ideia – e gostando.

A metamorfose se completou no Dia da Vitória, em maio de 1945, quando uma pessoa completamente transformada apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Ela tinha 19 anos, estava madura e havia deixado a imagem de menina para trás. Acenando para os súditos, ao lado do pai, Elizabeth era o futuro do Reino Unido.

Morre rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido

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George VI ao lado das princesas Margareth e Elizabeth

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Aniversário de 25 anos

Foto: -
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Casamento de Elizabeth e Philip

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Elizabeth e Philip no Palácio de Buckingham

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Elizabeth e Harry Truman em Washington

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Rainha Elizabeth e John Kennedy

Foto: AP/
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Elizabeth II e seus dois filhos, Anne e Charles

Foto: AP/
10 | 32

A rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro, Sir Winston Churchill

Foto: AP/
11 | 32

Elizabeth nos EUA

12 | 32

Representante do Reino Unido na ONU

13 | 32

A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson

Foto: AP/
14 | 32

Líder da família real britânica

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Rainha Elizabeth e o rei Pelé durante passagem pelo Brasil

Foto: ARQUIVO
16 | 32

Coroação do príncipe Charles

Foto: Uncredited
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Rainha Elizabeth II durante passagem na Suíça

Foto: STR
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Elizabeth e Diana

19 | 32

A realeza acompanhada do líder soviético Mikhail Gorbachev

Foto: ANDRE DE WET
20 | 32

Popularização da realeza

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Líder da Commonwealth

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Representante internacional

23 | 32

Relacionamento com líderes mundiais

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Elizabeth II fotografada aos 70 anos

Foto: FIONA HANSON
25 | 32

Relação com líderes americanos

Foto: Linda Davidson
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Rainha, avó e líder da família real

27 | 32

Relação da rainha Elizabeth II com personalidades artísticas

Foto: LEON NEAL
28 | 32

Angela Merkel e Elizabeth II

Foto: MICHAEL SOHN
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Ícone da moda

Foto: Yui Mok
30 | 32

Crise de imagem

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Elizabeth II empossa Liz Truss como primeira-ministra

Foto: Jane Barlow/Reuters
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70 anos de reinado

Foto: CHRIS JACKSON

Casamento

Lentamente, a tímida princesa ia caindo nas graças dos britânicos. Com seus movimentos acompanhados de perto, era inevitável que surgissem, com o tempo, as primeiras fofocas sobre quem Lilibeth levaria para o altar. Ela, no entanto, já tinha um cadete da Marinha na sua alça de mira.

Quando viu Philip Mountbatten pela primeira vez, Elizabeth tinha só 13 anos. Foi em 1939, durante visita ao Royal Naval College, em Dartmouth, acompanhando seu pai. “Ele tinha 18 anos”, escreveu a rainha, anos mais tarde, em uma carta publicada pelo tabloide The Mirror, em 2016.

Segundo a Vanity Fair, durante a visita, Philip foi convidado a tomar chá com a família real. Começava a paquera. Ele era filho de monarcas gregos, chegou a trocar cartas com a princesa durante a guerra, mas foi apenas em 1946 que pediu a mão de Elizabeth.

Rainha Elizabeth II e príncipe Philip acenam para seus súditos de sacada no Palácio de Buckingham. Foto: The New York Times

O casamento só foi anunciado no ano seguinte, quando o casal apareceu em público pela primeira vez. Na mão esquerda, ele levava um anel de platina com seis diamantes, o maior tinha três quilates.

A cerimônia foi realizada no dia 20 de novembro de 1947, na abadia de Westminster. O convescote foi transmitido pela Rádio BBC e acompanhado por 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a realeza, foram 2.500 presentes e 10 mil telegramas saudando o casal.

O casamento de Elizabeth e Philip foi um dos primeiros acontecimentos globais que carregaram todas as características de um megaevento de celebridades. Para um país mergulhado na austeridade do pós-guerra, a festa foi um a pausa na penúria econômica. A jovem princesa rapidamente tornou-se o símbolo de uma nova geração sedenta para virar a página de um continente atormentado pela destruição.

Coroação

Elizabeth estava no Quênia, a caminho da Austrália, no inverno de 1952, quando recebeu a notícia da morte do pai. O rei não andava bem de saúde há algum tempo e ela e Philip cumpriam algumas funções reais, especialmente nas viagens longas pelo reino. “Meu pai morreu cedo. Não tive nenhuma preparação. Tive de aprender o ofício na marra”, diria Elizabeth mais tarde. “Sabia que a continuidade era importante, que era um trabalho para o resto da vida.”

Elizabeth acena após coroação. Foto: AP Photo/ Leslie Priest

Logo a rainha se acomodou ao trono. Com o tempo, além da dedicação às funções de Estado, ela ganhou fama por seu senso de humor. Dick Griffin, policial que durante anos serviu como segurança de Elizabeth, conta que ele e a rainha cruzaram certa vez com dois turistas americanos que caminhavam sem rumo pela propriedade de Balmoral, na Escócia.

“Ela sempre parava para dar um alô. Mas eles não a reconheceram”, disse Griffin, em entrevista à Skynews. Depois de alguns minutos de conversa, um deles perguntou a Elizabeth há quanto tempo ela frequentava Balmoral. “Quando a rainha disse que vinha ao castelo havia mais de 80 anos, o americano perguntou se ela já havia visto Elizabeth”, contou o policial.

“Eu não, mas o Dick aqui encontra com ela quase todo dia”, respondeu Elizabeth, para espanto dos americanos, que voltaram suas atenções para Griffin. “O senhor conhece a rainha? Como ela é?”, perguntaram. “Às vezes, ela é meio rabugenta, mas tem ótimo senso de humor”, respondeu o policial.

Outra paixão da rainha eram seus cães corgis – ela teve mais de 30, que tratou como se fossem da família. Elizabeth tinha o hábito de alimentá-los durante encontros formais, quando os biscoitinhos caninos eram servidos em uma bandeja de prata.

Segundo Robert Hardman, um dos biógrafos da rainha, em 2008, o secretário de Saúde Alan Johnson saiu do jantar maravilhado com a comida. Ele e o então representante britânico para o País de Gales, Paul Murphy, debatiam o cardápio na saída do Palácio de Buckingham. “Johnson comentou que havia amado o queijo e os biscoitos escuros”, escreve Hardman na biografia Queen of Our Times. “Paul respondeu: ‘Não, esses eram para os cachorros’.

“A rainha morreu. Viva o rei!” Foi olhando para frente que a premiê do Reino Unido, Liz Truss, terminou seu discurso nesta quinta-feira, 8, sobre a morte de Elizabeth II, uma tarefa histórica logo em seu segundo dia no cargo. A escolha das palavras reflete o desafio não só de seu governo, mas também do futuro monarca, o rei Charles III.

Acompanhe ao vivo a repercussão da morte da rainha Elizabeth II (conteúdo aberto).

Milhões de britânicos foram dormir órfãos de Elizabeth. Milhares se aglomeram diante do Palácio de Buckingham para se despedir da rainha, que ocupou o trono por 70 anos, o reinado mais longo da história britânica. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral”, dizia a curta nota da Casa Real, em referência ao castelo na Escócia, sua residência de verão.

O funeral será no próximo dia 18. A coroação de Charles ainda não tem data marcada, mas pode levar “alguns meses”, segundo fontes da Casa Real. A morte da rainha marca o fim de uma era em um país que enfrenta sua pior crise econômica em 40 anos. A inflação chegou aos dois dígitos e o custo de vida está nas alturas, ampliando temores de distúrbios sociais. Parte do problema está no reaquecimento da demanda pós-pandemia e da guerra na Ucrânia, mas é também um reflexo do Brexit.

Rainha Elizabeth II em uma de suas últimas fotos oficiais na terça-feira, 6 de setembro, antes de receber Liz Truss para confirmar a passagem de governo. Foto: Jane Barlow via REUTERS

A rainha também deixa um reino à beira da fragmentação. Enquanto os nacionalistas escoceses se preparam para um novo referendo de independência, a Irlanda do Norte, lentamente, escorrega na direção da reunificação com a Irlanda, caso o governo de Truss não consiga renegociar o acordo de saída da União Europeia.

Outro desafio do rei será manter unida a comunidade britânica. Sem o mesmo carisma da mãe, Charles é impopular em várias partes do mundo. O movimento republicano australiano, por exemplo, ganhou força nos últimos anos e sugeriu uma mudança do sistema de governo assim que houvesse a troca de guarda no Palácio de Buckingham.

Biografia

Nascida em 1926, entre as duas grandes guerras, Elizabeth Alexandra Mary não deveria ser rainha. Desde cedo, a coroa não estava nos planos. Um dia, porém, foi surpreendida com a notícia de que seu tio, o rei Edward VIII, havia se apaixonado pela americana Wallis Simpson, recentemente divorciada, e deveria abdicar se quisesse se casar. A partir daquele momento, a linha sucessória colocava a pequena Lilibeth, a duquesa de York, na rota do trono.

O rei seria seu pai, George VI. Ela tinha 10 anos e sua vida mudou. “É para sempre?”, perguntou a menina quando soube que teria de se mudar para o Palácio de Buckingham. Biógrafos contam que a possibilidade de se tornar rainha aterrorizava a garotinha. “Ela costumava rezar à noite para que a mãe (a rainha Elizabeth, então com 36 anos) tivesse um menino, para que ela não tivesse de ser rainha”, lembra a historiadora Sarah Bradford. Com o tempo, ela e Margaret, sua irmã caçula, foram se acostumando com a ideia – e gostando.

A metamorfose se completou no Dia da Vitória, em maio de 1945, quando uma pessoa completamente transformada apareceu na sacada do Palácio de Buckingham. Ela tinha 19 anos, estava madura e havia deixado a imagem de menina para trás. Acenando para os súditos, ao lado do pai, Elizabeth era o futuro do Reino Unido.

Morre rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido

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George VI ao lado das princesas Margareth e Elizabeth

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Aniversário de 25 anos

Foto: -
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Casamento de Elizabeth e Philip

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Elizabeth e Philip no Palácio de Buckingham

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Cerimônia de coroação de Elizabeth

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Elizabeth e Harry Truman em Washington

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Rainha Elizabeth e John Kennedy

Foto: AP/
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Elizabeth II e seus dois filhos, Anne e Charles

Foto: AP/
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A rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro, Sir Winston Churchill

Foto: AP/
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Elizabeth nos EUA

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Representante do Reino Unido na ONU

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A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson

Foto: AP/
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Líder da família real britânica

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Rainha Elizabeth e o rei Pelé durante passagem pelo Brasil

Foto: ARQUIVO
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Coroação do príncipe Charles

Foto: Uncredited
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Rainha Elizabeth II durante passagem na Suíça

Foto: STR
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Elizabeth e Diana

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A realeza acompanhada do líder soviético Mikhail Gorbachev

Foto: ANDRE DE WET
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Popularização da realeza

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Líder da Commonwealth

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Representante internacional

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Relacionamento com líderes mundiais

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Elizabeth II fotografada aos 70 anos

Foto: FIONA HANSON
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Relação com líderes americanos

Foto: Linda Davidson
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Rainha, avó e líder da família real

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Relação da rainha Elizabeth II com personalidades artísticas

Foto: LEON NEAL
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Angela Merkel e Elizabeth II

Foto: MICHAEL SOHN
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Ícone da moda

Foto: Yui Mok
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Crise de imagem

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Elizabeth II empossa Liz Truss como primeira-ministra

Foto: Jane Barlow/Reuters
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70 anos de reinado

Foto: CHRIS JACKSON

Casamento

Lentamente, a tímida princesa ia caindo nas graças dos britânicos. Com seus movimentos acompanhados de perto, era inevitável que surgissem, com o tempo, as primeiras fofocas sobre quem Lilibeth levaria para o altar. Ela, no entanto, já tinha um cadete da Marinha na sua alça de mira.

Quando viu Philip Mountbatten pela primeira vez, Elizabeth tinha só 13 anos. Foi em 1939, durante visita ao Royal Naval College, em Dartmouth, acompanhando seu pai. “Ele tinha 18 anos”, escreveu a rainha, anos mais tarde, em uma carta publicada pelo tabloide The Mirror, em 2016.

Segundo a Vanity Fair, durante a visita, Philip foi convidado a tomar chá com a família real. Começava a paquera. Ele era filho de monarcas gregos, chegou a trocar cartas com a princesa durante a guerra, mas foi apenas em 1946 que pediu a mão de Elizabeth.

Rainha Elizabeth II e príncipe Philip acenam para seus súditos de sacada no Palácio de Buckingham. Foto: The New York Times

O casamento só foi anunciado no ano seguinte, quando o casal apareceu em público pela primeira vez. Na mão esquerda, ele levava um anel de platina com seis diamantes, o maior tinha três quilates.

A cerimônia foi realizada no dia 20 de novembro de 1947, na abadia de Westminster. O convescote foi transmitido pela Rádio BBC e acompanhado por 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a realeza, foram 2.500 presentes e 10 mil telegramas saudando o casal.

O casamento de Elizabeth e Philip foi um dos primeiros acontecimentos globais que carregaram todas as características de um megaevento de celebridades. Para um país mergulhado na austeridade do pós-guerra, a festa foi um a pausa na penúria econômica. A jovem princesa rapidamente tornou-se o símbolo de uma nova geração sedenta para virar a página de um continente atormentado pela destruição.

Coroação

Elizabeth estava no Quênia, a caminho da Austrália, no inverno de 1952, quando recebeu a notícia da morte do pai. O rei não andava bem de saúde há algum tempo e ela e Philip cumpriam algumas funções reais, especialmente nas viagens longas pelo reino. “Meu pai morreu cedo. Não tive nenhuma preparação. Tive de aprender o ofício na marra”, diria Elizabeth mais tarde. “Sabia que a continuidade era importante, que era um trabalho para o resto da vida.”

Elizabeth acena após coroação. Foto: AP Photo/ Leslie Priest

Logo a rainha se acomodou ao trono. Com o tempo, além da dedicação às funções de Estado, ela ganhou fama por seu senso de humor. Dick Griffin, policial que durante anos serviu como segurança de Elizabeth, conta que ele e a rainha cruzaram certa vez com dois turistas americanos que caminhavam sem rumo pela propriedade de Balmoral, na Escócia.

“Ela sempre parava para dar um alô. Mas eles não a reconheceram”, disse Griffin, em entrevista à Skynews. Depois de alguns minutos de conversa, um deles perguntou a Elizabeth há quanto tempo ela frequentava Balmoral. “Quando a rainha disse que vinha ao castelo havia mais de 80 anos, o americano perguntou se ela já havia visto Elizabeth”, contou o policial.

“Eu não, mas o Dick aqui encontra com ela quase todo dia”, respondeu Elizabeth, para espanto dos americanos, que voltaram suas atenções para Griffin. “O senhor conhece a rainha? Como ela é?”, perguntaram. “Às vezes, ela é meio rabugenta, mas tem ótimo senso de humor”, respondeu o policial.

Outra paixão da rainha eram seus cães corgis – ela teve mais de 30, que tratou como se fossem da família. Elizabeth tinha o hábito de alimentá-los durante encontros formais, quando os biscoitinhos caninos eram servidos em uma bandeja de prata.

Segundo Robert Hardman, um dos biógrafos da rainha, em 2008, o secretário de Saúde Alan Johnson saiu do jantar maravilhado com a comida. Ele e o então representante britânico para o País de Gales, Paul Murphy, debatiam o cardápio na saída do Palácio de Buckingham. “Johnson comentou que havia amado o queijo e os biscoitos escuros”, escreve Hardman na biografia Queen of Our Times. “Paul respondeu: ‘Não, esses eram para os cachorros’.

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