O helicóptero que era pilotado pelo ex-presidente Chile Sebastián Piñera, morto na queda da aeronave na semana passada, foi retirado do fundo do Lago Ranco, na região de Los Ríos.
Segundo a imprensa chilena, uma empresa contratada pela família de Piñera fez o resgate com auxílio de três barcos e supervisão da Marinha. Em Santiago, o helicóptero será desmontado, um processo que pode levar até 72 horas, e cada uma das peças será analisada, informou o La Tercera.
Nos próximos dias, o Ministério Público chileno deve entrar em contato por meio de carta com a empresa fabricante do helicóptero, Robinson Helicopter Company, dos Estados Unidos, e com as organizações meteorológicas. A investigação deve levar meses, avisou o MP.
O ex-presidente era piloto experiente e voltava de um almoço na casa de um amigo, o empresário José Cox, quando sofreu o acidente de helicóptero na última terça-feira, 6.
Ele teria aproximado a aeronave do lago para que sua irmã, Magdalena Piñera, seu amigo Ignacio Guerrero e seu filho, Bautista Guerrero, os demais passageiros da aeronave, pudessem pular na água. Os três sobreviveram, mas Piñera não teria conseguido tirar o cinto de segurança depois que o helicóptero caiu. Segundo a autopsia, a causa da morte foi “asfixia por submersão”.
Duas vezes presidente do Chile (2010-2014 e 2018-2022), Piñera era empresário e líder da direita chilena. Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos, que deram início ao processo de nova constituinte - ainda em andamento, por um terremoto devastador, pela pandemia e, na reta final, por um processo de impeachment, mas também por momentos de forte crescimento econômico.
A morte trágica de Piñera comoveu o país, que ainda enfrentava os incêndios em Valparaíso que deixaram 131 mortos.
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Na despedida, o presidente do Chile, Gabriel Boric, o definiu como um líder que “abriu caminho para uma direita moderna e democrática”. Ele que no passado foi um ferrenho opositor do governo Piñera, reconheceu ainda que ao assumir o cargo pode entender melhor o seu antecessor no Palácio de La Moneda.
“Ele foi um homem que sempre colocou o Chile em primeiro lugar, que nunca se deixou levar pelo fanatismo ou pelo rancor. Todos nós que estamos na política devemos observar essas virtudes”, disse Boric./COM EFE