THE NEW YORK TIMES - O disparo dos soldados de Israel em Gaza que mataram três homens desarmados, depois identificados como reféns israelenses, pode dar impulso àqueles que defendem um novo cessar-fogo para permitir a libertação de mais cativos.
Críticos da maneira como Israel conduz sua guerra em Gaza também aproveitaram o evento, no qual soldados israelenses atiraram em três homens sem camisa que agitavam uma bandeira branca, como exemplo da falha militar em cumprir a promessa de proteger civis.
O incidente causou angústia em Israel e acrescentou urgência às discussões sobre como o país deveria perseguir seus objetivos em Gaza.
O governo israelense prometeu não interromper suas operações em Gaza até que o exército tenha destruído o Hamas, que executou um ataque terrorista sem precedentes no sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 israelenses e levando cerca de 240 outros para Gaza como prisioneiros, segundo autoridades israelenses.
Em uma semana de cessar-fogos entre Israel e o Hamas no mês passado, 105 reféns israelenses foram libertados em troca da soltura de 240 palestinos de prisões israelenses, antes que as negociações fossem interrompidas e a guerra recomeçasse em 1º de dezembro.
Aproximadamente 120 soldados e civis israelenses permanecem cativos em Gaza. Seus familiares têm organizado protestos e pressionado o governo a buscar outro cessar-fogo, para que seus entes queridos possam retornar para casa.
Ruby Chen, cidadão israelense-americana cujo filho, Itay, acredita-se estar entre os reféns em Gaza, disse que apoiaria a libertação de prisioneiros palestinos acusados de assassinar israelenses se isso significasse a volta de seu filho.
As famílias dos reféns estão presas em um jogo de “roleta russa”, disse ele em um comunicado fornecido por um grupo de defesa das famílias de reféns no sábado. “Não temos tempo a perder - devemos esperar por mais 10 reféns em caixões?”
Palestinos e críticos da forma como Israel tem combatido em Gaza consideram os assassinatos, que provavelmente se tornaram públicos apenas porque os três homens eram israelenses, um pequeno exemplo do desrespeito militar israelense pelos civis em Gaza.
“Sob as leis da guerra, presume-se que as pessoas sejam civis”, disse Sari Bashi, diretora de programa da Human Rights Watch. “É necessário haver informações consistentes sugerindo o contrário antes de você poder matá-las.”
Essas regras não parecem ter sido seguidas neste caso, disse ela, já que os homens estavam sem camisa e agitando uma bandeira branca.
“Ninguém piscou os olhos antes de matá-los”, disse ela, observando que a investigação ocorreu apenas depois que os soldados pensaram que os homens poderiam ser israelenses. “O exército israelense está certo em investigar os ataques aparentemente ilegais a esses três homens”, acrescentou. “Mas também deveria investigar quando civis palestinos são as vítimas”, concluiu.
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Desde que Israel respondeu ao ataque liderado pelo Hamas com uma vasta campanha militar em Gaza, quase 20.000 palestinos foram mortos, cerca de 70% dos quais eram mulheres e crianças, segundo ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
O exército israelense afirmou que fez um grande esforço para evitar prejudicar os civis de Gaza e acusou o Hamas de colocá-los em perigo ao misturar seus combatentes na população. Também afirmou que o tiroteio dos três homens na sexta-feira violou as regras do Exército.
Akram Attaallah, colunista do Al-Ayyam, um jornal palestino na Cisjordânia, disse que não ficou surpreso que as forças israelenses tivessem atirado nos três homens e que Israel não teria que divulgar o que aconteceu com eles se fossem palestinos. “Israel mata até mesmo aqueles que se rendem e levantam a bandeira branca”, disse Attaallah, que é de Gaza. “A narrativa é uma condenação do exército israelense.”
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