O número de mortos no ataque criminoso contra uma prisão da Ciudad Juárez, norte do México, no domingo, 1º, subiu para 26 nesta terça-feira, 3, segundo o novo balanço do governo mexicano. As mortes ocorreram durante operações de resgate de presos que fugiram do local após o ataque. Até esta terça, 25 permanecem foragidos.
Os confrontos durante as operações deixaram dois agentes policiais e cinco suspeitos mortos. Segundo o secretário da Defesa Nacional mexicano, Luis Cresencio Sandoval, cinco foragidos foram recapturados. Outros dois agentes ficaram feridos e fuzis foram apreendidos.
Entre os recapturados, está o chefe de uma facção aliada do cartel de Juárez, identificado como Ernesto Alfredo Piñon, apelidado de “El Neto”. O criminoso estava preso desde 2009 e é condenado desde 2010 a mais de 200 de prisão por sequestro e homicídio, segundo informações do Ministério Público do Estado de Chihuahua (norte).
Quando Pinõn seria transferido após ser preso, um grupo de criminosos tentou libertá-lo da prisão, mas o plano fracassou e ele ficou ferido.
Apesar da alta periculosidade, ele estava em uma prisão estadual e não foi transferido para uma prisão federal de segurança máxima porque as autoridades de Chihuahua não solicitaram a medida.
O ataque
O ataque aconteceu no amanhecer de domingo, quando familiares dos detentos estavam em fila para a visita de Ano Novo. Homens armados chegaram à prisão em veículos blindados e abriram fogo contra os guardas. A princípio, o governo do México divulgou que 14 pessoas haviam morrido, sendo 10 agentes de segurança e 4 presos.
Segundo as primeiras investigações, a investida tinha o objetivo facilitar a fuga de um grupo específico de presos. A Procuradoria não informou quem seriam os alvos do resgate.
A prisão que foi alvo do ataque tem capacidade para 3.135 detentos, mas é ocupada atualmente por 3.901. Ela já foi alvo de diversas disputas entre facções e de rebeliões – entre elas, uma que deixou 20 mortos em março de 2009. Integrantes das forças armadas dos cartéis de Sinaloa e Juárez, que há mais de 15 anos lutam pelo controle da cidade, estão detidos neste presídio. /AFP