Mortes no 4 de Julho: o que se sabe sobre Robert Crimo III, detido após ataque a tiros que matou 7


A polícia de Highland Park, cidade na região metropolitana de Chicago, deteve Robert Crimo III como uma ‘pessoa de interesse’ pelos disparos durante uma parada de 4 de Julho

Por Redação
Atualização:

HIGHLAND PARK - Horas depois do ataque a tiros em uma parada de 4 de Julho que deixou sete mortos e dezenas de feridos, a polícia de Highland Park, uma cidade no subúrbio de Chicago, prendeu um homem considerado “pessoa de interesse”. Antes, os oficiais haviam compartilhado descrições do suspeito de atirar de um telhado contra a multidão que celebrava o feriado de Independência: um homem branco, magro, de cabelos pretos, entre 18 e 20 anos.

Robert Crimo III, de 21 anos e com características semelhantes à descrita, foi detido cerca de oito horas depois em uma rodovia próxima, após um policial avistar seu carro, um Honda Fit 2010, no norte de Chicago. Inicialmente a polícia informou que ele tinha 22 anos, mas a informação foi corrigida em coletiva nesta terça-feira, 5.

Crimo tentou fugir brevemente, mas foi pego e algemado de bruços na calçada, de acordo com a polícia e fotos de testemunhas da prisão. Uma foto de Crimo postada pela polícia mostrava um homem de cabelos desgrenhados com várias tatuagens no pescoço e no rosto.

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A polícia se recusou a identificar imediatamente Crimo como suspeito, mas disse que identificá-lo como uma pessoa de interesse, compartilhar seu nome e outras informações publicamente era um passo sério. Até a tarde desta terça-feira ele ainda não havia sido convertido a suspeito.

Robert Crimo III, uma pessoa de interesse no ataque a tiros que ocorreu em uma parada de 4 de Julho no rico subúrbio de Highland Park, Illinois, EUA, é visto nesta foto divulgada em 4 de julho de 2022 Foto: Governo da cidade de Highland Park, Illinois/via Reuters

Músicas que retratam violência

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A imagem divulgada pela polícia corresponde às fotos de mídia social de um Bobby Crimo que se apresenta como um artista de rap da área de Chicago sob o nome Awake the Rapper. O site IMDb do rapper o descreve como um “fenômeno do hip-hop” da área de Chicago, que é um “filho do meio de três irmãos e descendente de italianos”.

À primeira vista Crimo é como muitos artistas da internet, com seguidores modestos, vídeos amadores no YouTube e faixas no Spotify.

Vídeos com locução mostram uma imagem desenhada por computador de uma figura usando o que parece ser um equipamento tático e atirando com um fuzil, com uma pessoa ajoelhada, as mãos levantadas aparentemente implorando por misericórdia e outra deitada no chão. Outro clipe mostra uma pessoa que parece ser Crimo usando capacete e colete dentro de uma sala de aula ao lado de uma bandeira americana.

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A locução se impõe em um cenário de música instrumental dramática: “Preciso sair agora, preciso apenas fazê-lo. É o meu destino. Tudo levou a isso; nada pode me parar, nem mesmo eu.”

Em outro vídeo, Crimo diz: “Liberdade. Liberdade. Liberdade. Liberdade? Liberdade.” Outro: “Odeio quando os outros chamam mais atenção do que eu na internet”.

Os vídeos não estavam mais disponíveis no YouTube na segunda-feira e suas músicas foram removidas do Spotify. Um porta-voz do Spotify disse em um e-mail ao The Washington Post que o serviço de streaming havia removido o conteúdo “em parceria” com as diversas distribuidoras da música. Os distribuidores estavam “todos alinhados na remoção desse conteúdo”, disse o porta-voz.

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Sem motivação aparente

Um dos vídeos de Crimo parece ter sido gravado por ele enquanto espera entre uma multidão a passagem de uma carreata presidencial. Fotos que parecem mostrar Crimo participando de um comício do ex-presidente Donald Trump também surgiram, mas não está claro em suas postagens on-line que ele era um apoiador de Trump ou de qualquer outro partido ou candidato político.

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“Ele estava imerso na cultura marginal da internet. Mas nada descoberto até agora sugere um motivo político ou ideológico claro”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do Atlantic Council, que estuda como as informações se espalham online.

Brooking disse que isso contrasta com os atiradores em massa em Buffalo, El Paso e Poway, na Califórnia, que postaram mensagens online expressando crenças racistas pouco antes de seus ataques.

Antes mesmo de capturar Crimo, a polícia de Highland Park já informava que o atirador parecia ter atirado de forma “completamente aleatória” de cima de um telhado. A arma utilizada foi um fuzil de alta potência encontrado no local dos disparos. Segundo a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering, a arma foi obtida legalmente. Uma segunda arma foi encontrada no carro que ele utilizou e também era legal.

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Em coletiva esta tarde a polícia manteve a afirmação de que o ataque foi aleatório e não parecia ter motivação racial ou religiosa. Ainda assim, Crimo planejou o ataque por semanas antes de disparar 70 vezes contra a multidão, informou as autoridades.

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O suspeito de um ataque a tiros em uma parada do 4 de julho nos Estados Unidos foi detido. O tiroteio ocorreu em uma cidade próxima a Chicago.

‘Apolítico’ e ‘quieto’

Bennett Brizes, que se tornou amigo de Crimo por volta de 2015 através da cena musical, disse que ele era “consistentemente apolítico”. Quando Brizes perguntava sobre eventos atuais e política, Crimo simplesmente respondia: “Cara, eu não sei”.

Crimo, cujos amigos o chamavam de Bobby, disse Brizes, chegou a ganhar dinheiro decente com sua música. Brizes lembrou que Crimo uma vez lançou cópias físicas de sua música e entrou em uma loja Gucci em San Diego e comprou um agasalho. Mas os dois se separaram e pararam de se falar por volta de 2019. Quando conversaram no início do ano passado, Crimo parecia “deprimido”, disse Brizes.

Embora ele sempre tenha sido conhecido como um “cara estranho” na cena do hip-hop, Brizes disse que nunca houve nada sobre ele que sugerisse violência no mundo real.

Em entrevista à estação de TV Fox 32 de Chicago, um homem que se identifica como tio de Crimo, Paul Crimo, disse que seu sobrinho passava muito tempo em seu computador.

“Ele é um garoto muito quieto, guarda tudo para si mesmo. Ele não se expressa, apenas senta no computador, não há interação entre mim e ele”, disse Paul Crimo, que acrescentou que seu sobrinho estava desempregado, mas havia trabalhado em uma franquia Panera Bread há cerca de dois anos. “Ele não foi para a faculdade, ele era um rapper do YouTube.”

Paul Crimo disse que morava no mesmo endereço que Robert Crimo III e seu pai, Robert Crimo Jr. Mas ele disse que sua interação com seu sobrinho se limitava a dizer olá e adeus e ocasionalmente o ajudava em casa. O jovem Crimo tinha um apartamento separado na propriedade, disse seu tio.

O pai de Robert Crimo III parece ser o dono de uma mercearia local e concorreu sem sucesso para prefeito de Highland Park, uma cidade de cerca de 30.000 habitantes, em 2019.

“Eu e meu irmão somos muito conhecidos em Highland Park”, disse Paul Crimo. “Todo mundo nos ama. Parte meu coração até mesmo ouvir sobre isso.”/AP, NYT e W.POST

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Ao menos seis pessoas morreram e 31 ficaram feridas quando um homem abriu fogo contra uma multidão durante o desfile de 4 de Julho na cidade de Highland Park

HIGHLAND PARK - Horas depois do ataque a tiros em uma parada de 4 de Julho que deixou sete mortos e dezenas de feridos, a polícia de Highland Park, uma cidade no subúrbio de Chicago, prendeu um homem considerado “pessoa de interesse”. Antes, os oficiais haviam compartilhado descrições do suspeito de atirar de um telhado contra a multidão que celebrava o feriado de Independência: um homem branco, magro, de cabelos pretos, entre 18 e 20 anos.

Robert Crimo III, de 21 anos e com características semelhantes à descrita, foi detido cerca de oito horas depois em uma rodovia próxima, após um policial avistar seu carro, um Honda Fit 2010, no norte de Chicago. Inicialmente a polícia informou que ele tinha 22 anos, mas a informação foi corrigida em coletiva nesta terça-feira, 5.

Crimo tentou fugir brevemente, mas foi pego e algemado de bruços na calçada, de acordo com a polícia e fotos de testemunhas da prisão. Uma foto de Crimo postada pela polícia mostrava um homem de cabelos desgrenhados com várias tatuagens no pescoço e no rosto.

A polícia se recusou a identificar imediatamente Crimo como suspeito, mas disse que identificá-lo como uma pessoa de interesse, compartilhar seu nome e outras informações publicamente era um passo sério. Até a tarde desta terça-feira ele ainda não havia sido convertido a suspeito.

Robert Crimo III, uma pessoa de interesse no ataque a tiros que ocorreu em uma parada de 4 de Julho no rico subúrbio de Highland Park, Illinois, EUA, é visto nesta foto divulgada em 4 de julho de 2022 Foto: Governo da cidade de Highland Park, Illinois/via Reuters

Músicas que retratam violência

A imagem divulgada pela polícia corresponde às fotos de mídia social de um Bobby Crimo que se apresenta como um artista de rap da área de Chicago sob o nome Awake the Rapper. O site IMDb do rapper o descreve como um “fenômeno do hip-hop” da área de Chicago, que é um “filho do meio de três irmãos e descendente de italianos”.

À primeira vista Crimo é como muitos artistas da internet, com seguidores modestos, vídeos amadores no YouTube e faixas no Spotify.

Vídeos com locução mostram uma imagem desenhada por computador de uma figura usando o que parece ser um equipamento tático e atirando com um fuzil, com uma pessoa ajoelhada, as mãos levantadas aparentemente implorando por misericórdia e outra deitada no chão. Outro clipe mostra uma pessoa que parece ser Crimo usando capacete e colete dentro de uma sala de aula ao lado de uma bandeira americana.

A locução se impõe em um cenário de música instrumental dramática: “Preciso sair agora, preciso apenas fazê-lo. É o meu destino. Tudo levou a isso; nada pode me parar, nem mesmo eu.”

Em outro vídeo, Crimo diz: “Liberdade. Liberdade. Liberdade. Liberdade? Liberdade.” Outro: “Odeio quando os outros chamam mais atenção do que eu na internet”.

Os vídeos não estavam mais disponíveis no YouTube na segunda-feira e suas músicas foram removidas do Spotify. Um porta-voz do Spotify disse em um e-mail ao The Washington Post que o serviço de streaming havia removido o conteúdo “em parceria” com as diversas distribuidoras da música. Os distribuidores estavam “todos alinhados na remoção desse conteúdo”, disse o porta-voz.

Sem motivação aparente

Um dos vídeos de Crimo parece ter sido gravado por ele enquanto espera entre uma multidão a passagem de uma carreata presidencial. Fotos que parecem mostrar Crimo participando de um comício do ex-presidente Donald Trump também surgiram, mas não está claro em suas postagens on-line que ele era um apoiador de Trump ou de qualquer outro partido ou candidato político.

“Ele estava imerso na cultura marginal da internet. Mas nada descoberto até agora sugere um motivo político ou ideológico claro”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do Atlantic Council, que estuda como as informações se espalham online.

Brooking disse que isso contrasta com os atiradores em massa em Buffalo, El Paso e Poway, na Califórnia, que postaram mensagens online expressando crenças racistas pouco antes de seus ataques.

Antes mesmo de capturar Crimo, a polícia de Highland Park já informava que o atirador parecia ter atirado de forma “completamente aleatória” de cima de um telhado. A arma utilizada foi um fuzil de alta potência encontrado no local dos disparos. Segundo a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering, a arma foi obtida legalmente. Uma segunda arma foi encontrada no carro que ele utilizou e também era legal.

Em coletiva esta tarde a polícia manteve a afirmação de que o ataque foi aleatório e não parecia ter motivação racial ou religiosa. Ainda assim, Crimo planejou o ataque por semanas antes de disparar 70 vezes contra a multidão, informou as autoridades.

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O suspeito de um ataque a tiros em uma parada do 4 de julho nos Estados Unidos foi detido. O tiroteio ocorreu em uma cidade próxima a Chicago.

‘Apolítico’ e ‘quieto’

Bennett Brizes, que se tornou amigo de Crimo por volta de 2015 através da cena musical, disse que ele era “consistentemente apolítico”. Quando Brizes perguntava sobre eventos atuais e política, Crimo simplesmente respondia: “Cara, eu não sei”.

Crimo, cujos amigos o chamavam de Bobby, disse Brizes, chegou a ganhar dinheiro decente com sua música. Brizes lembrou que Crimo uma vez lançou cópias físicas de sua música e entrou em uma loja Gucci em San Diego e comprou um agasalho. Mas os dois se separaram e pararam de se falar por volta de 2019. Quando conversaram no início do ano passado, Crimo parecia “deprimido”, disse Brizes.

Embora ele sempre tenha sido conhecido como um “cara estranho” na cena do hip-hop, Brizes disse que nunca houve nada sobre ele que sugerisse violência no mundo real.

Em entrevista à estação de TV Fox 32 de Chicago, um homem que se identifica como tio de Crimo, Paul Crimo, disse que seu sobrinho passava muito tempo em seu computador.

“Ele é um garoto muito quieto, guarda tudo para si mesmo. Ele não se expressa, apenas senta no computador, não há interação entre mim e ele”, disse Paul Crimo, que acrescentou que seu sobrinho estava desempregado, mas havia trabalhado em uma franquia Panera Bread há cerca de dois anos. “Ele não foi para a faculdade, ele era um rapper do YouTube.”

Paul Crimo disse que morava no mesmo endereço que Robert Crimo III e seu pai, Robert Crimo Jr. Mas ele disse que sua interação com seu sobrinho se limitava a dizer olá e adeus e ocasionalmente o ajudava em casa. O jovem Crimo tinha um apartamento separado na propriedade, disse seu tio.

O pai de Robert Crimo III parece ser o dono de uma mercearia local e concorreu sem sucesso para prefeito de Highland Park, uma cidade de cerca de 30.000 habitantes, em 2019.

“Eu e meu irmão somos muito conhecidos em Highland Park”, disse Paul Crimo. “Todo mundo nos ama. Parte meu coração até mesmo ouvir sobre isso.”/AP, NYT e W.POST

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Ao menos seis pessoas morreram e 31 ficaram feridas quando um homem abriu fogo contra uma multidão durante o desfile de 4 de Julho na cidade de Highland Park

HIGHLAND PARK - Horas depois do ataque a tiros em uma parada de 4 de Julho que deixou sete mortos e dezenas de feridos, a polícia de Highland Park, uma cidade no subúrbio de Chicago, prendeu um homem considerado “pessoa de interesse”. Antes, os oficiais haviam compartilhado descrições do suspeito de atirar de um telhado contra a multidão que celebrava o feriado de Independência: um homem branco, magro, de cabelos pretos, entre 18 e 20 anos.

Robert Crimo III, de 21 anos e com características semelhantes à descrita, foi detido cerca de oito horas depois em uma rodovia próxima, após um policial avistar seu carro, um Honda Fit 2010, no norte de Chicago. Inicialmente a polícia informou que ele tinha 22 anos, mas a informação foi corrigida em coletiva nesta terça-feira, 5.

Crimo tentou fugir brevemente, mas foi pego e algemado de bruços na calçada, de acordo com a polícia e fotos de testemunhas da prisão. Uma foto de Crimo postada pela polícia mostrava um homem de cabelos desgrenhados com várias tatuagens no pescoço e no rosto.

A polícia se recusou a identificar imediatamente Crimo como suspeito, mas disse que identificá-lo como uma pessoa de interesse, compartilhar seu nome e outras informações publicamente era um passo sério. Até a tarde desta terça-feira ele ainda não havia sido convertido a suspeito.

Robert Crimo III, uma pessoa de interesse no ataque a tiros que ocorreu em uma parada de 4 de Julho no rico subúrbio de Highland Park, Illinois, EUA, é visto nesta foto divulgada em 4 de julho de 2022 Foto: Governo da cidade de Highland Park, Illinois/via Reuters

Músicas que retratam violência

A imagem divulgada pela polícia corresponde às fotos de mídia social de um Bobby Crimo que se apresenta como um artista de rap da área de Chicago sob o nome Awake the Rapper. O site IMDb do rapper o descreve como um “fenômeno do hip-hop” da área de Chicago, que é um “filho do meio de três irmãos e descendente de italianos”.

À primeira vista Crimo é como muitos artistas da internet, com seguidores modestos, vídeos amadores no YouTube e faixas no Spotify.

Vídeos com locução mostram uma imagem desenhada por computador de uma figura usando o que parece ser um equipamento tático e atirando com um fuzil, com uma pessoa ajoelhada, as mãos levantadas aparentemente implorando por misericórdia e outra deitada no chão. Outro clipe mostra uma pessoa que parece ser Crimo usando capacete e colete dentro de uma sala de aula ao lado de uma bandeira americana.

A locução se impõe em um cenário de música instrumental dramática: “Preciso sair agora, preciso apenas fazê-lo. É o meu destino. Tudo levou a isso; nada pode me parar, nem mesmo eu.”

Em outro vídeo, Crimo diz: “Liberdade. Liberdade. Liberdade. Liberdade? Liberdade.” Outro: “Odeio quando os outros chamam mais atenção do que eu na internet”.

Os vídeos não estavam mais disponíveis no YouTube na segunda-feira e suas músicas foram removidas do Spotify. Um porta-voz do Spotify disse em um e-mail ao The Washington Post que o serviço de streaming havia removido o conteúdo “em parceria” com as diversas distribuidoras da música. Os distribuidores estavam “todos alinhados na remoção desse conteúdo”, disse o porta-voz.

Sem motivação aparente

Um dos vídeos de Crimo parece ter sido gravado por ele enquanto espera entre uma multidão a passagem de uma carreata presidencial. Fotos que parecem mostrar Crimo participando de um comício do ex-presidente Donald Trump também surgiram, mas não está claro em suas postagens on-line que ele era um apoiador de Trump ou de qualquer outro partido ou candidato político.

“Ele estava imerso na cultura marginal da internet. Mas nada descoberto até agora sugere um motivo político ou ideológico claro”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do Atlantic Council, que estuda como as informações se espalham online.

Brooking disse que isso contrasta com os atiradores em massa em Buffalo, El Paso e Poway, na Califórnia, que postaram mensagens online expressando crenças racistas pouco antes de seus ataques.

Antes mesmo de capturar Crimo, a polícia de Highland Park já informava que o atirador parecia ter atirado de forma “completamente aleatória” de cima de um telhado. A arma utilizada foi um fuzil de alta potência encontrado no local dos disparos. Segundo a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering, a arma foi obtida legalmente. Uma segunda arma foi encontrada no carro que ele utilizou e também era legal.

Em coletiva esta tarde a polícia manteve a afirmação de que o ataque foi aleatório e não parecia ter motivação racial ou religiosa. Ainda assim, Crimo planejou o ataque por semanas antes de disparar 70 vezes contra a multidão, informou as autoridades.

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O suspeito de um ataque a tiros em uma parada do 4 de julho nos Estados Unidos foi detido. O tiroteio ocorreu em uma cidade próxima a Chicago.

‘Apolítico’ e ‘quieto’

Bennett Brizes, que se tornou amigo de Crimo por volta de 2015 através da cena musical, disse que ele era “consistentemente apolítico”. Quando Brizes perguntava sobre eventos atuais e política, Crimo simplesmente respondia: “Cara, eu não sei”.

Crimo, cujos amigos o chamavam de Bobby, disse Brizes, chegou a ganhar dinheiro decente com sua música. Brizes lembrou que Crimo uma vez lançou cópias físicas de sua música e entrou em uma loja Gucci em San Diego e comprou um agasalho. Mas os dois se separaram e pararam de se falar por volta de 2019. Quando conversaram no início do ano passado, Crimo parecia “deprimido”, disse Brizes.

Embora ele sempre tenha sido conhecido como um “cara estranho” na cena do hip-hop, Brizes disse que nunca houve nada sobre ele que sugerisse violência no mundo real.

Em entrevista à estação de TV Fox 32 de Chicago, um homem que se identifica como tio de Crimo, Paul Crimo, disse que seu sobrinho passava muito tempo em seu computador.

“Ele é um garoto muito quieto, guarda tudo para si mesmo. Ele não se expressa, apenas senta no computador, não há interação entre mim e ele”, disse Paul Crimo, que acrescentou que seu sobrinho estava desempregado, mas havia trabalhado em uma franquia Panera Bread há cerca de dois anos. “Ele não foi para a faculdade, ele era um rapper do YouTube.”

Paul Crimo disse que morava no mesmo endereço que Robert Crimo III e seu pai, Robert Crimo Jr. Mas ele disse que sua interação com seu sobrinho se limitava a dizer olá e adeus e ocasionalmente o ajudava em casa. O jovem Crimo tinha um apartamento separado na propriedade, disse seu tio.

O pai de Robert Crimo III parece ser o dono de uma mercearia local e concorreu sem sucesso para prefeito de Highland Park, uma cidade de cerca de 30.000 habitantes, em 2019.

“Eu e meu irmão somos muito conhecidos em Highland Park”, disse Paul Crimo. “Todo mundo nos ama. Parte meu coração até mesmo ouvir sobre isso.”/AP, NYT e W.POST

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Ao menos seis pessoas morreram e 31 ficaram feridas quando um homem abriu fogo contra uma multidão durante o desfile de 4 de Julho na cidade de Highland Park

HIGHLAND PARK - Horas depois do ataque a tiros em uma parada de 4 de Julho que deixou sete mortos e dezenas de feridos, a polícia de Highland Park, uma cidade no subúrbio de Chicago, prendeu um homem considerado “pessoa de interesse”. Antes, os oficiais haviam compartilhado descrições do suspeito de atirar de um telhado contra a multidão que celebrava o feriado de Independência: um homem branco, magro, de cabelos pretos, entre 18 e 20 anos.

Robert Crimo III, de 21 anos e com características semelhantes à descrita, foi detido cerca de oito horas depois em uma rodovia próxima, após um policial avistar seu carro, um Honda Fit 2010, no norte de Chicago. Inicialmente a polícia informou que ele tinha 22 anos, mas a informação foi corrigida em coletiva nesta terça-feira, 5.

Crimo tentou fugir brevemente, mas foi pego e algemado de bruços na calçada, de acordo com a polícia e fotos de testemunhas da prisão. Uma foto de Crimo postada pela polícia mostrava um homem de cabelos desgrenhados com várias tatuagens no pescoço e no rosto.

A polícia se recusou a identificar imediatamente Crimo como suspeito, mas disse que identificá-lo como uma pessoa de interesse, compartilhar seu nome e outras informações publicamente era um passo sério. Até a tarde desta terça-feira ele ainda não havia sido convertido a suspeito.

Robert Crimo III, uma pessoa de interesse no ataque a tiros que ocorreu em uma parada de 4 de Julho no rico subúrbio de Highland Park, Illinois, EUA, é visto nesta foto divulgada em 4 de julho de 2022 Foto: Governo da cidade de Highland Park, Illinois/via Reuters

Músicas que retratam violência

A imagem divulgada pela polícia corresponde às fotos de mídia social de um Bobby Crimo que se apresenta como um artista de rap da área de Chicago sob o nome Awake the Rapper. O site IMDb do rapper o descreve como um “fenômeno do hip-hop” da área de Chicago, que é um “filho do meio de três irmãos e descendente de italianos”.

À primeira vista Crimo é como muitos artistas da internet, com seguidores modestos, vídeos amadores no YouTube e faixas no Spotify.

Vídeos com locução mostram uma imagem desenhada por computador de uma figura usando o que parece ser um equipamento tático e atirando com um fuzil, com uma pessoa ajoelhada, as mãos levantadas aparentemente implorando por misericórdia e outra deitada no chão. Outro clipe mostra uma pessoa que parece ser Crimo usando capacete e colete dentro de uma sala de aula ao lado de uma bandeira americana.

A locução se impõe em um cenário de música instrumental dramática: “Preciso sair agora, preciso apenas fazê-lo. É o meu destino. Tudo levou a isso; nada pode me parar, nem mesmo eu.”

Em outro vídeo, Crimo diz: “Liberdade. Liberdade. Liberdade. Liberdade? Liberdade.” Outro: “Odeio quando os outros chamam mais atenção do que eu na internet”.

Os vídeos não estavam mais disponíveis no YouTube na segunda-feira e suas músicas foram removidas do Spotify. Um porta-voz do Spotify disse em um e-mail ao The Washington Post que o serviço de streaming havia removido o conteúdo “em parceria” com as diversas distribuidoras da música. Os distribuidores estavam “todos alinhados na remoção desse conteúdo”, disse o porta-voz.

Sem motivação aparente

Um dos vídeos de Crimo parece ter sido gravado por ele enquanto espera entre uma multidão a passagem de uma carreata presidencial. Fotos que parecem mostrar Crimo participando de um comício do ex-presidente Donald Trump também surgiram, mas não está claro em suas postagens on-line que ele era um apoiador de Trump ou de qualquer outro partido ou candidato político.

“Ele estava imerso na cultura marginal da internet. Mas nada descoberto até agora sugere um motivo político ou ideológico claro”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior do Laboratório de Pesquisa Forense Digital do Atlantic Council, que estuda como as informações se espalham online.

Brooking disse que isso contrasta com os atiradores em massa em Buffalo, El Paso e Poway, na Califórnia, que postaram mensagens online expressando crenças racistas pouco antes de seus ataques.

Antes mesmo de capturar Crimo, a polícia de Highland Park já informava que o atirador parecia ter atirado de forma “completamente aleatória” de cima de um telhado. A arma utilizada foi um fuzil de alta potência encontrado no local dos disparos. Segundo a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering, a arma foi obtida legalmente. Uma segunda arma foi encontrada no carro que ele utilizou e também era legal.

Em coletiva esta tarde a polícia manteve a afirmação de que o ataque foi aleatório e não parecia ter motivação racial ou religiosa. Ainda assim, Crimo planejou o ataque por semanas antes de disparar 70 vezes contra a multidão, informou as autoridades.

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O suspeito de um ataque a tiros em uma parada do 4 de julho nos Estados Unidos foi detido. O tiroteio ocorreu em uma cidade próxima a Chicago.

‘Apolítico’ e ‘quieto’

Bennett Brizes, que se tornou amigo de Crimo por volta de 2015 através da cena musical, disse que ele era “consistentemente apolítico”. Quando Brizes perguntava sobre eventos atuais e política, Crimo simplesmente respondia: “Cara, eu não sei”.

Crimo, cujos amigos o chamavam de Bobby, disse Brizes, chegou a ganhar dinheiro decente com sua música. Brizes lembrou que Crimo uma vez lançou cópias físicas de sua música e entrou em uma loja Gucci em San Diego e comprou um agasalho. Mas os dois se separaram e pararam de se falar por volta de 2019. Quando conversaram no início do ano passado, Crimo parecia “deprimido”, disse Brizes.

Embora ele sempre tenha sido conhecido como um “cara estranho” na cena do hip-hop, Brizes disse que nunca houve nada sobre ele que sugerisse violência no mundo real.

Em entrevista à estação de TV Fox 32 de Chicago, um homem que se identifica como tio de Crimo, Paul Crimo, disse que seu sobrinho passava muito tempo em seu computador.

“Ele é um garoto muito quieto, guarda tudo para si mesmo. Ele não se expressa, apenas senta no computador, não há interação entre mim e ele”, disse Paul Crimo, que acrescentou que seu sobrinho estava desempregado, mas havia trabalhado em uma franquia Panera Bread há cerca de dois anos. “Ele não foi para a faculdade, ele era um rapper do YouTube.”

Paul Crimo disse que morava no mesmo endereço que Robert Crimo III e seu pai, Robert Crimo Jr. Mas ele disse que sua interação com seu sobrinho se limitava a dizer olá e adeus e ocasionalmente o ajudava em casa. O jovem Crimo tinha um apartamento separado na propriedade, disse seu tio.

O pai de Robert Crimo III parece ser o dono de uma mercearia local e concorreu sem sucesso para prefeito de Highland Park, uma cidade de cerca de 30.000 habitantes, em 2019.

“Eu e meu irmão somos muito conhecidos em Highland Park”, disse Paul Crimo. “Todo mundo nos ama. Parte meu coração até mesmo ouvir sobre isso.”/AP, NYT e W.POST

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