Moscou luta para aumentar produção de armas para guerra na Ucrânia


Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos

Por Andrew Meldrum

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentando atrasos na produção militar e perdas crescentes, instou seu governo na terça-feira a cortar a burocracia para produzir armas e suprimentos suficientes para alimentar a guerra na Ucrânia, onde uma contraofensiva ucraniana armada pelo Ocidente tem feito suas forças recuarem.

Em outros desenvolvimentos do conflito, as autoridades ucranianas pediram aos cidadãos que estão fora do país para que não voltassem para suas casas para, assim, tentar poupar a infraestrutura energética, alvo de ataques russos. Os países ocidentais ponderaram sobre como reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

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As perdas militares russas na guerra de oito meses foram tão acentuadas que Putin teve de criar uma estrutura para tentar resolvê-las. Na terça-feira, ele presidiu um novo comitê criado para acelerar a produção e entrega de armas e suprimentos para as tropas russas, enfatizando a necessidade de “ganhar ritmo mais acelerado em todas as áreas”.

Um militar da Guarda Nacional Ucraniana posa para fotos no veículo blindado destruído em um local na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, de onde tropas russas foram expulsas recentemente Foto: Sergiy Kozlove/EFE - 25/10/2022

Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos, como kits médicos e coletes à prova de balas, e tiveram de providenciar o próprio material.

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Outras reportagens sugeriram que as tropas russas são cada vez mais forçadas a usar equipamentos antigos e às vezes não confiáveis e que alguns dos soldados recém-mobilizados estão sendo levados às pressas para a frente de batalha com pouco treinamento. Na semana passada, Putin tentou mostrar que tudo estava bem ao visitar um local de treinamento na Rússia, onde lhe mostraram soldados bem equipados.

Para substituir as cada vez mais escassas armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que Moscou provavelmente usará um grande número de drones para tentar penetrar nas defesas aéreas ucranianas. “A munição de artilharia da Rússia está acabando”, afirma um relatório britânico divulgado na terça-feira.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, acrescentou que “o ritmo mais lento dos ataques aéreos, mísseis e drones russos possivelmente reflete a diminuição dos estoques de mísseis e drones e a eficácia limitada dos ataques em atingir os objetivos militares estratégicos russos”.

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Os militares russos ainda conseguiram causar grandes danos e baixas, arruinando casas, prédios públicos e a rede elétrica da Ucrânia. O Banco Mundial estima os danos à Ucrânia até agora em € 350 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Os recentes ataques russos se concentraram nas instalações de energia da Ucrânia, especialmente geração e transmissão de eletricidade. Os déficits de eletricidade são tão graves que a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, pediu na terça-feira aos cidadãos que vivem no exterior que não retornem neste inverno (Hemisfério Norte) para evitar sobrecarregar ainda mais o fornecimento de energia.

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“Precisamos sobreviver ao inverno, mas, infelizmente, as redes (de eletricidade) não sobreviverão”, disse Vereshchuk na televisão ucraniana. “Entendemos que a situação só vai piorar e neste inverno precisamos sobreviver.”

Em Berlim, os líderes da União Europeia reuniram especialistas para trabalhar em um “novo Plano Marshall” para a reconstrução da Ucrânia – uma referência ao plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reviver as economias da Europa Ocidental após a 2ª Guerra.

Reconstrução

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o objetivo da reunião é abordar “como garantir e como sustentar o financiamento da recuperação, reconstrução e modernização da Ucrânia nos próximos anos e décadas”.

Scholz, que co-organizou a reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está procurando “nada menos do que criar um novo Plano Marshall para o século 21 – uma tarefa geracional que deve começar agora”.

No front diplomático, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres em Kiev, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, na terça-feira, que seu país continuará ao lado da Ucrânia nesta guerra e apoiará seu povo enquanto for necessário – ajudando a reconstruir o país destruído e enviando mais armas.

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“A reconstrução não está esperando o fim da guerra. Deve começar agora”, disse o presidente alemão, acrescentando que “não apenas a Alemanha está ajudando na reconstrução, mas também estamos ajudando a Ucrânia a evitar a destruição brutal, para garantir que a população seja protegida da melhor maneira possível”.

Ele prometeu que a Alemanha ajudaria a reconstruir cidades destruídas imediatamente e enviaria mais dois sistemas de mísseis de artilharia média MARS e quatro obuses autopropulsados do tipo 2000.

Posto de gasolina e lava jato destruídos após ataque russo contra a cidade de Dnieper  Foto: Mykola Synelnykov/Reuters - 26/10/2022

Na frente de batalha, mísseis russos incendiaram um posto de gasolina na terça-feira na cidade de Dinieper, no centro-sul, matando uma mulher grávida em seu carro e o operador de um lava-jato na instalação, além de ferir pelo menos três, segundo relatos de agências de notícias ucranianas.

Na cidade de Mikolaiv, no sul do país, moradores fizeram fila por água e suprimentos essenciais na terça-feira, enquanto as forças ucranianas avançavam sobre a cidade vizinha de Kherson, ocupada pelos russos.

Um dos aliados de Moscou pediu na terça-feira que a Rússia intensifique o ritmo e a escala da destruição da Ucrânia. Ramzan Kadirov, o líder regional da Chechênia que enviou tropas para lutar na Ucrânia, instou Moscou a varrer cidades do mapa em retaliação ao bombardeio ucraniano do território da Rússia.

Autoridades nas regiões russas de Kursk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, relataram repetidamente bombardeios ucranianos que danificaram infraestrutura e edifícios residenciais.

Tanque russo T-72 destruído é visto na região de combate em Mikolaiv Foto: Valentin Ogirenko/Reuters - 26/10/2022

“Nossa resposta foi muito fraca”, disse Kadirov em seu canal de aplicativo de mensagens. “Se um projétil entrar em nossa região, cidades inteiras devem ser varridas da face da Terra para que nunca pensem que podem atirar em nossa direção.”

Kiev quer intensificar a luta, mas diz que precisa de mais material de guerra. “Precisamos de mais armamento, precisamos de mais munição para vencer esta guerra”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal a repórteres em Berlim. “Precisamos de tanques de nossos parceiros, de todos os nossos parceiros; precisamos de veículos blindados pesados, precisamos de unidades de artilharia adicionais, obuses.”/AP

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentando atrasos na produção militar e perdas crescentes, instou seu governo na terça-feira a cortar a burocracia para produzir armas e suprimentos suficientes para alimentar a guerra na Ucrânia, onde uma contraofensiva ucraniana armada pelo Ocidente tem feito suas forças recuarem.

Em outros desenvolvimentos do conflito, as autoridades ucranianas pediram aos cidadãos que estão fora do país para que não voltassem para suas casas para, assim, tentar poupar a infraestrutura energética, alvo de ataques russos. Os países ocidentais ponderaram sobre como reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

As perdas militares russas na guerra de oito meses foram tão acentuadas que Putin teve de criar uma estrutura para tentar resolvê-las. Na terça-feira, ele presidiu um novo comitê criado para acelerar a produção e entrega de armas e suprimentos para as tropas russas, enfatizando a necessidade de “ganhar ritmo mais acelerado em todas as áreas”.

Um militar da Guarda Nacional Ucraniana posa para fotos no veículo blindado destruído em um local na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, de onde tropas russas foram expulsas recentemente Foto: Sergiy Kozlove/EFE - 25/10/2022

Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos, como kits médicos e coletes à prova de balas, e tiveram de providenciar o próprio material.

Outras reportagens sugeriram que as tropas russas são cada vez mais forçadas a usar equipamentos antigos e às vezes não confiáveis e que alguns dos soldados recém-mobilizados estão sendo levados às pressas para a frente de batalha com pouco treinamento. Na semana passada, Putin tentou mostrar que tudo estava bem ao visitar um local de treinamento na Rússia, onde lhe mostraram soldados bem equipados.

Para substituir as cada vez mais escassas armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que Moscou provavelmente usará um grande número de drones para tentar penetrar nas defesas aéreas ucranianas. “A munição de artilharia da Rússia está acabando”, afirma um relatório britânico divulgado na terça-feira.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, acrescentou que “o ritmo mais lento dos ataques aéreos, mísseis e drones russos possivelmente reflete a diminuição dos estoques de mísseis e drones e a eficácia limitada dos ataques em atingir os objetivos militares estratégicos russos”.

Os militares russos ainda conseguiram causar grandes danos e baixas, arruinando casas, prédios públicos e a rede elétrica da Ucrânia. O Banco Mundial estima os danos à Ucrânia até agora em € 350 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Os recentes ataques russos se concentraram nas instalações de energia da Ucrânia, especialmente geração e transmissão de eletricidade. Os déficits de eletricidade são tão graves que a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, pediu na terça-feira aos cidadãos que vivem no exterior que não retornem neste inverno (Hemisfério Norte) para evitar sobrecarregar ainda mais o fornecimento de energia.

“Precisamos sobreviver ao inverno, mas, infelizmente, as redes (de eletricidade) não sobreviverão”, disse Vereshchuk na televisão ucraniana. “Entendemos que a situação só vai piorar e neste inverno precisamos sobreviver.”

Em Berlim, os líderes da União Europeia reuniram especialistas para trabalhar em um “novo Plano Marshall” para a reconstrução da Ucrânia – uma referência ao plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reviver as economias da Europa Ocidental após a 2ª Guerra.

Reconstrução

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o objetivo da reunião é abordar “como garantir e como sustentar o financiamento da recuperação, reconstrução e modernização da Ucrânia nos próximos anos e décadas”.

Scholz, que co-organizou a reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está procurando “nada menos do que criar um novo Plano Marshall para o século 21 – uma tarefa geracional que deve começar agora”.

No front diplomático, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres em Kiev, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, na terça-feira, que seu país continuará ao lado da Ucrânia nesta guerra e apoiará seu povo enquanto for necessário – ajudando a reconstruir o país destruído e enviando mais armas.

“A reconstrução não está esperando o fim da guerra. Deve começar agora”, disse o presidente alemão, acrescentando que “não apenas a Alemanha está ajudando na reconstrução, mas também estamos ajudando a Ucrânia a evitar a destruição brutal, para garantir que a população seja protegida da melhor maneira possível”.

Ele prometeu que a Alemanha ajudaria a reconstruir cidades destruídas imediatamente e enviaria mais dois sistemas de mísseis de artilharia média MARS e quatro obuses autopropulsados do tipo 2000.

Posto de gasolina e lava jato destruídos após ataque russo contra a cidade de Dnieper  Foto: Mykola Synelnykov/Reuters - 26/10/2022

Na frente de batalha, mísseis russos incendiaram um posto de gasolina na terça-feira na cidade de Dinieper, no centro-sul, matando uma mulher grávida em seu carro e o operador de um lava-jato na instalação, além de ferir pelo menos três, segundo relatos de agências de notícias ucranianas.

Na cidade de Mikolaiv, no sul do país, moradores fizeram fila por água e suprimentos essenciais na terça-feira, enquanto as forças ucranianas avançavam sobre a cidade vizinha de Kherson, ocupada pelos russos.

Um dos aliados de Moscou pediu na terça-feira que a Rússia intensifique o ritmo e a escala da destruição da Ucrânia. Ramzan Kadirov, o líder regional da Chechênia que enviou tropas para lutar na Ucrânia, instou Moscou a varrer cidades do mapa em retaliação ao bombardeio ucraniano do território da Rússia.

Autoridades nas regiões russas de Kursk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, relataram repetidamente bombardeios ucranianos que danificaram infraestrutura e edifícios residenciais.

Tanque russo T-72 destruído é visto na região de combate em Mikolaiv Foto: Valentin Ogirenko/Reuters - 26/10/2022

“Nossa resposta foi muito fraca”, disse Kadirov em seu canal de aplicativo de mensagens. “Se um projétil entrar em nossa região, cidades inteiras devem ser varridas da face da Terra para que nunca pensem que podem atirar em nossa direção.”

Kiev quer intensificar a luta, mas diz que precisa de mais material de guerra. “Precisamos de mais armamento, precisamos de mais munição para vencer esta guerra”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal a repórteres em Berlim. “Precisamos de tanques de nossos parceiros, de todos os nossos parceiros; precisamos de veículos blindados pesados, precisamos de unidades de artilharia adicionais, obuses.”/AP

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentando atrasos na produção militar e perdas crescentes, instou seu governo na terça-feira a cortar a burocracia para produzir armas e suprimentos suficientes para alimentar a guerra na Ucrânia, onde uma contraofensiva ucraniana armada pelo Ocidente tem feito suas forças recuarem.

Em outros desenvolvimentos do conflito, as autoridades ucranianas pediram aos cidadãos que estão fora do país para que não voltassem para suas casas para, assim, tentar poupar a infraestrutura energética, alvo de ataques russos. Os países ocidentais ponderaram sobre como reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

As perdas militares russas na guerra de oito meses foram tão acentuadas que Putin teve de criar uma estrutura para tentar resolvê-las. Na terça-feira, ele presidiu um novo comitê criado para acelerar a produção e entrega de armas e suprimentos para as tropas russas, enfatizando a necessidade de “ganhar ritmo mais acelerado em todas as áreas”.

Um militar da Guarda Nacional Ucraniana posa para fotos no veículo blindado destruído em um local na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, de onde tropas russas foram expulsas recentemente Foto: Sergiy Kozlove/EFE - 25/10/2022

Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos, como kits médicos e coletes à prova de balas, e tiveram de providenciar o próprio material.

Outras reportagens sugeriram que as tropas russas são cada vez mais forçadas a usar equipamentos antigos e às vezes não confiáveis e que alguns dos soldados recém-mobilizados estão sendo levados às pressas para a frente de batalha com pouco treinamento. Na semana passada, Putin tentou mostrar que tudo estava bem ao visitar um local de treinamento na Rússia, onde lhe mostraram soldados bem equipados.

Para substituir as cada vez mais escassas armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que Moscou provavelmente usará um grande número de drones para tentar penetrar nas defesas aéreas ucranianas. “A munição de artilharia da Rússia está acabando”, afirma um relatório britânico divulgado na terça-feira.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, acrescentou que “o ritmo mais lento dos ataques aéreos, mísseis e drones russos possivelmente reflete a diminuição dos estoques de mísseis e drones e a eficácia limitada dos ataques em atingir os objetivos militares estratégicos russos”.

Os militares russos ainda conseguiram causar grandes danos e baixas, arruinando casas, prédios públicos e a rede elétrica da Ucrânia. O Banco Mundial estima os danos à Ucrânia até agora em € 350 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Os recentes ataques russos se concentraram nas instalações de energia da Ucrânia, especialmente geração e transmissão de eletricidade. Os déficits de eletricidade são tão graves que a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, pediu na terça-feira aos cidadãos que vivem no exterior que não retornem neste inverno (Hemisfério Norte) para evitar sobrecarregar ainda mais o fornecimento de energia.

“Precisamos sobreviver ao inverno, mas, infelizmente, as redes (de eletricidade) não sobreviverão”, disse Vereshchuk na televisão ucraniana. “Entendemos que a situação só vai piorar e neste inverno precisamos sobreviver.”

Em Berlim, os líderes da União Europeia reuniram especialistas para trabalhar em um “novo Plano Marshall” para a reconstrução da Ucrânia – uma referência ao plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reviver as economias da Europa Ocidental após a 2ª Guerra.

Reconstrução

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o objetivo da reunião é abordar “como garantir e como sustentar o financiamento da recuperação, reconstrução e modernização da Ucrânia nos próximos anos e décadas”.

Scholz, que co-organizou a reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está procurando “nada menos do que criar um novo Plano Marshall para o século 21 – uma tarefa geracional que deve começar agora”.

No front diplomático, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres em Kiev, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, na terça-feira, que seu país continuará ao lado da Ucrânia nesta guerra e apoiará seu povo enquanto for necessário – ajudando a reconstruir o país destruído e enviando mais armas.

“A reconstrução não está esperando o fim da guerra. Deve começar agora”, disse o presidente alemão, acrescentando que “não apenas a Alemanha está ajudando na reconstrução, mas também estamos ajudando a Ucrânia a evitar a destruição brutal, para garantir que a população seja protegida da melhor maneira possível”.

Ele prometeu que a Alemanha ajudaria a reconstruir cidades destruídas imediatamente e enviaria mais dois sistemas de mísseis de artilharia média MARS e quatro obuses autopropulsados do tipo 2000.

Posto de gasolina e lava jato destruídos após ataque russo contra a cidade de Dnieper  Foto: Mykola Synelnykov/Reuters - 26/10/2022

Na frente de batalha, mísseis russos incendiaram um posto de gasolina na terça-feira na cidade de Dinieper, no centro-sul, matando uma mulher grávida em seu carro e o operador de um lava-jato na instalação, além de ferir pelo menos três, segundo relatos de agências de notícias ucranianas.

Na cidade de Mikolaiv, no sul do país, moradores fizeram fila por água e suprimentos essenciais na terça-feira, enquanto as forças ucranianas avançavam sobre a cidade vizinha de Kherson, ocupada pelos russos.

Um dos aliados de Moscou pediu na terça-feira que a Rússia intensifique o ritmo e a escala da destruição da Ucrânia. Ramzan Kadirov, o líder regional da Chechênia que enviou tropas para lutar na Ucrânia, instou Moscou a varrer cidades do mapa em retaliação ao bombardeio ucraniano do território da Rússia.

Autoridades nas regiões russas de Kursk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, relataram repetidamente bombardeios ucranianos que danificaram infraestrutura e edifícios residenciais.

Tanque russo T-72 destruído é visto na região de combate em Mikolaiv Foto: Valentin Ogirenko/Reuters - 26/10/2022

“Nossa resposta foi muito fraca”, disse Kadirov em seu canal de aplicativo de mensagens. “Se um projétil entrar em nossa região, cidades inteiras devem ser varridas da face da Terra para que nunca pensem que podem atirar em nossa direção.”

Kiev quer intensificar a luta, mas diz que precisa de mais material de guerra. “Precisamos de mais armamento, precisamos de mais munição para vencer esta guerra”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal a repórteres em Berlim. “Precisamos de tanques de nossos parceiros, de todos os nossos parceiros; precisamos de veículos blindados pesados, precisamos de unidades de artilharia adicionais, obuses.”/AP

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentando atrasos na produção militar e perdas crescentes, instou seu governo na terça-feira a cortar a burocracia para produzir armas e suprimentos suficientes para alimentar a guerra na Ucrânia, onde uma contraofensiva ucraniana armada pelo Ocidente tem feito suas forças recuarem.

Em outros desenvolvimentos do conflito, as autoridades ucranianas pediram aos cidadãos que estão fora do país para que não voltassem para suas casas para, assim, tentar poupar a infraestrutura energética, alvo de ataques russos. Os países ocidentais ponderaram sobre como reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

As perdas militares russas na guerra de oito meses foram tão acentuadas que Putin teve de criar uma estrutura para tentar resolvê-las. Na terça-feira, ele presidiu um novo comitê criado para acelerar a produção e entrega de armas e suprimentos para as tropas russas, enfatizando a necessidade de “ganhar ritmo mais acelerado em todas as áreas”.

Um militar da Guarda Nacional Ucraniana posa para fotos no veículo blindado destruído em um local na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, de onde tropas russas foram expulsas recentemente Foto: Sergiy Kozlove/EFE - 25/10/2022

Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos, como kits médicos e coletes à prova de balas, e tiveram de providenciar o próprio material.

Outras reportagens sugeriram que as tropas russas são cada vez mais forçadas a usar equipamentos antigos e às vezes não confiáveis e que alguns dos soldados recém-mobilizados estão sendo levados às pressas para a frente de batalha com pouco treinamento. Na semana passada, Putin tentou mostrar que tudo estava bem ao visitar um local de treinamento na Rússia, onde lhe mostraram soldados bem equipados.

Para substituir as cada vez mais escassas armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que Moscou provavelmente usará um grande número de drones para tentar penetrar nas defesas aéreas ucranianas. “A munição de artilharia da Rússia está acabando”, afirma um relatório britânico divulgado na terça-feira.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, acrescentou que “o ritmo mais lento dos ataques aéreos, mísseis e drones russos possivelmente reflete a diminuição dos estoques de mísseis e drones e a eficácia limitada dos ataques em atingir os objetivos militares estratégicos russos”.

Os militares russos ainda conseguiram causar grandes danos e baixas, arruinando casas, prédios públicos e a rede elétrica da Ucrânia. O Banco Mundial estima os danos à Ucrânia até agora em € 350 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Os recentes ataques russos se concentraram nas instalações de energia da Ucrânia, especialmente geração e transmissão de eletricidade. Os déficits de eletricidade são tão graves que a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, pediu na terça-feira aos cidadãos que vivem no exterior que não retornem neste inverno (Hemisfério Norte) para evitar sobrecarregar ainda mais o fornecimento de energia.

“Precisamos sobreviver ao inverno, mas, infelizmente, as redes (de eletricidade) não sobreviverão”, disse Vereshchuk na televisão ucraniana. “Entendemos que a situação só vai piorar e neste inverno precisamos sobreviver.”

Em Berlim, os líderes da União Europeia reuniram especialistas para trabalhar em um “novo Plano Marshall” para a reconstrução da Ucrânia – uma referência ao plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reviver as economias da Europa Ocidental após a 2ª Guerra.

Reconstrução

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o objetivo da reunião é abordar “como garantir e como sustentar o financiamento da recuperação, reconstrução e modernização da Ucrânia nos próximos anos e décadas”.

Scholz, que co-organizou a reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está procurando “nada menos do que criar um novo Plano Marshall para o século 21 – uma tarefa geracional que deve começar agora”.

No front diplomático, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres em Kiev, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, na terça-feira, que seu país continuará ao lado da Ucrânia nesta guerra e apoiará seu povo enquanto for necessário – ajudando a reconstruir o país destruído e enviando mais armas.

“A reconstrução não está esperando o fim da guerra. Deve começar agora”, disse o presidente alemão, acrescentando que “não apenas a Alemanha está ajudando na reconstrução, mas também estamos ajudando a Ucrânia a evitar a destruição brutal, para garantir que a população seja protegida da melhor maneira possível”.

Ele prometeu que a Alemanha ajudaria a reconstruir cidades destruídas imediatamente e enviaria mais dois sistemas de mísseis de artilharia média MARS e quatro obuses autopropulsados do tipo 2000.

Posto de gasolina e lava jato destruídos após ataque russo contra a cidade de Dnieper  Foto: Mykola Synelnykov/Reuters - 26/10/2022

Na frente de batalha, mísseis russos incendiaram um posto de gasolina na terça-feira na cidade de Dinieper, no centro-sul, matando uma mulher grávida em seu carro e o operador de um lava-jato na instalação, além de ferir pelo menos três, segundo relatos de agências de notícias ucranianas.

Na cidade de Mikolaiv, no sul do país, moradores fizeram fila por água e suprimentos essenciais na terça-feira, enquanto as forças ucranianas avançavam sobre a cidade vizinha de Kherson, ocupada pelos russos.

Um dos aliados de Moscou pediu na terça-feira que a Rússia intensifique o ritmo e a escala da destruição da Ucrânia. Ramzan Kadirov, o líder regional da Chechênia que enviou tropas para lutar na Ucrânia, instou Moscou a varrer cidades do mapa em retaliação ao bombardeio ucraniano do território da Rússia.

Autoridades nas regiões russas de Kursk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, relataram repetidamente bombardeios ucranianos que danificaram infraestrutura e edifícios residenciais.

Tanque russo T-72 destruído é visto na região de combate em Mikolaiv Foto: Valentin Ogirenko/Reuters - 26/10/2022

“Nossa resposta foi muito fraca”, disse Kadirov em seu canal de aplicativo de mensagens. “Se um projétil entrar em nossa região, cidades inteiras devem ser varridas da face da Terra para que nunca pensem que podem atirar em nossa direção.”

Kiev quer intensificar a luta, mas diz que precisa de mais material de guerra. “Precisamos de mais armamento, precisamos de mais munição para vencer esta guerra”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal a repórteres em Berlim. “Precisamos de tanques de nossos parceiros, de todos os nossos parceiros; precisamos de veículos blindados pesados, precisamos de unidades de artilharia adicionais, obuses.”/AP

KIEV - O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentando atrasos na produção militar e perdas crescentes, instou seu governo na terça-feira a cortar a burocracia para produzir armas e suprimentos suficientes para alimentar a guerra na Ucrânia, onde uma contraofensiva ucraniana armada pelo Ocidente tem feito suas forças recuarem.

Em outros desenvolvimentos do conflito, as autoridades ucranianas pediram aos cidadãos que estão fora do país para que não voltassem para suas casas para, assim, tentar poupar a infraestrutura energética, alvo de ataques russos. Os países ocidentais ponderaram sobre como reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar.

As perdas militares russas na guerra de oito meses foram tão acentuadas que Putin teve de criar uma estrutura para tentar resolvê-las. Na terça-feira, ele presidiu um novo comitê criado para acelerar a produção e entrega de armas e suprimentos para as tropas russas, enfatizando a necessidade de “ganhar ritmo mais acelerado em todas as áreas”.

Um militar da Guarda Nacional Ucraniana posa para fotos no veículo blindado destruído em um local na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, de onde tropas russas foram expulsas recentemente Foto: Sergiy Kozlove/EFE - 25/10/2022

Reportagens russas reconheceram que muitos dos convocados sob a mobilização de 300 mil reservistas ordenada por Putin não receberam equipamentos básicos, como kits médicos e coletes à prova de balas, e tiveram de providenciar o próprio material.

Outras reportagens sugeriram que as tropas russas são cada vez mais forçadas a usar equipamentos antigos e às vezes não confiáveis e que alguns dos soldados recém-mobilizados estão sendo levados às pressas para a frente de batalha com pouco treinamento. Na semana passada, Putin tentou mostrar que tudo estava bem ao visitar um local de treinamento na Rússia, onde lhe mostraram soldados bem equipados.

Para substituir as cada vez mais escassas armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que Moscou provavelmente usará um grande número de drones para tentar penetrar nas defesas aéreas ucranianas. “A munição de artilharia da Rússia está acabando”, afirma um relatório britânico divulgado na terça-feira.

O Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, acrescentou que “o ritmo mais lento dos ataques aéreos, mísseis e drones russos possivelmente reflete a diminuição dos estoques de mísseis e drones e a eficácia limitada dos ataques em atingir os objetivos militares estratégicos russos”.

Os militares russos ainda conseguiram causar grandes danos e baixas, arruinando casas, prédios públicos e a rede elétrica da Ucrânia. O Banco Mundial estima os danos à Ucrânia até agora em € 350 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Os recentes ataques russos se concentraram nas instalações de energia da Ucrânia, especialmente geração e transmissão de eletricidade. Os déficits de eletricidade são tão graves que a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, pediu na terça-feira aos cidadãos que vivem no exterior que não retornem neste inverno (Hemisfério Norte) para evitar sobrecarregar ainda mais o fornecimento de energia.

“Precisamos sobreviver ao inverno, mas, infelizmente, as redes (de eletricidade) não sobreviverão”, disse Vereshchuk na televisão ucraniana. “Entendemos que a situação só vai piorar e neste inverno precisamos sobreviver.”

Em Berlim, os líderes da União Europeia reuniram especialistas para trabalhar em um “novo Plano Marshall” para a reconstrução da Ucrânia – uma referência ao plano patrocinado pelos EUA que ajudou a reviver as economias da Europa Ocidental após a 2ª Guerra.

Reconstrução

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o objetivo da reunião é abordar “como garantir e como sustentar o financiamento da recuperação, reconstrução e modernização da Ucrânia nos próximos anos e décadas”.

Scholz, que co-organizou a reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está procurando “nada menos do que criar um novo Plano Marshall para o século 21 – uma tarefa geracional que deve começar agora”.

No front diplomático, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres em Kiev, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, na terça-feira, que seu país continuará ao lado da Ucrânia nesta guerra e apoiará seu povo enquanto for necessário – ajudando a reconstruir o país destruído e enviando mais armas.

“A reconstrução não está esperando o fim da guerra. Deve começar agora”, disse o presidente alemão, acrescentando que “não apenas a Alemanha está ajudando na reconstrução, mas também estamos ajudando a Ucrânia a evitar a destruição brutal, para garantir que a população seja protegida da melhor maneira possível”.

Ele prometeu que a Alemanha ajudaria a reconstruir cidades destruídas imediatamente e enviaria mais dois sistemas de mísseis de artilharia média MARS e quatro obuses autopropulsados do tipo 2000.

Posto de gasolina e lava jato destruídos após ataque russo contra a cidade de Dnieper  Foto: Mykola Synelnykov/Reuters - 26/10/2022

Na frente de batalha, mísseis russos incendiaram um posto de gasolina na terça-feira na cidade de Dinieper, no centro-sul, matando uma mulher grávida em seu carro e o operador de um lava-jato na instalação, além de ferir pelo menos três, segundo relatos de agências de notícias ucranianas.

Na cidade de Mikolaiv, no sul do país, moradores fizeram fila por água e suprimentos essenciais na terça-feira, enquanto as forças ucranianas avançavam sobre a cidade vizinha de Kherson, ocupada pelos russos.

Um dos aliados de Moscou pediu na terça-feira que a Rússia intensifique o ritmo e a escala da destruição da Ucrânia. Ramzan Kadirov, o líder regional da Chechênia que enviou tropas para lutar na Ucrânia, instou Moscou a varrer cidades do mapa em retaliação ao bombardeio ucraniano do território da Rússia.

Autoridades nas regiões russas de Kursk e Belgorod, que fazem fronteira com a Ucrânia, relataram repetidamente bombardeios ucranianos que danificaram infraestrutura e edifícios residenciais.

Tanque russo T-72 destruído é visto na região de combate em Mikolaiv Foto: Valentin Ogirenko/Reuters - 26/10/2022

“Nossa resposta foi muito fraca”, disse Kadirov em seu canal de aplicativo de mensagens. “Se um projétil entrar em nossa região, cidades inteiras devem ser varridas da face da Terra para que nunca pensem que podem atirar em nossa direção.”

Kiev quer intensificar a luta, mas diz que precisa de mais material de guerra. “Precisamos de mais armamento, precisamos de mais munição para vencer esta guerra”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal a repórteres em Berlim. “Precisamos de tanques de nossos parceiros, de todos os nossos parceiros; precisamos de veículos blindados pesados, precisamos de unidades de artilharia adicionais, obuses.”/AP

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