MADRI - O Ministério Público da Espanha pediu nesta quinta-feira, 25, que a investigação contra Begoña Gómez, esposa do primeiro-ministro Pedro Sánchez, seja arquivada. A denúncia levou o líder socialista a cancelar compromissos públicos e anunciar que estava considerando renunciar ao cargo.
O Tribunal de Madri confirmou na quarta que havia aberto um investigação contra Begoña Gómez por corrupção e tráfico de influência e que o caso corria em segredo de Justiça. No dia seguinte, o Mistério Público pediu o arquivamento e argumentou que não há provas de crime que justifiquem a abertura de um processo, disseram fontes com conhecimento sobre o caso à agência EFE.
A investigação foi motivada por denúncia da organização anticorrupção Mãos Limpas, cujo presidente Miguel Bernad tem vínculos com a extrema direita espanhola. O grupo depois admitiu que se baseou exclusivamente em matérias que circularam na imprensa ao apontar as supostas irregularidades e que caberia à Justiça determinar se era verdade.
De acordo com o portal El Confidencial, o tribunal investigava as ligações de Gómez com o grupo espanhol Globalia, dono da aérea Air Europa, que negociava um socorro do governo durante a pandemia. A companhia recebeu uma linha de ajuda de 475 milhões de euros (2,7 bilhões de reais na cotação da época), proveniente do fundo de 10 bilhões de euros destinado a apoiar empresas estratégicas em dificuldades durante a pandemia.
Em carta publicada no X (antigo Twitter), Sánchez, o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), defendeu a inocência de Gómez e atribuiu as denúncias a uma campanha de intimidação da direita.
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“A pergunta que me faço legitimamente é: vale a pena tudo isso? Sinceramente não sei. Esse ataque não tem precedentes, é tão grave que preciso parar e refletir”, escreveu o primeiro-ministro. Ele cancelou a agenda pública para os próximos dias e disse que anunciaria a decisão na segunda-feira.
Pedro Sánchez foi reeleito presidente do Parlamento em novembro, depois que uma aliança com os independentes catalães abriu caminho para a continuidade do governo de esquerda, que está à frente da Espanha desde 2018./AFP e EFE