Muçulmanos dos subúrbios de Paris dão vantagem a Macron no 2º turno das presidenciais na França


População islâmica, que votou em Mélenchon, terceiro colocado no 1.º turno, abomina as políticas nacionalistas e a retórica anti-Islã de Marine Le Pen

Por Paloma Varón/Especial para o Estadão

PARIS - Com previsão de alta abstenção – cerca de 30% –, o segundo turno da eleição presidencial francesa neste domingo, 24, entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen, será decidido, segundo analistas, pelos eleitores do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, terceiro colocado no primeiro turno, com 21,95% dos votos. Uma das cidades que votou em massa em Mélenchon foi Saint-Denis, subúrbio de Paris, majoritariamente muçulmana onde a rejeição a Le Pen é grande.

Em Saint-Denis, onde mais da metade da população é islâmica, Mélenchon teve 61% dos votos. Segundo pesquisa do Ifop para o jornal católico La Croix, Mélenchon teve 69% dos votos entre os muçulmanos – apenas 14% votaram em Macron e 7%, em Le Pen.

Le Pen é detestada pelos muçulmanos em razão de sua retórica anti-imigrante. Durante a campanha, ela prometeu banir o véu islâmico em espaços públicos, ou seja, em ruas, praças, parques e centros comerciais – o véu já é proibido em colégios, desde 2004, e em repartições públicas, desde 2010.

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Emmanuel Macron faz campanha em Saint-Denis em busca do voto de esquerdistas  Foto: Ludovic MARIN / AFP

Para Lamyae, de 37 anos, eleitora de Mélenchon, Le Pen leva longe demais a retórica anti-Islã. “Eu uso o véu por escolha e terei de votar em Macron para impedir esta atrocidade”, disse Lamyae.

“Isso vai de encontro às liberdades individuais já conquistadas pelas mulheres. É um passo atrás. O véu é signo de emancipação da mulher muçulmana. Ela quer que fiquemos em casa? Não vamos ficar. Se ela for eleita, vamos fazer um grande movimento, mesmo correndo o risco de multas e prisões”, disse Sephora, de 37 anos, auxiliar administrativa, que tira o véu para entrar na escola do filho ou trabalhar. Ela também é eleitora de Mélenchon.

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Sephora confirma que, na véspera do primeiro turno, alguns imãs pediram voto em Mélenchon. “Em geral, eles não se misturam com política. Mas, desta vez, o perigo estava muito perto. Infelizmente, Mélenchon não foi para o segundo turno e agora temos de fazer esta escolha absurda (entre Macron e Le Pen)”, lamenta.

Como evidência da importância de Saint-Denis, a cidade foi o local escolhido por Macron para fazer campanha na reta final – Le Pen preferiu viajar para o norte, para perto dos caminhoneiros. Durante o debate, o presidente disse que proposta de banir o véu islâmico provocaria uma “guerra civil” na França.

Jornalistas acompanham evento de campanha de Marine Le Pen no norte da França com caminhoneiros  Foto: Thomas SAMSON / AFP
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Mesmo se dizendo “horrorizadas” com Le Pen, as amigas Stéphanie, de 25 anos, Sarah, de 33, e Ouiza, de 41, que votaram em Mélenchon e vivem em Saint-Denis, ainda não sabem em quem votar. São eles – os indecisos – os mais disputados na reta final da campanha, que terminou oficialmente na sexta-feira.

Segundo pesquisas, o debate favoreceu Macron, consolidando o seu favoritismo. Ele teria cerca de 15 pontos porcentuais a mais do que Le Pen (57% a 42%) – suficiente para vencer, mas bem menos do que a vitória sobre Le Pen na eleição de 2017 (66% a 33%).

O voto não é obrigatório na França e a maioria dos eleitores de Mélenchon não se sente confortável com nenhum dos dois. Segundo pesquisas, 34% dos eleitores de Mélenchon devem migrar para Macron e 18% votarão em Le Pen – 48% não votarão em ninguém.

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Voto útil

Com uma taxa de pobreza de 27,9% (a média nacional é de 14,8%), segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee), Seine Saint-Denis é o departamento mais pobre da França metropolitana.

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A franco-brasileira Silvia Capanema, conselheira (espécie de deputada estadual) do departamento de Seine-Saint-Denis, diz que o arrocho salarial, o trabalho precarizado e a “uberização” da sociedade, agravados pelas políticas de Macron, têm levado mais e mais pessoas a se absterem de votar.

“Na França, esta vai ser a última vez que o voto útil para barrar a extrema direita vai funcionar, porque as pessoas não querem mais participar deste jogo. São as classes populares que estão se abstendo. Os intelectuais e artistas que votaram em Mélenchon votarão em Macron. Mas o povo não aguenta mais”, disse.

Política prejudicial a brasileiros

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Para o sociólogo brasileiro Glauber Sezerino, membro do Coletivo de Organizações de Solidariedade Internacional, apesar da repressão do governo, do racismo e das dificuldades, a maioria dos imigrantes sabe que uma vitória da extrema direita agravaria a situação, principalmente para uma população como a de Saint-Denis.

Além da perseguição aos muçulmanos, Le Pen pretende priorizar os franceses em empregos e impedir que cidadãos com dupla nacionalidade ocupem cargos públicos, o que afetaria os brasileiros e seus filhos, mesmo os nascidos na França.

Silvia Capanema é deputada estadual da França Insubmissa no departamento de Seine-Saint-Denis. Foto: Paloma Varon/ Estadão

“Trabalho com movimentos sociais. No dia seguinte ao resultado do primeiro turno, percebi que muitos militantes de esquerda não votariam no segundo turno. Para eles, não há uma diferença entre Macron e Le Pen”, conta Sezerino, que temeu uma vitória da extrema direita.

Esta percepção o fez recorrer às redes para alertar seus conhecidos do campo progressista de que o único voto racional seria em Macron. De acordo com ele, os danos da política migratória de Le Pen “seriam profundos e de difícil recuperação, uma vez terminado seu governo”.

“Todo esse programa de preferência nacional dificultaria ainda mais a vida de imigrantes e cidadãos com dupla nacionalidade na França. Além disso, a proposta de referendo sobre a imigração para incluir uma nova lei ainda mais restritiva na Constituição afetaria diretamente os brasileiros, que perderiam a possibilidade de, aos 18 anos, solicitarem a nacionalidade francesa”, explica.

PARIS - Com previsão de alta abstenção – cerca de 30% –, o segundo turno da eleição presidencial francesa neste domingo, 24, entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen, será decidido, segundo analistas, pelos eleitores do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, terceiro colocado no primeiro turno, com 21,95% dos votos. Uma das cidades que votou em massa em Mélenchon foi Saint-Denis, subúrbio de Paris, majoritariamente muçulmana onde a rejeição a Le Pen é grande.

Em Saint-Denis, onde mais da metade da população é islâmica, Mélenchon teve 61% dos votos. Segundo pesquisa do Ifop para o jornal católico La Croix, Mélenchon teve 69% dos votos entre os muçulmanos – apenas 14% votaram em Macron e 7%, em Le Pen.

Le Pen é detestada pelos muçulmanos em razão de sua retórica anti-imigrante. Durante a campanha, ela prometeu banir o véu islâmico em espaços públicos, ou seja, em ruas, praças, parques e centros comerciais – o véu já é proibido em colégios, desde 2004, e em repartições públicas, desde 2010.

Emmanuel Macron faz campanha em Saint-Denis em busca do voto de esquerdistas  Foto: Ludovic MARIN / AFP

Para Lamyae, de 37 anos, eleitora de Mélenchon, Le Pen leva longe demais a retórica anti-Islã. “Eu uso o véu por escolha e terei de votar em Macron para impedir esta atrocidade”, disse Lamyae.

“Isso vai de encontro às liberdades individuais já conquistadas pelas mulheres. É um passo atrás. O véu é signo de emancipação da mulher muçulmana. Ela quer que fiquemos em casa? Não vamos ficar. Se ela for eleita, vamos fazer um grande movimento, mesmo correndo o risco de multas e prisões”, disse Sephora, de 37 anos, auxiliar administrativa, que tira o véu para entrar na escola do filho ou trabalhar. Ela também é eleitora de Mélenchon.

Sephora confirma que, na véspera do primeiro turno, alguns imãs pediram voto em Mélenchon. “Em geral, eles não se misturam com política. Mas, desta vez, o perigo estava muito perto. Infelizmente, Mélenchon não foi para o segundo turno e agora temos de fazer esta escolha absurda (entre Macron e Le Pen)”, lamenta.

Como evidência da importância de Saint-Denis, a cidade foi o local escolhido por Macron para fazer campanha na reta final – Le Pen preferiu viajar para o norte, para perto dos caminhoneiros. Durante o debate, o presidente disse que proposta de banir o véu islâmico provocaria uma “guerra civil” na França.

Jornalistas acompanham evento de campanha de Marine Le Pen no norte da França com caminhoneiros  Foto: Thomas SAMSON / AFP

Mesmo se dizendo “horrorizadas” com Le Pen, as amigas Stéphanie, de 25 anos, Sarah, de 33, e Ouiza, de 41, que votaram em Mélenchon e vivem em Saint-Denis, ainda não sabem em quem votar. São eles – os indecisos – os mais disputados na reta final da campanha, que terminou oficialmente na sexta-feira.

Segundo pesquisas, o debate favoreceu Macron, consolidando o seu favoritismo. Ele teria cerca de 15 pontos porcentuais a mais do que Le Pen (57% a 42%) – suficiente para vencer, mas bem menos do que a vitória sobre Le Pen na eleição de 2017 (66% a 33%).

O voto não é obrigatório na França e a maioria dos eleitores de Mélenchon não se sente confortável com nenhum dos dois. Segundo pesquisas, 34% dos eleitores de Mélenchon devem migrar para Macron e 18% votarão em Le Pen – 48% não votarão em ninguém.

Voto útil

Com uma taxa de pobreza de 27,9% (a média nacional é de 14,8%), segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee), Seine Saint-Denis é o departamento mais pobre da França metropolitana.

A franco-brasileira Silvia Capanema, conselheira (espécie de deputada estadual) do departamento de Seine-Saint-Denis, diz que o arrocho salarial, o trabalho precarizado e a “uberização” da sociedade, agravados pelas políticas de Macron, têm levado mais e mais pessoas a se absterem de votar.

“Na França, esta vai ser a última vez que o voto útil para barrar a extrema direita vai funcionar, porque as pessoas não querem mais participar deste jogo. São as classes populares que estão se abstendo. Os intelectuais e artistas que votaram em Mélenchon votarão em Macron. Mas o povo não aguenta mais”, disse.

Política prejudicial a brasileiros

Para o sociólogo brasileiro Glauber Sezerino, membro do Coletivo de Organizações de Solidariedade Internacional, apesar da repressão do governo, do racismo e das dificuldades, a maioria dos imigrantes sabe que uma vitória da extrema direita agravaria a situação, principalmente para uma população como a de Saint-Denis.

Além da perseguição aos muçulmanos, Le Pen pretende priorizar os franceses em empregos e impedir que cidadãos com dupla nacionalidade ocupem cargos públicos, o que afetaria os brasileiros e seus filhos, mesmo os nascidos na França.

Silvia Capanema é deputada estadual da França Insubmissa no departamento de Seine-Saint-Denis. Foto: Paloma Varon/ Estadão

“Trabalho com movimentos sociais. No dia seguinte ao resultado do primeiro turno, percebi que muitos militantes de esquerda não votariam no segundo turno. Para eles, não há uma diferença entre Macron e Le Pen”, conta Sezerino, que temeu uma vitória da extrema direita.

Esta percepção o fez recorrer às redes para alertar seus conhecidos do campo progressista de que o único voto racional seria em Macron. De acordo com ele, os danos da política migratória de Le Pen “seriam profundos e de difícil recuperação, uma vez terminado seu governo”.

“Todo esse programa de preferência nacional dificultaria ainda mais a vida de imigrantes e cidadãos com dupla nacionalidade na França. Além disso, a proposta de referendo sobre a imigração para incluir uma nova lei ainda mais restritiva na Constituição afetaria diretamente os brasileiros, que perderiam a possibilidade de, aos 18 anos, solicitarem a nacionalidade francesa”, explica.

PARIS - Com previsão de alta abstenção – cerca de 30% –, o segundo turno da eleição presidencial francesa neste domingo, 24, entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen, será decidido, segundo analistas, pelos eleitores do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, terceiro colocado no primeiro turno, com 21,95% dos votos. Uma das cidades que votou em massa em Mélenchon foi Saint-Denis, subúrbio de Paris, majoritariamente muçulmana onde a rejeição a Le Pen é grande.

Em Saint-Denis, onde mais da metade da população é islâmica, Mélenchon teve 61% dos votos. Segundo pesquisa do Ifop para o jornal católico La Croix, Mélenchon teve 69% dos votos entre os muçulmanos – apenas 14% votaram em Macron e 7%, em Le Pen.

Le Pen é detestada pelos muçulmanos em razão de sua retórica anti-imigrante. Durante a campanha, ela prometeu banir o véu islâmico em espaços públicos, ou seja, em ruas, praças, parques e centros comerciais – o véu já é proibido em colégios, desde 2004, e em repartições públicas, desde 2010.

Emmanuel Macron faz campanha em Saint-Denis em busca do voto de esquerdistas  Foto: Ludovic MARIN / AFP

Para Lamyae, de 37 anos, eleitora de Mélenchon, Le Pen leva longe demais a retórica anti-Islã. “Eu uso o véu por escolha e terei de votar em Macron para impedir esta atrocidade”, disse Lamyae.

“Isso vai de encontro às liberdades individuais já conquistadas pelas mulheres. É um passo atrás. O véu é signo de emancipação da mulher muçulmana. Ela quer que fiquemos em casa? Não vamos ficar. Se ela for eleita, vamos fazer um grande movimento, mesmo correndo o risco de multas e prisões”, disse Sephora, de 37 anos, auxiliar administrativa, que tira o véu para entrar na escola do filho ou trabalhar. Ela também é eleitora de Mélenchon.

Sephora confirma que, na véspera do primeiro turno, alguns imãs pediram voto em Mélenchon. “Em geral, eles não se misturam com política. Mas, desta vez, o perigo estava muito perto. Infelizmente, Mélenchon não foi para o segundo turno e agora temos de fazer esta escolha absurda (entre Macron e Le Pen)”, lamenta.

Como evidência da importância de Saint-Denis, a cidade foi o local escolhido por Macron para fazer campanha na reta final – Le Pen preferiu viajar para o norte, para perto dos caminhoneiros. Durante o debate, o presidente disse que proposta de banir o véu islâmico provocaria uma “guerra civil” na França.

Jornalistas acompanham evento de campanha de Marine Le Pen no norte da França com caminhoneiros  Foto: Thomas SAMSON / AFP

Mesmo se dizendo “horrorizadas” com Le Pen, as amigas Stéphanie, de 25 anos, Sarah, de 33, e Ouiza, de 41, que votaram em Mélenchon e vivem em Saint-Denis, ainda não sabem em quem votar. São eles – os indecisos – os mais disputados na reta final da campanha, que terminou oficialmente na sexta-feira.

Segundo pesquisas, o debate favoreceu Macron, consolidando o seu favoritismo. Ele teria cerca de 15 pontos porcentuais a mais do que Le Pen (57% a 42%) – suficiente para vencer, mas bem menos do que a vitória sobre Le Pen na eleição de 2017 (66% a 33%).

O voto não é obrigatório na França e a maioria dos eleitores de Mélenchon não se sente confortável com nenhum dos dois. Segundo pesquisas, 34% dos eleitores de Mélenchon devem migrar para Macron e 18% votarão em Le Pen – 48% não votarão em ninguém.

Voto útil

Com uma taxa de pobreza de 27,9% (a média nacional é de 14,8%), segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee), Seine Saint-Denis é o departamento mais pobre da França metropolitana.

A franco-brasileira Silvia Capanema, conselheira (espécie de deputada estadual) do departamento de Seine-Saint-Denis, diz que o arrocho salarial, o trabalho precarizado e a “uberização” da sociedade, agravados pelas políticas de Macron, têm levado mais e mais pessoas a se absterem de votar.

“Na França, esta vai ser a última vez que o voto útil para barrar a extrema direita vai funcionar, porque as pessoas não querem mais participar deste jogo. São as classes populares que estão se abstendo. Os intelectuais e artistas que votaram em Mélenchon votarão em Macron. Mas o povo não aguenta mais”, disse.

Política prejudicial a brasileiros

Para o sociólogo brasileiro Glauber Sezerino, membro do Coletivo de Organizações de Solidariedade Internacional, apesar da repressão do governo, do racismo e das dificuldades, a maioria dos imigrantes sabe que uma vitória da extrema direita agravaria a situação, principalmente para uma população como a de Saint-Denis.

Além da perseguição aos muçulmanos, Le Pen pretende priorizar os franceses em empregos e impedir que cidadãos com dupla nacionalidade ocupem cargos públicos, o que afetaria os brasileiros e seus filhos, mesmo os nascidos na França.

Silvia Capanema é deputada estadual da França Insubmissa no departamento de Seine-Saint-Denis. Foto: Paloma Varon/ Estadão

“Trabalho com movimentos sociais. No dia seguinte ao resultado do primeiro turno, percebi que muitos militantes de esquerda não votariam no segundo turno. Para eles, não há uma diferença entre Macron e Le Pen”, conta Sezerino, que temeu uma vitória da extrema direita.

Esta percepção o fez recorrer às redes para alertar seus conhecidos do campo progressista de que o único voto racional seria em Macron. De acordo com ele, os danos da política migratória de Le Pen “seriam profundos e de difícil recuperação, uma vez terminado seu governo”.

“Todo esse programa de preferência nacional dificultaria ainda mais a vida de imigrantes e cidadãos com dupla nacionalidade na França. Além disso, a proposta de referendo sobre a imigração para incluir uma nova lei ainda mais restritiva na Constituição afetaria diretamente os brasileiros, que perderiam a possibilidade de, aos 18 anos, solicitarem a nacionalidade francesa”, explica.

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