O índice de paz mundial piorou nos últimos dez anos devido à intensificação dos conflitos no Oriente Médio e no Norte da África. A Síria foi o país mais violento do mundo em 2017, seguida por Afeganistão, Sudão do Sul, Iraque e Somália. Essa é a quarta queda consecutiva registrada no nível de paz mundial segundo levantou o Índice Global da Paz, desenvolvido pelo Instituto da Economia e da Paz da Austrália.
O Oriente Médio e o Norte da África (MENA) foi a região mais violenta do mundo, sobretudo pela guerra da Síria e o embate com o Estado Islâmico no Iraque. O relatório também destacou o “aumento da hostilidade na Península Arábica”, com “profunda animosidade” entre as nações e o conflito entre grupos sunitas e xiitas no Iêmen.
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Os embargos econômicos e diplomáticos impostos ao Catar por seus vizinhos Arábia Saudita, Emirados Árabes e Bahrein também contribuem para a deterioração da paz na região.
Apesar de a África Subsaariana não estar entre as três regiões mais violentas, dois de seus países encabeçam a lista dos menos pacíficos: Sudão do Sul, que vive confronto de facções militares desde 2013, e Somália, em guerra civil desde 1991 e sob ameaça do grupo terrorista Al Shabab.
Além dos impactos humanitários, a violência custou 12,4% do PIB mundial e somou US$ 14,76 trilhões. O estudo projeta que, se os países mais violentos atingissem o nível de crescimento econômico dos países pacíficos, a economia global teria um crescimento de US$ 13,87 trilhões.
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A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou nesta segunda-feira que a guerra na Síria provocou mais de 350.000 mortes em sete anos.
As despesas mais altas para os países são os gastos militares, de segurança interna e de encarceramento. Na Síria, 68% do PIB ficaram comprometidos com a guerra.
O desenvolvimento econômico dos países está diretamente ligado ao nível de violência: os Estados mais pacíficos são também os que apresentam PIB per capita mais alto. Já os países mais violentos, além de registrarem PIB per capita mais baixo, têm uma taxa de crescimento baixíssima, o que torna cada vez mais difícil elevar os padrões de vida de suas populações. / Com Reuters