Muro contra sanções americanas e salários em dólar: as promessas milagrosas da campanha na Venezuela


Processo ocorre em um país castigado por inflação fora de controle, filas intermináveis para colocar gasolina, cortes de energia extenuantes e falhas no abastecimento de água e gás

Por Redação

CARACAS - Acabar com a pobreza, salários em dólar, pôr fim ao caos no serviço público, ou deixar as sanções americanas para trás: um mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6.

O processo ocorre em um país castigado por uma inflação fora de controle, por filas intermináveis para colocar gasolina - salvo em Caracas -, por cortes de energia extenuantes e por falhas no abastecimento de água e gás.

"Se você quiser que recuperemos a economia, se quiser que recuperemos o país, que recuperemos os salários, que recuperemos tudo, tem que sair e votar", lançou o presidente Nicolás Maduro, em um de seus apelos à participação nas urnas.

continua após a publicidade

Com os principais partidos da oposição marginalizados em uma disputa que consideram uma "fraude", o chavismo ativou toda sua máquina para o que descreve como uma disputa "histórica".

Mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6 Foto: Miguel Gutierrez/EFE

"Temos 12 leis já propostas por vocês por meio de milhares e milhares de mensagens que chegaram até nós", disse Jorge Rodríguez, o poderoso líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de situação, a um mar de pessoas, ao oferecer leis "que defendem a família venezuelana".

continua após a publicidade

Rodríguez convidou a militância chavista a se mobilizar "aos milhões", em 6 de dezembro, "para dizer 'parem com as sanções! Parem com o bloqueio! Respeitem a Venezuela!'".

Contornar as sanções dos EUA, que incluem um embargo ao petróleo em vigor desde abril de 2019, é o cerne do discurso oficial durante esta campanha. Outra promessa popular na base é punir "terroristas" e "traidores", incluindo o líder da oposição Juan Guaidó.

Na oposição dissidente, que participa das eleições, fala-se em reconciliação e em acordos com os Estados Unidos para flexibilizar as sanções, assim como de ancorar os pulverizados salários ao dólar, como propõe o pastor evangélico Javier Bertucci. Ele disputa uma das 277 cadeiras do novo Parlamento.

continua após a publicidade

O futuro dessas promessas é incerto, mas especialistas antecipam que o chavismo terá o controle majoritário da nova legislatura.

Dano à democracia

As promessas de mudança de regime continuam a chegar do lado de Juan Guaidó, que incentiva uma consulta à margem do órgão eleitoral, entre 7 e 12 de dezembro. Este processo lembra uma convocação similar em julho de 2017. 

continua após a publicidade

"Um dos nossos pilares na estratégia para conseguir mudanças na Venezuela é exercer a maioria e, para isso, é a consulta popular", disse o líder da oposição reconhecido como presidente interino pelos Estados Unidos e mais cerca de 50 países.

Na prática, Guaidó não exerce funções de Estado. 

O analista Félix Séijas explica que as promessas "respondem à tentativa de ativar" a população. "O chavismo, sobretudo, sabe que tem um teto eleitoral de aproximadamente 5,5 milhões de votos. Sua preocupação é como fazê-los ir votar nesse dia", completou.

continua após a publicidade

Para despertar o entusiasmo do eleitorado, "vamos ouvir de tudo", completou.

E não é que as promessas eleitorais na Venezuela sejam algo novo, como observa Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello, de Caracas.

O problema, segundo ele, é que "a demagogia causa um dano tremendo à democracia". /AFP

CARACAS - Acabar com a pobreza, salários em dólar, pôr fim ao caos no serviço público, ou deixar as sanções americanas para trás: um mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6.

O processo ocorre em um país castigado por uma inflação fora de controle, por filas intermináveis para colocar gasolina - salvo em Caracas -, por cortes de energia extenuantes e por falhas no abastecimento de água e gás.

"Se você quiser que recuperemos a economia, se quiser que recuperemos o país, que recuperemos os salários, que recuperemos tudo, tem que sair e votar", lançou o presidente Nicolás Maduro, em um de seus apelos à participação nas urnas.

Com os principais partidos da oposição marginalizados em uma disputa que consideram uma "fraude", o chavismo ativou toda sua máquina para o que descreve como uma disputa "histórica".

Mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6 Foto: Miguel Gutierrez/EFE

"Temos 12 leis já propostas por vocês por meio de milhares e milhares de mensagens que chegaram até nós", disse Jorge Rodríguez, o poderoso líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de situação, a um mar de pessoas, ao oferecer leis "que defendem a família venezuelana".

Rodríguez convidou a militância chavista a se mobilizar "aos milhões", em 6 de dezembro, "para dizer 'parem com as sanções! Parem com o bloqueio! Respeitem a Venezuela!'".

Contornar as sanções dos EUA, que incluem um embargo ao petróleo em vigor desde abril de 2019, é o cerne do discurso oficial durante esta campanha. Outra promessa popular na base é punir "terroristas" e "traidores", incluindo o líder da oposição Juan Guaidó.

Na oposição dissidente, que participa das eleições, fala-se em reconciliação e em acordos com os Estados Unidos para flexibilizar as sanções, assim como de ancorar os pulverizados salários ao dólar, como propõe o pastor evangélico Javier Bertucci. Ele disputa uma das 277 cadeiras do novo Parlamento.

O futuro dessas promessas é incerto, mas especialistas antecipam que o chavismo terá o controle majoritário da nova legislatura.

Dano à democracia

As promessas de mudança de regime continuam a chegar do lado de Juan Guaidó, que incentiva uma consulta à margem do órgão eleitoral, entre 7 e 12 de dezembro. Este processo lembra uma convocação similar em julho de 2017. 

"Um dos nossos pilares na estratégia para conseguir mudanças na Venezuela é exercer a maioria e, para isso, é a consulta popular", disse o líder da oposição reconhecido como presidente interino pelos Estados Unidos e mais cerca de 50 países.

Na prática, Guaidó não exerce funções de Estado. 

O analista Félix Séijas explica que as promessas "respondem à tentativa de ativar" a população. "O chavismo, sobretudo, sabe que tem um teto eleitoral de aproximadamente 5,5 milhões de votos. Sua preocupação é como fazê-los ir votar nesse dia", completou.

Para despertar o entusiasmo do eleitorado, "vamos ouvir de tudo", completou.

E não é que as promessas eleitorais na Venezuela sejam algo novo, como observa Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello, de Caracas.

O problema, segundo ele, é que "a demagogia causa um dano tremendo à democracia". /AFP

CARACAS - Acabar com a pobreza, salários em dólar, pôr fim ao caos no serviço público, ou deixar as sanções americanas para trás: um mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6.

O processo ocorre em um país castigado por uma inflação fora de controle, por filas intermináveis para colocar gasolina - salvo em Caracas -, por cortes de energia extenuantes e por falhas no abastecimento de água e gás.

"Se você quiser que recuperemos a economia, se quiser que recuperemos o país, que recuperemos os salários, que recuperemos tudo, tem que sair e votar", lançou o presidente Nicolás Maduro, em um de seus apelos à participação nas urnas.

Com os principais partidos da oposição marginalizados em uma disputa que consideram uma "fraude", o chavismo ativou toda sua máquina para o que descreve como uma disputa "histórica".

Mar de promessas quase milagrosas surgiu na campanha para as eleições legislativas na Venezuela, neste domingo, 6 Foto: Miguel Gutierrez/EFE

"Temos 12 leis já propostas por vocês por meio de milhares e milhares de mensagens que chegaram até nós", disse Jorge Rodríguez, o poderoso líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), de situação, a um mar de pessoas, ao oferecer leis "que defendem a família venezuelana".

Rodríguez convidou a militância chavista a se mobilizar "aos milhões", em 6 de dezembro, "para dizer 'parem com as sanções! Parem com o bloqueio! Respeitem a Venezuela!'".

Contornar as sanções dos EUA, que incluem um embargo ao petróleo em vigor desde abril de 2019, é o cerne do discurso oficial durante esta campanha. Outra promessa popular na base é punir "terroristas" e "traidores", incluindo o líder da oposição Juan Guaidó.

Na oposição dissidente, que participa das eleições, fala-se em reconciliação e em acordos com os Estados Unidos para flexibilizar as sanções, assim como de ancorar os pulverizados salários ao dólar, como propõe o pastor evangélico Javier Bertucci. Ele disputa uma das 277 cadeiras do novo Parlamento.

O futuro dessas promessas é incerto, mas especialistas antecipam que o chavismo terá o controle majoritário da nova legislatura.

Dano à democracia

As promessas de mudança de regime continuam a chegar do lado de Juan Guaidó, que incentiva uma consulta à margem do órgão eleitoral, entre 7 e 12 de dezembro. Este processo lembra uma convocação similar em julho de 2017. 

"Um dos nossos pilares na estratégia para conseguir mudanças na Venezuela é exercer a maioria e, para isso, é a consulta popular", disse o líder da oposição reconhecido como presidente interino pelos Estados Unidos e mais cerca de 50 países.

Na prática, Guaidó não exerce funções de Estado. 

O analista Félix Séijas explica que as promessas "respondem à tentativa de ativar" a população. "O chavismo, sobretudo, sabe que tem um teto eleitoral de aproximadamente 5,5 milhões de votos. Sua preocupação é como fazê-los ir votar nesse dia", completou.

Para despertar o entusiasmo do eleitorado, "vamos ouvir de tudo", completou.

E não é que as promessas eleitorais na Venezuela sejam algo novo, como observa Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello, de Caracas.

O problema, segundo ele, é que "a demagogia causa um dano tremendo à democracia". /AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.