Na ONU, Dilma foca em economia, mas é aplaudida ao falar de Oriente Médio


Discurso de presidente tratou da questão palestina, crise na Síria e até do embargo dos EUA a Cuba.

Por Pablo Uchoa

Apesar da ênfase na economia, foram os trechos a respeito de política internacional no discurso da presidente Dilma Rousseff que mais despertaram a reação das delegações que lotaram o plenário da ONU nesta terça-feira. Três vezes ao longo de sua intervenção ao abrir a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas a presidente despertou aplausos que, ao serem repetidamente ignorados, se tornaram mais discretos. Todos foram durante trechos que tratavam da questão do Oriente Médio: quando condenou a violência na Síria, mas disse que "não há solução militar" para o conflito; quando repudiou o que chamou de "preconceito islamofóbico nos países ocidentais"; e quando defendeu a criação do Estado palestino como a única maneira de "atender aos anseios de Israel de paz com seus vizinhos". Dilma disse que parte da "dificuldade" da comunidade internacional de lidar com os conflitos regionais se dá pela falta de representatividade do Conselho de Segurança da ONU, onde apenas cinco membros - EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China - fazem parte do conselho permanente e gozam do poder de vetar as decisões. Primeiro a falar O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU, estabelecida em 1945, e nela tem assumido desde sempre um papel ativo. Há anos tenta fazer parte do órgão mais influente da ONU como membro permanente, algo que dependeria em uma reforma da instituição. "Não podemos permitir que este Conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por alianças que se formam à sua revelia, fora do seu controle e à margem da lei internacional", disse a presidente. O papel proativo na criação da ONU é o que explica a tradição de que o Brasil faça o discurso de abertura dos debates dos chefes de Estado da Assembleia Geral do órgão. A prática remonta a 1947, quando o primeiro encontro do órgão foi presidido pelo diplomata Oswaldo Aranha, que chefiou a missão brasileira na ONU durante o governo de Getúlio Vargas. No seu discurso, Dilma lembrou ainda que o Brasil está comprometido com um "novo paradigma" de desenvolvimento sustentável contido no documento negociado na Rio+20, em junho: "crescer, incluir, proteger e preservar, ou seja, a síntese do desenvolvimento sustentável", definiu. Além disso, ela pediu o fim do embargo americano a Cuba, que todos os anos é condenado pelos países da ONU mas vigora há cinco décadas pelas autoridades em Washington. "Cuba tem avançado na atualização do seu modelo econômico e, para seguir nesse caminho, precisa do apoio de parceiros", afirmou Dilma, opinando que a "cooperação", entretanto, é impossibilitada pelo embargo. "É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas." Agenda Após o discurso na ONU, Dilma se encontrou com os presidentes do Egito, Mohammed Mursi, e da Indonésia, Susilo Bambang. Mais cedo, a presidente participou de uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Parte do encontro contou com a presença do presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, e do bicampeão do esporte Emerson Fittipaldi. A FIA e o Ministério das Cidades estão trabalhando em uma campanha para reduzir as mortes no trânsito, através da conscientização dos motoristas e da cobrança por melhores carros e estradas. Segundo a FIA, em todo o mundo 1,3 milhão de pessoas morrem por acidentes de carro. Outras 50 milhões saem feridas. No Brasil, as estatísticas são de 42 mil mortes anuais. A agenda de Dilma prevê a volta da presidente a Brasília na quarta-feira de manhã. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Apesar da ênfase na economia, foram os trechos a respeito de política internacional no discurso da presidente Dilma Rousseff que mais despertaram a reação das delegações que lotaram o plenário da ONU nesta terça-feira. Três vezes ao longo de sua intervenção ao abrir a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas a presidente despertou aplausos que, ao serem repetidamente ignorados, se tornaram mais discretos. Todos foram durante trechos que tratavam da questão do Oriente Médio: quando condenou a violência na Síria, mas disse que "não há solução militar" para o conflito; quando repudiou o que chamou de "preconceito islamofóbico nos países ocidentais"; e quando defendeu a criação do Estado palestino como a única maneira de "atender aos anseios de Israel de paz com seus vizinhos". Dilma disse que parte da "dificuldade" da comunidade internacional de lidar com os conflitos regionais se dá pela falta de representatividade do Conselho de Segurança da ONU, onde apenas cinco membros - EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China - fazem parte do conselho permanente e gozam do poder de vetar as decisões. Primeiro a falar O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU, estabelecida em 1945, e nela tem assumido desde sempre um papel ativo. Há anos tenta fazer parte do órgão mais influente da ONU como membro permanente, algo que dependeria em uma reforma da instituição. "Não podemos permitir que este Conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por alianças que se formam à sua revelia, fora do seu controle e à margem da lei internacional", disse a presidente. O papel proativo na criação da ONU é o que explica a tradição de que o Brasil faça o discurso de abertura dos debates dos chefes de Estado da Assembleia Geral do órgão. A prática remonta a 1947, quando o primeiro encontro do órgão foi presidido pelo diplomata Oswaldo Aranha, que chefiou a missão brasileira na ONU durante o governo de Getúlio Vargas. No seu discurso, Dilma lembrou ainda que o Brasil está comprometido com um "novo paradigma" de desenvolvimento sustentável contido no documento negociado na Rio+20, em junho: "crescer, incluir, proteger e preservar, ou seja, a síntese do desenvolvimento sustentável", definiu. Além disso, ela pediu o fim do embargo americano a Cuba, que todos os anos é condenado pelos países da ONU mas vigora há cinco décadas pelas autoridades em Washington. "Cuba tem avançado na atualização do seu modelo econômico e, para seguir nesse caminho, precisa do apoio de parceiros", afirmou Dilma, opinando que a "cooperação", entretanto, é impossibilitada pelo embargo. "É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas." Agenda Após o discurso na ONU, Dilma se encontrou com os presidentes do Egito, Mohammed Mursi, e da Indonésia, Susilo Bambang. Mais cedo, a presidente participou de uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Parte do encontro contou com a presença do presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, e do bicampeão do esporte Emerson Fittipaldi. A FIA e o Ministério das Cidades estão trabalhando em uma campanha para reduzir as mortes no trânsito, através da conscientização dos motoristas e da cobrança por melhores carros e estradas. Segundo a FIA, em todo o mundo 1,3 milhão de pessoas morrem por acidentes de carro. Outras 50 milhões saem feridas. No Brasil, as estatísticas são de 42 mil mortes anuais. A agenda de Dilma prevê a volta da presidente a Brasília na quarta-feira de manhã. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Apesar da ênfase na economia, foram os trechos a respeito de política internacional no discurso da presidente Dilma Rousseff que mais despertaram a reação das delegações que lotaram o plenário da ONU nesta terça-feira. Três vezes ao longo de sua intervenção ao abrir a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas a presidente despertou aplausos que, ao serem repetidamente ignorados, se tornaram mais discretos. Todos foram durante trechos que tratavam da questão do Oriente Médio: quando condenou a violência na Síria, mas disse que "não há solução militar" para o conflito; quando repudiou o que chamou de "preconceito islamofóbico nos países ocidentais"; e quando defendeu a criação do Estado palestino como a única maneira de "atender aos anseios de Israel de paz com seus vizinhos". Dilma disse que parte da "dificuldade" da comunidade internacional de lidar com os conflitos regionais se dá pela falta de representatividade do Conselho de Segurança da ONU, onde apenas cinco membros - EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China - fazem parte do conselho permanente e gozam do poder de vetar as decisões. Primeiro a falar O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU, estabelecida em 1945, e nela tem assumido desde sempre um papel ativo. Há anos tenta fazer parte do órgão mais influente da ONU como membro permanente, algo que dependeria em uma reforma da instituição. "Não podemos permitir que este Conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por alianças que se formam à sua revelia, fora do seu controle e à margem da lei internacional", disse a presidente. O papel proativo na criação da ONU é o que explica a tradição de que o Brasil faça o discurso de abertura dos debates dos chefes de Estado da Assembleia Geral do órgão. A prática remonta a 1947, quando o primeiro encontro do órgão foi presidido pelo diplomata Oswaldo Aranha, que chefiou a missão brasileira na ONU durante o governo de Getúlio Vargas. No seu discurso, Dilma lembrou ainda que o Brasil está comprometido com um "novo paradigma" de desenvolvimento sustentável contido no documento negociado na Rio+20, em junho: "crescer, incluir, proteger e preservar, ou seja, a síntese do desenvolvimento sustentável", definiu. Além disso, ela pediu o fim do embargo americano a Cuba, que todos os anos é condenado pelos países da ONU mas vigora há cinco décadas pelas autoridades em Washington. "Cuba tem avançado na atualização do seu modelo econômico e, para seguir nesse caminho, precisa do apoio de parceiros", afirmou Dilma, opinando que a "cooperação", entretanto, é impossibilitada pelo embargo. "É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas." Agenda Após o discurso na ONU, Dilma se encontrou com os presidentes do Egito, Mohammed Mursi, e da Indonésia, Susilo Bambang. Mais cedo, a presidente participou de uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Parte do encontro contou com a presença do presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, e do bicampeão do esporte Emerson Fittipaldi. A FIA e o Ministério das Cidades estão trabalhando em uma campanha para reduzir as mortes no trânsito, através da conscientização dos motoristas e da cobrança por melhores carros e estradas. Segundo a FIA, em todo o mundo 1,3 milhão de pessoas morrem por acidentes de carro. Outras 50 milhões saem feridas. No Brasil, as estatísticas são de 42 mil mortes anuais. A agenda de Dilma prevê a volta da presidente a Brasília na quarta-feira de manhã. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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