Na Venezuela, Bachelet discute crise humanitária com cúpula chavista


Alta comissária da ONU para Direitos Humanos se reuniu com líderes do chavismo em meio a protestos em Caracas

Por Redação
Atualização:

CARACAS - A chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se reuniu nesta quainta-feira, 20, com altos funcionários do regime chavista em seu segundo dia de visita à Venezuela, marcado por protestos nas ruas para chamar a atenção para a crise humanitária no país.

Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos faz uma visita de três dias na Venezuela para avaliar a crise no país Foto: Ministério de Relações Exteriores/Divulgação

Ex-presidente do Chile, Bachelet se encontrou com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, considerado a principal figura na sustentação do regime chavista e peça-chave no apoio militar ao presidente Nicolás Maduro. Ela também teve uma reunião com o procurador-geral, Tarek William Saab, fiel ao chavismo.

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“O ataque à Venezuela tem sido sistemático, do imperialismo americano, contra toda a economia nacional. E esse ataque afetou as fontes de renda da república”, disse Ricardo Menéndez, ministro do Planejamento, a Bachelet. Segundo ele, as sanções americanas são o principal entrave para o desenvolvimento do país. Bachelet é crítica das sanções impostas pelos EUA.

Nesta sexta-feira, 21, ela se reunirá com Maduro e com o líder opositor, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em reuniões separadas. A comissária da ONU deve fazer uma única declaração à imprensa, pouco antes de partir de Caracas, no fim do dia.

No começo da semana, fontes confirmaram ao Estado que Bachelet só concordou em visitar o país se o chavismo libertasse presos políticos. Até ontem, 28 presos haviam sido libertados, mas nenhum nome importante ligado a oposição. Várias manifestações foram registradas em Caracas. 

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Trabalhadores dos setores de saúde, educação e petróleo e parentes de dissidentes presos se reuniram em vários pontos da capital em protestos que tiveram a participação de centenas de pessoas e ocorreram sem incidentes.

Margareth Baduel, filha do general da reserva Raul Baduel, ex-ministro de Hugo Chávez, exibia um cartaz com o rosto do pai, preso pela segunda vez depois de ter sido acusado de traição à pátria. “Esperamos que com essa visita, a alta comissária proteja os venezuelanos. Não é nenhum segredo a escassez de remédios. Todos os dias pessoas morrem porque não temos medicamentos ou de fome. Também esperamos a libertação de todos os presos políticos”, disse Margareth.

Centenas protestaram em Caracas durante visita de Michelle Bachelet Foto: AP Photo/Fernando Llano
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“Espero muitíssimo da visita dela, que ajude as mães, esposas, filhos de presos políticos”, afirmou Betzayda Natera, mãe de um militar preso por rebelião contra Maduro em janeiro. 

Segundo a ONG Foro Penal, há hoje 687 presos por razões políticas no país. O diretor da entidade, Alfredo Romero, disse que 2019 foi o ano com o maior número de presos políticos na história da organização, fundada há 18 anos. Romero diz que este ano mais de 50 pessoas foram mortas em protestos.

Bachelet disse que a recusa do regime em reconhecer os problemas dificulta medidas para aliviar a situação dos venezuelanos. Na quarta-feira, Maduro disse esperar que a visita de Bachelet “seja para o bem” e garantiu que está aberto a escutar “recomendações”. O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, após recebê-la, afirmou que o regime está disposto a “corrigir” o que for apontado pela ONU. / REUTERS e AFP

CARACAS - A chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se reuniu nesta quainta-feira, 20, com altos funcionários do regime chavista em seu segundo dia de visita à Venezuela, marcado por protestos nas ruas para chamar a atenção para a crise humanitária no país.

Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos faz uma visita de três dias na Venezuela para avaliar a crise no país Foto: Ministério de Relações Exteriores/Divulgação

Ex-presidente do Chile, Bachelet se encontrou com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, considerado a principal figura na sustentação do regime chavista e peça-chave no apoio militar ao presidente Nicolás Maduro. Ela também teve uma reunião com o procurador-geral, Tarek William Saab, fiel ao chavismo.

“O ataque à Venezuela tem sido sistemático, do imperialismo americano, contra toda a economia nacional. E esse ataque afetou as fontes de renda da república”, disse Ricardo Menéndez, ministro do Planejamento, a Bachelet. Segundo ele, as sanções americanas são o principal entrave para o desenvolvimento do país. Bachelet é crítica das sanções impostas pelos EUA.

Nesta sexta-feira, 21, ela se reunirá com Maduro e com o líder opositor, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em reuniões separadas. A comissária da ONU deve fazer uma única declaração à imprensa, pouco antes de partir de Caracas, no fim do dia.

No começo da semana, fontes confirmaram ao Estado que Bachelet só concordou em visitar o país se o chavismo libertasse presos políticos. Até ontem, 28 presos haviam sido libertados, mas nenhum nome importante ligado a oposição. Várias manifestações foram registradas em Caracas. 

Trabalhadores dos setores de saúde, educação e petróleo e parentes de dissidentes presos se reuniram em vários pontos da capital em protestos que tiveram a participação de centenas de pessoas e ocorreram sem incidentes.

Margareth Baduel, filha do general da reserva Raul Baduel, ex-ministro de Hugo Chávez, exibia um cartaz com o rosto do pai, preso pela segunda vez depois de ter sido acusado de traição à pátria. “Esperamos que com essa visita, a alta comissária proteja os venezuelanos. Não é nenhum segredo a escassez de remédios. Todos os dias pessoas morrem porque não temos medicamentos ou de fome. Também esperamos a libertação de todos os presos políticos”, disse Margareth.

Centenas protestaram em Caracas durante visita de Michelle Bachelet Foto: AP Photo/Fernando Llano

“Espero muitíssimo da visita dela, que ajude as mães, esposas, filhos de presos políticos”, afirmou Betzayda Natera, mãe de um militar preso por rebelião contra Maduro em janeiro. 

Segundo a ONG Foro Penal, há hoje 687 presos por razões políticas no país. O diretor da entidade, Alfredo Romero, disse que 2019 foi o ano com o maior número de presos políticos na história da organização, fundada há 18 anos. Romero diz que este ano mais de 50 pessoas foram mortas em protestos.

Bachelet disse que a recusa do regime em reconhecer os problemas dificulta medidas para aliviar a situação dos venezuelanos. Na quarta-feira, Maduro disse esperar que a visita de Bachelet “seja para o bem” e garantiu que está aberto a escutar “recomendações”. O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, após recebê-la, afirmou que o regime está disposto a “corrigir” o que for apontado pela ONU. / REUTERS e AFP

CARACAS - A chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se reuniu nesta quainta-feira, 20, com altos funcionários do regime chavista em seu segundo dia de visita à Venezuela, marcado por protestos nas ruas para chamar a atenção para a crise humanitária no país.

Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos faz uma visita de três dias na Venezuela para avaliar a crise no país Foto: Ministério de Relações Exteriores/Divulgação

Ex-presidente do Chile, Bachelet se encontrou com o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, considerado a principal figura na sustentação do regime chavista e peça-chave no apoio militar ao presidente Nicolás Maduro. Ela também teve uma reunião com o procurador-geral, Tarek William Saab, fiel ao chavismo.

“O ataque à Venezuela tem sido sistemático, do imperialismo americano, contra toda a economia nacional. E esse ataque afetou as fontes de renda da república”, disse Ricardo Menéndez, ministro do Planejamento, a Bachelet. Segundo ele, as sanções americanas são o principal entrave para o desenvolvimento do país. Bachelet é crítica das sanções impostas pelos EUA.

Nesta sexta-feira, 21, ela se reunirá com Maduro e com o líder opositor, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em reuniões separadas. A comissária da ONU deve fazer uma única declaração à imprensa, pouco antes de partir de Caracas, no fim do dia.

No começo da semana, fontes confirmaram ao Estado que Bachelet só concordou em visitar o país se o chavismo libertasse presos políticos. Até ontem, 28 presos haviam sido libertados, mas nenhum nome importante ligado a oposição. Várias manifestações foram registradas em Caracas. 

Trabalhadores dos setores de saúde, educação e petróleo e parentes de dissidentes presos se reuniram em vários pontos da capital em protestos que tiveram a participação de centenas de pessoas e ocorreram sem incidentes.

Margareth Baduel, filha do general da reserva Raul Baduel, ex-ministro de Hugo Chávez, exibia um cartaz com o rosto do pai, preso pela segunda vez depois de ter sido acusado de traição à pátria. “Esperamos que com essa visita, a alta comissária proteja os venezuelanos. Não é nenhum segredo a escassez de remédios. Todos os dias pessoas morrem porque não temos medicamentos ou de fome. Também esperamos a libertação de todos os presos políticos”, disse Margareth.

Centenas protestaram em Caracas durante visita de Michelle Bachelet Foto: AP Photo/Fernando Llano

“Espero muitíssimo da visita dela, que ajude as mães, esposas, filhos de presos políticos”, afirmou Betzayda Natera, mãe de um militar preso por rebelião contra Maduro em janeiro. 

Segundo a ONG Foro Penal, há hoje 687 presos por razões políticas no país. O diretor da entidade, Alfredo Romero, disse que 2019 foi o ano com o maior número de presos políticos na história da organização, fundada há 18 anos. Romero diz que este ano mais de 50 pessoas foram mortas em protestos.

Bachelet disse que a recusa do regime em reconhecer os problemas dificulta medidas para aliviar a situação dos venezuelanos. Na quarta-feira, Maduro disse esperar que a visita de Bachelet “seja para o bem” e garantiu que está aberto a escutar “recomendações”. O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, após recebê-la, afirmou que o regime está disposto a “corrigir” o que for apontado pela ONU. / REUTERS e AFP

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