TEERÃ - Horas após o ataque iraniano contra bases com soldados americanos no Iraque, o líder supremo do Irã, aiatolá Khamenei, provocou os Estados Unidos ao dizer que a ação foi "um tapa na cara" dos americanos e ressaltou que "ações militares não são suficientes". Para ele, a "corrupta presença dos EUA na região deve chegar ao fim".
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Javad Zarif, foi ao Twitter para afirmar que tratou-se de uma medida de legítima defesa do país. Desde a operação americana em Bagdá no dia 2 que levou à morte do general iraniano Qassin Suleimani, o Irã vinha prometendo que revidaria.
"O Irã adotou e concluiu medidas proporcionais de legítima defesa, de acordo com o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, a partir da qual foram lançados ataques armados covardes contra nossos cidadãos e altos funcionários", justificou, concluindo que o país não busca uma escalada do conflito ou guerra. "Mas nós vamos nos defender contra qualquer agressão."
Mais cedo, em seu canal no Telegram, a Guarda Revolucionária iraniana ameaçou atacar dentro dos EUA e as cidades de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Haifa, em Israel, se Irã for bombardeado pelos EUA. "Dessa vez nós responderemos a você (governo americano) nos EUA."
Segundo a TV estatal iraniana Press TV, a Guarda Revolucionária iraniana reivindicou os ataques com mísseis terra-terra contra as bases no Iraque. “Os bravos soldados da unidade aérea da Guarda Revolucionária do Irã lançaram com sucesso um ataque com dezenas de mísseis balísticos contra a base militar de Ain al-Assad em nome do mártir general Qassim Suleimani”, diz a mensagem, citando apenas a primeira base alvo dos ataques.
Mortes
A televisão estatal iraniana afirmou que pelo menos 80 americanos teriam sido mortos pelo ataque e destacou que as perdas materiais foram grandes. Fontes ligadas ao governo dos Estados Unidos, no entanto, não confirmam os números. No Twitter, o presidente Donald Trump disse que "está tudo bem".