WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que não se surpreendeu com os relatos da morte de Ievgeni Prigozhin. O chefe do grupo de Wagner viajava em um pequeno avião que caiu de forma abrupta ainda perto de Moscou, de onde partiu em direção a São Petersburgo nesta quarta-feira, 23. A Rússia confirmou que não há sobreviventes entre as dez pessoas a bordo.
“Não estou surpreso” declarou Biden quando foi questionado por jornalistas sobre a queda do avião. Ele, que está de férias, foi enfático ao dizer que não tem “informações específicas sobre o que aconteceu”, mas citou o presidente russo Vladimir Putin mesmo sem responsabilizá-lo diretamente. “Não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás”, destacou.
O assessor da presidência ucraniana Mikhail Podoliak foi direto. Nas redes sociais, ele disse que “Putin não perdoa ninguém”.
“É óbvio que Prigozhin assinou uma sentença de morte para si no momento em que acreditou nas bizarras “garantias” do [ditador de Belarus Alexander] Lukashenko e na igualmente absurda “palavra de honra” de Putin”, disparou em referência a negociação que encerrou o motim do grupo Wagner.
Há dois meses, os mercenários se rebelaram contra Vladmir Putin e chegaram a marchar em direção à capital Moscou, uma tensão que durou cerca de 24 horas até Lukashenko mediar o acordo, que previa transferência da base do grupo para Belarus. Depois de tê-lo acusado de traição, Putin chegou a receber o líder dos mercenários no Kremlin.
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Prigozhin apareceu pela primeira vez desde a rebelião em um vídeo na segunda-feira, quando deu a entender que tinha retornado à África. O grupo Wagner manteve as operações no continente mas, pelo menos até agora não há informações de que os mercenários tenham voltaram à guerra na Ucrânia.
A agência de aviação da Rússia confirmou que ele estava a bordo do pequeno avião, um Embraer, que caiu a menos de 200 km de Moscou sem deixar sobreviventes. Ainda de acordo com as autoridades russas, a aeronave tinha todas as permissões necessárias para voar./EFE