‘Narcovoo’ com meia tonelada de cocaína para a Espanha abala governo de aliado de Evo na Bolívia


Apreensão de quase meia tonelada de cocaína vem à tona quatro meses depois de ter ocorrido e deixa governo de Luis Arce sob críticas

Por Redação
Atualização:

LA PAZ – Uma apreensão de quase meia tonelada de cocaína pela alfândega da Espanha que veio à tona há uma semana na Bolívia abala o governo do presidente Luis Arce, aliado do ex-presidente Evo Morales. A investigação foi iniciada tarde e ainda não se sabe quem era o dono da droga e não se chegou a nenhuma organização criminosa, mas cinco membros do baixo escalão do governo foram presos e o presidente da diferente versões sobre o episódio.

Apesar do caso ter se tornado conhecido há uma semana, o chefe da polícia antidrogas, coronel José Illanes, disse que sabia do caso desde fevereiro. A informação foi negada pelo ministro de governo, Eduardo Del Castillo, mas a oposição pressiona Arce.

Entre os presos estão dois estivadores do Estado de Aviação Boliviano (BoA), o chefe da inteligência policial do aeroporto de Santa Cruz, no leste do país, e dois funcionários de um serviço de transporte marítimo, informou Del Castillo. O chefe regional da BoA e um funcionário do serviço aeroportuário também foram demitidos, enquanto o pessoal antidrogas da polícia foi dispensado.

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O presidente da Bolívia, Luís Arce, durante o encontro com presidentes sul-americanos no Palácio do Itamaraty, em maio. Governo boliviano é abalado por apreensão de cocaína Foto: Andre Borges/EFE

“Uma quantidade tão grande (de cocaína) não poderia ter sido enviada para a Espanha por apenas duas pessoas... esta não é uma organização que nasceu em nosso país, é uma organização internacional que permeou diferentes instituições”, disse o ministro de governo.

O vice-ministro da Defesa Social, Jaime Mamani, reconheceu ter tomado conhecimento do caso “através de informação e redes sociais” e disse que a partir deste momento abriu um inquérito para apurar o caso.

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Para defender Arce das críticas, o ex-presidente da Bolívia e chefe do Movimento pelo Socialismo (MAS), Evo Morales, comentou o caso no Twitter. “Lamentamos que alguns ministros escondam informações do presidente Luis Arce”, disse na semana passada, quando o coronel José Illanes afirmou ter conhecimento do caso.

“A enorme carga transportada em BoA mostra a penetração do narcotráfico no governo e a cumplicidade institucional e política”, comentou na mesma rede social o ex-presidente e principal líder da oposição, Carlos Mesa.

Entenda o caso

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Em 30 de maio, o Ministério de Finanças e Função Pública da Espanha informou em um boletim que a Administração Aduaneira de Madri havia apreendido 478 quilos de cocaína boliviana que estavam depositados em um depósito no aeroporto de Madri-Barajas.

O confisco ocorreu em 11 de fevereiro, mas não era conhecido publicamente na Bolívia até a publicação do boletim. /ASSOCIATED PRESS

LA PAZ – Uma apreensão de quase meia tonelada de cocaína pela alfândega da Espanha que veio à tona há uma semana na Bolívia abala o governo do presidente Luis Arce, aliado do ex-presidente Evo Morales. A investigação foi iniciada tarde e ainda não se sabe quem era o dono da droga e não se chegou a nenhuma organização criminosa, mas cinco membros do baixo escalão do governo foram presos e o presidente da diferente versões sobre o episódio.

Apesar do caso ter se tornado conhecido há uma semana, o chefe da polícia antidrogas, coronel José Illanes, disse que sabia do caso desde fevereiro. A informação foi negada pelo ministro de governo, Eduardo Del Castillo, mas a oposição pressiona Arce.

Entre os presos estão dois estivadores do Estado de Aviação Boliviano (BoA), o chefe da inteligência policial do aeroporto de Santa Cruz, no leste do país, e dois funcionários de um serviço de transporte marítimo, informou Del Castillo. O chefe regional da BoA e um funcionário do serviço aeroportuário também foram demitidos, enquanto o pessoal antidrogas da polícia foi dispensado.

O presidente da Bolívia, Luís Arce, durante o encontro com presidentes sul-americanos no Palácio do Itamaraty, em maio. Governo boliviano é abalado por apreensão de cocaína Foto: Andre Borges/EFE

“Uma quantidade tão grande (de cocaína) não poderia ter sido enviada para a Espanha por apenas duas pessoas... esta não é uma organização que nasceu em nosso país, é uma organização internacional que permeou diferentes instituições”, disse o ministro de governo.

O vice-ministro da Defesa Social, Jaime Mamani, reconheceu ter tomado conhecimento do caso “através de informação e redes sociais” e disse que a partir deste momento abriu um inquérito para apurar o caso.

Para defender Arce das críticas, o ex-presidente da Bolívia e chefe do Movimento pelo Socialismo (MAS), Evo Morales, comentou o caso no Twitter. “Lamentamos que alguns ministros escondam informações do presidente Luis Arce”, disse na semana passada, quando o coronel José Illanes afirmou ter conhecimento do caso.

“A enorme carga transportada em BoA mostra a penetração do narcotráfico no governo e a cumplicidade institucional e política”, comentou na mesma rede social o ex-presidente e principal líder da oposição, Carlos Mesa.

Entenda o caso

Em 30 de maio, o Ministério de Finanças e Função Pública da Espanha informou em um boletim que a Administração Aduaneira de Madri havia apreendido 478 quilos de cocaína boliviana que estavam depositados em um depósito no aeroporto de Madri-Barajas.

O confisco ocorreu em 11 de fevereiro, mas não era conhecido publicamente na Bolívia até a publicação do boletim. /ASSOCIATED PRESS

LA PAZ – Uma apreensão de quase meia tonelada de cocaína pela alfândega da Espanha que veio à tona há uma semana na Bolívia abala o governo do presidente Luis Arce, aliado do ex-presidente Evo Morales. A investigação foi iniciada tarde e ainda não se sabe quem era o dono da droga e não se chegou a nenhuma organização criminosa, mas cinco membros do baixo escalão do governo foram presos e o presidente da diferente versões sobre o episódio.

Apesar do caso ter se tornado conhecido há uma semana, o chefe da polícia antidrogas, coronel José Illanes, disse que sabia do caso desde fevereiro. A informação foi negada pelo ministro de governo, Eduardo Del Castillo, mas a oposição pressiona Arce.

Entre os presos estão dois estivadores do Estado de Aviação Boliviano (BoA), o chefe da inteligência policial do aeroporto de Santa Cruz, no leste do país, e dois funcionários de um serviço de transporte marítimo, informou Del Castillo. O chefe regional da BoA e um funcionário do serviço aeroportuário também foram demitidos, enquanto o pessoal antidrogas da polícia foi dispensado.

O presidente da Bolívia, Luís Arce, durante o encontro com presidentes sul-americanos no Palácio do Itamaraty, em maio. Governo boliviano é abalado por apreensão de cocaína Foto: Andre Borges/EFE

“Uma quantidade tão grande (de cocaína) não poderia ter sido enviada para a Espanha por apenas duas pessoas... esta não é uma organização que nasceu em nosso país, é uma organização internacional que permeou diferentes instituições”, disse o ministro de governo.

O vice-ministro da Defesa Social, Jaime Mamani, reconheceu ter tomado conhecimento do caso “através de informação e redes sociais” e disse que a partir deste momento abriu um inquérito para apurar o caso.

Para defender Arce das críticas, o ex-presidente da Bolívia e chefe do Movimento pelo Socialismo (MAS), Evo Morales, comentou o caso no Twitter. “Lamentamos que alguns ministros escondam informações do presidente Luis Arce”, disse na semana passada, quando o coronel José Illanes afirmou ter conhecimento do caso.

“A enorme carga transportada em BoA mostra a penetração do narcotráfico no governo e a cumplicidade institucional e política”, comentou na mesma rede social o ex-presidente e principal líder da oposição, Carlos Mesa.

Entenda o caso

Em 30 de maio, o Ministério de Finanças e Função Pública da Espanha informou em um boletim que a Administração Aduaneira de Madri havia apreendido 478 quilos de cocaína boliviana que estavam depositados em um depósito no aeroporto de Madri-Barajas.

O confisco ocorreu em 11 de fevereiro, mas não era conhecido publicamente na Bolívia até a publicação do boletim. /ASSOCIATED PRESS

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