Netanyahu desiste de demitir ministro da Defesa que criticou reforma do Judiciário


Demissão de Yoav Gallant culminou na maior greve geral da história de Israel e forçou a paralisação da polêmica reforma; decisão desta segunda ocorre em meio a escalada de violência na região

Por Redação

JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira, 10, que voltou atrás em sua decisão de demitir Yoav Gallant do cargo de ministro da Defesa. O anúncio da demissão foi feito há duas semanas, depois que Gallant fez críticas públicas ao polêmico projeto de reforma do Judiciário. Mas, em meio à crise política e de segurança no país, a demissão nunca se concretizou e foi revertida hoje durante uma coletiva de imprensa.

“Tivemos divergências, inclusive divergências sérias”, disse Netanyahu sobre as relações com Gallant. “Mas decidi deixar as discordâncias para trás”. A demissão do ministro, feita no dia 26 de março, levou a manifestações espontâneas em várias cidades de Israel na madrugada daquele domingo. No dia seguinte, o país amanheceu em um greve geral nunca antes feita em Israel. A crise forçou o premiê a paralisar sua reforma judicial.

Era justamente a legislação o ponto de maior atrito entre Gallant e Netanyahu. Antes de ser demitido, Gallant pediu que Netanyahu congelasse o processo de tramitação da reforma no Knesset (Parlamento de Israel), pois ele se preocupava com os riscos de segurança que os intensos protestos semanais estavam provocando. Aos poucos, militares da reserva começaram a aderir ao movimento e militares da ativa ameaçavam parar, o que preocupava o ministro principalmente nas vésperas dos feriados de Pessach e Ramadã, onde historicamente se aumenta a violência.

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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant Foto: Amir Cohen/Reuters

Depois que Netanyahu suspendeu temporariamente a reforma, as manifestações diminuíram - mas não pararam, tendo ocorrido nos dois sábados posteriores. No entanto, com a chegada da Páscoa Judaica junto com o Ramadã e a páscoa cristã, os episódios de violência cresceram em Jerusalém.

Além disso, dois ataques terroristas, um na Cisjordânia e outro em Tel-Aviv, bem como disparos de foguetes do Líbano e da Síria, aumentaram as preocupações de segurança. Foi este o motivo que levou Netanyahu a convocar a coletiva de imprensa desta segunda, onde culpou a oposição pelo aumento da violência no país, e anunciou sua decisão de manter Gallant.

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Gallant twittou logo após o discurso de Netanyahu: “Continuamos juntos com força total, pelo bem da segurança de Israel.”

“Nosso país está sob ataque terrorista”, disse Netanyahu. “Mas não começou agora. Sob o governo anterior, o número de ataques terroristas dobrou”. O premiê citou diretamente Yair Lapid, líder da oposição e que foi um dos premiê do governo anterior em uma rara coalizão de partidos para derrotar Netanyahu. Lapid dividiu o cargo com Naftali Bennet de junho de 2021 a dezembro de 2022.

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Ele criticou o fato de Lapid fazer referência a um colapso de Israel por causa de sua reforma. “Quando você declara que Israel está entrando em colapso, como você acha que isso é recebido por nossos inimigos? Nossos inimigos ouvem e veem isso”, afirmou.

Netanyahu também culpou a recusa dos militares reservistas em comparecer ao serviço em protesto contra a reforma judicial como um fator de desestabilização. “Quando nossos inimigos veem o pedido de recusa, eles o interpretam como uma fraqueza de nossa resiliência nacional.”

Os israelenses fizeram fogueiras e bloquearam uma rodovia momentos depois que Netanyahu anunciou a demissão de seu ministro da Defesa Foto: Ohad Zwigenberg/AP
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Durante a semana passada, foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, do Líbano e da Síria, que foram respondidos com drones e artilharia israelenses. Os ataques ocorreram depois que as forças de segurança israelenses entraram em confronto com fiéis palestinos durante a noite de quarta-feira na Mesquita Al-Aqsa (Monte do Templo para os judeus) e prenderam mais de 300 palestinos.

Em meio a este cenário, Netanyahu nunca enviou a Gallant uma carta formal de rescisão. Depois disso, Gallant foi visto participando de reuniões do governo israelense para discutir as tensões em Jerusalém. “Mesmo nos últimos dias, trabalhamos juntos e permanecemos juntos o tempo todo em todas as frentes diante dos desafios de segurança”, disse Netanyahu.

A crise desencadeada pela reforma e outras questões, incluindo seu indiciamento por acusações de corrupção em 2019, desviaram Netanyahu de seu foco tradicional em segurança e diplomacia, e muitos israelenses estavam preocupados com as perspectivas de um cargo vago no ministro da Defesa.

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No sábado, dezenas de milhares de israelenses participaram da 14ª semana consecutiva de protestos contra a reforma do Judiciário. Os organizadores dizem que o plano diminuiria a segurança nacional de Israel, perturbando os militares e enfraquecendo o país aos olhos de seus inimigos. Eles também dizem que Netanyahu tem um conflito de interesses no momento em que está sendo julgado. Os partidários de Netanyahu dizem que o plano é necessário para controlar os poderes dos juízes não eleitos./AP e AFP

JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira, 10, que voltou atrás em sua decisão de demitir Yoav Gallant do cargo de ministro da Defesa. O anúncio da demissão foi feito há duas semanas, depois que Gallant fez críticas públicas ao polêmico projeto de reforma do Judiciário. Mas, em meio à crise política e de segurança no país, a demissão nunca se concretizou e foi revertida hoje durante uma coletiva de imprensa.

“Tivemos divergências, inclusive divergências sérias”, disse Netanyahu sobre as relações com Gallant. “Mas decidi deixar as discordâncias para trás”. A demissão do ministro, feita no dia 26 de março, levou a manifestações espontâneas em várias cidades de Israel na madrugada daquele domingo. No dia seguinte, o país amanheceu em um greve geral nunca antes feita em Israel. A crise forçou o premiê a paralisar sua reforma judicial.

Era justamente a legislação o ponto de maior atrito entre Gallant e Netanyahu. Antes de ser demitido, Gallant pediu que Netanyahu congelasse o processo de tramitação da reforma no Knesset (Parlamento de Israel), pois ele se preocupava com os riscos de segurança que os intensos protestos semanais estavam provocando. Aos poucos, militares da reserva começaram a aderir ao movimento e militares da ativa ameaçavam parar, o que preocupava o ministro principalmente nas vésperas dos feriados de Pessach e Ramadã, onde historicamente se aumenta a violência.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant Foto: Amir Cohen/Reuters

Depois que Netanyahu suspendeu temporariamente a reforma, as manifestações diminuíram - mas não pararam, tendo ocorrido nos dois sábados posteriores. No entanto, com a chegada da Páscoa Judaica junto com o Ramadã e a páscoa cristã, os episódios de violência cresceram em Jerusalém.

Além disso, dois ataques terroristas, um na Cisjordânia e outro em Tel-Aviv, bem como disparos de foguetes do Líbano e da Síria, aumentaram as preocupações de segurança. Foi este o motivo que levou Netanyahu a convocar a coletiva de imprensa desta segunda, onde culpou a oposição pelo aumento da violência no país, e anunciou sua decisão de manter Gallant.

Gallant twittou logo após o discurso de Netanyahu: “Continuamos juntos com força total, pelo bem da segurança de Israel.”

“Nosso país está sob ataque terrorista”, disse Netanyahu. “Mas não começou agora. Sob o governo anterior, o número de ataques terroristas dobrou”. O premiê citou diretamente Yair Lapid, líder da oposição e que foi um dos premiê do governo anterior em uma rara coalizão de partidos para derrotar Netanyahu. Lapid dividiu o cargo com Naftali Bennet de junho de 2021 a dezembro de 2022.

Ele criticou o fato de Lapid fazer referência a um colapso de Israel por causa de sua reforma. “Quando você declara que Israel está entrando em colapso, como você acha que isso é recebido por nossos inimigos? Nossos inimigos ouvem e veem isso”, afirmou.

Netanyahu também culpou a recusa dos militares reservistas em comparecer ao serviço em protesto contra a reforma judicial como um fator de desestabilização. “Quando nossos inimigos veem o pedido de recusa, eles o interpretam como uma fraqueza de nossa resiliência nacional.”

Os israelenses fizeram fogueiras e bloquearam uma rodovia momentos depois que Netanyahu anunciou a demissão de seu ministro da Defesa Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Durante a semana passada, foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, do Líbano e da Síria, que foram respondidos com drones e artilharia israelenses. Os ataques ocorreram depois que as forças de segurança israelenses entraram em confronto com fiéis palestinos durante a noite de quarta-feira na Mesquita Al-Aqsa (Monte do Templo para os judeus) e prenderam mais de 300 palestinos.

Em meio a este cenário, Netanyahu nunca enviou a Gallant uma carta formal de rescisão. Depois disso, Gallant foi visto participando de reuniões do governo israelense para discutir as tensões em Jerusalém. “Mesmo nos últimos dias, trabalhamos juntos e permanecemos juntos o tempo todo em todas as frentes diante dos desafios de segurança”, disse Netanyahu.

A crise desencadeada pela reforma e outras questões, incluindo seu indiciamento por acusações de corrupção em 2019, desviaram Netanyahu de seu foco tradicional em segurança e diplomacia, e muitos israelenses estavam preocupados com as perspectivas de um cargo vago no ministro da Defesa.

No sábado, dezenas de milhares de israelenses participaram da 14ª semana consecutiva de protestos contra a reforma do Judiciário. Os organizadores dizem que o plano diminuiria a segurança nacional de Israel, perturbando os militares e enfraquecendo o país aos olhos de seus inimigos. Eles também dizem que Netanyahu tem um conflito de interesses no momento em que está sendo julgado. Os partidários de Netanyahu dizem que o plano é necessário para controlar os poderes dos juízes não eleitos./AP e AFP

JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira, 10, que voltou atrás em sua decisão de demitir Yoav Gallant do cargo de ministro da Defesa. O anúncio da demissão foi feito há duas semanas, depois que Gallant fez críticas públicas ao polêmico projeto de reforma do Judiciário. Mas, em meio à crise política e de segurança no país, a demissão nunca se concretizou e foi revertida hoje durante uma coletiva de imprensa.

“Tivemos divergências, inclusive divergências sérias”, disse Netanyahu sobre as relações com Gallant. “Mas decidi deixar as discordâncias para trás”. A demissão do ministro, feita no dia 26 de março, levou a manifestações espontâneas em várias cidades de Israel na madrugada daquele domingo. No dia seguinte, o país amanheceu em um greve geral nunca antes feita em Israel. A crise forçou o premiê a paralisar sua reforma judicial.

Era justamente a legislação o ponto de maior atrito entre Gallant e Netanyahu. Antes de ser demitido, Gallant pediu que Netanyahu congelasse o processo de tramitação da reforma no Knesset (Parlamento de Israel), pois ele se preocupava com os riscos de segurança que os intensos protestos semanais estavam provocando. Aos poucos, militares da reserva começaram a aderir ao movimento e militares da ativa ameaçavam parar, o que preocupava o ministro principalmente nas vésperas dos feriados de Pessach e Ramadã, onde historicamente se aumenta a violência.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant Foto: Amir Cohen/Reuters

Depois que Netanyahu suspendeu temporariamente a reforma, as manifestações diminuíram - mas não pararam, tendo ocorrido nos dois sábados posteriores. No entanto, com a chegada da Páscoa Judaica junto com o Ramadã e a páscoa cristã, os episódios de violência cresceram em Jerusalém.

Além disso, dois ataques terroristas, um na Cisjordânia e outro em Tel-Aviv, bem como disparos de foguetes do Líbano e da Síria, aumentaram as preocupações de segurança. Foi este o motivo que levou Netanyahu a convocar a coletiva de imprensa desta segunda, onde culpou a oposição pelo aumento da violência no país, e anunciou sua decisão de manter Gallant.

Gallant twittou logo após o discurso de Netanyahu: “Continuamos juntos com força total, pelo bem da segurança de Israel.”

“Nosso país está sob ataque terrorista”, disse Netanyahu. “Mas não começou agora. Sob o governo anterior, o número de ataques terroristas dobrou”. O premiê citou diretamente Yair Lapid, líder da oposição e que foi um dos premiê do governo anterior em uma rara coalizão de partidos para derrotar Netanyahu. Lapid dividiu o cargo com Naftali Bennet de junho de 2021 a dezembro de 2022.

Ele criticou o fato de Lapid fazer referência a um colapso de Israel por causa de sua reforma. “Quando você declara que Israel está entrando em colapso, como você acha que isso é recebido por nossos inimigos? Nossos inimigos ouvem e veem isso”, afirmou.

Netanyahu também culpou a recusa dos militares reservistas em comparecer ao serviço em protesto contra a reforma judicial como um fator de desestabilização. “Quando nossos inimigos veem o pedido de recusa, eles o interpretam como uma fraqueza de nossa resiliência nacional.”

Os israelenses fizeram fogueiras e bloquearam uma rodovia momentos depois que Netanyahu anunciou a demissão de seu ministro da Defesa Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Durante a semana passada, foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, do Líbano e da Síria, que foram respondidos com drones e artilharia israelenses. Os ataques ocorreram depois que as forças de segurança israelenses entraram em confronto com fiéis palestinos durante a noite de quarta-feira na Mesquita Al-Aqsa (Monte do Templo para os judeus) e prenderam mais de 300 palestinos.

Em meio a este cenário, Netanyahu nunca enviou a Gallant uma carta formal de rescisão. Depois disso, Gallant foi visto participando de reuniões do governo israelense para discutir as tensões em Jerusalém. “Mesmo nos últimos dias, trabalhamos juntos e permanecemos juntos o tempo todo em todas as frentes diante dos desafios de segurança”, disse Netanyahu.

A crise desencadeada pela reforma e outras questões, incluindo seu indiciamento por acusações de corrupção em 2019, desviaram Netanyahu de seu foco tradicional em segurança e diplomacia, e muitos israelenses estavam preocupados com as perspectivas de um cargo vago no ministro da Defesa.

No sábado, dezenas de milhares de israelenses participaram da 14ª semana consecutiva de protestos contra a reforma do Judiciário. Os organizadores dizem que o plano diminuiria a segurança nacional de Israel, perturbando os militares e enfraquecendo o país aos olhos de seus inimigos. Eles também dizem que Netanyahu tem um conflito de interesses no momento em que está sendo julgado. Os partidários de Netanyahu dizem que o plano é necessário para controlar os poderes dos juízes não eleitos./AP e AFP

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