Netanyahu acusa mais uma vez o governo dos EUA de atrasar a entrega de armas


Governo do presidente Joe Biden negou na semana passada o atraso no envio de armas para Israel; primeiro-ministro israelense deve discursar no Congresso americano no dia 24 de julho

Por Redação

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve um atraso nas entregas de armas dos Estados Unidos para Tel-Aviv durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza. A declaração ocorre após Washington negar que o atraso tenha acontecido.

Netanyahu apontou que o atraso ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral demoraram mais”.

As declarações do primeiro-ministro israelense ressaltam o aumento das tensões entre Israel e os EUA devido à guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta do Exército israelense no enclave palestino e ao alto número de civis mortos em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas a sua administração negou na semana passada as acusações de Netanyahu de que outras remessas de armas também tinham sido afetadas.

continua após a publicidade
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Vídeo de Netanyahu

Netanyahu disse ao gabinete que o atraso no envio de armas fez com que ele fizesse um vídeo em inglês na semana passada para ressaltar as preocupações israelenses, após semanas de apelos às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele afirmou que uma resolução parecia próxima. “Espero e acredito que este assunto será resolvido em breve”, disse ele, sem dar mais detalhes.

continua após a publicidade

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou uma série de críticas ao primeiro-ministro por opositores em Israel e não foi bem recebido em Washington pelos funcionários da Casa Branca. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA estavam “perplexos” com as afirmações de Netanyahu. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Washington não entendeu o vídeo de Netanyahu.

Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com oficiais americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Casa Branca Foto: Rod Lamkey Jr./NYT
continua após a publicidade

Pressão

Nos últimos meses, o governo Biden sentiu a pressão da ala mais progressista do Partido Democrata para adotar uma linha mais dura contra Israel e intensificou as suas advertências a Netanyahu sobre as operações militares israelenses em Gaza. Durante um ano eleitoral, Biden também enfrenta críticos da direita que dizem que ele moderou o seu apoio a um aliado essencial no Oriente Médio.

Para Netanyahu, o embate com a administração democrata também apresenta riscos e oportunidades políticas. Os seus críticos veem as brigas públicas como o resultado de um líder preparado para destruir alianças importantes e manchar a imagem de Israel no mundo em troca de ganhos políticos. Seus apoiadores, por outro lado, apontam que a postura do primeiro-ministro sinaliza à sua base que ele está preparado para colocar os interesses de Israel em primeiro lugar.

continua após a publicidade

Discurso de Netanyahu

O Partido Democrata está dividido sobre o discurso que Netanyahu deve fazer para os membros do Congresso americano no dia 24 de julho. Embora alguns congressistas democratas digam que devem comparecer para ouvir o discurso do primeiro-ministro israelense por respeito a Israel, uma ala maior não deve estar presente, criando uma atmosfera diferente a este tipo de evento, que geralmente serve para mostrar o apoio bipartidário americano a um aliado.

continua após a publicidade

O convite do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, para Netanyahu ocorreu após consulta com a Casa Branca, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Até o momento, nenhuma reunião entre os líderes foi agendada durante a visita de Netanyahu a Washington.

Os republicanos lançaram pela primeira vez a ideia em março, depois que o líder da maioria democrata, o senador Chuck Schumer, fez um discurso no plenário do Senado que criticou duramente o primeiro-ministro. Schumer afirmou que Netanyahu era “um obstáculo à paz” e apelou para novas eleições em Israel.

A maior parte da ala progressista do Partido Democrata não deve atender ao discurso. A deputada democrata Pramila Jayapal afirmou a Associated Press que foi uma “má ideia” convidar Netanyahu. “Deveríamos pressioná-lo, suspendendo a assistência militar, para que ele cumpra o acordo estabelecido pelo presidente”, disse ela./AP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve um atraso nas entregas de armas dos Estados Unidos para Tel-Aviv durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza. A declaração ocorre após Washington negar que o atraso tenha acontecido.

Netanyahu apontou que o atraso ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral demoraram mais”.

As declarações do primeiro-ministro israelense ressaltam o aumento das tensões entre Israel e os EUA devido à guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta do Exército israelense no enclave palestino e ao alto número de civis mortos em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas a sua administração negou na semana passada as acusações de Netanyahu de que outras remessas de armas também tinham sido afetadas.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Vídeo de Netanyahu

Netanyahu disse ao gabinete que o atraso no envio de armas fez com que ele fizesse um vídeo em inglês na semana passada para ressaltar as preocupações israelenses, após semanas de apelos às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele afirmou que uma resolução parecia próxima. “Espero e acredito que este assunto será resolvido em breve”, disse ele, sem dar mais detalhes.

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou uma série de críticas ao primeiro-ministro por opositores em Israel e não foi bem recebido em Washington pelos funcionários da Casa Branca. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA estavam “perplexos” com as afirmações de Netanyahu. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Washington não entendeu o vídeo de Netanyahu.

Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com oficiais americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Casa Branca Foto: Rod Lamkey Jr./NYT

Pressão

Nos últimos meses, o governo Biden sentiu a pressão da ala mais progressista do Partido Democrata para adotar uma linha mais dura contra Israel e intensificou as suas advertências a Netanyahu sobre as operações militares israelenses em Gaza. Durante um ano eleitoral, Biden também enfrenta críticos da direita que dizem que ele moderou o seu apoio a um aliado essencial no Oriente Médio.

Para Netanyahu, o embate com a administração democrata também apresenta riscos e oportunidades políticas. Os seus críticos veem as brigas públicas como o resultado de um líder preparado para destruir alianças importantes e manchar a imagem de Israel no mundo em troca de ganhos políticos. Seus apoiadores, por outro lado, apontam que a postura do primeiro-ministro sinaliza à sua base que ele está preparado para colocar os interesses de Israel em primeiro lugar.

Discurso de Netanyahu

O Partido Democrata está dividido sobre o discurso que Netanyahu deve fazer para os membros do Congresso americano no dia 24 de julho. Embora alguns congressistas democratas digam que devem comparecer para ouvir o discurso do primeiro-ministro israelense por respeito a Israel, uma ala maior não deve estar presente, criando uma atmosfera diferente a este tipo de evento, que geralmente serve para mostrar o apoio bipartidário americano a um aliado.

O convite do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, para Netanyahu ocorreu após consulta com a Casa Branca, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Até o momento, nenhuma reunião entre os líderes foi agendada durante a visita de Netanyahu a Washington.

Os republicanos lançaram pela primeira vez a ideia em março, depois que o líder da maioria democrata, o senador Chuck Schumer, fez um discurso no plenário do Senado que criticou duramente o primeiro-ministro. Schumer afirmou que Netanyahu era “um obstáculo à paz” e apelou para novas eleições em Israel.

A maior parte da ala progressista do Partido Democrata não deve atender ao discurso. A deputada democrata Pramila Jayapal afirmou a Associated Press que foi uma “má ideia” convidar Netanyahu. “Deveríamos pressioná-lo, suspendendo a assistência militar, para que ele cumpra o acordo estabelecido pelo presidente”, disse ela./AP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve um atraso nas entregas de armas dos Estados Unidos para Tel-Aviv durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza. A declaração ocorre após Washington negar que o atraso tenha acontecido.

Netanyahu apontou que o atraso ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral demoraram mais”.

As declarações do primeiro-ministro israelense ressaltam o aumento das tensões entre Israel e os EUA devido à guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta do Exército israelense no enclave palestino e ao alto número de civis mortos em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas a sua administração negou na semana passada as acusações de Netanyahu de que outras remessas de armas também tinham sido afetadas.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Vídeo de Netanyahu

Netanyahu disse ao gabinete que o atraso no envio de armas fez com que ele fizesse um vídeo em inglês na semana passada para ressaltar as preocupações israelenses, após semanas de apelos às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele afirmou que uma resolução parecia próxima. “Espero e acredito que este assunto será resolvido em breve”, disse ele, sem dar mais detalhes.

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou uma série de críticas ao primeiro-ministro por opositores em Israel e não foi bem recebido em Washington pelos funcionários da Casa Branca. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA estavam “perplexos” com as afirmações de Netanyahu. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Washington não entendeu o vídeo de Netanyahu.

Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com oficiais americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Casa Branca Foto: Rod Lamkey Jr./NYT

Pressão

Nos últimos meses, o governo Biden sentiu a pressão da ala mais progressista do Partido Democrata para adotar uma linha mais dura contra Israel e intensificou as suas advertências a Netanyahu sobre as operações militares israelenses em Gaza. Durante um ano eleitoral, Biden também enfrenta críticos da direita que dizem que ele moderou o seu apoio a um aliado essencial no Oriente Médio.

Para Netanyahu, o embate com a administração democrata também apresenta riscos e oportunidades políticas. Os seus críticos veem as brigas públicas como o resultado de um líder preparado para destruir alianças importantes e manchar a imagem de Israel no mundo em troca de ganhos políticos. Seus apoiadores, por outro lado, apontam que a postura do primeiro-ministro sinaliza à sua base que ele está preparado para colocar os interesses de Israel em primeiro lugar.

Discurso de Netanyahu

O Partido Democrata está dividido sobre o discurso que Netanyahu deve fazer para os membros do Congresso americano no dia 24 de julho. Embora alguns congressistas democratas digam que devem comparecer para ouvir o discurso do primeiro-ministro israelense por respeito a Israel, uma ala maior não deve estar presente, criando uma atmosfera diferente a este tipo de evento, que geralmente serve para mostrar o apoio bipartidário americano a um aliado.

O convite do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, para Netanyahu ocorreu após consulta com a Casa Branca, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Até o momento, nenhuma reunião entre os líderes foi agendada durante a visita de Netanyahu a Washington.

Os republicanos lançaram pela primeira vez a ideia em março, depois que o líder da maioria democrata, o senador Chuck Schumer, fez um discurso no plenário do Senado que criticou duramente o primeiro-ministro. Schumer afirmou que Netanyahu era “um obstáculo à paz” e apelou para novas eleições em Israel.

A maior parte da ala progressista do Partido Democrata não deve atender ao discurso. A deputada democrata Pramila Jayapal afirmou a Associated Press que foi uma “má ideia” convidar Netanyahu. “Deveríamos pressioná-lo, suspendendo a assistência militar, para que ele cumpra o acordo estabelecido pelo presidente”, disse ela./AP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve um atraso nas entregas de armas dos Estados Unidos para Tel-Aviv durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza. A declaração ocorre após Washington negar que o atraso tenha acontecido.

Netanyahu apontou que o atraso ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral demoraram mais”.

As declarações do primeiro-ministro israelense ressaltam o aumento das tensões entre Israel e os EUA devido à guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta do Exército israelense no enclave palestino e ao alto número de civis mortos em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas a sua administração negou na semana passada as acusações de Netanyahu de que outras remessas de armas também tinham sido afetadas.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Vídeo de Netanyahu

Netanyahu disse ao gabinete que o atraso no envio de armas fez com que ele fizesse um vídeo em inglês na semana passada para ressaltar as preocupações israelenses, após semanas de apelos às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele afirmou que uma resolução parecia próxima. “Espero e acredito que este assunto será resolvido em breve”, disse ele, sem dar mais detalhes.

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou uma série de críticas ao primeiro-ministro por opositores em Israel e não foi bem recebido em Washington pelos funcionários da Casa Branca. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA estavam “perplexos” com as afirmações de Netanyahu. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Washington não entendeu o vídeo de Netanyahu.

Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com oficiais americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Casa Branca Foto: Rod Lamkey Jr./NYT

Pressão

Nos últimos meses, o governo Biden sentiu a pressão da ala mais progressista do Partido Democrata para adotar uma linha mais dura contra Israel e intensificou as suas advertências a Netanyahu sobre as operações militares israelenses em Gaza. Durante um ano eleitoral, Biden também enfrenta críticos da direita que dizem que ele moderou o seu apoio a um aliado essencial no Oriente Médio.

Para Netanyahu, o embate com a administração democrata também apresenta riscos e oportunidades políticas. Os seus críticos veem as brigas públicas como o resultado de um líder preparado para destruir alianças importantes e manchar a imagem de Israel no mundo em troca de ganhos políticos. Seus apoiadores, por outro lado, apontam que a postura do primeiro-ministro sinaliza à sua base que ele está preparado para colocar os interesses de Israel em primeiro lugar.

Discurso de Netanyahu

O Partido Democrata está dividido sobre o discurso que Netanyahu deve fazer para os membros do Congresso americano no dia 24 de julho. Embora alguns congressistas democratas digam que devem comparecer para ouvir o discurso do primeiro-ministro israelense por respeito a Israel, uma ala maior não deve estar presente, criando uma atmosfera diferente a este tipo de evento, que geralmente serve para mostrar o apoio bipartidário americano a um aliado.

O convite do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, para Netanyahu ocorreu após consulta com a Casa Branca, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Até o momento, nenhuma reunião entre os líderes foi agendada durante a visita de Netanyahu a Washington.

Os republicanos lançaram pela primeira vez a ideia em março, depois que o líder da maioria democrata, o senador Chuck Schumer, fez um discurso no plenário do Senado que criticou duramente o primeiro-ministro. Schumer afirmou que Netanyahu era “um obstáculo à paz” e apelou para novas eleições em Israel.

A maior parte da ala progressista do Partido Democrata não deve atender ao discurso. A deputada democrata Pramila Jayapal afirmou a Associated Press que foi uma “má ideia” convidar Netanyahu. “Deveríamos pressioná-lo, suspendendo a assistência militar, para que ele cumpra o acordo estabelecido pelo presidente”, disse ela./AP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ao seu gabinete neste domingo, 23, que houve um atraso nas entregas de armas dos Estados Unidos para Tel-Aviv durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza. A declaração ocorre após Washington negar que o atraso tenha acontecido.

Netanyahu apontou que o atraso ocorreu há quatro meses, sem especificar quais armas, dizendo apenas que “certos itens chegaram esporadicamente, mas as munições em geral demoraram mais”.

As declarações do primeiro-ministro israelense ressaltam o aumento das tensões entre Israel e os EUA devido à guerra em Gaza, particularmente em torno da conduta do Exército israelense no enclave palestino e ao alto número de civis mortos em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiou a entrega de bombas pesadas desde maio devido a essas preocupações, mas a sua administração negou na semana passada as acusações de Netanyahu de que outras remessas de armas também tinham sido afetadas.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa na base militar de Kirya, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Vídeo de Netanyahu

Netanyahu disse ao gabinete que o atraso no envio de armas fez com que ele fizesse um vídeo em inglês na semana passada para ressaltar as preocupações israelenses, após semanas de apelos às autoridades americanas para acelerar as entregas. Ele afirmou que uma resolução parecia próxima. “Espero e acredito que este assunto será resolvido em breve”, disse ele, sem dar mais detalhes.

O vídeo de Netanyahu na semana passada gerou uma série de críticas ao primeiro-ministro por opositores em Israel e não foi bem recebido em Washington pelos funcionários da Casa Branca. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA estavam “perplexos” com as afirmações de Netanyahu. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Washington não entendeu o vídeo de Netanyahu.

Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com oficiais americanos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Casa Branca Foto: Rod Lamkey Jr./NYT

Pressão

Nos últimos meses, o governo Biden sentiu a pressão da ala mais progressista do Partido Democrata para adotar uma linha mais dura contra Israel e intensificou as suas advertências a Netanyahu sobre as operações militares israelenses em Gaza. Durante um ano eleitoral, Biden também enfrenta críticos da direita que dizem que ele moderou o seu apoio a um aliado essencial no Oriente Médio.

Para Netanyahu, o embate com a administração democrata também apresenta riscos e oportunidades políticas. Os seus críticos veem as brigas públicas como o resultado de um líder preparado para destruir alianças importantes e manchar a imagem de Israel no mundo em troca de ganhos políticos. Seus apoiadores, por outro lado, apontam que a postura do primeiro-ministro sinaliza à sua base que ele está preparado para colocar os interesses de Israel em primeiro lugar.

Discurso de Netanyahu

O Partido Democrata está dividido sobre o discurso que Netanyahu deve fazer para os membros do Congresso americano no dia 24 de julho. Embora alguns congressistas democratas digam que devem comparecer para ouvir o discurso do primeiro-ministro israelense por respeito a Israel, uma ala maior não deve estar presente, criando uma atmosfera diferente a este tipo de evento, que geralmente serve para mostrar o apoio bipartidário americano a um aliado.

O convite do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, para Netanyahu ocorreu após consulta com a Casa Branca, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto. Até o momento, nenhuma reunião entre os líderes foi agendada durante a visita de Netanyahu a Washington.

Os republicanos lançaram pela primeira vez a ideia em março, depois que o líder da maioria democrata, o senador Chuck Schumer, fez um discurso no plenário do Senado que criticou duramente o primeiro-ministro. Schumer afirmou que Netanyahu era “um obstáculo à paz” e apelou para novas eleições em Israel.

A maior parte da ala progressista do Partido Democrata não deve atender ao discurso. A deputada democrata Pramila Jayapal afirmou a Associated Press que foi uma “má ideia” convidar Netanyahu. “Deveríamos pressioná-lo, suspendendo a assistência militar, para que ele cumpra o acordo estabelecido pelo presidente”, disse ela./AP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.