Netanyahu resiste a negociar com Hamas em meio a aumento da pressão por cessar-fogo


O primeiro-ministro ignorou as exigências de milhares de manifestantes e continuou adotando uma posição linha-dura em relação a guerra contra o grupo terrorista Hamas

Por Redação

TEL-AVIV- Quando a Histadrut, maior sindicato de Israel, iniciou uma greve na segunda-feira, 2, dando continuidade aos maiores protestos contra o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu desde o início da guerra em Gaza, o grupo esperava persuadir o governo a concordar rapidamente com um cessar-fogo.

Em poucas horas, o seu esforço fracassou quando o sindicato – que representa 800 mil israelenses– cumpriu uma ordem judicial para pôr fim à greve. E o dia terminou com um discurso desafiador de Netanyahu, no qual ele se recusou a negociar com o grupo terrorista Hamas e criticou os manifestantes.

Apesar de uma das maiores manifestações de dissidência em tempo de guerra na história de Israel, o momento não representou uma mudança no panorama político israelense.

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“Politicamente, poderia ter sido muito pior para Netanyahu”, afirmou Ariel Kahana, comentarista do Israel Hayom, um importante jornal de direita. “Parece que a oposição perdeu”, acrescentou Kahana.

Milhares de israelenses protestam em frente a sede do Exército israelense, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Sergey Ponomarev/NYT

Embora a greve tenha atrasado ou suspendido serviços em milhares de escolas e vários municípios, redes de transportes e hospitais, alguns setores foram apenas parcialmente afetados. Muitas autoridades e instituições municipais se recusaram participar.

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Ao contrário de março de 2023, quando uma greve geral e protestos em massa levaram Netanyahu a suspender um plano controverso para reformar o sistema judicial, desta vez o seu partido de direita manteve a unidade pública que demonstrou durante a guerra. Apenas Yoav Gallant, o ministro da Defesa, votou contra uma recente moção do gabinete para restringir as circunstâncias em que Israel poderia concordar com um cessar-fogo.

“A primeira condição para a vitória nesta guerra existencial é a unidade interna”, disse Netanyahu no seu discurso na noite de segunda-feira, mesmo quando mais manifestantes tentavam romper as linhas policiais perto da sua residência privada em Jerusalém. “Precisamos permanecer unidos contra um inimigo cruel que quer destruir todos nós, todos e cada um”, disse ele.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma apresentação sobre a atuação do Exército israelense em Gaza  Foto: Ohad Zwigenberg/AP
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Prioridades

O desafio de Netanyahu e a dissidência dos seus críticos refletiram as diferenças dentro de Israel sobre as prioridades imediatas do país.

Os manifestantes querem que o governo se comprometa e concorde com um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns, mesmo que isso permita ao grupo terrorista Hamas sobreviver à guerra. O governo e os seus apoiadores querem defender um acordo que não acabe com a guerra em Gaza.

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Muitos israelenses ficaram particularmente indignados com o anúncio no domingo de que o Exército israelense tinha encontrado os corpos de seis reféns israelenses em um túnel embaixo de Rafah, no sul do enclave. Críticos do governo apontaram que um acordo de cessar-fogo poderia ser salvado os reféns.

Os funerais de alguns dos reféns mortos ocorreram na tarde de segunda-feira, na presença de uma grande multidão de enlutados.

Jonathan Polin e Rachel Goldberg, os pais de Hersh Goldberg-Polin, participam do funeral de seu filho, em Jerusalém  Foto: Gil Cohen-magen/AP
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Base de Netanyahu

Em parte, Netanyahu permaneceu inabalável porque sua base dentro de seu partido, o Likud, continua forte, segundo analistas.

Seus apoiadores aceitam as suas justificativas para continuar com a guerra e as manifestações de opositores do primeiro-ministro pode impulsionar sua base, de acordo com Nadav Shtrauchler, analista político e antigo conselheiro de Netanyahu.

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Em 2023, Netanyahu recuou em seus esforços de realizar a reforma judicial em Israel por conta de membros da ala moderada do Likud. Agora, apenas Yoav Gallant se opõe aos planos do primeiro-ministro. O ministro da Defesa israelense foi o único que votou contra uma moção na semana passada que impede Israel de concordar com uma retirada de Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo.

“Ninguém no Likud está dizendo: vamos derrubá-los”, disse Shtrauchler. “A única oposição é de Gallant.”

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa ao lado do ministro da Defesa, Yoav Gallant, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Pesquisas

Segundo pesquisas, um número significativo de israelenses acredita que existem razões legitimas para que um acordo ainda não tenha sido alcançado. Eles não querem que o grupo terrorista Hamas consiga se reagrupar dentro do enclave palestino.

“Todo mundo quer, é claro, que os reféns voltem para casa agora. Mas, ao mesmo tempo, queremos a nossa segurança”, disse Kahana, que partilha a cautela de Netanyahu. “A divergência é sobre como trazer os reféns para casa.”

Alguns israelenses podem ter evitado aderir à greve porque sentem que a agitação social durante os primeiros nove meses de 2023 tornou Israel mais vulnerável aos ataques terroristas do Hamas, no dia 7 de outubro do ano passado.

Israelenses de todas as origens concordam que a agitação interna de 2023 enfraqueceu Israel aos olhos dos seus inimigos. O receio de criar uma impressão semelhante provavelmente prejudicou o apoio aos protestos, segundo Kahana.

“Uma das principais lições das manifestações de 2023 foi que devemos manter a nossa unidade”, disse ele./com NYT

TEL-AVIV- Quando a Histadrut, maior sindicato de Israel, iniciou uma greve na segunda-feira, 2, dando continuidade aos maiores protestos contra o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu desde o início da guerra em Gaza, o grupo esperava persuadir o governo a concordar rapidamente com um cessar-fogo.

Em poucas horas, o seu esforço fracassou quando o sindicato – que representa 800 mil israelenses– cumpriu uma ordem judicial para pôr fim à greve. E o dia terminou com um discurso desafiador de Netanyahu, no qual ele se recusou a negociar com o grupo terrorista Hamas e criticou os manifestantes.

Apesar de uma das maiores manifestações de dissidência em tempo de guerra na história de Israel, o momento não representou uma mudança no panorama político israelense.

“Politicamente, poderia ter sido muito pior para Netanyahu”, afirmou Ariel Kahana, comentarista do Israel Hayom, um importante jornal de direita. “Parece que a oposição perdeu”, acrescentou Kahana.

Milhares de israelenses protestam em frente a sede do Exército israelense, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Sergey Ponomarev/NYT

Embora a greve tenha atrasado ou suspendido serviços em milhares de escolas e vários municípios, redes de transportes e hospitais, alguns setores foram apenas parcialmente afetados. Muitas autoridades e instituições municipais se recusaram participar.

Ao contrário de março de 2023, quando uma greve geral e protestos em massa levaram Netanyahu a suspender um plano controverso para reformar o sistema judicial, desta vez o seu partido de direita manteve a unidade pública que demonstrou durante a guerra. Apenas Yoav Gallant, o ministro da Defesa, votou contra uma recente moção do gabinete para restringir as circunstâncias em que Israel poderia concordar com um cessar-fogo.

“A primeira condição para a vitória nesta guerra existencial é a unidade interna”, disse Netanyahu no seu discurso na noite de segunda-feira, mesmo quando mais manifestantes tentavam romper as linhas policiais perto da sua residência privada em Jerusalém. “Precisamos permanecer unidos contra um inimigo cruel que quer destruir todos nós, todos e cada um”, disse ele.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma apresentação sobre a atuação do Exército israelense em Gaza  Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Prioridades

O desafio de Netanyahu e a dissidência dos seus críticos refletiram as diferenças dentro de Israel sobre as prioridades imediatas do país.

Os manifestantes querem que o governo se comprometa e concorde com um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns, mesmo que isso permita ao grupo terrorista Hamas sobreviver à guerra. O governo e os seus apoiadores querem defender um acordo que não acabe com a guerra em Gaza.

Muitos israelenses ficaram particularmente indignados com o anúncio no domingo de que o Exército israelense tinha encontrado os corpos de seis reféns israelenses em um túnel embaixo de Rafah, no sul do enclave. Críticos do governo apontaram que um acordo de cessar-fogo poderia ser salvado os reféns.

Os funerais de alguns dos reféns mortos ocorreram na tarde de segunda-feira, na presença de uma grande multidão de enlutados.

Jonathan Polin e Rachel Goldberg, os pais de Hersh Goldberg-Polin, participam do funeral de seu filho, em Jerusalém  Foto: Gil Cohen-magen/AP

Base de Netanyahu

Em parte, Netanyahu permaneceu inabalável porque sua base dentro de seu partido, o Likud, continua forte, segundo analistas.

Seus apoiadores aceitam as suas justificativas para continuar com a guerra e as manifestações de opositores do primeiro-ministro pode impulsionar sua base, de acordo com Nadav Shtrauchler, analista político e antigo conselheiro de Netanyahu.

Em 2023, Netanyahu recuou em seus esforços de realizar a reforma judicial em Israel por conta de membros da ala moderada do Likud. Agora, apenas Yoav Gallant se opõe aos planos do primeiro-ministro. O ministro da Defesa israelense foi o único que votou contra uma moção na semana passada que impede Israel de concordar com uma retirada de Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo.

“Ninguém no Likud está dizendo: vamos derrubá-los”, disse Shtrauchler. “A única oposição é de Gallant.”

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa ao lado do ministro da Defesa, Yoav Gallant, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Pesquisas

Segundo pesquisas, um número significativo de israelenses acredita que existem razões legitimas para que um acordo ainda não tenha sido alcançado. Eles não querem que o grupo terrorista Hamas consiga se reagrupar dentro do enclave palestino.

“Todo mundo quer, é claro, que os reféns voltem para casa agora. Mas, ao mesmo tempo, queremos a nossa segurança”, disse Kahana, que partilha a cautela de Netanyahu. “A divergência é sobre como trazer os reféns para casa.”

Alguns israelenses podem ter evitado aderir à greve porque sentem que a agitação social durante os primeiros nove meses de 2023 tornou Israel mais vulnerável aos ataques terroristas do Hamas, no dia 7 de outubro do ano passado.

Israelenses de todas as origens concordam que a agitação interna de 2023 enfraqueceu Israel aos olhos dos seus inimigos. O receio de criar uma impressão semelhante provavelmente prejudicou o apoio aos protestos, segundo Kahana.

“Uma das principais lições das manifestações de 2023 foi que devemos manter a nossa unidade”, disse ele./com NYT

TEL-AVIV- Quando a Histadrut, maior sindicato de Israel, iniciou uma greve na segunda-feira, 2, dando continuidade aos maiores protestos contra o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu desde o início da guerra em Gaza, o grupo esperava persuadir o governo a concordar rapidamente com um cessar-fogo.

Em poucas horas, o seu esforço fracassou quando o sindicato – que representa 800 mil israelenses– cumpriu uma ordem judicial para pôr fim à greve. E o dia terminou com um discurso desafiador de Netanyahu, no qual ele se recusou a negociar com o grupo terrorista Hamas e criticou os manifestantes.

Apesar de uma das maiores manifestações de dissidência em tempo de guerra na história de Israel, o momento não representou uma mudança no panorama político israelense.

“Politicamente, poderia ter sido muito pior para Netanyahu”, afirmou Ariel Kahana, comentarista do Israel Hayom, um importante jornal de direita. “Parece que a oposição perdeu”, acrescentou Kahana.

Milhares de israelenses protestam em frente a sede do Exército israelense, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Sergey Ponomarev/NYT

Embora a greve tenha atrasado ou suspendido serviços em milhares de escolas e vários municípios, redes de transportes e hospitais, alguns setores foram apenas parcialmente afetados. Muitas autoridades e instituições municipais se recusaram participar.

Ao contrário de março de 2023, quando uma greve geral e protestos em massa levaram Netanyahu a suspender um plano controverso para reformar o sistema judicial, desta vez o seu partido de direita manteve a unidade pública que demonstrou durante a guerra. Apenas Yoav Gallant, o ministro da Defesa, votou contra uma recente moção do gabinete para restringir as circunstâncias em que Israel poderia concordar com um cessar-fogo.

“A primeira condição para a vitória nesta guerra existencial é a unidade interna”, disse Netanyahu no seu discurso na noite de segunda-feira, mesmo quando mais manifestantes tentavam romper as linhas policiais perto da sua residência privada em Jerusalém. “Precisamos permanecer unidos contra um inimigo cruel que quer destruir todos nós, todos e cada um”, disse ele.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma apresentação sobre a atuação do Exército israelense em Gaza  Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Prioridades

O desafio de Netanyahu e a dissidência dos seus críticos refletiram as diferenças dentro de Israel sobre as prioridades imediatas do país.

Os manifestantes querem que o governo se comprometa e concorde com um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns, mesmo que isso permita ao grupo terrorista Hamas sobreviver à guerra. O governo e os seus apoiadores querem defender um acordo que não acabe com a guerra em Gaza.

Muitos israelenses ficaram particularmente indignados com o anúncio no domingo de que o Exército israelense tinha encontrado os corpos de seis reféns israelenses em um túnel embaixo de Rafah, no sul do enclave. Críticos do governo apontaram que um acordo de cessar-fogo poderia ser salvado os reféns.

Os funerais de alguns dos reféns mortos ocorreram na tarde de segunda-feira, na presença de uma grande multidão de enlutados.

Jonathan Polin e Rachel Goldberg, os pais de Hersh Goldberg-Polin, participam do funeral de seu filho, em Jerusalém  Foto: Gil Cohen-magen/AP

Base de Netanyahu

Em parte, Netanyahu permaneceu inabalável porque sua base dentro de seu partido, o Likud, continua forte, segundo analistas.

Seus apoiadores aceitam as suas justificativas para continuar com a guerra e as manifestações de opositores do primeiro-ministro pode impulsionar sua base, de acordo com Nadav Shtrauchler, analista político e antigo conselheiro de Netanyahu.

Em 2023, Netanyahu recuou em seus esforços de realizar a reforma judicial em Israel por conta de membros da ala moderada do Likud. Agora, apenas Yoav Gallant se opõe aos planos do primeiro-ministro. O ministro da Defesa israelense foi o único que votou contra uma moção na semana passada que impede Israel de concordar com uma retirada de Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo.

“Ninguém no Likud está dizendo: vamos derrubá-los”, disse Shtrauchler. “A única oposição é de Gallant.”

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, participa de uma coletiva de imprensa ao lado do ministro da Defesa, Yoav Gallant, em Tel-Aviv, Israel  Foto: Abir Sultan/AP

Pesquisas

Segundo pesquisas, um número significativo de israelenses acredita que existem razões legitimas para que um acordo ainda não tenha sido alcançado. Eles não querem que o grupo terrorista Hamas consiga se reagrupar dentro do enclave palestino.

“Todo mundo quer, é claro, que os reféns voltem para casa agora. Mas, ao mesmo tempo, queremos a nossa segurança”, disse Kahana, que partilha a cautela de Netanyahu. “A divergência é sobre como trazer os reféns para casa.”

Alguns israelenses podem ter evitado aderir à greve porque sentem que a agitação social durante os primeiros nove meses de 2023 tornou Israel mais vulnerável aos ataques terroristas do Hamas, no dia 7 de outubro do ano passado.

Israelenses de todas as origens concordam que a agitação interna de 2023 enfraqueceu Israel aos olhos dos seus inimigos. O receio de criar uma impressão semelhante provavelmente prejudicou o apoio aos protestos, segundo Kahana.

“Uma das principais lições das manifestações de 2023 foi que devemos manter a nossa unidade”, disse ele./com NYT

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