Nicolás Maduro tenta telefonar a Lula sem que regime chavista divulgue dados de eleição


Presidência da República disse que não há ainda previsão de que Lula e Maduro conversem ao telefone, o que poderia ocorrer nesta quinta-feira

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Palácio do Planalto uma ligação telefônica para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise política no país e acusações de que houve fraude eleitoral por parte da ditadura chavista. A Presidência da República disse, no entanto, que não há ainda previsão de uma conversa ao telefone entre Lula e Maduro.

O governo brasileiro não reconheceu a alegada reeleição e pede que o regime chavista apresente as atas eleitorais que comprovariam a vitória. Apesar da posição oficial, o presidente Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. “Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, afirmou o petista, em entrevista à TV Centro América.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

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Caso ocorra, o telefonema será o primeiro contato direto entre eles desde a votação presidencial contestada dentro e fora da Venezuela.

Ambos são aliados próximos. No ano passado, Lula patrocinou uma reabilitação política externa de Maduro, mas depois de meses de manifestações simpáticas, passou a fazer críticas pontuais à proibição de candidatas da oposição. No último atrito, expressou preocupação com declarações de Maduro de que poderia haver um “banho de sangue” no país caso não fosse o vitorioso. Em resposta, o chavista recomendou que Lula tomasse chá de camomila.

Lula recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, em 2023; venezuelano quer falar com o Presidente brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão
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O pedido de telefonema foi levado ao governo brasileiro por via diplomática, com a esperança de que pudesse ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 1º de agosto. O Palácio do Planalto tem por prática não divulgar os telefonemas entre chefes de Estado e de governo, até que ocorram, e costuma apenas informar em nota linhas gerais dos assuntos tratados.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, voltou de Caracas na terça-feira, dia 30, onde liderou uma missão do governo brasileiro para manter contatos com o chavismo e a oposição e observar a realização das eleições. Ele visitou Maduro no Palácio Miraflores.

Na noite desta quarta-feira, dia 31, Maduro afirmou em coletiva de imprensa a meios de comunicação internacionais, realizada em Caracas, que vem conversando com presidentes da região. Ele disse ter falado, por exemplo, com o presidente colombiano Gustavo Petro. Ambos são aliados. Petro já propôs um acordo entre as forças políticas venezuelanas que garanta a segurança e a vida dos derrotados.

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Petro rompeu o silêncio e cobrou, para evitar uma polarização interna violenta, que o regime permita “um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”.

Brasil, Colômbia e México - todos governos de esquerda latino-americanos - são três dos países que lideram iniciativas de diálogo com a ditadura chavista, numa estratégia de tentar convencer, por meio da diplomacia, inclusive em nível presidencial, Maduro a atuar com transparência e apresentar dados desagregados por seções de votação, a fim de provar que ele venceu a eleição no domingo passado, dia 28.

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O chavista alega ter vencido o pleito marcado por restrições à participação de opositores. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pela ditadura chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% contra 44% de González e promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.

O principal observador internacional convidado pelo regime, o Centro Carter, disse que a eleição não foi democrática e não tem condições de atestar a lisura do pleito. O resultado passou a ser questionado por governos de direita e de esquerda - caso, por exemplo, de Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Brasil, México e Colômbia não reconheceram o resultado. Os chanceleres de Brasil, México e Colômbia têm mantido intenso contato para coordenar a reação. Eles conseguiram derrubar uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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O Itamaraty segue fazendo pressão para que o regime permita a “verificação imparcial dos resultados”. Essa tem sido a tônica de manifestações oficiais do governo e seus representantes. O ministério diz que o governo brasileiro aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

Líderes da oposição, o candidato principal, Edmundo González Urrutia e a ex-candidata María Corina Machado, impedida de concorrer, agradeceram a postura oficial do Brasil, sem comentar declarações de Lula e de seu partido, o PT.

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Com aval de Lula, o Partido dos Trabalhadores tratou Maduro como presidente reeleito em nota. Mas mesmo dentro do governo, do partido e na base parlamentar de Lula há discordâncias sobre endossar ou não a eleição suspeita de fraude.

Por meio da Casa Branca, o governo Joe Biden manifestou que a “paciência está acabando” com a espera pela divulgação de dados que permitam uma varredura no resultado das urnas.

Lula já conversou com Biden em chamada sobre o caso. Eles se comprometeram a atuar em coordenação e “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”, conforme divulgaram o Planalto e a Casa Branca.

A União Europeia disse que não reconhecerá o resultado.

BRASÍLIA - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Palácio do Planalto uma ligação telefônica para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise política no país e acusações de que houve fraude eleitoral por parte da ditadura chavista. A Presidência da República disse, no entanto, que não há ainda previsão de uma conversa ao telefone entre Lula e Maduro.

O governo brasileiro não reconheceu a alegada reeleição e pede que o regime chavista apresente as atas eleitorais que comprovariam a vitória. Apesar da posição oficial, o presidente Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. “Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, afirmou o petista, em entrevista à TV Centro América.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

Caso ocorra, o telefonema será o primeiro contato direto entre eles desde a votação presidencial contestada dentro e fora da Venezuela.

Ambos são aliados próximos. No ano passado, Lula patrocinou uma reabilitação política externa de Maduro, mas depois de meses de manifestações simpáticas, passou a fazer críticas pontuais à proibição de candidatas da oposição. No último atrito, expressou preocupação com declarações de Maduro de que poderia haver um “banho de sangue” no país caso não fosse o vitorioso. Em resposta, o chavista recomendou que Lula tomasse chá de camomila.

Lula recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, em 2023; venezuelano quer falar com o Presidente brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão

O pedido de telefonema foi levado ao governo brasileiro por via diplomática, com a esperança de que pudesse ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 1º de agosto. O Palácio do Planalto tem por prática não divulgar os telefonemas entre chefes de Estado e de governo, até que ocorram, e costuma apenas informar em nota linhas gerais dos assuntos tratados.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, voltou de Caracas na terça-feira, dia 30, onde liderou uma missão do governo brasileiro para manter contatos com o chavismo e a oposição e observar a realização das eleições. Ele visitou Maduro no Palácio Miraflores.

Na noite desta quarta-feira, dia 31, Maduro afirmou em coletiva de imprensa a meios de comunicação internacionais, realizada em Caracas, que vem conversando com presidentes da região. Ele disse ter falado, por exemplo, com o presidente colombiano Gustavo Petro. Ambos são aliados. Petro já propôs um acordo entre as forças políticas venezuelanas que garanta a segurança e a vida dos derrotados.

Petro rompeu o silêncio e cobrou, para evitar uma polarização interna violenta, que o regime permita “um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”.

Brasil, Colômbia e México - todos governos de esquerda latino-americanos - são três dos países que lideram iniciativas de diálogo com a ditadura chavista, numa estratégia de tentar convencer, por meio da diplomacia, inclusive em nível presidencial, Maduro a atuar com transparência e apresentar dados desagregados por seções de votação, a fim de provar que ele venceu a eleição no domingo passado, dia 28.

O chavista alega ter vencido o pleito marcado por restrições à participação de opositores. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pela ditadura chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% contra 44% de González e promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.

O principal observador internacional convidado pelo regime, o Centro Carter, disse que a eleição não foi democrática e não tem condições de atestar a lisura do pleito. O resultado passou a ser questionado por governos de direita e de esquerda - caso, por exemplo, de Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Brasil, México e Colômbia não reconheceram o resultado. Os chanceleres de Brasil, México e Colômbia têm mantido intenso contato para coordenar a reação. Eles conseguiram derrubar uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Itamaraty segue fazendo pressão para que o regime permita a “verificação imparcial dos resultados”. Essa tem sido a tônica de manifestações oficiais do governo e seus representantes. O ministério diz que o governo brasileiro aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

Líderes da oposição, o candidato principal, Edmundo González Urrutia e a ex-candidata María Corina Machado, impedida de concorrer, agradeceram a postura oficial do Brasil, sem comentar declarações de Lula e de seu partido, o PT.

Com aval de Lula, o Partido dos Trabalhadores tratou Maduro como presidente reeleito em nota. Mas mesmo dentro do governo, do partido e na base parlamentar de Lula há discordâncias sobre endossar ou não a eleição suspeita de fraude.

Por meio da Casa Branca, o governo Joe Biden manifestou que a “paciência está acabando” com a espera pela divulgação de dados que permitam uma varredura no resultado das urnas.

Lula já conversou com Biden em chamada sobre o caso. Eles se comprometeram a atuar em coordenação e “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”, conforme divulgaram o Planalto e a Casa Branca.

A União Europeia disse que não reconhecerá o resultado.

BRASÍLIA - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Palácio do Planalto uma ligação telefônica para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise política no país e acusações de que houve fraude eleitoral por parte da ditadura chavista. A Presidência da República disse, no entanto, que não há ainda previsão de uma conversa ao telefone entre Lula e Maduro.

O governo brasileiro não reconheceu a alegada reeleição e pede que o regime chavista apresente as atas eleitorais que comprovariam a vitória. Apesar da posição oficial, o presidente Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. “Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, afirmou o petista, em entrevista à TV Centro América.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

Caso ocorra, o telefonema será o primeiro contato direto entre eles desde a votação presidencial contestada dentro e fora da Venezuela.

Ambos são aliados próximos. No ano passado, Lula patrocinou uma reabilitação política externa de Maduro, mas depois de meses de manifestações simpáticas, passou a fazer críticas pontuais à proibição de candidatas da oposição. No último atrito, expressou preocupação com declarações de Maduro de que poderia haver um “banho de sangue” no país caso não fosse o vitorioso. Em resposta, o chavista recomendou que Lula tomasse chá de camomila.

Lula recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, em 2023; venezuelano quer falar com o Presidente brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão

O pedido de telefonema foi levado ao governo brasileiro por via diplomática, com a esperança de que pudesse ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 1º de agosto. O Palácio do Planalto tem por prática não divulgar os telefonemas entre chefes de Estado e de governo, até que ocorram, e costuma apenas informar em nota linhas gerais dos assuntos tratados.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, voltou de Caracas na terça-feira, dia 30, onde liderou uma missão do governo brasileiro para manter contatos com o chavismo e a oposição e observar a realização das eleições. Ele visitou Maduro no Palácio Miraflores.

Na noite desta quarta-feira, dia 31, Maduro afirmou em coletiva de imprensa a meios de comunicação internacionais, realizada em Caracas, que vem conversando com presidentes da região. Ele disse ter falado, por exemplo, com o presidente colombiano Gustavo Petro. Ambos são aliados. Petro já propôs um acordo entre as forças políticas venezuelanas que garanta a segurança e a vida dos derrotados.

Petro rompeu o silêncio e cobrou, para evitar uma polarização interna violenta, que o regime permita “um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”.

Brasil, Colômbia e México - todos governos de esquerda latino-americanos - são três dos países que lideram iniciativas de diálogo com a ditadura chavista, numa estratégia de tentar convencer, por meio da diplomacia, inclusive em nível presidencial, Maduro a atuar com transparência e apresentar dados desagregados por seções de votação, a fim de provar que ele venceu a eleição no domingo passado, dia 28.

O chavista alega ter vencido o pleito marcado por restrições à participação de opositores. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pela ditadura chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% contra 44% de González e promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.

O principal observador internacional convidado pelo regime, o Centro Carter, disse que a eleição não foi democrática e não tem condições de atestar a lisura do pleito. O resultado passou a ser questionado por governos de direita e de esquerda - caso, por exemplo, de Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Brasil, México e Colômbia não reconheceram o resultado. Os chanceleres de Brasil, México e Colômbia têm mantido intenso contato para coordenar a reação. Eles conseguiram derrubar uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Itamaraty segue fazendo pressão para que o regime permita a “verificação imparcial dos resultados”. Essa tem sido a tônica de manifestações oficiais do governo e seus representantes. O ministério diz que o governo brasileiro aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

Líderes da oposição, o candidato principal, Edmundo González Urrutia e a ex-candidata María Corina Machado, impedida de concorrer, agradeceram a postura oficial do Brasil, sem comentar declarações de Lula e de seu partido, o PT.

Com aval de Lula, o Partido dos Trabalhadores tratou Maduro como presidente reeleito em nota. Mas mesmo dentro do governo, do partido e na base parlamentar de Lula há discordâncias sobre endossar ou não a eleição suspeita de fraude.

Por meio da Casa Branca, o governo Joe Biden manifestou que a “paciência está acabando” com a espera pela divulgação de dados que permitam uma varredura no resultado das urnas.

Lula já conversou com Biden em chamada sobre o caso. Eles se comprometeram a atuar em coordenação e “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”, conforme divulgaram o Planalto e a Casa Branca.

A União Europeia disse que não reconhecerá o resultado.

BRASÍLIA - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Palácio do Planalto uma ligação telefônica para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise política no país e acusações de que houve fraude eleitoral por parte da ditadura chavista. A Presidência da República disse, no entanto, que não há ainda previsão de uma conversa ao telefone entre Lula e Maduro.

O governo brasileiro não reconheceu a alegada reeleição e pede que o regime chavista apresente as atas eleitorais que comprovariam a vitória. Apesar da posição oficial, o presidente Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. “Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, afirmou o petista, em entrevista à TV Centro América.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

Caso ocorra, o telefonema será o primeiro contato direto entre eles desde a votação presidencial contestada dentro e fora da Venezuela.

Ambos são aliados próximos. No ano passado, Lula patrocinou uma reabilitação política externa de Maduro, mas depois de meses de manifestações simpáticas, passou a fazer críticas pontuais à proibição de candidatas da oposição. No último atrito, expressou preocupação com declarações de Maduro de que poderia haver um “banho de sangue” no país caso não fosse o vitorioso. Em resposta, o chavista recomendou que Lula tomasse chá de camomila.

Lula recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, em 2023; venezuelano quer falar com o Presidente brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão

O pedido de telefonema foi levado ao governo brasileiro por via diplomática, com a esperança de que pudesse ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 1º de agosto. O Palácio do Planalto tem por prática não divulgar os telefonemas entre chefes de Estado e de governo, até que ocorram, e costuma apenas informar em nota linhas gerais dos assuntos tratados.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, voltou de Caracas na terça-feira, dia 30, onde liderou uma missão do governo brasileiro para manter contatos com o chavismo e a oposição e observar a realização das eleições. Ele visitou Maduro no Palácio Miraflores.

Na noite desta quarta-feira, dia 31, Maduro afirmou em coletiva de imprensa a meios de comunicação internacionais, realizada em Caracas, que vem conversando com presidentes da região. Ele disse ter falado, por exemplo, com o presidente colombiano Gustavo Petro. Ambos são aliados. Petro já propôs um acordo entre as forças políticas venezuelanas que garanta a segurança e a vida dos derrotados.

Petro rompeu o silêncio e cobrou, para evitar uma polarização interna violenta, que o regime permita “um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”.

Brasil, Colômbia e México - todos governos de esquerda latino-americanos - são três dos países que lideram iniciativas de diálogo com a ditadura chavista, numa estratégia de tentar convencer, por meio da diplomacia, inclusive em nível presidencial, Maduro a atuar com transparência e apresentar dados desagregados por seções de votação, a fim de provar que ele venceu a eleição no domingo passado, dia 28.

O chavista alega ter vencido o pleito marcado por restrições à participação de opositores. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pela ditadura chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% contra 44% de González e promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.

O principal observador internacional convidado pelo regime, o Centro Carter, disse que a eleição não foi democrática e não tem condições de atestar a lisura do pleito. O resultado passou a ser questionado por governos de direita e de esquerda - caso, por exemplo, de Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Brasil, México e Colômbia não reconheceram o resultado. Os chanceleres de Brasil, México e Colômbia têm mantido intenso contato para coordenar a reação. Eles conseguiram derrubar uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Itamaraty segue fazendo pressão para que o regime permita a “verificação imparcial dos resultados”. Essa tem sido a tônica de manifestações oficiais do governo e seus representantes. O ministério diz que o governo brasileiro aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

Líderes da oposição, o candidato principal, Edmundo González Urrutia e a ex-candidata María Corina Machado, impedida de concorrer, agradeceram a postura oficial do Brasil, sem comentar declarações de Lula e de seu partido, o PT.

Com aval de Lula, o Partido dos Trabalhadores tratou Maduro como presidente reeleito em nota. Mas mesmo dentro do governo, do partido e na base parlamentar de Lula há discordâncias sobre endossar ou não a eleição suspeita de fraude.

Por meio da Casa Branca, o governo Joe Biden manifestou que a “paciência está acabando” com a espera pela divulgação de dados que permitam uma varredura no resultado das urnas.

Lula já conversou com Biden em chamada sobre o caso. Eles se comprometeram a atuar em coordenação e “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”, conforme divulgaram o Planalto e a Casa Branca.

A União Europeia disse que não reconhecerá o resultado.

BRASÍLIA - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Palácio do Planalto uma ligação telefônica para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à crise política no país e acusações de que houve fraude eleitoral por parte da ditadura chavista. A Presidência da República disse, no entanto, que não há ainda previsão de uma conversa ao telefone entre Lula e Maduro.

O governo brasileiro não reconheceu a alegada reeleição e pede que o regime chavista apresente as atas eleitorais que comprovariam a vitória. Apesar da posição oficial, o presidente Lula disse nesta semana que “não tem nada de grave, nada de anormal” na disputa. “Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, afirmou o petista, em entrevista à TV Centro América.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

Caso ocorra, o telefonema será o primeiro contato direto entre eles desde a votação presidencial contestada dentro e fora da Venezuela.

Ambos são aliados próximos. No ano passado, Lula patrocinou uma reabilitação política externa de Maduro, mas depois de meses de manifestações simpáticas, passou a fazer críticas pontuais à proibição de candidatas da oposição. No último atrito, expressou preocupação com declarações de Maduro de que poderia haver um “banho de sangue” no país caso não fosse o vitorioso. Em resposta, o chavista recomendou que Lula tomasse chá de camomila.

Lula recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, em 2023; venezuelano quer falar com o Presidente brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão

O pedido de telefonema foi levado ao governo brasileiro por via diplomática, com a esperança de que pudesse ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 1º de agosto. O Palácio do Planalto tem por prática não divulgar os telefonemas entre chefes de Estado e de governo, até que ocorram, e costuma apenas informar em nota linhas gerais dos assuntos tratados.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, voltou de Caracas na terça-feira, dia 30, onde liderou uma missão do governo brasileiro para manter contatos com o chavismo e a oposição e observar a realização das eleições. Ele visitou Maduro no Palácio Miraflores.

Na noite desta quarta-feira, dia 31, Maduro afirmou em coletiva de imprensa a meios de comunicação internacionais, realizada em Caracas, que vem conversando com presidentes da região. Ele disse ter falado, por exemplo, com o presidente colombiano Gustavo Petro. Ambos são aliados. Petro já propôs um acordo entre as forças políticas venezuelanas que garanta a segurança e a vida dos derrotados.

Petro rompeu o silêncio e cobrou, para evitar uma polarização interna violenta, que o regime permita “um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”.

Brasil, Colômbia e México - todos governos de esquerda latino-americanos - são três dos países que lideram iniciativas de diálogo com a ditadura chavista, numa estratégia de tentar convencer, por meio da diplomacia, inclusive em nível presidencial, Maduro a atuar com transparência e apresentar dados desagregados por seções de votação, a fim de provar que ele venceu a eleição no domingo passado, dia 28.

O chavista alega ter vencido o pleito marcado por restrições à participação de opositores. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pela ditadura chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% contra 44% de González e promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.

O principal observador internacional convidado pelo regime, o Centro Carter, disse que a eleição não foi democrática e não tem condições de atestar a lisura do pleito. O resultado passou a ser questionado por governos de direita e de esquerda - caso, por exemplo, de Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Brasil, México e Colômbia não reconheceram o resultado. Os chanceleres de Brasil, México e Colômbia têm mantido intenso contato para coordenar a reação. Eles conseguiram derrubar uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Itamaraty segue fazendo pressão para que o regime permita a “verificação imparcial dos resultados”. Essa tem sido a tônica de manifestações oficiais do governo e seus representantes. O ministério diz que o governo brasileiro aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

Líderes da oposição, o candidato principal, Edmundo González Urrutia e a ex-candidata María Corina Machado, impedida de concorrer, agradeceram a postura oficial do Brasil, sem comentar declarações de Lula e de seu partido, o PT.

Com aval de Lula, o Partido dos Trabalhadores tratou Maduro como presidente reeleito em nota. Mas mesmo dentro do governo, do partido e na base parlamentar de Lula há discordâncias sobre endossar ou não a eleição suspeita de fraude.

Por meio da Casa Branca, o governo Joe Biden manifestou que a “paciência está acabando” com a espera pela divulgação de dados que permitam uma varredura no resultado das urnas.

Lula já conversou com Biden em chamada sobre o caso. Eles se comprometeram a atuar em coordenação e “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”, conforme divulgaram o Planalto e a Casa Branca.

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