No duelo de idosos pela Casa Branca, clareza mental de Trump e Biden entra em debate


Os americanos estão preocupantemente desconfiados em relação à sanidade dos dois homens

Por The Economist
Atualização:

“Eu realmente odeio fazer isso, mas não posso deixar de fazê-lo”, anunciou o apresentador conservador Hugh Hewitt em seu programa online. Este foi o prefácio para uma montagem de videoclipes mostrando “a óbvia e crescente falta de firmeza do presidente Joe Biden”.

Um desses clipes, de um evento de arrecadação de fundos repleto de estrelas realizado em Los Angeles em 15 de junho, mostra Biden olhando fixamente para o público antes de Barack Obama, a outra atração principal da noite, agarrar seu braço e levá-lo para fora do palco. A segunda, tirada alguns dias antes, na cúpula do G7 na Itália, parece mostrar Biden se afastando de outros líderes mundiais enquanto estes assistem a uma demonstração de paraquedismo. Nos cantos conservadores da mídia e da internet, são muitos esses clipes mostrando momentos de congelamentos de Biden. Outro clipe recente mostra o presidente olhando fixamente para um concerto na Casa Branca celebrando o novo feriado federal do Dia da Libertação, em 19 de junho, que marca o fim da escravidão.

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A edição seletiva dos clipes faz com que as cenas pareçam mais devastadoras do que são. Uma gravação mais longa do episódio de Los Angeles mostra Biden acenando para um lado da plateia e batendo palmas antes de se virar e ficar parado por cerca de sete segundos – possivelmente para tentar ouvir o que estava sendo gritado (Obama interveio antes que algo mais estranho pudesse ocorrer). Um clipe mais completo do incidente italiano mostra que Biden não se afastou do grupo, mas desviou-se para cumprimentar um paraquedista que pousou fora da tela (embora Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, tenha intervindo de forma semelhante para trazê-lo ao centro do palco).

Montagem com imagens de Donald Trump e Joe Biden Foto: Andrew Harnik/AP

Isto não quer dizer que o presidente seja um modelo de lucidez. Biden, um octogenário, certamente tem seus momentos de idoso. Alguns são difíceis de explicar: em 2022, ele se perguntou se uma congressista recentemente falecida estava no meio de uma multidão em um evento na Casa Branca (“Onde está Jackie?”, perguntou ele, com horror silencioso). O advogado especial nomeado para investigar documentos confidenciais na casa de Biden disse que ele confundia frequentemente as datas, incluindo a da morte do seu filho em 2015. A transcrição da entrevista não chega exatamente a isentá-lo.

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A briga mostra uma prévia de como serão os próximos cinco meses de campanha. Donald Trump e seus aliados examinarão incansavelmente as aparições públicas do presidente em busca de sinais de senilidade e distribuirão clipes que supostamente mostram isso (há pouca necessidade de desinformação gerada por IA quando ferramentas simples de edição funcionam tão bem). A campanha de Biden estará ansiosa por não lhes fornecer demasiado material com que trabalhar, reforçando uma mentalidade de bunker.

Os aliados de Biden se perguntam por que não se dá mais importância às estranhas declarações de Trump. No dia 9 de junho, em um comício em Las Vegas, o ex-presidente contou uma longa e bizarra história hipotética sobre ter sido eletrocutado por um barco movido a bateria enquanto era perseguido por tubarões. Poderia ser uma cena divertida e absurda em um filme de terror B, não fosse pelo fato mais assustador de que o contador de histórias está na frente da corrida nas eleições presidenciais. Trump, que tem 78 anos, também confundiu o líder da Hungria com o da Turquia e disse erradamente que Obama era o presidente atual.

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Os democratas estão certos em relação aos dois pesos e duas medidas. Tais declarações são apenas notícias para Trump; já os democratas poderiam internar Biden à força em um asilo para idosos se ele produzisse um monólogo como esse. No entanto, a diferença nos critérios é o ponto. A proposta de Biden é uma liderança competente e racional, enquanto Trump tem sido um surrealista desde o início.

Os eleitores parecem estar se preparando para uma escolha deprimente. Uma pesquisa recente realizada para a CBS News pela YouGov descobriu que apenas 35% dos eleitores registrados dizem que Biden tem boa saúde mental e cognitiva o suficiente para ser presidente; até 29% dos democratas registrados dizem que não têm certeza se o seu candidato está ali por inteiro. A mesma pesquisa concluiu que 50% dos eleitores consideravam que Trump estava mentalmente apto para o cargo. Somente nesta disputa tal resultado poderia ser considerado positivo.

Trump tem certeza de que possui a vantagem cognitiva. A campanha dele pressionou pela realização de múltiplos debates, com base na teoria de que Biden não seria capaz de acompanhar, nem retoricamente nem fisicamente. Enquanto presidente, Trump vangloriou-se de forma memorável das suas notas altas em um teste de acuidade mental (pretendido como uma ferramenta de diagnóstico para demência precoce, e não como teste de QI).

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Falando em Detroit esta semana, Trump desafiou Biden a fazer o mesmo teste em que havia sido “aprovado”. Ao lançar o desafio fanfarrão, Trump se confundiu ao mencionar o nome do médico da Casa Branca que administrou o teste: foi Ronny Jackson, e não “Ronny Johnson”. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

“Eu realmente odeio fazer isso, mas não posso deixar de fazê-lo”, anunciou o apresentador conservador Hugh Hewitt em seu programa online. Este foi o prefácio para uma montagem de videoclipes mostrando “a óbvia e crescente falta de firmeza do presidente Joe Biden”.

Um desses clipes, de um evento de arrecadação de fundos repleto de estrelas realizado em Los Angeles em 15 de junho, mostra Biden olhando fixamente para o público antes de Barack Obama, a outra atração principal da noite, agarrar seu braço e levá-lo para fora do palco. A segunda, tirada alguns dias antes, na cúpula do G7 na Itália, parece mostrar Biden se afastando de outros líderes mundiais enquanto estes assistem a uma demonstração de paraquedismo. Nos cantos conservadores da mídia e da internet, são muitos esses clipes mostrando momentos de congelamentos de Biden. Outro clipe recente mostra o presidente olhando fixamente para um concerto na Casa Branca celebrando o novo feriado federal do Dia da Libertação, em 19 de junho, que marca o fim da escravidão.

A edição seletiva dos clipes faz com que as cenas pareçam mais devastadoras do que são. Uma gravação mais longa do episódio de Los Angeles mostra Biden acenando para um lado da plateia e batendo palmas antes de se virar e ficar parado por cerca de sete segundos – possivelmente para tentar ouvir o que estava sendo gritado (Obama interveio antes que algo mais estranho pudesse ocorrer). Um clipe mais completo do incidente italiano mostra que Biden não se afastou do grupo, mas desviou-se para cumprimentar um paraquedista que pousou fora da tela (embora Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, tenha intervindo de forma semelhante para trazê-lo ao centro do palco).

Montagem com imagens de Donald Trump e Joe Biden Foto: Andrew Harnik/AP

Isto não quer dizer que o presidente seja um modelo de lucidez. Biden, um octogenário, certamente tem seus momentos de idoso. Alguns são difíceis de explicar: em 2022, ele se perguntou se uma congressista recentemente falecida estava no meio de uma multidão em um evento na Casa Branca (“Onde está Jackie?”, perguntou ele, com horror silencioso). O advogado especial nomeado para investigar documentos confidenciais na casa de Biden disse que ele confundia frequentemente as datas, incluindo a da morte do seu filho em 2015. A transcrição da entrevista não chega exatamente a isentá-lo.

A briga mostra uma prévia de como serão os próximos cinco meses de campanha. Donald Trump e seus aliados examinarão incansavelmente as aparições públicas do presidente em busca de sinais de senilidade e distribuirão clipes que supostamente mostram isso (há pouca necessidade de desinformação gerada por IA quando ferramentas simples de edição funcionam tão bem). A campanha de Biden estará ansiosa por não lhes fornecer demasiado material com que trabalhar, reforçando uma mentalidade de bunker.

Os aliados de Biden se perguntam por que não se dá mais importância às estranhas declarações de Trump. No dia 9 de junho, em um comício em Las Vegas, o ex-presidente contou uma longa e bizarra história hipotética sobre ter sido eletrocutado por um barco movido a bateria enquanto era perseguido por tubarões. Poderia ser uma cena divertida e absurda em um filme de terror B, não fosse pelo fato mais assustador de que o contador de histórias está na frente da corrida nas eleições presidenciais. Trump, que tem 78 anos, também confundiu o líder da Hungria com o da Turquia e disse erradamente que Obama era o presidente atual.

Os democratas estão certos em relação aos dois pesos e duas medidas. Tais declarações são apenas notícias para Trump; já os democratas poderiam internar Biden à força em um asilo para idosos se ele produzisse um monólogo como esse. No entanto, a diferença nos critérios é o ponto. A proposta de Biden é uma liderança competente e racional, enquanto Trump tem sido um surrealista desde o início.

Os eleitores parecem estar se preparando para uma escolha deprimente. Uma pesquisa recente realizada para a CBS News pela YouGov descobriu que apenas 35% dos eleitores registrados dizem que Biden tem boa saúde mental e cognitiva o suficiente para ser presidente; até 29% dos democratas registrados dizem que não têm certeza se o seu candidato está ali por inteiro. A mesma pesquisa concluiu que 50% dos eleitores consideravam que Trump estava mentalmente apto para o cargo. Somente nesta disputa tal resultado poderia ser considerado positivo.

Trump tem certeza de que possui a vantagem cognitiva. A campanha dele pressionou pela realização de múltiplos debates, com base na teoria de que Biden não seria capaz de acompanhar, nem retoricamente nem fisicamente. Enquanto presidente, Trump vangloriou-se de forma memorável das suas notas altas em um teste de acuidade mental (pretendido como uma ferramenta de diagnóstico para demência precoce, e não como teste de QI).

Falando em Detroit esta semana, Trump desafiou Biden a fazer o mesmo teste em que havia sido “aprovado”. Ao lançar o desafio fanfarrão, Trump se confundiu ao mencionar o nome do médico da Casa Branca que administrou o teste: foi Ronny Jackson, e não “Ronny Johnson”. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

“Eu realmente odeio fazer isso, mas não posso deixar de fazê-lo”, anunciou o apresentador conservador Hugh Hewitt em seu programa online. Este foi o prefácio para uma montagem de videoclipes mostrando “a óbvia e crescente falta de firmeza do presidente Joe Biden”.

Um desses clipes, de um evento de arrecadação de fundos repleto de estrelas realizado em Los Angeles em 15 de junho, mostra Biden olhando fixamente para o público antes de Barack Obama, a outra atração principal da noite, agarrar seu braço e levá-lo para fora do palco. A segunda, tirada alguns dias antes, na cúpula do G7 na Itália, parece mostrar Biden se afastando de outros líderes mundiais enquanto estes assistem a uma demonstração de paraquedismo. Nos cantos conservadores da mídia e da internet, são muitos esses clipes mostrando momentos de congelamentos de Biden. Outro clipe recente mostra o presidente olhando fixamente para um concerto na Casa Branca celebrando o novo feriado federal do Dia da Libertação, em 19 de junho, que marca o fim da escravidão.

A edição seletiva dos clipes faz com que as cenas pareçam mais devastadoras do que são. Uma gravação mais longa do episódio de Los Angeles mostra Biden acenando para um lado da plateia e batendo palmas antes de se virar e ficar parado por cerca de sete segundos – possivelmente para tentar ouvir o que estava sendo gritado (Obama interveio antes que algo mais estranho pudesse ocorrer). Um clipe mais completo do incidente italiano mostra que Biden não se afastou do grupo, mas desviou-se para cumprimentar um paraquedista que pousou fora da tela (embora Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, tenha intervindo de forma semelhante para trazê-lo ao centro do palco).

Montagem com imagens de Donald Trump e Joe Biden Foto: Andrew Harnik/AP

Isto não quer dizer que o presidente seja um modelo de lucidez. Biden, um octogenário, certamente tem seus momentos de idoso. Alguns são difíceis de explicar: em 2022, ele se perguntou se uma congressista recentemente falecida estava no meio de uma multidão em um evento na Casa Branca (“Onde está Jackie?”, perguntou ele, com horror silencioso). O advogado especial nomeado para investigar documentos confidenciais na casa de Biden disse que ele confundia frequentemente as datas, incluindo a da morte do seu filho em 2015. A transcrição da entrevista não chega exatamente a isentá-lo.

A briga mostra uma prévia de como serão os próximos cinco meses de campanha. Donald Trump e seus aliados examinarão incansavelmente as aparições públicas do presidente em busca de sinais de senilidade e distribuirão clipes que supostamente mostram isso (há pouca necessidade de desinformação gerada por IA quando ferramentas simples de edição funcionam tão bem). A campanha de Biden estará ansiosa por não lhes fornecer demasiado material com que trabalhar, reforçando uma mentalidade de bunker.

Os aliados de Biden se perguntam por que não se dá mais importância às estranhas declarações de Trump. No dia 9 de junho, em um comício em Las Vegas, o ex-presidente contou uma longa e bizarra história hipotética sobre ter sido eletrocutado por um barco movido a bateria enquanto era perseguido por tubarões. Poderia ser uma cena divertida e absurda em um filme de terror B, não fosse pelo fato mais assustador de que o contador de histórias está na frente da corrida nas eleições presidenciais. Trump, que tem 78 anos, também confundiu o líder da Hungria com o da Turquia e disse erradamente que Obama era o presidente atual.

Os democratas estão certos em relação aos dois pesos e duas medidas. Tais declarações são apenas notícias para Trump; já os democratas poderiam internar Biden à força em um asilo para idosos se ele produzisse um monólogo como esse. No entanto, a diferença nos critérios é o ponto. A proposta de Biden é uma liderança competente e racional, enquanto Trump tem sido um surrealista desde o início.

Os eleitores parecem estar se preparando para uma escolha deprimente. Uma pesquisa recente realizada para a CBS News pela YouGov descobriu que apenas 35% dos eleitores registrados dizem que Biden tem boa saúde mental e cognitiva o suficiente para ser presidente; até 29% dos democratas registrados dizem que não têm certeza se o seu candidato está ali por inteiro. A mesma pesquisa concluiu que 50% dos eleitores consideravam que Trump estava mentalmente apto para o cargo. Somente nesta disputa tal resultado poderia ser considerado positivo.

Trump tem certeza de que possui a vantagem cognitiva. A campanha dele pressionou pela realização de múltiplos debates, com base na teoria de que Biden não seria capaz de acompanhar, nem retoricamente nem fisicamente. Enquanto presidente, Trump vangloriou-se de forma memorável das suas notas altas em um teste de acuidade mental (pretendido como uma ferramenta de diagnóstico para demência precoce, e não como teste de QI).

Falando em Detroit esta semana, Trump desafiou Biden a fazer o mesmo teste em que havia sido “aprovado”. Ao lançar o desafio fanfarrão, Trump se confundiu ao mencionar o nome do médico da Casa Branca que administrou o teste: foi Ronny Jackson, e não “Ronny Johnson”. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

“Eu realmente odeio fazer isso, mas não posso deixar de fazê-lo”, anunciou o apresentador conservador Hugh Hewitt em seu programa online. Este foi o prefácio para uma montagem de videoclipes mostrando “a óbvia e crescente falta de firmeza do presidente Joe Biden”.

Um desses clipes, de um evento de arrecadação de fundos repleto de estrelas realizado em Los Angeles em 15 de junho, mostra Biden olhando fixamente para o público antes de Barack Obama, a outra atração principal da noite, agarrar seu braço e levá-lo para fora do palco. A segunda, tirada alguns dias antes, na cúpula do G7 na Itália, parece mostrar Biden se afastando de outros líderes mundiais enquanto estes assistem a uma demonstração de paraquedismo. Nos cantos conservadores da mídia e da internet, são muitos esses clipes mostrando momentos de congelamentos de Biden. Outro clipe recente mostra o presidente olhando fixamente para um concerto na Casa Branca celebrando o novo feriado federal do Dia da Libertação, em 19 de junho, que marca o fim da escravidão.

A edição seletiva dos clipes faz com que as cenas pareçam mais devastadoras do que são. Uma gravação mais longa do episódio de Los Angeles mostra Biden acenando para um lado da plateia e batendo palmas antes de se virar e ficar parado por cerca de sete segundos – possivelmente para tentar ouvir o que estava sendo gritado (Obama interveio antes que algo mais estranho pudesse ocorrer). Um clipe mais completo do incidente italiano mostra que Biden não se afastou do grupo, mas desviou-se para cumprimentar um paraquedista que pousou fora da tela (embora Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, tenha intervindo de forma semelhante para trazê-lo ao centro do palco).

Montagem com imagens de Donald Trump e Joe Biden Foto: Andrew Harnik/AP

Isto não quer dizer que o presidente seja um modelo de lucidez. Biden, um octogenário, certamente tem seus momentos de idoso. Alguns são difíceis de explicar: em 2022, ele se perguntou se uma congressista recentemente falecida estava no meio de uma multidão em um evento na Casa Branca (“Onde está Jackie?”, perguntou ele, com horror silencioso). O advogado especial nomeado para investigar documentos confidenciais na casa de Biden disse que ele confundia frequentemente as datas, incluindo a da morte do seu filho em 2015. A transcrição da entrevista não chega exatamente a isentá-lo.

A briga mostra uma prévia de como serão os próximos cinco meses de campanha. Donald Trump e seus aliados examinarão incansavelmente as aparições públicas do presidente em busca de sinais de senilidade e distribuirão clipes que supostamente mostram isso (há pouca necessidade de desinformação gerada por IA quando ferramentas simples de edição funcionam tão bem). A campanha de Biden estará ansiosa por não lhes fornecer demasiado material com que trabalhar, reforçando uma mentalidade de bunker.

Os aliados de Biden se perguntam por que não se dá mais importância às estranhas declarações de Trump. No dia 9 de junho, em um comício em Las Vegas, o ex-presidente contou uma longa e bizarra história hipotética sobre ter sido eletrocutado por um barco movido a bateria enquanto era perseguido por tubarões. Poderia ser uma cena divertida e absurda em um filme de terror B, não fosse pelo fato mais assustador de que o contador de histórias está na frente da corrida nas eleições presidenciais. Trump, que tem 78 anos, também confundiu o líder da Hungria com o da Turquia e disse erradamente que Obama era o presidente atual.

Os democratas estão certos em relação aos dois pesos e duas medidas. Tais declarações são apenas notícias para Trump; já os democratas poderiam internar Biden à força em um asilo para idosos se ele produzisse um monólogo como esse. No entanto, a diferença nos critérios é o ponto. A proposta de Biden é uma liderança competente e racional, enquanto Trump tem sido um surrealista desde o início.

Os eleitores parecem estar se preparando para uma escolha deprimente. Uma pesquisa recente realizada para a CBS News pela YouGov descobriu que apenas 35% dos eleitores registrados dizem que Biden tem boa saúde mental e cognitiva o suficiente para ser presidente; até 29% dos democratas registrados dizem que não têm certeza se o seu candidato está ali por inteiro. A mesma pesquisa concluiu que 50% dos eleitores consideravam que Trump estava mentalmente apto para o cargo. Somente nesta disputa tal resultado poderia ser considerado positivo.

Trump tem certeza de que possui a vantagem cognitiva. A campanha dele pressionou pela realização de múltiplos debates, com base na teoria de que Biden não seria capaz de acompanhar, nem retoricamente nem fisicamente. Enquanto presidente, Trump vangloriou-se de forma memorável das suas notas altas em um teste de acuidade mental (pretendido como uma ferramenta de diagnóstico para demência precoce, e não como teste de QI).

Falando em Detroit esta semana, Trump desafiou Biden a fazer o mesmo teste em que havia sido “aprovado”. Ao lançar o desafio fanfarrão, Trump se confundiu ao mencionar o nome do médico da Casa Branca que administrou o teste: foi Ronny Jackson, e não “Ronny Johnson”. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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