A família está feliz e os moradores da pequena vila de el-Homur, a cerca de 640 quilômetros do Cairo, correm às mesquitas para rezar agradecendo o sucesso da cirurgia que separou os gêmeos Ahmed e Mohamed Ibrahim, de dois anos. ?Estava muito preocupado e rezei muito pelos meus netos, me sinto aliviado por saber que a operação deu resultado?, disse o avô, Mohamed Ibrahim, de 65 anos. A cirurgia para separar os gêmeos siameses, ligados pela cabeça, demorou 26 horas e terminou ontem, no Centro Pediátrico de Dallas, no Texas. A irmã de sete anos, Fawzeya, disse à AP que não vê a hora de ver os gêmeos de volta. ?Todos sentem como se os meninos fossem seus filhos?, assegurou Ahmed Abdel Basset, o imã de uma das mesquitas. Em Dallas, o pai de Ahmed e Mohamed, Ibrahim Mohamed Ibrahim, desmaiou quando soube que a cirurgia havia terminado. ?Quando alguém lhe disse ?agora você tem dois meninos?, o pai pulou, me abraçou e desmaiou?, contou o médico Nasser Abdel Al, diretor de cirurgia neonatal de um hospital do Cairo, que acompanhou a família aos Estados Unidos ?Ele disse-me que nunca sonhara com esse momento?, acrescentou. ?E a mãe dos meninos, Sabah Abu el-Wafa, chorava como todo mundo.? Os gêmeos, que nasceram ligados pelo topo de cabeça, estão em estado crítico mas estável. Devem permanecer em coma induzido por mais três ou quatro dias. Depois da fase pós-operatória, serão transferidos para o Hospital Infantil Norte do Texas. O médico Dale Swift, um dos cinco neurocirurgiões pediátricos que participaram da operação, diz que é muito cedo para saber se os meninos podem apresentar algum tipo de dano neurológico. Mas certamente precisarão de cirurgias reconstrutivas adicionais.