Normalização de Le Pen na política francesa é sua maior vitória; leia o artigo


Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%

Por Miguel Lago

Emmanuel Macron ganhou a eleição presidencial e se reelegeu com 58% dos votos, ante os 42% da candidata de extrema direita, Marine Le Pen. Numa eleição normal, esse resultado seria considerado uma grande vitória, mas essa não foi uma eleição normal, e a vitória veio com gosto amargo.

A extrema direita sai vitoriosa, apesar da derrota nas urnas. Nas palavras da própria Le Pen: “O resultado foi uma tremenda vitória”. Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%.

Desta vez, com muitos resultados positivos, ainda assim o presidente francês teve um desempenho eleitoral decepcionante, que não corresponde ao desempenho de seu governo.

continua após a publicidade
Marine Le Pen cumprimenta eleitores na cidade de Berck  Foto: Denis Charlet/AFP

A vitória de Macron deveria ter sido acachapante. Primeiro, porque a França vive um momento econômico excepcional. A título de exemplo, 2021 registrou a mais baixa taxa de desemprego em 15 anos e a maior taxa de crescimento econômico desde 1969.

Segundo, a França, ao contrário do Brasil, não titubeia quando se trata de extrema direita. Liderada pela família Le Pen (o pai foi candidato em cinco eleições; a filha, em três), ela sempre foi considerada inimiga da democracia e, portanto, de todos os partidos políticos.

continua após a publicidade

Para combater a extrema direita, conservadores e comunistas se aliaram em 2002. Portanto, um presidente que teve um desempenho governamental positivo e tem como adversária no segundo turno a candidata a “ser derrotada” por todos, era de esperar que a diferença fosse muito maior. Le Pen, ao contrário, teve grande sucesso nesta eleição. Chegar aos 42% é um recorde para a extrema direita na França. Mas seu sucesso vai além dos números: o mais importante foi ter conseguido se normalizar.

Ela moderou seu discurso, viu outros candidatos defenderem propostas ainda mais xenofóbicas e racistas do que as suas (Éric Zemmour, Dupont-Aignan e até a liberal, Valérie Pécresse) e conseguiu que o centro do debate público fosse em torno de questões identitárias e xenofóbicas.

Suas ideias ocupam cada vez mais espaço na mídia e se tornaram totalmente mainstream. Uma indicação de sua normalização é a equivalência feita por boa parte dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda populista, que afirmavam não saber qual seria a pior opção. O nível atípico de abstenção (28%) mostra que as pessoas não se deram o trabalho de votar para evitar que a extrema direita ganhasse a presidência. Como se entre Macron e Le Pen não houvesse qualquer diferença.

continua após a publicidade

Esse tipo de equivalência feito pela esquerda na França se assemelha à equivalência feita pela direita no Brasil, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, em 2018. Falsas equivalências são o primeiro passo para a conquista do poder. Graças a elas, a extrema direita deixa de ser vista como a maior ameaça à democracia e se torna mais uma opção política dentre outras.

A normalização alcançada permite que Le Pen construa um novo campo político. Diante do esfacelamento dos dois grandes partidos históricos da França (ambos de oposição a Macron) – Os Republicanos e o Partido Socialista –, a via está aberta para que se torne o grande contraponto ao segundo governo de Macron.

Com um partido bem estruturado, suas ideias estão se tornando hegemônicas e ela já não é mais percebida como ameaça à democracia. Seu desempenho a posiciona muito bem para vencer em 2027. Le Pen perdeu ganhando, enquanto Macron ganhou perdendo.

Emmanuel Macron ganhou a eleição presidencial e se reelegeu com 58% dos votos, ante os 42% da candidata de extrema direita, Marine Le Pen. Numa eleição normal, esse resultado seria considerado uma grande vitória, mas essa não foi uma eleição normal, e a vitória veio com gosto amargo.

A extrema direita sai vitoriosa, apesar da derrota nas urnas. Nas palavras da própria Le Pen: “O resultado foi uma tremenda vitória”. Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%.

Desta vez, com muitos resultados positivos, ainda assim o presidente francês teve um desempenho eleitoral decepcionante, que não corresponde ao desempenho de seu governo.

Marine Le Pen cumprimenta eleitores na cidade de Berck  Foto: Denis Charlet/AFP

A vitória de Macron deveria ter sido acachapante. Primeiro, porque a França vive um momento econômico excepcional. A título de exemplo, 2021 registrou a mais baixa taxa de desemprego em 15 anos e a maior taxa de crescimento econômico desde 1969.

Segundo, a França, ao contrário do Brasil, não titubeia quando se trata de extrema direita. Liderada pela família Le Pen (o pai foi candidato em cinco eleições; a filha, em três), ela sempre foi considerada inimiga da democracia e, portanto, de todos os partidos políticos.

Para combater a extrema direita, conservadores e comunistas se aliaram em 2002. Portanto, um presidente que teve um desempenho governamental positivo e tem como adversária no segundo turno a candidata a “ser derrotada” por todos, era de esperar que a diferença fosse muito maior. Le Pen, ao contrário, teve grande sucesso nesta eleição. Chegar aos 42% é um recorde para a extrema direita na França. Mas seu sucesso vai além dos números: o mais importante foi ter conseguido se normalizar.

Ela moderou seu discurso, viu outros candidatos defenderem propostas ainda mais xenofóbicas e racistas do que as suas (Éric Zemmour, Dupont-Aignan e até a liberal, Valérie Pécresse) e conseguiu que o centro do debate público fosse em torno de questões identitárias e xenofóbicas.

Suas ideias ocupam cada vez mais espaço na mídia e se tornaram totalmente mainstream. Uma indicação de sua normalização é a equivalência feita por boa parte dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda populista, que afirmavam não saber qual seria a pior opção. O nível atípico de abstenção (28%) mostra que as pessoas não se deram o trabalho de votar para evitar que a extrema direita ganhasse a presidência. Como se entre Macron e Le Pen não houvesse qualquer diferença.

Esse tipo de equivalência feito pela esquerda na França se assemelha à equivalência feita pela direita no Brasil, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, em 2018. Falsas equivalências são o primeiro passo para a conquista do poder. Graças a elas, a extrema direita deixa de ser vista como a maior ameaça à democracia e se torna mais uma opção política dentre outras.

A normalização alcançada permite que Le Pen construa um novo campo político. Diante do esfacelamento dos dois grandes partidos históricos da França (ambos de oposição a Macron) – Os Republicanos e o Partido Socialista –, a via está aberta para que se torne o grande contraponto ao segundo governo de Macron.

Com um partido bem estruturado, suas ideias estão se tornando hegemônicas e ela já não é mais percebida como ameaça à democracia. Seu desempenho a posiciona muito bem para vencer em 2027. Le Pen perdeu ganhando, enquanto Macron ganhou perdendo.

Emmanuel Macron ganhou a eleição presidencial e se reelegeu com 58% dos votos, ante os 42% da candidata de extrema direita, Marine Le Pen. Numa eleição normal, esse resultado seria considerado uma grande vitória, mas essa não foi uma eleição normal, e a vitória veio com gosto amargo.

A extrema direita sai vitoriosa, apesar da derrota nas urnas. Nas palavras da própria Le Pen: “O resultado foi uma tremenda vitória”. Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%.

Desta vez, com muitos resultados positivos, ainda assim o presidente francês teve um desempenho eleitoral decepcionante, que não corresponde ao desempenho de seu governo.

Marine Le Pen cumprimenta eleitores na cidade de Berck  Foto: Denis Charlet/AFP

A vitória de Macron deveria ter sido acachapante. Primeiro, porque a França vive um momento econômico excepcional. A título de exemplo, 2021 registrou a mais baixa taxa de desemprego em 15 anos e a maior taxa de crescimento econômico desde 1969.

Segundo, a França, ao contrário do Brasil, não titubeia quando se trata de extrema direita. Liderada pela família Le Pen (o pai foi candidato em cinco eleições; a filha, em três), ela sempre foi considerada inimiga da democracia e, portanto, de todos os partidos políticos.

Para combater a extrema direita, conservadores e comunistas se aliaram em 2002. Portanto, um presidente que teve um desempenho governamental positivo e tem como adversária no segundo turno a candidata a “ser derrotada” por todos, era de esperar que a diferença fosse muito maior. Le Pen, ao contrário, teve grande sucesso nesta eleição. Chegar aos 42% é um recorde para a extrema direita na França. Mas seu sucesso vai além dos números: o mais importante foi ter conseguido se normalizar.

Ela moderou seu discurso, viu outros candidatos defenderem propostas ainda mais xenofóbicas e racistas do que as suas (Éric Zemmour, Dupont-Aignan e até a liberal, Valérie Pécresse) e conseguiu que o centro do debate público fosse em torno de questões identitárias e xenofóbicas.

Suas ideias ocupam cada vez mais espaço na mídia e se tornaram totalmente mainstream. Uma indicação de sua normalização é a equivalência feita por boa parte dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda populista, que afirmavam não saber qual seria a pior opção. O nível atípico de abstenção (28%) mostra que as pessoas não se deram o trabalho de votar para evitar que a extrema direita ganhasse a presidência. Como se entre Macron e Le Pen não houvesse qualquer diferença.

Esse tipo de equivalência feito pela esquerda na França se assemelha à equivalência feita pela direita no Brasil, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, em 2018. Falsas equivalências são o primeiro passo para a conquista do poder. Graças a elas, a extrema direita deixa de ser vista como a maior ameaça à democracia e se torna mais uma opção política dentre outras.

A normalização alcançada permite que Le Pen construa um novo campo político. Diante do esfacelamento dos dois grandes partidos históricos da França (ambos de oposição a Macron) – Os Republicanos e o Partido Socialista –, a via está aberta para que se torne o grande contraponto ao segundo governo de Macron.

Com um partido bem estruturado, suas ideias estão se tornando hegemônicas e ela já não é mais percebida como ameaça à democracia. Seu desempenho a posiciona muito bem para vencer em 2027. Le Pen perdeu ganhando, enquanto Macron ganhou perdendo.

Emmanuel Macron ganhou a eleição presidencial e se reelegeu com 58% dos votos, ante os 42% da candidata de extrema direita, Marine Le Pen. Numa eleição normal, esse resultado seria considerado uma grande vitória, mas essa não foi uma eleição normal, e a vitória veio com gosto amargo.

A extrema direita sai vitoriosa, apesar da derrota nas urnas. Nas palavras da própria Le Pen: “O resultado foi uma tremenda vitória”. Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%.

Desta vez, com muitos resultados positivos, ainda assim o presidente francês teve um desempenho eleitoral decepcionante, que não corresponde ao desempenho de seu governo.

Marine Le Pen cumprimenta eleitores na cidade de Berck  Foto: Denis Charlet/AFP

A vitória de Macron deveria ter sido acachapante. Primeiro, porque a França vive um momento econômico excepcional. A título de exemplo, 2021 registrou a mais baixa taxa de desemprego em 15 anos e a maior taxa de crescimento econômico desde 1969.

Segundo, a França, ao contrário do Brasil, não titubeia quando se trata de extrema direita. Liderada pela família Le Pen (o pai foi candidato em cinco eleições; a filha, em três), ela sempre foi considerada inimiga da democracia e, portanto, de todos os partidos políticos.

Para combater a extrema direita, conservadores e comunistas se aliaram em 2002. Portanto, um presidente que teve um desempenho governamental positivo e tem como adversária no segundo turno a candidata a “ser derrotada” por todos, era de esperar que a diferença fosse muito maior. Le Pen, ao contrário, teve grande sucesso nesta eleição. Chegar aos 42% é um recorde para a extrema direita na França. Mas seu sucesso vai além dos números: o mais importante foi ter conseguido se normalizar.

Ela moderou seu discurso, viu outros candidatos defenderem propostas ainda mais xenofóbicas e racistas do que as suas (Éric Zemmour, Dupont-Aignan e até a liberal, Valérie Pécresse) e conseguiu que o centro do debate público fosse em torno de questões identitárias e xenofóbicas.

Suas ideias ocupam cada vez mais espaço na mídia e se tornaram totalmente mainstream. Uma indicação de sua normalização é a equivalência feita por boa parte dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda populista, que afirmavam não saber qual seria a pior opção. O nível atípico de abstenção (28%) mostra que as pessoas não se deram o trabalho de votar para evitar que a extrema direita ganhasse a presidência. Como se entre Macron e Le Pen não houvesse qualquer diferença.

Esse tipo de equivalência feito pela esquerda na França se assemelha à equivalência feita pela direita no Brasil, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, em 2018. Falsas equivalências são o primeiro passo para a conquista do poder. Graças a elas, a extrema direita deixa de ser vista como a maior ameaça à democracia e se torna mais uma opção política dentre outras.

A normalização alcançada permite que Le Pen construa um novo campo político. Diante do esfacelamento dos dois grandes partidos históricos da França (ambos de oposição a Macron) – Os Republicanos e o Partido Socialista –, a via está aberta para que se torne o grande contraponto ao segundo governo de Macron.

Com um partido bem estruturado, suas ideias estão se tornando hegemônicas e ela já não é mais percebida como ameaça à democracia. Seu desempenho a posiciona muito bem para vencer em 2027. Le Pen perdeu ganhando, enquanto Macron ganhou perdendo.

Emmanuel Macron ganhou a eleição presidencial e se reelegeu com 58% dos votos, ante os 42% da candidata de extrema direita, Marine Le Pen. Numa eleição normal, esse resultado seria considerado uma grande vitória, mas essa não foi uma eleição normal, e a vitória veio com gosto amargo.

A extrema direita sai vitoriosa, apesar da derrota nas urnas. Nas palavras da própria Le Pen: “O resultado foi uma tremenda vitória”. Em 2017, quando era apenas um candidato desconhecido, sem nenhum resultado concreto para mostrar, Macron havia derrotado a mesma Le Pen por 66% a 34%.

Desta vez, com muitos resultados positivos, ainda assim o presidente francês teve um desempenho eleitoral decepcionante, que não corresponde ao desempenho de seu governo.

Marine Le Pen cumprimenta eleitores na cidade de Berck  Foto: Denis Charlet/AFP

A vitória de Macron deveria ter sido acachapante. Primeiro, porque a França vive um momento econômico excepcional. A título de exemplo, 2021 registrou a mais baixa taxa de desemprego em 15 anos e a maior taxa de crescimento econômico desde 1969.

Segundo, a França, ao contrário do Brasil, não titubeia quando se trata de extrema direita. Liderada pela família Le Pen (o pai foi candidato em cinco eleições; a filha, em três), ela sempre foi considerada inimiga da democracia e, portanto, de todos os partidos políticos.

Para combater a extrema direita, conservadores e comunistas se aliaram em 2002. Portanto, um presidente que teve um desempenho governamental positivo e tem como adversária no segundo turno a candidata a “ser derrotada” por todos, era de esperar que a diferença fosse muito maior. Le Pen, ao contrário, teve grande sucesso nesta eleição. Chegar aos 42% é um recorde para a extrema direita na França. Mas seu sucesso vai além dos números: o mais importante foi ter conseguido se normalizar.

Ela moderou seu discurso, viu outros candidatos defenderem propostas ainda mais xenofóbicas e racistas do que as suas (Éric Zemmour, Dupont-Aignan e até a liberal, Valérie Pécresse) e conseguiu que o centro do debate público fosse em torno de questões identitárias e xenofóbicas.

Suas ideias ocupam cada vez mais espaço na mídia e se tornaram totalmente mainstream. Uma indicação de sua normalização é a equivalência feita por boa parte dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda populista, que afirmavam não saber qual seria a pior opção. O nível atípico de abstenção (28%) mostra que as pessoas não se deram o trabalho de votar para evitar que a extrema direita ganhasse a presidência. Como se entre Macron e Le Pen não houvesse qualquer diferença.

Esse tipo de equivalência feito pela esquerda na França se assemelha à equivalência feita pela direita no Brasil, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, em 2018. Falsas equivalências são o primeiro passo para a conquista do poder. Graças a elas, a extrema direita deixa de ser vista como a maior ameaça à democracia e se torna mais uma opção política dentre outras.

A normalização alcançada permite que Le Pen construa um novo campo político. Diante do esfacelamento dos dois grandes partidos históricos da França (ambos de oposição a Macron) – Os Republicanos e o Partido Socialista –, a via está aberta para que se torne o grande contraponto ao segundo governo de Macron.

Com um partido bem estruturado, suas ideias estão se tornando hegemônicas e ela já não é mais percebida como ameaça à democracia. Seu desempenho a posiciona muito bem para vencer em 2027. Le Pen perdeu ganhando, enquanto Macron ganhou perdendo.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.