Os novos envios de armas dos EUA começaram a chegar às fronteiras da Ucrânia para serem entregues ao Exército deste país, disse nesta segunda-feira, 18, um funcionário do Pentágono que pediu anonimato. “Quatro voos chegaram dos Estados Unidos à região, com diversos equipamentos”, disse.
Um quinto voo deve chegar até a terça-feira, iniciando as remessas desde que o presidente americano, Joe Biden, anunciou na última quarta-feira uma nova ajuda militar de US$ 800 milhões para a Ucrânia.
Apesar de a operação do equipamento não ser muito distinta do que o Exército ucraniano já está acostumado, esses canhões utilizam projéteis de 155 mm, os mesmos utilizados pelos países da Otan, enquanto a Ucrânia apenas dispunha de projéteis de 152 mm, fabricados pela Rússia.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, declarou que o primeiro envio chegou 48 horas depois de Biden autorizar a ajuda, uma “velocidade sem precedentes”.
Kirby também afirmou que os militares americanos mobilizados no front oriental da Otan desde o início da invasão russa começarão, nos próximos dias, a treinar militares ucranianos na operação de canhões M777 Howitzer, as peças de artilharia de última geração que os EUA entregaram pela primeira vez ao Exército ucraniano.
No entanto, o treinamento será feito fora da Ucrânia, explicou Kirby. “Um pequeno número de ucranianos será treinado no uso dos Howitzers, e logo voltarão a seu país para treinar os colegas”.
Efeito das sanções
Por sua vez, as forças russas começam a sentir o efeito das sanções em seu fornecimento de armas, em particular os mísseis guiados, segundo o alto funcionário do Departamento de Defesa americano.
“As sanções tiveram efeito sobre a capacidade de (o presidente russo, Vladimir) Putin para reabastecer e reequipar, em particular no que diz respeito aos componentes de seus sistemas e mísseis teleguiados com precisão”, afirmou.
“Por outro lado, sabemos que (os russos) se esforçam para se reequipar com sua própria indústria de defesa e se perguntam em qual velocidade e em qual grau podem acelerar a produção de armamentos”, acrescentou. “As sanções têm efeito sobre suas capacidades para fazer isso.”
As armas mais modernas usam chips eletrônicos cujos principais produtores são Taiwan e Coreia do Sul, dois aliados dos EUA que deixaram de exportar esses produtos à Rússia, em linha com as sanções decretadas contra Moscou pela invasão da Ucrânia.
Rússia envia reforços para o leste
Ao mesmo tempo, o Pentágono alertou que a Rússia está enviando reforços de material e soldados para a região de Donbas, no leste da Ucrânia, para sua anunciada grande ofensiva na região. Autoridades ucranianas disseram nesta segunda-feira que a ofensiva já teve início.
Segundo Kirby, há um fluxo de equipamentos de artilharia, apoio de helicópteros e outros itens para facilitar as operações de comando e controle da Rússia em Donbas. “Acreditamos que eles reforçaram o número de seus grupos táticos de batalhão no leste e no sul” da Ucrânia, declarou Kirby.
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Os grupos táticos de batalhão são típicos das Forças Armadas Russas e são unidades com entre 600 e 800 soldados, com alto nível de preparação para combates de alta intensidade com diferentes tipos de armas.
Kirby observou que nos últimos dias a Rússia enviou mais de 10 novos grupos táticos de batalhão para o leste da Ucrânia. “Continuamos a assistir a uma concentração de bombardeios e ataques de artilharia no Donbas e no sul, sobretudo em torno de Mariupol”, comentou o porta-voz. /AFP e EFE