Novo confronto entre Armênia e Azerbaijão levanta temores de conflito mais amplo


Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira e deixaram ao menos 100 mortos na pior escalada desde a guerra de 2020

Por Redação
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Novos combates eclodiram nesta terça-feira, 13, entre Armênia e Azerbaijão, no último surto em seu confronto de décadas no sul do Cáucaso, matando pelo menos 100 militares. A nova onda de violência aumentou a perspectiva de consequências da guerra na Ucrânia, espalhando instabilidade para uma região mais ampla.

Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira na terça-feira, na pior escalada de hostilidades entre os dois países desde a guerra de 2020 e um cessar-fogo mediado pela Rússia que encerrou os combates em larga escala.

O ressurgimento do conflito na fronteira sul da Rússia – e entre duas ex-repúblicas soviéticas – levantou preocupações sobre o que o presidente russo, Vladimir Putin, já sofrendo com as derrotas humilhantes nos últimos dias no nordeste da Ucrânia, pode fazer.

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O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, discursa no Parlamento após uma escalada nas hostilidades na região de Nagorno-Karabakh  Foto: Tigran Mehrabyan/PAN Photo via Reuters - 13/9/2022

Às 9h, horário local, na terça-feira, a Rússia anunciou que havia negociado outro cessar-fogo. Mas no fim do dia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse estar preocupado com a possibilidade de Moscou incitar uma situação no conflito para criar uma distração da Ucrânia.

A nova tensão também representa um problema para a União Europeia, que nos últimos meses recorreu a autoridades em Baku, capital do Azerbaijão, em sua busca frenética por suprimentos adicionais de gás natural para compensar a perda de importações russas. O bloco tem trabalhado duro para garantir um acordo de paz entre os países em conflito.

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Embora as tensões estivessem subindo entre Azerbaijão e Armênia há alguns meses, com bombardeios e tiros localizados causando algumas baixas, os confrontos de terça-feira surpreenderam muitos por sua ferocidade. Havia preocupações de que a violência pudesse atrasar os esforços para fazer com que os países assinem um acordo de paz.

Na terça-feira, pela primeira vez em 30 anos de um conflito em grande parte congelado sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh e distritos vizinhos, o Azerbaijão atacou os sistemas armênios de defesa aérea e artilharia localizados no interior da Armênia.

Parentes de militares feridos em confrontos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão se reúnem do lado de fora de um hospital militar em Erevan Foto: Karen Minasyan/AFP - 13/9/2022
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Analistas compartilharam o mapeamento de satélite pelo Fire Information for Resource Management Systems da NASA que mostrou fogo pesado em vários locais dentro da Armênia.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que 49 militares armênios morreram durante a noite em ataques de artilharia e morteiros do Exército do Azerbaijão. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” e disse que foi forçada a retaliar. Mais tarde, o ministério anunciou que 50 militares do Azerbaijão – 42 soldados e 8 guardas de fronteira – foram mortos.

Pashinyan, falando perante o Parlamento da Armênia, negou que seu país tenha provocado o Azerbaijão e o acusou de atacar o território armênio primeiro. Ele disse que a intensidade das hostilidades diminuiu no fim do dia, mas que os ataques do Azerbaijão continuavam em uma ou duas frentes. Washington exortou ambos os lados a cessar as hostilidades.

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“Se a Rússia tenta de alguma forma agitar a situação, criar uma distração da Ucrânia, é algo que sempre nos preocupa”, disse Blinken a repórteres em um evento em Indiana, segundo a agência Reuters. O secretário de Estado disse que a Rússia também pode usar sua influência na região para ajudar a “acalmar” a situação.

Desafio para Moscou e Ocidente

Os confrontos no Cáucaso, uma região tempestuosa, mas muitas vezes ignorada, representam desafios tanto para Moscou quanto para o Ocidente, alerta analista. A preocupação da Rússia com a guerra e sua fraqueza percebida ajudaram a desestabilizar a situação no Cáucaso, disse recentemente Thomas de Waal, membro sênior da Carnegie Europe, em um artigo na Foreign Affairs.

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“Seus contratempos na Ucrânia limitaram a capacidade da Rússia de projetar poder em sua vizinhança”, escreveu ele. “Seus chefes militares e diplomáticos estão distraídos e os poderes locais podem ignorar mais facilmente suas instruções e ameaças.”

Soldados armênios e um soldado russo de uma força de paz em um posto de controle em Nagorno-Karabakh, em 17 de novembro de 2020 Foto: Mauricio Lima/The New York Times - 17/11/2020

Rússia e Armênia fazem parte de uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria tratado como um ataque contra todos. A Rússia mantém bases militares na Armênia há décadas e tem até 2 mil soldados como forças de paz na região disputada com o Azerbaijão.

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No entanto, o Azerbaijão estava em uma posição relativa de força, militar e politicamente, após seus sucessos na guerra de 2020, segundo Waal. Ele citou a assinatura de Baku de um pacto de não agressão com a Rússia, seu sucesso em obter apoio diplomático da Turquia e seu papel no fornecimento de gás à UE, já que o gás russo está sob pressão das sanções.

“Os azerbaijanos ainda têm negócios inacabados com os armênios. E agora eles sentem que estão em uma posição superior para usar diplomacia e força para conseguir o que querem”, disse. O surto de confrontos no Cáucaso é um teste adicional para a Rússia, afirmou Waal ao New York Times.

THE NEW YORK TIMES - Novos combates eclodiram nesta terça-feira, 13, entre Armênia e Azerbaijão, no último surto em seu confronto de décadas no sul do Cáucaso, matando pelo menos 100 militares. A nova onda de violência aumentou a perspectiva de consequências da guerra na Ucrânia, espalhando instabilidade para uma região mais ampla.

Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira na terça-feira, na pior escalada de hostilidades entre os dois países desde a guerra de 2020 e um cessar-fogo mediado pela Rússia que encerrou os combates em larga escala.

O ressurgimento do conflito na fronteira sul da Rússia – e entre duas ex-repúblicas soviéticas – levantou preocupações sobre o que o presidente russo, Vladimir Putin, já sofrendo com as derrotas humilhantes nos últimos dias no nordeste da Ucrânia, pode fazer.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, discursa no Parlamento após uma escalada nas hostilidades na região de Nagorno-Karabakh  Foto: Tigran Mehrabyan/PAN Photo via Reuters - 13/9/2022

Às 9h, horário local, na terça-feira, a Rússia anunciou que havia negociado outro cessar-fogo. Mas no fim do dia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse estar preocupado com a possibilidade de Moscou incitar uma situação no conflito para criar uma distração da Ucrânia.

A nova tensão também representa um problema para a União Europeia, que nos últimos meses recorreu a autoridades em Baku, capital do Azerbaijão, em sua busca frenética por suprimentos adicionais de gás natural para compensar a perda de importações russas. O bloco tem trabalhado duro para garantir um acordo de paz entre os países em conflito.

Embora as tensões estivessem subindo entre Azerbaijão e Armênia há alguns meses, com bombardeios e tiros localizados causando algumas baixas, os confrontos de terça-feira surpreenderam muitos por sua ferocidade. Havia preocupações de que a violência pudesse atrasar os esforços para fazer com que os países assinem um acordo de paz.

Na terça-feira, pela primeira vez em 30 anos de um conflito em grande parte congelado sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh e distritos vizinhos, o Azerbaijão atacou os sistemas armênios de defesa aérea e artilharia localizados no interior da Armênia.

Parentes de militares feridos em confrontos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão se reúnem do lado de fora de um hospital militar em Erevan Foto: Karen Minasyan/AFP - 13/9/2022

Analistas compartilharam o mapeamento de satélite pelo Fire Information for Resource Management Systems da NASA que mostrou fogo pesado em vários locais dentro da Armênia.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que 49 militares armênios morreram durante a noite em ataques de artilharia e morteiros do Exército do Azerbaijão. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” e disse que foi forçada a retaliar. Mais tarde, o ministério anunciou que 50 militares do Azerbaijão – 42 soldados e 8 guardas de fronteira – foram mortos.

Pashinyan, falando perante o Parlamento da Armênia, negou que seu país tenha provocado o Azerbaijão e o acusou de atacar o território armênio primeiro. Ele disse que a intensidade das hostilidades diminuiu no fim do dia, mas que os ataques do Azerbaijão continuavam em uma ou duas frentes. Washington exortou ambos os lados a cessar as hostilidades.

“Se a Rússia tenta de alguma forma agitar a situação, criar uma distração da Ucrânia, é algo que sempre nos preocupa”, disse Blinken a repórteres em um evento em Indiana, segundo a agência Reuters. O secretário de Estado disse que a Rússia também pode usar sua influência na região para ajudar a “acalmar” a situação.

Desafio para Moscou e Ocidente

Os confrontos no Cáucaso, uma região tempestuosa, mas muitas vezes ignorada, representam desafios tanto para Moscou quanto para o Ocidente, alerta analista. A preocupação da Rússia com a guerra e sua fraqueza percebida ajudaram a desestabilizar a situação no Cáucaso, disse recentemente Thomas de Waal, membro sênior da Carnegie Europe, em um artigo na Foreign Affairs.

“Seus contratempos na Ucrânia limitaram a capacidade da Rússia de projetar poder em sua vizinhança”, escreveu ele. “Seus chefes militares e diplomáticos estão distraídos e os poderes locais podem ignorar mais facilmente suas instruções e ameaças.”

Soldados armênios e um soldado russo de uma força de paz em um posto de controle em Nagorno-Karabakh, em 17 de novembro de 2020 Foto: Mauricio Lima/The New York Times - 17/11/2020

Rússia e Armênia fazem parte de uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria tratado como um ataque contra todos. A Rússia mantém bases militares na Armênia há décadas e tem até 2 mil soldados como forças de paz na região disputada com o Azerbaijão.

No entanto, o Azerbaijão estava em uma posição relativa de força, militar e politicamente, após seus sucessos na guerra de 2020, segundo Waal. Ele citou a assinatura de Baku de um pacto de não agressão com a Rússia, seu sucesso em obter apoio diplomático da Turquia e seu papel no fornecimento de gás à UE, já que o gás russo está sob pressão das sanções.

“Os azerbaijanos ainda têm negócios inacabados com os armênios. E agora eles sentem que estão em uma posição superior para usar diplomacia e força para conseguir o que querem”, disse. O surto de confrontos no Cáucaso é um teste adicional para a Rússia, afirmou Waal ao New York Times.

THE NEW YORK TIMES - Novos combates eclodiram nesta terça-feira, 13, entre Armênia e Azerbaijão, no último surto em seu confronto de décadas no sul do Cáucaso, matando pelo menos 100 militares. A nova onda de violência aumentou a perspectiva de consequências da guerra na Ucrânia, espalhando instabilidade para uma região mais ampla.

Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira na terça-feira, na pior escalada de hostilidades entre os dois países desde a guerra de 2020 e um cessar-fogo mediado pela Rússia que encerrou os combates em larga escala.

O ressurgimento do conflito na fronteira sul da Rússia – e entre duas ex-repúblicas soviéticas – levantou preocupações sobre o que o presidente russo, Vladimir Putin, já sofrendo com as derrotas humilhantes nos últimos dias no nordeste da Ucrânia, pode fazer.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, discursa no Parlamento após uma escalada nas hostilidades na região de Nagorno-Karabakh  Foto: Tigran Mehrabyan/PAN Photo via Reuters - 13/9/2022

Às 9h, horário local, na terça-feira, a Rússia anunciou que havia negociado outro cessar-fogo. Mas no fim do dia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse estar preocupado com a possibilidade de Moscou incitar uma situação no conflito para criar uma distração da Ucrânia.

A nova tensão também representa um problema para a União Europeia, que nos últimos meses recorreu a autoridades em Baku, capital do Azerbaijão, em sua busca frenética por suprimentos adicionais de gás natural para compensar a perda de importações russas. O bloco tem trabalhado duro para garantir um acordo de paz entre os países em conflito.

Embora as tensões estivessem subindo entre Azerbaijão e Armênia há alguns meses, com bombardeios e tiros localizados causando algumas baixas, os confrontos de terça-feira surpreenderam muitos por sua ferocidade. Havia preocupações de que a violência pudesse atrasar os esforços para fazer com que os países assinem um acordo de paz.

Na terça-feira, pela primeira vez em 30 anos de um conflito em grande parte congelado sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh e distritos vizinhos, o Azerbaijão atacou os sistemas armênios de defesa aérea e artilharia localizados no interior da Armênia.

Parentes de militares feridos em confrontos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão se reúnem do lado de fora de um hospital militar em Erevan Foto: Karen Minasyan/AFP - 13/9/2022

Analistas compartilharam o mapeamento de satélite pelo Fire Information for Resource Management Systems da NASA que mostrou fogo pesado em vários locais dentro da Armênia.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que 49 militares armênios morreram durante a noite em ataques de artilharia e morteiros do Exército do Azerbaijão. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” e disse que foi forçada a retaliar. Mais tarde, o ministério anunciou que 50 militares do Azerbaijão – 42 soldados e 8 guardas de fronteira – foram mortos.

Pashinyan, falando perante o Parlamento da Armênia, negou que seu país tenha provocado o Azerbaijão e o acusou de atacar o território armênio primeiro. Ele disse que a intensidade das hostilidades diminuiu no fim do dia, mas que os ataques do Azerbaijão continuavam em uma ou duas frentes. Washington exortou ambos os lados a cessar as hostilidades.

“Se a Rússia tenta de alguma forma agitar a situação, criar uma distração da Ucrânia, é algo que sempre nos preocupa”, disse Blinken a repórteres em um evento em Indiana, segundo a agência Reuters. O secretário de Estado disse que a Rússia também pode usar sua influência na região para ajudar a “acalmar” a situação.

Desafio para Moscou e Ocidente

Os confrontos no Cáucaso, uma região tempestuosa, mas muitas vezes ignorada, representam desafios tanto para Moscou quanto para o Ocidente, alerta analista. A preocupação da Rússia com a guerra e sua fraqueza percebida ajudaram a desestabilizar a situação no Cáucaso, disse recentemente Thomas de Waal, membro sênior da Carnegie Europe, em um artigo na Foreign Affairs.

“Seus contratempos na Ucrânia limitaram a capacidade da Rússia de projetar poder em sua vizinhança”, escreveu ele. “Seus chefes militares e diplomáticos estão distraídos e os poderes locais podem ignorar mais facilmente suas instruções e ameaças.”

Soldados armênios e um soldado russo de uma força de paz em um posto de controle em Nagorno-Karabakh, em 17 de novembro de 2020 Foto: Mauricio Lima/The New York Times - 17/11/2020

Rússia e Armênia fazem parte de uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria tratado como um ataque contra todos. A Rússia mantém bases militares na Armênia há décadas e tem até 2 mil soldados como forças de paz na região disputada com o Azerbaijão.

No entanto, o Azerbaijão estava em uma posição relativa de força, militar e politicamente, após seus sucessos na guerra de 2020, segundo Waal. Ele citou a assinatura de Baku de um pacto de não agressão com a Rússia, seu sucesso em obter apoio diplomático da Turquia e seu papel no fornecimento de gás à UE, já que o gás russo está sob pressão das sanções.

“Os azerbaijanos ainda têm negócios inacabados com os armênios. E agora eles sentem que estão em uma posição superior para usar diplomacia e força para conseguir o que querem”, disse. O surto de confrontos no Cáucaso é um teste adicional para a Rússia, afirmou Waal ao New York Times.

THE NEW YORK TIMES - Novos combates eclodiram nesta terça-feira, 13, entre Armênia e Azerbaijão, no último surto em seu confronto de décadas no sul do Cáucaso, matando pelo menos 100 militares. A nova onda de violência aumentou a perspectiva de consequências da guerra na Ucrânia, espalhando instabilidade para uma região mais ampla.

Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira na terça-feira, na pior escalada de hostilidades entre os dois países desde a guerra de 2020 e um cessar-fogo mediado pela Rússia que encerrou os combates em larga escala.

O ressurgimento do conflito na fronteira sul da Rússia – e entre duas ex-repúblicas soviéticas – levantou preocupações sobre o que o presidente russo, Vladimir Putin, já sofrendo com as derrotas humilhantes nos últimos dias no nordeste da Ucrânia, pode fazer.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, discursa no Parlamento após uma escalada nas hostilidades na região de Nagorno-Karabakh  Foto: Tigran Mehrabyan/PAN Photo via Reuters - 13/9/2022

Às 9h, horário local, na terça-feira, a Rússia anunciou que havia negociado outro cessar-fogo. Mas no fim do dia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse estar preocupado com a possibilidade de Moscou incitar uma situação no conflito para criar uma distração da Ucrânia.

A nova tensão também representa um problema para a União Europeia, que nos últimos meses recorreu a autoridades em Baku, capital do Azerbaijão, em sua busca frenética por suprimentos adicionais de gás natural para compensar a perda de importações russas. O bloco tem trabalhado duro para garantir um acordo de paz entre os países em conflito.

Embora as tensões estivessem subindo entre Azerbaijão e Armênia há alguns meses, com bombardeios e tiros localizados causando algumas baixas, os confrontos de terça-feira surpreenderam muitos por sua ferocidade. Havia preocupações de que a violência pudesse atrasar os esforços para fazer com que os países assinem um acordo de paz.

Na terça-feira, pela primeira vez em 30 anos de um conflito em grande parte congelado sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh e distritos vizinhos, o Azerbaijão atacou os sistemas armênios de defesa aérea e artilharia localizados no interior da Armênia.

Parentes de militares feridos em confrontos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão se reúnem do lado de fora de um hospital militar em Erevan Foto: Karen Minasyan/AFP - 13/9/2022

Analistas compartilharam o mapeamento de satélite pelo Fire Information for Resource Management Systems da NASA que mostrou fogo pesado em vários locais dentro da Armênia.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que 49 militares armênios morreram durante a noite em ataques de artilharia e morteiros do Exército do Azerbaijão. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” e disse que foi forçada a retaliar. Mais tarde, o ministério anunciou que 50 militares do Azerbaijão – 42 soldados e 8 guardas de fronteira – foram mortos.

Pashinyan, falando perante o Parlamento da Armênia, negou que seu país tenha provocado o Azerbaijão e o acusou de atacar o território armênio primeiro. Ele disse que a intensidade das hostilidades diminuiu no fim do dia, mas que os ataques do Azerbaijão continuavam em uma ou duas frentes. Washington exortou ambos os lados a cessar as hostilidades.

“Se a Rússia tenta de alguma forma agitar a situação, criar uma distração da Ucrânia, é algo que sempre nos preocupa”, disse Blinken a repórteres em um evento em Indiana, segundo a agência Reuters. O secretário de Estado disse que a Rússia também pode usar sua influência na região para ajudar a “acalmar” a situação.

Desafio para Moscou e Ocidente

Os confrontos no Cáucaso, uma região tempestuosa, mas muitas vezes ignorada, representam desafios tanto para Moscou quanto para o Ocidente, alerta analista. A preocupação da Rússia com a guerra e sua fraqueza percebida ajudaram a desestabilizar a situação no Cáucaso, disse recentemente Thomas de Waal, membro sênior da Carnegie Europe, em um artigo na Foreign Affairs.

“Seus contratempos na Ucrânia limitaram a capacidade da Rússia de projetar poder em sua vizinhança”, escreveu ele. “Seus chefes militares e diplomáticos estão distraídos e os poderes locais podem ignorar mais facilmente suas instruções e ameaças.”

Soldados armênios e um soldado russo de uma força de paz em um posto de controle em Nagorno-Karabakh, em 17 de novembro de 2020 Foto: Mauricio Lima/The New York Times - 17/11/2020

Rússia e Armênia fazem parte de uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria tratado como um ataque contra todos. A Rússia mantém bases militares na Armênia há décadas e tem até 2 mil soldados como forças de paz na região disputada com o Azerbaijão.

No entanto, o Azerbaijão estava em uma posição relativa de força, militar e politicamente, após seus sucessos na guerra de 2020, segundo Waal. Ele citou a assinatura de Baku de um pacto de não agressão com a Rússia, seu sucesso em obter apoio diplomático da Turquia e seu papel no fornecimento de gás à UE, já que o gás russo está sob pressão das sanções.

“Os azerbaijanos ainda têm negócios inacabados com os armênios. E agora eles sentem que estão em uma posição superior para usar diplomacia e força para conseguir o que querem”, disse. O surto de confrontos no Cáucaso é um teste adicional para a Rússia, afirmou Waal ao New York Times.

THE NEW YORK TIMES - Novos combates eclodiram nesta terça-feira, 13, entre Armênia e Azerbaijão, no último surto em seu confronto de décadas no sul do Cáucaso, matando pelo menos 100 militares. A nova onda de violência aumentou a perspectiva de consequências da guerra na Ucrânia, espalhando instabilidade para uma região mais ampla.

Cada lado culpou o outro pelos combates que eclodiram ao longo de sua fronteira na terça-feira, na pior escalada de hostilidades entre os dois países desde a guerra de 2020 e um cessar-fogo mediado pela Rússia que encerrou os combates em larga escala.

O ressurgimento do conflito na fronteira sul da Rússia – e entre duas ex-repúblicas soviéticas – levantou preocupações sobre o que o presidente russo, Vladimir Putin, já sofrendo com as derrotas humilhantes nos últimos dias no nordeste da Ucrânia, pode fazer.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, discursa no Parlamento após uma escalada nas hostilidades na região de Nagorno-Karabakh  Foto: Tigran Mehrabyan/PAN Photo via Reuters - 13/9/2022

Às 9h, horário local, na terça-feira, a Rússia anunciou que havia negociado outro cessar-fogo. Mas no fim do dia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse estar preocupado com a possibilidade de Moscou incitar uma situação no conflito para criar uma distração da Ucrânia.

A nova tensão também representa um problema para a União Europeia, que nos últimos meses recorreu a autoridades em Baku, capital do Azerbaijão, em sua busca frenética por suprimentos adicionais de gás natural para compensar a perda de importações russas. O bloco tem trabalhado duro para garantir um acordo de paz entre os países em conflito.

Embora as tensões estivessem subindo entre Azerbaijão e Armênia há alguns meses, com bombardeios e tiros localizados causando algumas baixas, os confrontos de terça-feira surpreenderam muitos por sua ferocidade. Havia preocupações de que a violência pudesse atrasar os esforços para fazer com que os países assinem um acordo de paz.

Na terça-feira, pela primeira vez em 30 anos de um conflito em grande parte congelado sobre o território disputado de Nagorno-Karabakh e distritos vizinhos, o Azerbaijão atacou os sistemas armênios de defesa aérea e artilharia localizados no interior da Armênia.

Parentes de militares feridos em confrontos na fronteira entre Armênia e Azerbaijão se reúnem do lado de fora de um hospital militar em Erevan Foto: Karen Minasyan/AFP - 13/9/2022

Analistas compartilharam o mapeamento de satélite pelo Fire Information for Resource Management Systems da NASA que mostrou fogo pesado em vários locais dentro da Armênia.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que 49 militares armênios morreram durante a noite em ataques de artilharia e morteiros do Exército do Azerbaijão. O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” e disse que foi forçada a retaliar. Mais tarde, o ministério anunciou que 50 militares do Azerbaijão – 42 soldados e 8 guardas de fronteira – foram mortos.

Pashinyan, falando perante o Parlamento da Armênia, negou que seu país tenha provocado o Azerbaijão e o acusou de atacar o território armênio primeiro. Ele disse que a intensidade das hostilidades diminuiu no fim do dia, mas que os ataques do Azerbaijão continuavam em uma ou duas frentes. Washington exortou ambos os lados a cessar as hostilidades.

“Se a Rússia tenta de alguma forma agitar a situação, criar uma distração da Ucrânia, é algo que sempre nos preocupa”, disse Blinken a repórteres em um evento em Indiana, segundo a agência Reuters. O secretário de Estado disse que a Rússia também pode usar sua influência na região para ajudar a “acalmar” a situação.

Desafio para Moscou e Ocidente

Os confrontos no Cáucaso, uma região tempestuosa, mas muitas vezes ignorada, representam desafios tanto para Moscou quanto para o Ocidente, alerta analista. A preocupação da Rússia com a guerra e sua fraqueza percebida ajudaram a desestabilizar a situação no Cáucaso, disse recentemente Thomas de Waal, membro sênior da Carnegie Europe, em um artigo na Foreign Affairs.

“Seus contratempos na Ucrânia limitaram a capacidade da Rússia de projetar poder em sua vizinhança”, escreveu ele. “Seus chefes militares e diplomáticos estão distraídos e os poderes locais podem ignorar mais facilmente suas instruções e ameaças.”

Soldados armênios e um soldado russo de uma força de paz em um posto de controle em Nagorno-Karabakh, em 17 de novembro de 2020 Foto: Mauricio Lima/The New York Times - 17/11/2020

Rússia e Armênia fazem parte de uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria tratado como um ataque contra todos. A Rússia mantém bases militares na Armênia há décadas e tem até 2 mil soldados como forças de paz na região disputada com o Azerbaijão.

No entanto, o Azerbaijão estava em uma posição relativa de força, militar e politicamente, após seus sucessos na guerra de 2020, segundo Waal. Ele citou a assinatura de Baku de um pacto de não agressão com a Rússia, seu sucesso em obter apoio diplomático da Turquia e seu papel no fornecimento de gás à UE, já que o gás russo está sob pressão das sanções.

“Os azerbaijanos ainda têm negócios inacabados com os armênios. E agora eles sentem que estão em uma posição superior para usar diplomacia e força para conseguir o que querem”, disse. O surto de confrontos no Cáucaso é um teste adicional para a Rússia, afirmou Waal ao New York Times.

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