Novo relatório dos EUA aponta que príncipe saudita aprovou assassinato de jornalista, diz imprensa


Joe Biden conversa por telefone com rei saudita; segundo jornais americanos, divulgação de relatório que tem como base investigações da CIA marca novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos vazado à imprensa. O presidente americano, Joe Biden, falou por telefone nesta quinta-feira, 25, com o rei Salman bin Abdulaziz, de 85 anos, antes da suspensão do sigilo do relatório de inteligência sobre o assassinato do jornalista.

Jornais americanos noticiaram que o governo dos EUA deve publicar nesta quinta-feira, 25, o relatório que tem como base principalmente investigações da Agência Central de Inteligência (CIA)

"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita, e uma clara diferença entre a política do presidente Joe Biden e a do ex-presidente Donald Trump", informou a emissora NBC, que disse ter obtido acesso ao relatório em 2018.

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Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Biden, um democrata que sucedeu ao republicano Donald Trump cinco semanas atrás, falou hoje com o rei da Arábia Saudita, pai do príncipe herdeiro. Na quarta-feira, ele disse a repórteres que leu o relatório, mas não foi divulgado se os dois conversaram sobre ele. 

A Casa Branca declarou que, durante o telefonema, Biden reforçou o compromisso para "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também destacou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito".

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A divulgação do relatório faz parte da política de Biden para realinhar os laços com Riad, depois de anos dando ao aliado árabe e grande produtor de petróleo uma passagem livre sobre seu histórico de direitos humanos e sua intervenção na guerra civil do Iêmen.

Biden tem trabalhado para restaurar o relacionamento com Riad às linhas tradicionais, após quatro anos de laços mais próximos com o governo Trump.

Mas, enquanto Biden restringe seus contatos ao rei, outros no governo Biden estão conversando com autoridades sauditas em vários níveis. "Mantivemos contato com autoridades sauditas em diversos níveis nas primeiras semanas deste governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

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Khashoggi, de 59 anos, trabalhava como colunista do jornal americano The Washington Post quando foi assassinado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro de 2018. O corpo do jornalista foi esquartejado e nunca encontrado.

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O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos estariam se "prejudicando" se adotassem sanções contra a Arábia Saudita. Já o secretário de Estados Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos irão revogar os vistos dos sauditas que estejam envolvidos na morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado de Riad em Istambul.

O governo saudita inicialmente negou qualquer responsabilidade no assassinato de Khashoggi, mas depois afirmou que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que buscavam extraditá-lo.

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A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, vinculados ao príncipe, agiram por conta própria e o governante não se envolveu. 

Na Arábia Saudita, oito indivíduos foram condenados pelo caso e cinco deles foram sentenciados à pena de morte. Posteriormente, essas sentenças foram comutadas por penas de 20 anos de prisão.

Em 2019, uma investigadora de direitos humanos da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada" de Khashoggi e pediu mais investigações. "Há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard após a investigação de seis meses.

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Uma versão secreta do relatório foi compartilhada com membros do Congresso no fim de 2018. Mas o governo Trump rejeitou as exigências de legisladores e grupos de direitos humanos para divulgar uma versão não sigilosa, buscando preservar a cooperação em meio a tensões crescentes com o rival regional de Riad, o Irã, e promover a venda de armas dos EUA para o reino.

A nova diretora de inteligência nacional de Biden, Avril Haines, comprometeu-se em sua audiência de confirmação a cumprir uma cláusula em um projeto de defesa de 2019 que exigia que o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgasse dentro de 30 dias um relatório não sigiloso sobre o assassinato de Khashoggi.

Biden se comprometeu durante a campanha presidencial de 2020 a reavaliar os laços EUA-Arábia Saudita. Desde que assumiu o cargo, ele encerrou as vendas de armas que Riad poderia usar no Iêmen e nomeou um enviado especial para impulsionar os esforços diplomáticos para encerrar a árdua guerra civil naquele país./REUTERS e EFE

WASHINGTON - O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos vazado à imprensa. O presidente americano, Joe Biden, falou por telefone nesta quinta-feira, 25, com o rei Salman bin Abdulaziz, de 85 anos, antes da suspensão do sigilo do relatório de inteligência sobre o assassinato do jornalista.

Jornais americanos noticiaram que o governo dos EUA deve publicar nesta quinta-feira, 25, o relatório que tem como base principalmente investigações da Agência Central de Inteligência (CIA)

"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita, e uma clara diferença entre a política do presidente Joe Biden e a do ex-presidente Donald Trump", informou a emissora NBC, que disse ter obtido acesso ao relatório em 2018.

Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Biden, um democrata que sucedeu ao republicano Donald Trump cinco semanas atrás, falou hoje com o rei da Arábia Saudita, pai do príncipe herdeiro. Na quarta-feira, ele disse a repórteres que leu o relatório, mas não foi divulgado se os dois conversaram sobre ele. 

A Casa Branca declarou que, durante o telefonema, Biden reforçou o compromisso para "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também destacou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito".

A divulgação do relatório faz parte da política de Biden para realinhar os laços com Riad, depois de anos dando ao aliado árabe e grande produtor de petróleo uma passagem livre sobre seu histórico de direitos humanos e sua intervenção na guerra civil do Iêmen.

Biden tem trabalhado para restaurar o relacionamento com Riad às linhas tradicionais, após quatro anos de laços mais próximos com o governo Trump.

Mas, enquanto Biden restringe seus contatos ao rei, outros no governo Biden estão conversando com autoridades sauditas em vários níveis. "Mantivemos contato com autoridades sauditas em diversos níveis nas primeiras semanas deste governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Khashoggi, de 59 anos, trabalhava como colunista do jornal americano The Washington Post quando foi assassinado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro de 2018. O corpo do jornalista foi esquartejado e nunca encontrado.

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O governo saudita inicialmente negou qualquer responsabilidade no assassinato de Khashoggi, mas depois afirmou que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que buscavam extraditá-lo.

A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, vinculados ao príncipe, agiram por conta própria e o governante não se envolveu. 

Na Arábia Saudita, oito indivíduos foram condenados pelo caso e cinco deles foram sentenciados à pena de morte. Posteriormente, essas sentenças foram comutadas por penas de 20 anos de prisão.

Em 2019, uma investigadora de direitos humanos da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada" de Khashoggi e pediu mais investigações. "Há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard após a investigação de seis meses.

Uma versão secreta do relatório foi compartilhada com membros do Congresso no fim de 2018. Mas o governo Trump rejeitou as exigências de legisladores e grupos de direitos humanos para divulgar uma versão não sigilosa, buscando preservar a cooperação em meio a tensões crescentes com o rival regional de Riad, o Irã, e promover a venda de armas dos EUA para o reino.

A nova diretora de inteligência nacional de Biden, Avril Haines, comprometeu-se em sua audiência de confirmação a cumprir uma cláusula em um projeto de defesa de 2019 que exigia que o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgasse dentro de 30 dias um relatório não sigiloso sobre o assassinato de Khashoggi.

Biden se comprometeu durante a campanha presidencial de 2020 a reavaliar os laços EUA-Arábia Saudita. Desde que assumiu o cargo, ele encerrou as vendas de armas que Riad poderia usar no Iêmen e nomeou um enviado especial para impulsionar os esforços diplomáticos para encerrar a árdua guerra civil naquele país./REUTERS e EFE

WASHINGTON - O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos vazado à imprensa. O presidente americano, Joe Biden, falou por telefone nesta quinta-feira, 25, com o rei Salman bin Abdulaziz, de 85 anos, antes da suspensão do sigilo do relatório de inteligência sobre o assassinato do jornalista.

Jornais americanos noticiaram que o governo dos EUA deve publicar nesta quinta-feira, 25, o relatório que tem como base principalmente investigações da Agência Central de Inteligência (CIA)

"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita, e uma clara diferença entre a política do presidente Joe Biden e a do ex-presidente Donald Trump", informou a emissora NBC, que disse ter obtido acesso ao relatório em 2018.

Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Biden, um democrata que sucedeu ao republicano Donald Trump cinco semanas atrás, falou hoje com o rei da Arábia Saudita, pai do príncipe herdeiro. Na quarta-feira, ele disse a repórteres que leu o relatório, mas não foi divulgado se os dois conversaram sobre ele. 

A Casa Branca declarou que, durante o telefonema, Biden reforçou o compromisso para "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também destacou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito".

A divulgação do relatório faz parte da política de Biden para realinhar os laços com Riad, depois de anos dando ao aliado árabe e grande produtor de petróleo uma passagem livre sobre seu histórico de direitos humanos e sua intervenção na guerra civil do Iêmen.

Biden tem trabalhado para restaurar o relacionamento com Riad às linhas tradicionais, após quatro anos de laços mais próximos com o governo Trump.

Mas, enquanto Biden restringe seus contatos ao rei, outros no governo Biden estão conversando com autoridades sauditas em vários níveis. "Mantivemos contato com autoridades sauditas em diversos níveis nas primeiras semanas deste governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Khashoggi, de 59 anos, trabalhava como colunista do jornal americano The Washington Post quando foi assassinado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro de 2018. O corpo do jornalista foi esquartejado e nunca encontrado.

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O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos estariam se "prejudicando" se adotassem sanções contra a Arábia Saudita. Já o secretário de Estados Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos irão revogar os vistos dos sauditas que estejam envolvidos na morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado de Riad em Istambul.

O governo saudita inicialmente negou qualquer responsabilidade no assassinato de Khashoggi, mas depois afirmou que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que buscavam extraditá-lo.

A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, vinculados ao príncipe, agiram por conta própria e o governante não se envolveu. 

Na Arábia Saudita, oito indivíduos foram condenados pelo caso e cinco deles foram sentenciados à pena de morte. Posteriormente, essas sentenças foram comutadas por penas de 20 anos de prisão.

Em 2019, uma investigadora de direitos humanos da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada" de Khashoggi e pediu mais investigações. "Há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard após a investigação de seis meses.

Uma versão secreta do relatório foi compartilhada com membros do Congresso no fim de 2018. Mas o governo Trump rejeitou as exigências de legisladores e grupos de direitos humanos para divulgar uma versão não sigilosa, buscando preservar a cooperação em meio a tensões crescentes com o rival regional de Riad, o Irã, e promover a venda de armas dos EUA para o reino.

A nova diretora de inteligência nacional de Biden, Avril Haines, comprometeu-se em sua audiência de confirmação a cumprir uma cláusula em um projeto de defesa de 2019 que exigia que o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgasse dentro de 30 dias um relatório não sigiloso sobre o assassinato de Khashoggi.

Biden se comprometeu durante a campanha presidencial de 2020 a reavaliar os laços EUA-Arábia Saudita. Desde que assumiu o cargo, ele encerrou as vendas de armas que Riad poderia usar no Iêmen e nomeou um enviado especial para impulsionar os esforços diplomáticos para encerrar a árdua guerra civil naquele país./REUTERS e EFE

WASHINGTON - O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos vazado à imprensa. O presidente americano, Joe Biden, falou por telefone nesta quinta-feira, 25, com o rei Salman bin Abdulaziz, de 85 anos, antes da suspensão do sigilo do relatório de inteligência sobre o assassinato do jornalista.

Jornais americanos noticiaram que o governo dos EUA deve publicar nesta quinta-feira, 25, o relatório que tem como base principalmente investigações da Agência Central de Inteligência (CIA)

"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita, e uma clara diferença entre a política do presidente Joe Biden e a do ex-presidente Donald Trump", informou a emissora NBC, que disse ter obtido acesso ao relatório em 2018.

Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Biden, um democrata que sucedeu ao republicano Donald Trump cinco semanas atrás, falou hoje com o rei da Arábia Saudita, pai do príncipe herdeiro. Na quarta-feira, ele disse a repórteres que leu o relatório, mas não foi divulgado se os dois conversaram sobre ele. 

A Casa Branca declarou que, durante o telefonema, Biden reforçou o compromisso para "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também destacou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito".

A divulgação do relatório faz parte da política de Biden para realinhar os laços com Riad, depois de anos dando ao aliado árabe e grande produtor de petróleo uma passagem livre sobre seu histórico de direitos humanos e sua intervenção na guerra civil do Iêmen.

Biden tem trabalhado para restaurar o relacionamento com Riad às linhas tradicionais, após quatro anos de laços mais próximos com o governo Trump.

Mas, enquanto Biden restringe seus contatos ao rei, outros no governo Biden estão conversando com autoridades sauditas em vários níveis. "Mantivemos contato com autoridades sauditas em diversos níveis nas primeiras semanas deste governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Khashoggi, de 59 anos, trabalhava como colunista do jornal americano The Washington Post quando foi assassinado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro de 2018. O corpo do jornalista foi esquartejado e nunca encontrado.

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O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos estariam se "prejudicando" se adotassem sanções contra a Arábia Saudita. Já o secretário de Estados Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos irão revogar os vistos dos sauditas que estejam envolvidos na morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado de Riad em Istambul.

O governo saudita inicialmente negou qualquer responsabilidade no assassinato de Khashoggi, mas depois afirmou que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que buscavam extraditá-lo.

A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, vinculados ao príncipe, agiram por conta própria e o governante não se envolveu. 

Na Arábia Saudita, oito indivíduos foram condenados pelo caso e cinco deles foram sentenciados à pena de morte. Posteriormente, essas sentenças foram comutadas por penas de 20 anos de prisão.

Em 2019, uma investigadora de direitos humanos da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada" de Khashoggi e pediu mais investigações. "Há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard após a investigação de seis meses.

Uma versão secreta do relatório foi compartilhada com membros do Congresso no fim de 2018. Mas o governo Trump rejeitou as exigências de legisladores e grupos de direitos humanos para divulgar uma versão não sigilosa, buscando preservar a cooperação em meio a tensões crescentes com o rival regional de Riad, o Irã, e promover a venda de armas dos EUA para o reino.

A nova diretora de inteligência nacional de Biden, Avril Haines, comprometeu-se em sua audiência de confirmação a cumprir uma cláusula em um projeto de defesa de 2019 que exigia que o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgasse dentro de 30 dias um relatório não sigiloso sobre o assassinato de Khashoggi.

Biden se comprometeu durante a campanha presidencial de 2020 a reavaliar os laços EUA-Arábia Saudita. Desde que assumiu o cargo, ele encerrou as vendas de armas que Riad poderia usar no Iêmen e nomeou um enviado especial para impulsionar os esforços diplomáticos para encerrar a árdua guerra civil naquele país./REUTERS e EFE

WASHINGTON - O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo um relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos vazado à imprensa. O presidente americano, Joe Biden, falou por telefone nesta quinta-feira, 25, com o rei Salman bin Abdulaziz, de 85 anos, antes da suspensão do sigilo do relatório de inteligência sobre o assassinato do jornalista.

Jornais americanos noticiaram que o governo dos EUA deve publicar nesta quinta-feira, 25, o relatório que tem como base principalmente investigações da Agência Central de Inteligência (CIA)

"A divulgação pública (do relatório) marcará um novo capítulo nas relações de EUA e Arábia Saudita, e uma clara diferença entre a política do presidente Joe Biden e a do ex-presidente Donald Trump", informou a emissora NBC, que disse ter obtido acesso ao relatório em 2018.

Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado saudita em Istambul Foto: Middle East Monitor / Reuters

Biden, um democrata que sucedeu ao republicano Donald Trump cinco semanas atrás, falou hoje com o rei da Arábia Saudita, pai do príncipe herdeiro. Na quarta-feira, ele disse a repórteres que leu o relatório, mas não foi divulgado se os dois conversaram sobre ele. 

A Casa Branca declarou que, durante o telefonema, Biden reforçou o compromisso para "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também destacou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito".

A divulgação do relatório faz parte da política de Biden para realinhar os laços com Riad, depois de anos dando ao aliado árabe e grande produtor de petróleo uma passagem livre sobre seu histórico de direitos humanos e sua intervenção na guerra civil do Iêmen.

Biden tem trabalhado para restaurar o relacionamento com Riad às linhas tradicionais, após quatro anos de laços mais próximos com o governo Trump.

Mas, enquanto Biden restringe seus contatos ao rei, outros no governo Biden estão conversando com autoridades sauditas em vários níveis. "Mantivemos contato com autoridades sauditas em diversos níveis nas primeiras semanas deste governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Khashoggi, de 59 anos, trabalhava como colunista do jornal americano The Washington Post quando foi assassinado por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro de 2018. O corpo do jornalista foi esquartejado e nunca encontrado.

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O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos estariam se "prejudicando" se adotassem sanções contra a Arábia Saudita. Já o secretário de Estados Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos irão revogar os vistos dos sauditas que estejam envolvidos na morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado de Riad em Istambul.

O governo saudita inicialmente negou qualquer responsabilidade no assassinato de Khashoggi, mas depois afirmou que o jornalista foi morto acidentalmente por agentes que buscavam extraditá-lo.

A versão oficial da Arábia Saudita é que esses agentes, vinculados ao príncipe, agiram por conta própria e o governante não se envolveu. 

Na Arábia Saudita, oito indivíduos foram condenados pelo caso e cinco deles foram sentenciados à pena de morte. Posteriormente, essas sentenças foram comutadas por penas de 20 anos de prisão.

Em 2019, uma investigadora de direitos humanos da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada" de Khashoggi e pediu mais investigações. "Há evidências confiáveis suficientes sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard após a investigação de seis meses.

Uma versão secreta do relatório foi compartilhada com membros do Congresso no fim de 2018. Mas o governo Trump rejeitou as exigências de legisladores e grupos de direitos humanos para divulgar uma versão não sigilosa, buscando preservar a cooperação em meio a tensões crescentes com o rival regional de Riad, o Irã, e promover a venda de armas dos EUA para o reino.

A nova diretora de inteligência nacional de Biden, Avril Haines, comprometeu-se em sua audiência de confirmação a cumprir uma cláusula em um projeto de defesa de 2019 que exigia que o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional divulgasse dentro de 30 dias um relatório não sigiloso sobre o assassinato de Khashoggi.

Biden se comprometeu durante a campanha presidencial de 2020 a reavaliar os laços EUA-Arábia Saudita. Desde que assumiu o cargo, ele encerrou as vendas de armas que Riad poderia usar no Iêmen e nomeou um enviado especial para impulsionar os esforços diplomáticos para encerrar a árdua guerra civil naquele país./REUTERS e EFE

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