Número de venezuelanos que pediram asilo ao Brasil dobra em 5 meses


Dados publicados pelas Nações Unidas, com base nas informações das autoridades nacionais, indicam que 65,8 mil venezuelanos haviam feito a solicitação no País até o final de setembro; em abril, eram apenas 32,7 mil

Por Jamil Chade,  CORRESPONDENTE e GENEBRA 

Em apenas cinco meses, dobrou o número de venezuelanos solicitando refúgio no Brasil. Dados publicados pelas Nações Unidas, com base nas informações das autoridades nacionais, indicam que 65,8 mil venezuelanos haviam feito a solicitação de asilo no País até o final de setembro. Em abril, eram apenas 32,7 mil. 

Cidade brasileira na fronteira com a Venezuela que recebe centenas de imigrantes todos os dias Foto: Nilton Fukuda/Estadão

 Será realizada nesta terça-feira, 16, em Brasília uma reunião ministerial para debater a situação da Venezuela, além de buscar coordenação para um fluxo de migrantes que continua sendo forte. O governo deve receber, no encontro, os números atualizados da Polícia Federal sobre a entrada de venezuelanos e dos refúgios solicitados. 

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Mas, segundo os dados já passados pela PF para a ONU, o Brasil já é o terceiro maior destino de pedidos de asilo de venezuelanos. O principal país onde os imigrantes venezuelanos fizeram pedidos de asilo foi o Peru, com 133 mil solicitações oficiais. O segundo destino são os EUA, com 72 mil requisições.

O número de solicitações de asilo não reflete o total da população venezuelana que cruzou a fronteira. Trata-se apenas do registro daqueles que pretendem ficar no Brasil e consideram que estão sendo alvo de perseguições na Venezuela. Se atendidos, eles receberão todo os benefícios de um cidadão brasileiro, salvo a nacionalidade e direitos políticos. 

No total, 346 mil venezuelanos já solicitaram essa proteção oficial pelo mundo, um número que, em 2018, já é maior que os refugiados sírios. Cerca de 80% desses venezuelanos estão apenas em três países: Peru, EUA e Brasil. 

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Além desses pedidos de asilo, existem mais pelo menos 19 mil venezuelanos que solicitaram residência no Brasil, por meio de outros mecanismos de regularização. Segundo levantamento, 383 mil venezuelanos pediram residência como imigrantes na Colômbia, 114 mil no Peru e outros 100 mil no Panamá.

Na ONU, os dados revelam também que a falta de recursos é uma realidade para lidar com esse novo fenômeno regional. Dos US$ 46 milhões que a entidade solicitou da comunidade internacional para a emergência na Venezuela, apenas 55% do montante conseguiu ser arrecadado. Apesar de ser contrário ao regime Maduro, o governo americano contribuiu com US$ 12 milhões. 

A entidade internacional estima que, hoje, 2 milhões de venezuelanos estejam espalhados pelas Américas, o que necessita uma coordenação permanente para garantir o atendimento a essa população. 

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A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos

1 | 20

Roraima

Foto: Werther Santana/Estadão
2 | 20

Travessia

Foto: Werther Santana/Estadão
3 | 20

Caminho

Foto: Werther Santana/Estadão
4 | 20

Carona

Foto: Werther Santana/Estadão
5 | 20

Abrigo

Foto: Werther Santana/Estadão
6 | 20

Descanso

Foto: Werther Santana/Estadão
7 | 20

Rotina

Foto: Werther Santana/Estadão
8 | 20

Em praças

Foto: Werther Santana/Estadão
9 | 20

Falta de estrutura

Foto: Werther Santana/Estadão
10 | 20

Superlotação

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 20

Refeições

Foto: Werther Santana/Estadão
12 | 20

Refeições com sobras

Foto: Werther Santana/Estadão
13 | 20

Fechamento de fronteira

Foto: Werther Santana/Estadão
14 | 20

Higiene

Foto: Werther Santana/Estadão
15 | 20

Comércio improvisado

Foto: Werther Santana/Estadão
16 | 20

Trabalho

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 20

Precarização

Foto: Werther Santana/Estadão
18 | 20

Nas ruas

Foto: Werther Santana/Estadão
19 | 20

Prostituição

Foto: Werther Santana/Estadão
20 | 20

Violência

Foto: Werther Santana/Estadão

Num dos documentos, as Nações Unidas não escondem a dimensão da crise. “Com mais de 2,6 milhões de refugiados e migrantes fora da Venezuela, a América Latina está vivendo o maior êxodo de sua história”, declarou a organização. 

Em visita à Colômbia na semana passada, o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, defendeu que a comunidade internacional faça mais para ajudar os milhares de venezuelanos que cruzam fronteiras diariamente em busca de proteção internacional.

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“O fluxo constante de venezuelanos que entram na Colômbia causa enormes desafios para atender às necessidades humanitárias de todos”, afirmou Grandi. Apenas para a Colômbia, 4 mil venezuelanos cruzam a fronteira por dia. Segundo Grandi, uma estratégia regional precisa ser desenvolvida com urgência. 

Em apenas cinco meses, dobrou o número de venezuelanos solicitando refúgio no Brasil. Dados publicados pelas Nações Unidas, com base nas informações das autoridades nacionais, indicam que 65,8 mil venezuelanos haviam feito a solicitação de asilo no País até o final de setembro. Em abril, eram apenas 32,7 mil. 

Cidade brasileira na fronteira com a Venezuela que recebe centenas de imigrantes todos os dias Foto: Nilton Fukuda/Estadão

 Será realizada nesta terça-feira, 16, em Brasília uma reunião ministerial para debater a situação da Venezuela, além de buscar coordenação para um fluxo de migrantes que continua sendo forte. O governo deve receber, no encontro, os números atualizados da Polícia Federal sobre a entrada de venezuelanos e dos refúgios solicitados. 

Mas, segundo os dados já passados pela PF para a ONU, o Brasil já é o terceiro maior destino de pedidos de asilo de venezuelanos. O principal país onde os imigrantes venezuelanos fizeram pedidos de asilo foi o Peru, com 133 mil solicitações oficiais. O segundo destino são os EUA, com 72 mil requisições.

O número de solicitações de asilo não reflete o total da população venezuelana que cruzou a fronteira. Trata-se apenas do registro daqueles que pretendem ficar no Brasil e consideram que estão sendo alvo de perseguições na Venezuela. Se atendidos, eles receberão todo os benefícios de um cidadão brasileiro, salvo a nacionalidade e direitos políticos. 

No total, 346 mil venezuelanos já solicitaram essa proteção oficial pelo mundo, um número que, em 2018, já é maior que os refugiados sírios. Cerca de 80% desses venezuelanos estão apenas em três países: Peru, EUA e Brasil. 

Além desses pedidos de asilo, existem mais pelo menos 19 mil venezuelanos que solicitaram residência no Brasil, por meio de outros mecanismos de regularização. Segundo levantamento, 383 mil venezuelanos pediram residência como imigrantes na Colômbia, 114 mil no Peru e outros 100 mil no Panamá.

Na ONU, os dados revelam também que a falta de recursos é uma realidade para lidar com esse novo fenômeno regional. Dos US$ 46 milhões que a entidade solicitou da comunidade internacional para a emergência na Venezuela, apenas 55% do montante conseguiu ser arrecadado. Apesar de ser contrário ao regime Maduro, o governo americano contribuiu com US$ 12 milhões. 

A entidade internacional estima que, hoje, 2 milhões de venezuelanos estejam espalhados pelas Américas, o que necessita uma coordenação permanente para garantir o atendimento a essa população. 

A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos

1 | 20

Roraima

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2 | 20

Travessia

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3 | 20

Caminho

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4 | 20

Carona

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5 | 20

Abrigo

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6 | 20

Descanso

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7 | 20

Rotina

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8 | 20

Em praças

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9 | 20

Falta de estrutura

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10 | 20

Superlotação

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11 | 20

Refeições

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12 | 20

Refeições com sobras

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13 | 20

Fechamento de fronteira

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14 | 20

Higiene

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15 | 20

Comércio improvisado

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16 | 20

Trabalho

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17 | 20

Precarização

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18 | 20

Nas ruas

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19 | 20

Prostituição

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20 | 20

Violência

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Num dos documentos, as Nações Unidas não escondem a dimensão da crise. “Com mais de 2,6 milhões de refugiados e migrantes fora da Venezuela, a América Latina está vivendo o maior êxodo de sua história”, declarou a organização. 

Em visita à Colômbia na semana passada, o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, defendeu que a comunidade internacional faça mais para ajudar os milhares de venezuelanos que cruzam fronteiras diariamente em busca de proteção internacional.

“O fluxo constante de venezuelanos que entram na Colômbia causa enormes desafios para atender às necessidades humanitárias de todos”, afirmou Grandi. Apenas para a Colômbia, 4 mil venezuelanos cruzam a fronteira por dia. Segundo Grandi, uma estratégia regional precisa ser desenvolvida com urgência. 

Em apenas cinco meses, dobrou o número de venezuelanos solicitando refúgio no Brasil. Dados publicados pelas Nações Unidas, com base nas informações das autoridades nacionais, indicam que 65,8 mil venezuelanos haviam feito a solicitação de asilo no País até o final de setembro. Em abril, eram apenas 32,7 mil. 

Cidade brasileira na fronteira com a Venezuela que recebe centenas de imigrantes todos os dias Foto: Nilton Fukuda/Estadão

 Será realizada nesta terça-feira, 16, em Brasília uma reunião ministerial para debater a situação da Venezuela, além de buscar coordenação para um fluxo de migrantes que continua sendo forte. O governo deve receber, no encontro, os números atualizados da Polícia Federal sobre a entrada de venezuelanos e dos refúgios solicitados. 

Mas, segundo os dados já passados pela PF para a ONU, o Brasil já é o terceiro maior destino de pedidos de asilo de venezuelanos. O principal país onde os imigrantes venezuelanos fizeram pedidos de asilo foi o Peru, com 133 mil solicitações oficiais. O segundo destino são os EUA, com 72 mil requisições.

O número de solicitações de asilo não reflete o total da população venezuelana que cruzou a fronteira. Trata-se apenas do registro daqueles que pretendem ficar no Brasil e consideram que estão sendo alvo de perseguições na Venezuela. Se atendidos, eles receberão todo os benefícios de um cidadão brasileiro, salvo a nacionalidade e direitos políticos. 

No total, 346 mil venezuelanos já solicitaram essa proteção oficial pelo mundo, um número que, em 2018, já é maior que os refugiados sírios. Cerca de 80% desses venezuelanos estão apenas em três países: Peru, EUA e Brasil. 

Além desses pedidos de asilo, existem mais pelo menos 19 mil venezuelanos que solicitaram residência no Brasil, por meio de outros mecanismos de regularização. Segundo levantamento, 383 mil venezuelanos pediram residência como imigrantes na Colômbia, 114 mil no Peru e outros 100 mil no Panamá.

Na ONU, os dados revelam também que a falta de recursos é uma realidade para lidar com esse novo fenômeno regional. Dos US$ 46 milhões que a entidade solicitou da comunidade internacional para a emergência na Venezuela, apenas 55% do montante conseguiu ser arrecadado. Apesar de ser contrário ao regime Maduro, o governo americano contribuiu com US$ 12 milhões. 

A entidade internacional estima que, hoje, 2 milhões de venezuelanos estejam espalhados pelas Américas, o que necessita uma coordenação permanente para garantir o atendimento a essa população. 

A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos

1 | 20

Roraima

Foto: Werther Santana/Estadão
2 | 20

Travessia

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3 | 20

Caminho

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Carona

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Abrigo

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6 | 20

Descanso

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Rotina

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8 | 20

Em praças

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9 | 20

Falta de estrutura

Foto: Werther Santana/Estadão
10 | 20

Superlotação

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 20

Refeições

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12 | 20

Refeições com sobras

Foto: Werther Santana/Estadão
13 | 20

Fechamento de fronteira

Foto: Werther Santana/Estadão
14 | 20

Higiene

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15 | 20

Comércio improvisado

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16 | 20

Trabalho

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17 | 20

Precarização

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18 | 20

Nas ruas

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19 | 20

Prostituição

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20 | 20

Violência

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Num dos documentos, as Nações Unidas não escondem a dimensão da crise. “Com mais de 2,6 milhões de refugiados e migrantes fora da Venezuela, a América Latina está vivendo o maior êxodo de sua história”, declarou a organização. 

Em visita à Colômbia na semana passada, o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, defendeu que a comunidade internacional faça mais para ajudar os milhares de venezuelanos que cruzam fronteiras diariamente em busca de proteção internacional.

“O fluxo constante de venezuelanos que entram na Colômbia causa enormes desafios para atender às necessidades humanitárias de todos”, afirmou Grandi. Apenas para a Colômbia, 4 mil venezuelanos cruzam a fronteira por dia. Segundo Grandi, uma estratégia regional precisa ser desenvolvida com urgência. 

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