Opinião|O desafio de Kamala Harris: não ser Biden será suficiente para vencer Trump?


O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas

Por Beatriz Bulla
Atualização:

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

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Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica.

Com a desistência de Biden, Kamala se disse honrada em ser cogitada para assumir a disputa presidencial e falou que vai 'conquistar' nomeação do partido Foto: Evan Vucci/AP

No último ano, Biden se distanciou do que esse eleitorado busca como líder, apesar de ter conquistado o grupo na eleição de 2020 por encarnar o anti-Trump.

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A inclusão na chapa de uma mulher negra e filha de imigrantes como vice, na época, agradou ao eleitorado mais progressista, e Kamala acabou sendo apresentada como o rosto do futuro partido democrata.

Kamala parece ser mais capaz de convencer esses grupos a saírem para votar — o voto não é obrigatório nos EUA. E, assim, talvez seja mais fácil levar a maioria no Arizona e na Geórgia, Estados racialmente mais diversos do que outras áreas decisivas para a disputa.

Também contará a favor da democrata o fato de ela ter se colocado como a porta-voz da Casa Branca a favor do direito ao aborto. Trump se vangloria de ter alterado a composição da Suprema Corte dos EUA a ponto de garantir uma supermaioria conservadora e reverter o precedente federal da década de 1970 que permitia a realização de aborto no país.

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O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas  Foto: TANNEN MAURY

A maioria dos americanos, no entanto, é a favor da possibilidade de realizar o procedimento, e isso inclui até republicanos moderados que entendem que o aborto se trata de uma liberdade individual. No Arizona, onde a questão do acesso ao aborto virou uma batalha importante, a voz de Kamala pode ser mais relevante do que a de Biden, um homem branco e católico, pessoalmente contra o aborto, apesar de considerar o procedimento uma questão de saúde pública.

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A dúvida é se ela será capaz de energizar a base tradicionalmente democrata o suficiente para que outros Estados-chave, onde a disputa será acirrada, tenham mais votos democratas do que republicanos.

Para isso, ela precisará ganhar uma parcela dos eleitores brancos do meio-oeste, o operariado do chamado cinturão da ferrugem, em estado como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Aí mora o principal desafio de qualquer candidato democrata, mas tende a ser especialmente difícil para uma mulher negra e filha de imigrantes (pai jamaicano e mãe indiana).

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A campanha trumpista sempre usou e abusou de posições racistas, xenofóbicas e misóginas — e já direcionou muitos desses ataques a Kamala. Esse tipo de discurso encontra ainda mais espaço diante de um eleitorado branco, morador justamente do meio-oeste. Um homem branco e mais velho, como Biden, tem mais apelo nesse eleitorado (e isso contou a favor do atual presidente quando ele foi nomeado candidato democrata em 2020).

Some-se à isso o fato de que, nos últimos quatro anos, Kamala não decolou politicamente como vice-presidente ao ser colocada à frente de missões espinhosas, como a questão imigratória.

Biden desistiu da corrida eleitoral para se manter na Casa Branca abrindo espaço para Kamala Harris Foto: Susan Walsh/AP
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Quem pressionou Biden a desistir acredita que a eleição já estava perdida se o presidente democrata insistisse na reeleição, e valeria a tentativa de substituí-lo de qualquer forma.

Biden abriu hoje o espaço. Entrou na história em 2020 como o nome que reuniu diversas vertentes para derrubar Trump e, em 2024, sai de cena quando a maioria de seu partido o vê como um obstáculo para derrotar Trump.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas em novembro. Tudo isso contra um líder populista fortalecido.

Não será um caminho fácil para os democratas.

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica.

Com a desistência de Biden, Kamala se disse honrada em ser cogitada para assumir a disputa presidencial e falou que vai 'conquistar' nomeação do partido Foto: Evan Vucci/AP

No último ano, Biden se distanciou do que esse eleitorado busca como líder, apesar de ter conquistado o grupo na eleição de 2020 por encarnar o anti-Trump.

A inclusão na chapa de uma mulher negra e filha de imigrantes como vice, na época, agradou ao eleitorado mais progressista, e Kamala acabou sendo apresentada como o rosto do futuro partido democrata.

Kamala parece ser mais capaz de convencer esses grupos a saírem para votar — o voto não é obrigatório nos EUA. E, assim, talvez seja mais fácil levar a maioria no Arizona e na Geórgia, Estados racialmente mais diversos do que outras áreas decisivas para a disputa.

Também contará a favor da democrata o fato de ela ter se colocado como a porta-voz da Casa Branca a favor do direito ao aborto. Trump se vangloria de ter alterado a composição da Suprema Corte dos EUA a ponto de garantir uma supermaioria conservadora e reverter o precedente federal da década de 1970 que permitia a realização de aborto no país.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas  Foto: TANNEN MAURY

A maioria dos americanos, no entanto, é a favor da possibilidade de realizar o procedimento, e isso inclui até republicanos moderados que entendem que o aborto se trata de uma liberdade individual. No Arizona, onde a questão do acesso ao aborto virou uma batalha importante, a voz de Kamala pode ser mais relevante do que a de Biden, um homem branco e católico, pessoalmente contra o aborto, apesar de considerar o procedimento uma questão de saúde pública.

A dúvida é se ela será capaz de energizar a base tradicionalmente democrata o suficiente para que outros Estados-chave, onde a disputa será acirrada, tenham mais votos democratas do que republicanos.

Para isso, ela precisará ganhar uma parcela dos eleitores brancos do meio-oeste, o operariado do chamado cinturão da ferrugem, em estado como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Aí mora o principal desafio de qualquer candidato democrata, mas tende a ser especialmente difícil para uma mulher negra e filha de imigrantes (pai jamaicano e mãe indiana).

A campanha trumpista sempre usou e abusou de posições racistas, xenofóbicas e misóginas — e já direcionou muitos desses ataques a Kamala. Esse tipo de discurso encontra ainda mais espaço diante de um eleitorado branco, morador justamente do meio-oeste. Um homem branco e mais velho, como Biden, tem mais apelo nesse eleitorado (e isso contou a favor do atual presidente quando ele foi nomeado candidato democrata em 2020).

Some-se à isso o fato de que, nos últimos quatro anos, Kamala não decolou politicamente como vice-presidente ao ser colocada à frente de missões espinhosas, como a questão imigratória.

Biden desistiu da corrida eleitoral para se manter na Casa Branca abrindo espaço para Kamala Harris Foto: Susan Walsh/AP

Quem pressionou Biden a desistir acredita que a eleição já estava perdida se o presidente democrata insistisse na reeleição, e valeria a tentativa de substituí-lo de qualquer forma.

Biden abriu hoje o espaço. Entrou na história em 2020 como o nome que reuniu diversas vertentes para derrubar Trump e, em 2024, sai de cena quando a maioria de seu partido o vê como um obstáculo para derrotar Trump.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas em novembro. Tudo isso contra um líder populista fortalecido.

Não será um caminho fácil para os democratas.

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica.

Com a desistência de Biden, Kamala se disse honrada em ser cogitada para assumir a disputa presidencial e falou que vai 'conquistar' nomeação do partido Foto: Evan Vucci/AP

No último ano, Biden se distanciou do que esse eleitorado busca como líder, apesar de ter conquistado o grupo na eleição de 2020 por encarnar o anti-Trump.

A inclusão na chapa de uma mulher negra e filha de imigrantes como vice, na época, agradou ao eleitorado mais progressista, e Kamala acabou sendo apresentada como o rosto do futuro partido democrata.

Kamala parece ser mais capaz de convencer esses grupos a saírem para votar — o voto não é obrigatório nos EUA. E, assim, talvez seja mais fácil levar a maioria no Arizona e na Geórgia, Estados racialmente mais diversos do que outras áreas decisivas para a disputa.

Também contará a favor da democrata o fato de ela ter se colocado como a porta-voz da Casa Branca a favor do direito ao aborto. Trump se vangloria de ter alterado a composição da Suprema Corte dos EUA a ponto de garantir uma supermaioria conservadora e reverter o precedente federal da década de 1970 que permitia a realização de aborto no país.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas  Foto: TANNEN MAURY

A maioria dos americanos, no entanto, é a favor da possibilidade de realizar o procedimento, e isso inclui até republicanos moderados que entendem que o aborto se trata de uma liberdade individual. No Arizona, onde a questão do acesso ao aborto virou uma batalha importante, a voz de Kamala pode ser mais relevante do que a de Biden, um homem branco e católico, pessoalmente contra o aborto, apesar de considerar o procedimento uma questão de saúde pública.

A dúvida é se ela será capaz de energizar a base tradicionalmente democrata o suficiente para que outros Estados-chave, onde a disputa será acirrada, tenham mais votos democratas do que republicanos.

Para isso, ela precisará ganhar uma parcela dos eleitores brancos do meio-oeste, o operariado do chamado cinturão da ferrugem, em estado como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Aí mora o principal desafio de qualquer candidato democrata, mas tende a ser especialmente difícil para uma mulher negra e filha de imigrantes (pai jamaicano e mãe indiana).

A campanha trumpista sempre usou e abusou de posições racistas, xenofóbicas e misóginas — e já direcionou muitos desses ataques a Kamala. Esse tipo de discurso encontra ainda mais espaço diante de um eleitorado branco, morador justamente do meio-oeste. Um homem branco e mais velho, como Biden, tem mais apelo nesse eleitorado (e isso contou a favor do atual presidente quando ele foi nomeado candidato democrata em 2020).

Some-se à isso o fato de que, nos últimos quatro anos, Kamala não decolou politicamente como vice-presidente ao ser colocada à frente de missões espinhosas, como a questão imigratória.

Biden desistiu da corrida eleitoral para se manter na Casa Branca abrindo espaço para Kamala Harris Foto: Susan Walsh/AP

Quem pressionou Biden a desistir acredita que a eleição já estava perdida se o presidente democrata insistisse na reeleição, e valeria a tentativa de substituí-lo de qualquer forma.

Biden abriu hoje o espaço. Entrou na história em 2020 como o nome que reuniu diversas vertentes para derrubar Trump e, em 2024, sai de cena quando a maioria de seu partido o vê como um obstáculo para derrotar Trump.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas em novembro. Tudo isso contra um líder populista fortalecido.

Não será um caminho fácil para os democratas.

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica.

Com a desistência de Biden, Kamala se disse honrada em ser cogitada para assumir a disputa presidencial e falou que vai 'conquistar' nomeação do partido Foto: Evan Vucci/AP

No último ano, Biden se distanciou do que esse eleitorado busca como líder, apesar de ter conquistado o grupo na eleição de 2020 por encarnar o anti-Trump.

A inclusão na chapa de uma mulher negra e filha de imigrantes como vice, na época, agradou ao eleitorado mais progressista, e Kamala acabou sendo apresentada como o rosto do futuro partido democrata.

Kamala parece ser mais capaz de convencer esses grupos a saírem para votar — o voto não é obrigatório nos EUA. E, assim, talvez seja mais fácil levar a maioria no Arizona e na Geórgia, Estados racialmente mais diversos do que outras áreas decisivas para a disputa.

Também contará a favor da democrata o fato de ela ter se colocado como a porta-voz da Casa Branca a favor do direito ao aborto. Trump se vangloria de ter alterado a composição da Suprema Corte dos EUA a ponto de garantir uma supermaioria conservadora e reverter o precedente federal da década de 1970 que permitia a realização de aborto no país.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas  Foto: TANNEN MAURY

A maioria dos americanos, no entanto, é a favor da possibilidade de realizar o procedimento, e isso inclui até republicanos moderados que entendem que o aborto se trata de uma liberdade individual. No Arizona, onde a questão do acesso ao aborto virou uma batalha importante, a voz de Kamala pode ser mais relevante do que a de Biden, um homem branco e católico, pessoalmente contra o aborto, apesar de considerar o procedimento uma questão de saúde pública.

A dúvida é se ela será capaz de energizar a base tradicionalmente democrata o suficiente para que outros Estados-chave, onde a disputa será acirrada, tenham mais votos democratas do que republicanos.

Para isso, ela precisará ganhar uma parcela dos eleitores brancos do meio-oeste, o operariado do chamado cinturão da ferrugem, em estado como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Aí mora o principal desafio de qualquer candidato democrata, mas tende a ser especialmente difícil para uma mulher negra e filha de imigrantes (pai jamaicano e mãe indiana).

A campanha trumpista sempre usou e abusou de posições racistas, xenofóbicas e misóginas — e já direcionou muitos desses ataques a Kamala. Esse tipo de discurso encontra ainda mais espaço diante de um eleitorado branco, morador justamente do meio-oeste. Um homem branco e mais velho, como Biden, tem mais apelo nesse eleitorado (e isso contou a favor do atual presidente quando ele foi nomeado candidato democrata em 2020).

Some-se à isso o fato de que, nos últimos quatro anos, Kamala não decolou politicamente como vice-presidente ao ser colocada à frente de missões espinhosas, como a questão imigratória.

Biden desistiu da corrida eleitoral para se manter na Casa Branca abrindo espaço para Kamala Harris Foto: Susan Walsh/AP

Quem pressionou Biden a desistir acredita que a eleição já estava perdida se o presidente democrata insistisse na reeleição, e valeria a tentativa de substituí-lo de qualquer forma.

Biden abriu hoje o espaço. Entrou na história em 2020 como o nome que reuniu diversas vertentes para derrubar Trump e, em 2024, sai de cena quando a maioria de seu partido o vê como um obstáculo para derrotar Trump.

O desafio de Kamala incluirá compor uma chapa com um vice que acene ao crucial eleitorado branco do meio-oeste e tocar, em paralelo, uma campanha que leve jovens, negros e imigrantes às urnas em novembro. Tudo isso contra um líder populista fortalecido.

Não será um caminho fácil para os democratas.

Opinião por Beatriz Bulla

Jornalista dedicada a cobrir o poder - economia, política e temas internacionais. Foi correspondente em Washington (EUA), repórter em Brasília e atualmente mora em São Paulo. Formada em jornalismo e direito.

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