O longo caminho do feminismo em Israel


Para israelenses, Guerra do Yom Kippur deixou à mostra a desigualdade de gênero no país

Por Cristiano Dias

JERUSALÉM - A Guerra do Yom Kippur, de 1973, deixou marcas profundas em Israel. Parte da culpa pelo desempenho ruim dos militares, no início do conflito, caiu nos ombros da premiê Golda Meir, até hoje a única mulher a comandar o país. Para as israelenses, a guerra também deixou à mostra a desigualdade de gênero

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho Foto: Jalaa Marey / AFP

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho. A Guerra do Yom Kippur, que durou algumas semanas, não teve o mesmo efeito. Quando os reservistas começaram a se apresentar nas frentes de batalha, a vida civil estancou. Fábricas, empresas, escritórios e escolas fecharam. O transporte público parou, porque as mulheres não dirigiam ônibus. Sem os homens, a economia israelense quase entrou em colapso. 

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“A Guerra do Yom Kippur criou uma consciência sobre o que significava para as mulheres a divisão de papéis e qual era o seu lugar na sociedade”, disse Dahlia Scheindlin, analista do Instituto Israelense de Política Externa Regional. De acordo com ela, o Exército de Israel foi a primeira instituição a reagir à disparidade. “A aceitação de mulheres nas Forças Armadas, no entanto, sempre teve mais a ver com a necessidade de compensar a escassez de mão de obra do que a promoção da igualdade de gênero.”

Nas eleições da semana passada, 29 mulheres foram eleitas para o Parlamento de Israel – 24% do total de deputados, uma queda com relação aos 27% da legislatura anterior. O número é maior do que os 15% de representação parlamentar feminina no Brasil, igual ao índice nos EUA, mas bem menor do que o registrado em países da Europa Ocidental, que têm entre 30% e 40% de mulheres no Parlamento.

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Expectativa em Israel para o resultado das eleições gerais. O premiê Benjamin Netanyahu reivindica vitória. O adversário dele também.

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A última líder a ocupar uma posição importante no governo israelense foi a ex-chanceler Tzipi Livni. Em fevereiro, no entanto, ela anunciou a aposentadoria da vida política depois de constatar a perda total de influência de seu partido, o Hatnuah, que nem sequer participou das eleições. 

Dos 15 partidos que concorreram a vagas no Parlamento, apenas dois eram liderados exclusivamente por mulheres: Tamar Zandberg, do Meretz, teve 3,3% dos votos, elegendo quatro deputados, e Orly Levy-Abekasis, do Gesher, ficou em último lugar, com 1,75% dos votos e não conseguiu emplacar nenhum deputado.

Para Scheindlin, a última campanha eleitoral de Israel foi dominada pela imagem de machão criada pelos dois principais concorrentes, o general Benny Gantz e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. “Neste sentido, as eleições foram um retrocesso para as mulheres”, afirmou. A socióloga Hanna Herzog, da Universidade de Tel-Aviv, acredita que o novo populismo, que vem se espalhando por várias partes do mundo, combina mais com candidatos homens. “A política se tornou uma questão de força e de poder, muito mais que de valores”, afirmou.

JERUSALÉM - A Guerra do Yom Kippur, de 1973, deixou marcas profundas em Israel. Parte da culpa pelo desempenho ruim dos militares, no início do conflito, caiu nos ombros da premiê Golda Meir, até hoje a única mulher a comandar o país. Para as israelenses, a guerra também deixou à mostra a desigualdade de gênero

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho Foto: Jalaa Marey / AFP

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho. A Guerra do Yom Kippur, que durou algumas semanas, não teve o mesmo efeito. Quando os reservistas começaram a se apresentar nas frentes de batalha, a vida civil estancou. Fábricas, empresas, escritórios e escolas fecharam. O transporte público parou, porque as mulheres não dirigiam ônibus. Sem os homens, a economia israelense quase entrou em colapso. 

“A Guerra do Yom Kippur criou uma consciência sobre o que significava para as mulheres a divisão de papéis e qual era o seu lugar na sociedade”, disse Dahlia Scheindlin, analista do Instituto Israelense de Política Externa Regional. De acordo com ela, o Exército de Israel foi a primeira instituição a reagir à disparidade. “A aceitação de mulheres nas Forças Armadas, no entanto, sempre teve mais a ver com a necessidade de compensar a escassez de mão de obra do que a promoção da igualdade de gênero.”

Nas eleições da semana passada, 29 mulheres foram eleitas para o Parlamento de Israel – 24% do total de deputados, uma queda com relação aos 27% da legislatura anterior. O número é maior do que os 15% de representação parlamentar feminina no Brasil, igual ao índice nos EUA, mas bem menor do que o registrado em países da Europa Ocidental, que têm entre 30% e 40% de mulheres no Parlamento.

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Expectativa em Israel para o resultado das eleições gerais. O premiê Benjamin Netanyahu reivindica vitória. O adversário dele também.

A última líder a ocupar uma posição importante no governo israelense foi a ex-chanceler Tzipi Livni. Em fevereiro, no entanto, ela anunciou a aposentadoria da vida política depois de constatar a perda total de influência de seu partido, o Hatnuah, que nem sequer participou das eleições. 

Dos 15 partidos que concorreram a vagas no Parlamento, apenas dois eram liderados exclusivamente por mulheres: Tamar Zandberg, do Meretz, teve 3,3% dos votos, elegendo quatro deputados, e Orly Levy-Abekasis, do Gesher, ficou em último lugar, com 1,75% dos votos e não conseguiu emplacar nenhum deputado.

Para Scheindlin, a última campanha eleitoral de Israel foi dominada pela imagem de machão criada pelos dois principais concorrentes, o general Benny Gantz e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. “Neste sentido, as eleições foram um retrocesso para as mulheres”, afirmou. A socióloga Hanna Herzog, da Universidade de Tel-Aviv, acredita que o novo populismo, que vem se espalhando por várias partes do mundo, combina mais com candidatos homens. “A política se tornou uma questão de força e de poder, muito mais que de valores”, afirmou.

JERUSALÉM - A Guerra do Yom Kippur, de 1973, deixou marcas profundas em Israel. Parte da culpa pelo desempenho ruim dos militares, no início do conflito, caiu nos ombros da premiê Golda Meir, até hoje a única mulher a comandar o país. Para as israelenses, a guerra também deixou à mostra a desigualdade de gênero

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho Foto: Jalaa Marey / AFP

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho. A Guerra do Yom Kippur, que durou algumas semanas, não teve o mesmo efeito. Quando os reservistas começaram a se apresentar nas frentes de batalha, a vida civil estancou. Fábricas, empresas, escritórios e escolas fecharam. O transporte público parou, porque as mulheres não dirigiam ônibus. Sem os homens, a economia israelense quase entrou em colapso. 

“A Guerra do Yom Kippur criou uma consciência sobre o que significava para as mulheres a divisão de papéis e qual era o seu lugar na sociedade”, disse Dahlia Scheindlin, analista do Instituto Israelense de Política Externa Regional. De acordo com ela, o Exército de Israel foi a primeira instituição a reagir à disparidade. “A aceitação de mulheres nas Forças Armadas, no entanto, sempre teve mais a ver com a necessidade de compensar a escassez de mão de obra do que a promoção da igualdade de gênero.”

Nas eleições da semana passada, 29 mulheres foram eleitas para o Parlamento de Israel – 24% do total de deputados, uma queda com relação aos 27% da legislatura anterior. O número é maior do que os 15% de representação parlamentar feminina no Brasil, igual ao índice nos EUA, mas bem menor do que o registrado em países da Europa Ocidental, que têm entre 30% e 40% de mulheres no Parlamento.

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Expectativa em Israel para o resultado das eleições gerais. O premiê Benjamin Netanyahu reivindica vitória. O adversário dele também.

A última líder a ocupar uma posição importante no governo israelense foi a ex-chanceler Tzipi Livni. Em fevereiro, no entanto, ela anunciou a aposentadoria da vida política depois de constatar a perda total de influência de seu partido, o Hatnuah, que nem sequer participou das eleições. 

Dos 15 partidos que concorreram a vagas no Parlamento, apenas dois eram liderados exclusivamente por mulheres: Tamar Zandberg, do Meretz, teve 3,3% dos votos, elegendo quatro deputados, e Orly Levy-Abekasis, do Gesher, ficou em último lugar, com 1,75% dos votos e não conseguiu emplacar nenhum deputado.

Para Scheindlin, a última campanha eleitoral de Israel foi dominada pela imagem de machão criada pelos dois principais concorrentes, o general Benny Gantz e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. “Neste sentido, as eleições foram um retrocesso para as mulheres”, afirmou. A socióloga Hanna Herzog, da Universidade de Tel-Aviv, acredita que o novo populismo, que vem se espalhando por várias partes do mundo, combina mais com candidatos homens. “A política se tornou uma questão de força e de poder, muito mais que de valores”, afirmou.

JERUSALÉM - A Guerra do Yom Kippur, de 1973, deixou marcas profundas em Israel. Parte da culpa pelo desempenho ruim dos militares, no início do conflito, caiu nos ombros da premiê Golda Meir, até hoje a única mulher a comandar o país. Para as israelenses, a guerra também deixou à mostra a desigualdade de gênero

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho Foto: Jalaa Marey / AFP

Na 2.ª Guerra, o alistamento masculino abriu espaço para as mulheres ocuparem o mercado de trabalho. A Guerra do Yom Kippur, que durou algumas semanas, não teve o mesmo efeito. Quando os reservistas começaram a se apresentar nas frentes de batalha, a vida civil estancou. Fábricas, empresas, escritórios e escolas fecharam. O transporte público parou, porque as mulheres não dirigiam ônibus. Sem os homens, a economia israelense quase entrou em colapso. 

“A Guerra do Yom Kippur criou uma consciência sobre o que significava para as mulheres a divisão de papéis e qual era o seu lugar na sociedade”, disse Dahlia Scheindlin, analista do Instituto Israelense de Política Externa Regional. De acordo com ela, o Exército de Israel foi a primeira instituição a reagir à disparidade. “A aceitação de mulheres nas Forças Armadas, no entanto, sempre teve mais a ver com a necessidade de compensar a escassez de mão de obra do que a promoção da igualdade de gênero.”

Nas eleições da semana passada, 29 mulheres foram eleitas para o Parlamento de Israel – 24% do total de deputados, uma queda com relação aos 27% da legislatura anterior. O número é maior do que os 15% de representação parlamentar feminina no Brasil, igual ao índice nos EUA, mas bem menor do que o registrado em países da Europa Ocidental, que têm entre 30% e 40% de mulheres no Parlamento.

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A última líder a ocupar uma posição importante no governo israelense foi a ex-chanceler Tzipi Livni. Em fevereiro, no entanto, ela anunciou a aposentadoria da vida política depois de constatar a perda total de influência de seu partido, o Hatnuah, que nem sequer participou das eleições. 

Dos 15 partidos que concorreram a vagas no Parlamento, apenas dois eram liderados exclusivamente por mulheres: Tamar Zandberg, do Meretz, teve 3,3% dos votos, elegendo quatro deputados, e Orly Levy-Abekasis, do Gesher, ficou em último lugar, com 1,75% dos votos e não conseguiu emplacar nenhum deputado.

Para Scheindlin, a última campanha eleitoral de Israel foi dominada pela imagem de machão criada pelos dois principais concorrentes, o general Benny Gantz e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. “Neste sentido, as eleições foram um retrocesso para as mulheres”, afirmou. A socióloga Hanna Herzog, da Universidade de Tel-Aviv, acredita que o novo populismo, que vem se espalhando por várias partes do mundo, combina mais com candidatos homens. “A política se tornou uma questão de força e de poder, muito mais que de valores”, afirmou.

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