O que cada país vai enviar à Ucrânia; entenda a nova remessa de armas ocidentais


Armamento mais elaborado pode mudar equilíbrio na frente de batalha contra a Rússia

Por Ellen Francis, Adam Taylor, Samuel Granados e Naomi Schanen
Atualização:

KEIV - Uma nova onda de armas cada vez mais elaboradas dos países ocidentais pode mudar o equilíbrio no campo de batalha na Ucrânia, pois os principais apoiadores de Kiev concordam com pedidos sucessivos que antes os fizeram hesitar.

continua após a publicidade

O controle do terreno e as condições de combate mudaram nos últimos meses, com os aliados da Ucrânia recalibrando suas preocupações de uma escalada mais ampla com a Rússia. A Ucrânia aumentou seus pedidos de ajuda, com base na confiança que ganhou na luta com as armas ocidentais que dominaram seus pedidos no início da guerra, incluindo mísseis antitanque Javelin, drones e lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em ingês).

De tanques a sistemas de defesa aérea, espera-se que as armas fabricadas nos EUA e na Europa complementem ou substituam a tecnologia da era soviética em uso pelas forças ucranianas e permitam que elas usem munição fabricada no Ocidente. As entregas podem trazer uma vantagem significativa para Kiev, embora especialistas alertem que ainda existem obstáculos técnicos e logísticos a serem superados.

continua após a publicidade

Aqui está um guia para algumas das principais armas e veículos que os aliados da Ucrânia concordaram em enviar recentemente.

Estados Unidos

Em meio a um esforço para armar a Ucrânia com tanques mais modernos, os Estados Unidos anunciaram em janeiro planos para enviar 31 tanques M1A2 Abrams. O principal tanque de guerra dos EUA, cuja versão original entrou em ação em 1980, é considerado um dos mais poderosos do mundo. As atualizações incluem camadas de armadura de urânio empobrecido que fornecem maior proteção à tripulação interna.

continua após a publicidade

O governo Biden alertou anteriormente que os tanques fabricados nos EUA poderiam apresentar dificuldades de manutenção e treinamento para a Ucrânia, observando que o motor multicombustível geralmente funciona com combustível de aviação, o que pode ser difícil de fornecer.

Tanques americanos Abrams, que farão parte do arsenal da Ucrância na guerra contra a Rússia Foto: Valda Kalnina/EFE

Os Estados Unidos também prometeram em janeiro fornecer dois tipos de veículos blindados para a Ucrânia: 90 veículos blindados Stryker e 109 veículos de combate Bradley. O Washington Post descreveu o Bradley em 1991como “meio tanque, meio táxi”. É um veículo sobre esteiras, projetado para transportar e apoiar soldados de infantaria e pode ser equipado com um lançador de mísseis antitanque.

continua após a publicidade

Os Strykers, que são veículos com rodas, são projetados para transportar os soldados mais rapidamente, com a variante mais comum capaz de transportar um esquadrão de nove pessoas junto com um motorista e comandante do veículo. Eles têm armadura e armamento mais leves que o Bradley e o Abrams e podem ficar presos em condições lamacentas.

Em dezembro, Washington também concordou em dar à Ucrânia uma bateria de defesa aérea Patriot. A um custo estimado de aproximadamente US$ 1 bilhão, o sistema de mísseis guiados terra-ar pode rastrear e atingir armas inimigas, como mísseis balísticos.

Alemanha

continua após a publicidade

No mesmo dia em que os Estados Unidos declararam que enviariam os tanques Abrams, a Alemanha disse que entregaria 14 tanques principais de batalha Leopard 2A6 de seus próprios estoques para a Ucrânia.

A decisão acompanhou uma discussão entre os aliados sobre os tanques de fabricação alemã, que são amplamente exportados na Europa. Berlim tem a palavra final sobre a autorização de reexportação, e as autoridades alemãs relutavam em despachar os Leopards, a menos que os Estados Unidos também se comprometessem a enviar tanques Abrams.

Tanque Leopard 2, da Alemanha; reputação é de ser uma das melhores armas do mundo Foto: Michael Sohn/AP Photo
continua após a publicidade

Mais de 2 mil tanques Leopard são de propriedade de exércitos em toda a Europa, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Alemanha disse que permitirá que outros países, como Polônia, Noruega e Espanha, enviem seus próprios tanques Leopard, com o objetivo de montar dois batalhões na Ucrânia.

O Leopard 2 foi atualizado desde sua introdução em 1979, ganhando a reputação de um dos melhores tanques de batalha do mundo. Ele tem um motor a diesel e seus modelos mais novos não são tão pesados quanto os tanques Abrams americanos mais recentes.

Polônia

Como um dos países que instou a Alemanha a liberar os tanques Leopard, a Polônia prometeu enviar 14 deles.

A Polônia já forneceu tanques mais antigos da era soviética. Seu primeiro-ministro disse em janeiro que seu país, que faz fronteira com a Ucrânia a oeste, enviou quase 250 tanques no início da guerra.

Varsóvia também anunciou que entregará 30 tanques PT-91 Twardy, uma versão modernizada do T-72 da era soviética que usa componentes produzidos quase inteiramente no país.

A Polônia insta os aliados a se juntarem a ela no envio de tanques Leopard para a Ucrânia

França

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em janeiro que o país enviaria seus veículos blindados AMX-10 RC. Embora às vezes seja chamado de “tanque leve”, o AMX-10 RC funciona sobre rodas em vez de esteiras e não possui a mesma proteção dos tanques. Ele pode se mover rapidamente, no entanto, e seu grande canhão deu a ele a reputação de “assassino de tanques”. Ele foi projetado principalmente para missões de reconhecimento durante a Guerra Fria, e a França planeja eliminá-lo gradualmente.

Espera-se também que a França forneça outro tipo de veículo blindado: veículos blindados Bastion. Esses veículos modernos com tração nas quatro rodas destinam-se principalmente a transportar as tropas e podem acomodar até oito soldados de infantaria.

No final do ano passado, a França concordou em fornecer à Ucrânia duas baterias de defesa aérea Crotale: sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e para qualquer clima que podem ser particularmente úteis para interceptar mísseis de cruzeiro russos.

Reino Unido

No início de janeiro, o Reino Unido se tornou o primeiro país a prometer tanques pesados de batalha ocidentais, oferecendo 14 tanques Challenger 2. Embora esteja entre os tanques mais modernos que estarão disponíveis para a Ucrânia, este tanque de fabricação britânica é considerado particularmente pesado.

Tanque britânico Challenger (à esq.) seguido por um Abrams americano; ajuda de países ocidentais Foto: Valda Kalnina/EFE/EPA

O Reino Unido também anunciou que enviaria sistemas de artilharia autopropulsada AS90 para a Ucrânia. Esses obuses, produzidos na década de 1990 para o exército britânico e usados na Guerra do Iraque, estão prestes a ser substituídos na Grã-Bretanha, mas podem fornecer apoio significativo a tanques e infantaria com fogo de alcance relativamente longo. | TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

KEIV - Uma nova onda de armas cada vez mais elaboradas dos países ocidentais pode mudar o equilíbrio no campo de batalha na Ucrânia, pois os principais apoiadores de Kiev concordam com pedidos sucessivos que antes os fizeram hesitar.

O controle do terreno e as condições de combate mudaram nos últimos meses, com os aliados da Ucrânia recalibrando suas preocupações de uma escalada mais ampla com a Rússia. A Ucrânia aumentou seus pedidos de ajuda, com base na confiança que ganhou na luta com as armas ocidentais que dominaram seus pedidos no início da guerra, incluindo mísseis antitanque Javelin, drones e lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em ingês).

De tanques a sistemas de defesa aérea, espera-se que as armas fabricadas nos EUA e na Europa complementem ou substituam a tecnologia da era soviética em uso pelas forças ucranianas e permitam que elas usem munição fabricada no Ocidente. As entregas podem trazer uma vantagem significativa para Kiev, embora especialistas alertem que ainda existem obstáculos técnicos e logísticos a serem superados.

Aqui está um guia para algumas das principais armas e veículos que os aliados da Ucrânia concordaram em enviar recentemente.

Estados Unidos

Em meio a um esforço para armar a Ucrânia com tanques mais modernos, os Estados Unidos anunciaram em janeiro planos para enviar 31 tanques M1A2 Abrams. O principal tanque de guerra dos EUA, cuja versão original entrou em ação em 1980, é considerado um dos mais poderosos do mundo. As atualizações incluem camadas de armadura de urânio empobrecido que fornecem maior proteção à tripulação interna.

O governo Biden alertou anteriormente que os tanques fabricados nos EUA poderiam apresentar dificuldades de manutenção e treinamento para a Ucrânia, observando que o motor multicombustível geralmente funciona com combustível de aviação, o que pode ser difícil de fornecer.

Tanques americanos Abrams, que farão parte do arsenal da Ucrância na guerra contra a Rússia Foto: Valda Kalnina/EFE

Os Estados Unidos também prometeram em janeiro fornecer dois tipos de veículos blindados para a Ucrânia: 90 veículos blindados Stryker e 109 veículos de combate Bradley. O Washington Post descreveu o Bradley em 1991como “meio tanque, meio táxi”. É um veículo sobre esteiras, projetado para transportar e apoiar soldados de infantaria e pode ser equipado com um lançador de mísseis antitanque.

Os Strykers, que são veículos com rodas, são projetados para transportar os soldados mais rapidamente, com a variante mais comum capaz de transportar um esquadrão de nove pessoas junto com um motorista e comandante do veículo. Eles têm armadura e armamento mais leves que o Bradley e o Abrams e podem ficar presos em condições lamacentas.

Em dezembro, Washington também concordou em dar à Ucrânia uma bateria de defesa aérea Patriot. A um custo estimado de aproximadamente US$ 1 bilhão, o sistema de mísseis guiados terra-ar pode rastrear e atingir armas inimigas, como mísseis balísticos.

Alemanha

No mesmo dia em que os Estados Unidos declararam que enviariam os tanques Abrams, a Alemanha disse que entregaria 14 tanques principais de batalha Leopard 2A6 de seus próprios estoques para a Ucrânia.

A decisão acompanhou uma discussão entre os aliados sobre os tanques de fabricação alemã, que são amplamente exportados na Europa. Berlim tem a palavra final sobre a autorização de reexportação, e as autoridades alemãs relutavam em despachar os Leopards, a menos que os Estados Unidos também se comprometessem a enviar tanques Abrams.

Tanque Leopard 2, da Alemanha; reputação é de ser uma das melhores armas do mundo Foto: Michael Sohn/AP Photo

Mais de 2 mil tanques Leopard são de propriedade de exércitos em toda a Europa, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Alemanha disse que permitirá que outros países, como Polônia, Noruega e Espanha, enviem seus próprios tanques Leopard, com o objetivo de montar dois batalhões na Ucrânia.

O Leopard 2 foi atualizado desde sua introdução em 1979, ganhando a reputação de um dos melhores tanques de batalha do mundo. Ele tem um motor a diesel e seus modelos mais novos não são tão pesados quanto os tanques Abrams americanos mais recentes.

Polônia

Como um dos países que instou a Alemanha a liberar os tanques Leopard, a Polônia prometeu enviar 14 deles.

A Polônia já forneceu tanques mais antigos da era soviética. Seu primeiro-ministro disse em janeiro que seu país, que faz fronteira com a Ucrânia a oeste, enviou quase 250 tanques no início da guerra.

Varsóvia também anunciou que entregará 30 tanques PT-91 Twardy, uma versão modernizada do T-72 da era soviética que usa componentes produzidos quase inteiramente no país.

A Polônia insta os aliados a se juntarem a ela no envio de tanques Leopard para a Ucrânia

França

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em janeiro que o país enviaria seus veículos blindados AMX-10 RC. Embora às vezes seja chamado de “tanque leve”, o AMX-10 RC funciona sobre rodas em vez de esteiras e não possui a mesma proteção dos tanques. Ele pode se mover rapidamente, no entanto, e seu grande canhão deu a ele a reputação de “assassino de tanques”. Ele foi projetado principalmente para missões de reconhecimento durante a Guerra Fria, e a França planeja eliminá-lo gradualmente.

Espera-se também que a França forneça outro tipo de veículo blindado: veículos blindados Bastion. Esses veículos modernos com tração nas quatro rodas destinam-se principalmente a transportar as tropas e podem acomodar até oito soldados de infantaria.

No final do ano passado, a França concordou em fornecer à Ucrânia duas baterias de defesa aérea Crotale: sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e para qualquer clima que podem ser particularmente úteis para interceptar mísseis de cruzeiro russos.

Reino Unido

No início de janeiro, o Reino Unido se tornou o primeiro país a prometer tanques pesados de batalha ocidentais, oferecendo 14 tanques Challenger 2. Embora esteja entre os tanques mais modernos que estarão disponíveis para a Ucrânia, este tanque de fabricação britânica é considerado particularmente pesado.

Tanque britânico Challenger (à esq.) seguido por um Abrams americano; ajuda de países ocidentais Foto: Valda Kalnina/EFE/EPA

O Reino Unido também anunciou que enviaria sistemas de artilharia autopropulsada AS90 para a Ucrânia. Esses obuses, produzidos na década de 1990 para o exército britânico e usados na Guerra do Iraque, estão prestes a ser substituídos na Grã-Bretanha, mas podem fornecer apoio significativo a tanques e infantaria com fogo de alcance relativamente longo. | TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

KEIV - Uma nova onda de armas cada vez mais elaboradas dos países ocidentais pode mudar o equilíbrio no campo de batalha na Ucrânia, pois os principais apoiadores de Kiev concordam com pedidos sucessivos que antes os fizeram hesitar.

O controle do terreno e as condições de combate mudaram nos últimos meses, com os aliados da Ucrânia recalibrando suas preocupações de uma escalada mais ampla com a Rússia. A Ucrânia aumentou seus pedidos de ajuda, com base na confiança que ganhou na luta com as armas ocidentais que dominaram seus pedidos no início da guerra, incluindo mísseis antitanque Javelin, drones e lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em ingês).

De tanques a sistemas de defesa aérea, espera-se que as armas fabricadas nos EUA e na Europa complementem ou substituam a tecnologia da era soviética em uso pelas forças ucranianas e permitam que elas usem munição fabricada no Ocidente. As entregas podem trazer uma vantagem significativa para Kiev, embora especialistas alertem que ainda existem obstáculos técnicos e logísticos a serem superados.

Aqui está um guia para algumas das principais armas e veículos que os aliados da Ucrânia concordaram em enviar recentemente.

Estados Unidos

Em meio a um esforço para armar a Ucrânia com tanques mais modernos, os Estados Unidos anunciaram em janeiro planos para enviar 31 tanques M1A2 Abrams. O principal tanque de guerra dos EUA, cuja versão original entrou em ação em 1980, é considerado um dos mais poderosos do mundo. As atualizações incluem camadas de armadura de urânio empobrecido que fornecem maior proteção à tripulação interna.

O governo Biden alertou anteriormente que os tanques fabricados nos EUA poderiam apresentar dificuldades de manutenção e treinamento para a Ucrânia, observando que o motor multicombustível geralmente funciona com combustível de aviação, o que pode ser difícil de fornecer.

Tanques americanos Abrams, que farão parte do arsenal da Ucrância na guerra contra a Rússia Foto: Valda Kalnina/EFE

Os Estados Unidos também prometeram em janeiro fornecer dois tipos de veículos blindados para a Ucrânia: 90 veículos blindados Stryker e 109 veículos de combate Bradley. O Washington Post descreveu o Bradley em 1991como “meio tanque, meio táxi”. É um veículo sobre esteiras, projetado para transportar e apoiar soldados de infantaria e pode ser equipado com um lançador de mísseis antitanque.

Os Strykers, que são veículos com rodas, são projetados para transportar os soldados mais rapidamente, com a variante mais comum capaz de transportar um esquadrão de nove pessoas junto com um motorista e comandante do veículo. Eles têm armadura e armamento mais leves que o Bradley e o Abrams e podem ficar presos em condições lamacentas.

Em dezembro, Washington também concordou em dar à Ucrânia uma bateria de defesa aérea Patriot. A um custo estimado de aproximadamente US$ 1 bilhão, o sistema de mísseis guiados terra-ar pode rastrear e atingir armas inimigas, como mísseis balísticos.

Alemanha

No mesmo dia em que os Estados Unidos declararam que enviariam os tanques Abrams, a Alemanha disse que entregaria 14 tanques principais de batalha Leopard 2A6 de seus próprios estoques para a Ucrânia.

A decisão acompanhou uma discussão entre os aliados sobre os tanques de fabricação alemã, que são amplamente exportados na Europa. Berlim tem a palavra final sobre a autorização de reexportação, e as autoridades alemãs relutavam em despachar os Leopards, a menos que os Estados Unidos também se comprometessem a enviar tanques Abrams.

Tanque Leopard 2, da Alemanha; reputação é de ser uma das melhores armas do mundo Foto: Michael Sohn/AP Photo

Mais de 2 mil tanques Leopard são de propriedade de exércitos em toda a Europa, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Alemanha disse que permitirá que outros países, como Polônia, Noruega e Espanha, enviem seus próprios tanques Leopard, com o objetivo de montar dois batalhões na Ucrânia.

O Leopard 2 foi atualizado desde sua introdução em 1979, ganhando a reputação de um dos melhores tanques de batalha do mundo. Ele tem um motor a diesel e seus modelos mais novos não são tão pesados quanto os tanques Abrams americanos mais recentes.

Polônia

Como um dos países que instou a Alemanha a liberar os tanques Leopard, a Polônia prometeu enviar 14 deles.

A Polônia já forneceu tanques mais antigos da era soviética. Seu primeiro-ministro disse em janeiro que seu país, que faz fronteira com a Ucrânia a oeste, enviou quase 250 tanques no início da guerra.

Varsóvia também anunciou que entregará 30 tanques PT-91 Twardy, uma versão modernizada do T-72 da era soviética que usa componentes produzidos quase inteiramente no país.

A Polônia insta os aliados a se juntarem a ela no envio de tanques Leopard para a Ucrânia

França

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em janeiro que o país enviaria seus veículos blindados AMX-10 RC. Embora às vezes seja chamado de “tanque leve”, o AMX-10 RC funciona sobre rodas em vez de esteiras e não possui a mesma proteção dos tanques. Ele pode se mover rapidamente, no entanto, e seu grande canhão deu a ele a reputação de “assassino de tanques”. Ele foi projetado principalmente para missões de reconhecimento durante a Guerra Fria, e a França planeja eliminá-lo gradualmente.

Espera-se também que a França forneça outro tipo de veículo blindado: veículos blindados Bastion. Esses veículos modernos com tração nas quatro rodas destinam-se principalmente a transportar as tropas e podem acomodar até oito soldados de infantaria.

No final do ano passado, a França concordou em fornecer à Ucrânia duas baterias de defesa aérea Crotale: sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e para qualquer clima que podem ser particularmente úteis para interceptar mísseis de cruzeiro russos.

Reino Unido

No início de janeiro, o Reino Unido se tornou o primeiro país a prometer tanques pesados de batalha ocidentais, oferecendo 14 tanques Challenger 2. Embora esteja entre os tanques mais modernos que estarão disponíveis para a Ucrânia, este tanque de fabricação britânica é considerado particularmente pesado.

Tanque britânico Challenger (à esq.) seguido por um Abrams americano; ajuda de países ocidentais Foto: Valda Kalnina/EFE/EPA

O Reino Unido também anunciou que enviaria sistemas de artilharia autopropulsada AS90 para a Ucrânia. Esses obuses, produzidos na década de 1990 para o exército britânico e usados na Guerra do Iraque, estão prestes a ser substituídos na Grã-Bretanha, mas podem fornecer apoio significativo a tanques e infantaria com fogo de alcance relativamente longo. | TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

KEIV - Uma nova onda de armas cada vez mais elaboradas dos países ocidentais pode mudar o equilíbrio no campo de batalha na Ucrânia, pois os principais apoiadores de Kiev concordam com pedidos sucessivos que antes os fizeram hesitar.

O controle do terreno e as condições de combate mudaram nos últimos meses, com os aliados da Ucrânia recalibrando suas preocupações de uma escalada mais ampla com a Rússia. A Ucrânia aumentou seus pedidos de ajuda, com base na confiança que ganhou na luta com as armas ocidentais que dominaram seus pedidos no início da guerra, incluindo mísseis antitanque Javelin, drones e lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em ingês).

De tanques a sistemas de defesa aérea, espera-se que as armas fabricadas nos EUA e na Europa complementem ou substituam a tecnologia da era soviética em uso pelas forças ucranianas e permitam que elas usem munição fabricada no Ocidente. As entregas podem trazer uma vantagem significativa para Kiev, embora especialistas alertem que ainda existem obstáculos técnicos e logísticos a serem superados.

Aqui está um guia para algumas das principais armas e veículos que os aliados da Ucrânia concordaram em enviar recentemente.

Estados Unidos

Em meio a um esforço para armar a Ucrânia com tanques mais modernos, os Estados Unidos anunciaram em janeiro planos para enviar 31 tanques M1A2 Abrams. O principal tanque de guerra dos EUA, cuja versão original entrou em ação em 1980, é considerado um dos mais poderosos do mundo. As atualizações incluem camadas de armadura de urânio empobrecido que fornecem maior proteção à tripulação interna.

O governo Biden alertou anteriormente que os tanques fabricados nos EUA poderiam apresentar dificuldades de manutenção e treinamento para a Ucrânia, observando que o motor multicombustível geralmente funciona com combustível de aviação, o que pode ser difícil de fornecer.

Tanques americanos Abrams, que farão parte do arsenal da Ucrância na guerra contra a Rússia Foto: Valda Kalnina/EFE

Os Estados Unidos também prometeram em janeiro fornecer dois tipos de veículos blindados para a Ucrânia: 90 veículos blindados Stryker e 109 veículos de combate Bradley. O Washington Post descreveu o Bradley em 1991como “meio tanque, meio táxi”. É um veículo sobre esteiras, projetado para transportar e apoiar soldados de infantaria e pode ser equipado com um lançador de mísseis antitanque.

Os Strykers, que são veículos com rodas, são projetados para transportar os soldados mais rapidamente, com a variante mais comum capaz de transportar um esquadrão de nove pessoas junto com um motorista e comandante do veículo. Eles têm armadura e armamento mais leves que o Bradley e o Abrams e podem ficar presos em condições lamacentas.

Em dezembro, Washington também concordou em dar à Ucrânia uma bateria de defesa aérea Patriot. A um custo estimado de aproximadamente US$ 1 bilhão, o sistema de mísseis guiados terra-ar pode rastrear e atingir armas inimigas, como mísseis balísticos.

Alemanha

No mesmo dia em que os Estados Unidos declararam que enviariam os tanques Abrams, a Alemanha disse que entregaria 14 tanques principais de batalha Leopard 2A6 de seus próprios estoques para a Ucrânia.

A decisão acompanhou uma discussão entre os aliados sobre os tanques de fabricação alemã, que são amplamente exportados na Europa. Berlim tem a palavra final sobre a autorização de reexportação, e as autoridades alemãs relutavam em despachar os Leopards, a menos que os Estados Unidos também se comprometessem a enviar tanques Abrams.

Tanque Leopard 2, da Alemanha; reputação é de ser uma das melhores armas do mundo Foto: Michael Sohn/AP Photo

Mais de 2 mil tanques Leopard são de propriedade de exércitos em toda a Europa, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Alemanha disse que permitirá que outros países, como Polônia, Noruega e Espanha, enviem seus próprios tanques Leopard, com o objetivo de montar dois batalhões na Ucrânia.

O Leopard 2 foi atualizado desde sua introdução em 1979, ganhando a reputação de um dos melhores tanques de batalha do mundo. Ele tem um motor a diesel e seus modelos mais novos não são tão pesados quanto os tanques Abrams americanos mais recentes.

Polônia

Como um dos países que instou a Alemanha a liberar os tanques Leopard, a Polônia prometeu enviar 14 deles.

A Polônia já forneceu tanques mais antigos da era soviética. Seu primeiro-ministro disse em janeiro que seu país, que faz fronteira com a Ucrânia a oeste, enviou quase 250 tanques no início da guerra.

Varsóvia também anunciou que entregará 30 tanques PT-91 Twardy, uma versão modernizada do T-72 da era soviética que usa componentes produzidos quase inteiramente no país.

A Polônia insta os aliados a se juntarem a ela no envio de tanques Leopard para a Ucrânia

França

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em janeiro que o país enviaria seus veículos blindados AMX-10 RC. Embora às vezes seja chamado de “tanque leve”, o AMX-10 RC funciona sobre rodas em vez de esteiras e não possui a mesma proteção dos tanques. Ele pode se mover rapidamente, no entanto, e seu grande canhão deu a ele a reputação de “assassino de tanques”. Ele foi projetado principalmente para missões de reconhecimento durante a Guerra Fria, e a França planeja eliminá-lo gradualmente.

Espera-se também que a França forneça outro tipo de veículo blindado: veículos blindados Bastion. Esses veículos modernos com tração nas quatro rodas destinam-se principalmente a transportar as tropas e podem acomodar até oito soldados de infantaria.

No final do ano passado, a França concordou em fornecer à Ucrânia duas baterias de defesa aérea Crotale: sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e para qualquer clima que podem ser particularmente úteis para interceptar mísseis de cruzeiro russos.

Reino Unido

No início de janeiro, o Reino Unido se tornou o primeiro país a prometer tanques pesados de batalha ocidentais, oferecendo 14 tanques Challenger 2. Embora esteja entre os tanques mais modernos que estarão disponíveis para a Ucrânia, este tanque de fabricação britânica é considerado particularmente pesado.

Tanque britânico Challenger (à esq.) seguido por um Abrams americano; ajuda de países ocidentais Foto: Valda Kalnina/EFE/EPA

O Reino Unido também anunciou que enviaria sistemas de artilharia autopropulsada AS90 para a Ucrânia. Esses obuses, produzidos na década de 1990 para o exército britânico e usados na Guerra do Iraque, estão prestes a ser substituídos na Grã-Bretanha, mas podem fornecer apoio significativo a tanques e infantaria com fogo de alcance relativamente longo. | TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

KEIV - Uma nova onda de armas cada vez mais elaboradas dos países ocidentais pode mudar o equilíbrio no campo de batalha na Ucrânia, pois os principais apoiadores de Kiev concordam com pedidos sucessivos que antes os fizeram hesitar.

O controle do terreno e as condições de combate mudaram nos últimos meses, com os aliados da Ucrânia recalibrando suas preocupações de uma escalada mais ampla com a Rússia. A Ucrânia aumentou seus pedidos de ajuda, com base na confiança que ganhou na luta com as armas ocidentais que dominaram seus pedidos no início da guerra, incluindo mísseis antitanque Javelin, drones e lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars, na sigla em ingês).

De tanques a sistemas de defesa aérea, espera-se que as armas fabricadas nos EUA e na Europa complementem ou substituam a tecnologia da era soviética em uso pelas forças ucranianas e permitam que elas usem munição fabricada no Ocidente. As entregas podem trazer uma vantagem significativa para Kiev, embora especialistas alertem que ainda existem obstáculos técnicos e logísticos a serem superados.

Aqui está um guia para algumas das principais armas e veículos que os aliados da Ucrânia concordaram em enviar recentemente.

Estados Unidos

Em meio a um esforço para armar a Ucrânia com tanques mais modernos, os Estados Unidos anunciaram em janeiro planos para enviar 31 tanques M1A2 Abrams. O principal tanque de guerra dos EUA, cuja versão original entrou em ação em 1980, é considerado um dos mais poderosos do mundo. As atualizações incluem camadas de armadura de urânio empobrecido que fornecem maior proteção à tripulação interna.

O governo Biden alertou anteriormente que os tanques fabricados nos EUA poderiam apresentar dificuldades de manutenção e treinamento para a Ucrânia, observando que o motor multicombustível geralmente funciona com combustível de aviação, o que pode ser difícil de fornecer.

Tanques americanos Abrams, que farão parte do arsenal da Ucrância na guerra contra a Rússia Foto: Valda Kalnina/EFE

Os Estados Unidos também prometeram em janeiro fornecer dois tipos de veículos blindados para a Ucrânia: 90 veículos blindados Stryker e 109 veículos de combate Bradley. O Washington Post descreveu o Bradley em 1991como “meio tanque, meio táxi”. É um veículo sobre esteiras, projetado para transportar e apoiar soldados de infantaria e pode ser equipado com um lançador de mísseis antitanque.

Os Strykers, que são veículos com rodas, são projetados para transportar os soldados mais rapidamente, com a variante mais comum capaz de transportar um esquadrão de nove pessoas junto com um motorista e comandante do veículo. Eles têm armadura e armamento mais leves que o Bradley e o Abrams e podem ficar presos em condições lamacentas.

Em dezembro, Washington também concordou em dar à Ucrânia uma bateria de defesa aérea Patriot. A um custo estimado de aproximadamente US$ 1 bilhão, o sistema de mísseis guiados terra-ar pode rastrear e atingir armas inimigas, como mísseis balísticos.

Alemanha

No mesmo dia em que os Estados Unidos declararam que enviariam os tanques Abrams, a Alemanha disse que entregaria 14 tanques principais de batalha Leopard 2A6 de seus próprios estoques para a Ucrânia.

A decisão acompanhou uma discussão entre os aliados sobre os tanques de fabricação alemã, que são amplamente exportados na Europa. Berlim tem a palavra final sobre a autorização de reexportação, e as autoridades alemãs relutavam em despachar os Leopards, a menos que os Estados Unidos também se comprometessem a enviar tanques Abrams.

Tanque Leopard 2, da Alemanha; reputação é de ser uma das melhores armas do mundo Foto: Michael Sohn/AP Photo

Mais de 2 mil tanques Leopard são de propriedade de exércitos em toda a Europa, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Alemanha disse que permitirá que outros países, como Polônia, Noruega e Espanha, enviem seus próprios tanques Leopard, com o objetivo de montar dois batalhões na Ucrânia.

O Leopard 2 foi atualizado desde sua introdução em 1979, ganhando a reputação de um dos melhores tanques de batalha do mundo. Ele tem um motor a diesel e seus modelos mais novos não são tão pesados quanto os tanques Abrams americanos mais recentes.

Polônia

Como um dos países que instou a Alemanha a liberar os tanques Leopard, a Polônia prometeu enviar 14 deles.

A Polônia já forneceu tanques mais antigos da era soviética. Seu primeiro-ministro disse em janeiro que seu país, que faz fronteira com a Ucrânia a oeste, enviou quase 250 tanques no início da guerra.

Varsóvia também anunciou que entregará 30 tanques PT-91 Twardy, uma versão modernizada do T-72 da era soviética que usa componentes produzidos quase inteiramente no país.

A Polônia insta os aliados a se juntarem a ela no envio de tanques Leopard para a Ucrânia

França

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em janeiro que o país enviaria seus veículos blindados AMX-10 RC. Embora às vezes seja chamado de “tanque leve”, o AMX-10 RC funciona sobre rodas em vez de esteiras e não possui a mesma proteção dos tanques. Ele pode se mover rapidamente, no entanto, e seu grande canhão deu a ele a reputação de “assassino de tanques”. Ele foi projetado principalmente para missões de reconhecimento durante a Guerra Fria, e a França planeja eliminá-lo gradualmente.

Espera-se também que a França forneça outro tipo de veículo blindado: veículos blindados Bastion. Esses veículos modernos com tração nas quatro rodas destinam-se principalmente a transportar as tropas e podem acomodar até oito soldados de infantaria.

No final do ano passado, a França concordou em fornecer à Ucrânia duas baterias de defesa aérea Crotale: sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e para qualquer clima que podem ser particularmente úteis para interceptar mísseis de cruzeiro russos.

Reino Unido

No início de janeiro, o Reino Unido se tornou o primeiro país a prometer tanques pesados de batalha ocidentais, oferecendo 14 tanques Challenger 2. Embora esteja entre os tanques mais modernos que estarão disponíveis para a Ucrânia, este tanque de fabricação britânica é considerado particularmente pesado.

Tanque britânico Challenger (à esq.) seguido por um Abrams americano; ajuda de países ocidentais Foto: Valda Kalnina/EFE/EPA

O Reino Unido também anunciou que enviaria sistemas de artilharia autopropulsada AS90 para a Ucrânia. Esses obuses, produzidos na década de 1990 para o exército britânico e usados na Guerra do Iraque, estão prestes a ser substituídos na Grã-Bretanha, mas podem fornecer apoio significativo a tanques e infantaria com fogo de alcance relativamente longo. | TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.