‘Você sobreviveria 72 horas?’ O que dizem manuais criados por países europeus sobre eventual guerra


Suécia e Finlândia fornecem instruções para suas populações estarem preparadas caso uma guerra se espalhe pela Europa; há recomendações sobre como estocar alimentos e onde se abrigar, entre outras

Por Redação

Países europeus estão divulgando instruções para seus cidadãos sobre o que fazer no caso de uma eventual guerra ou de outras possíveis crises, como ameaças relacionadas a terrorismo, questões de segurança cibernética ou à emergência climática. Em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, a Suécia e a Finlândia, que recentemente abandonaram a neutralidade e se juntaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atualizaram seus manuais de preparação civil sobre como sobreviver em meio à guerra e outras situações. Veja a seguir quais recomendações os países europeus estão fazendo a seus cidadãos.

Imagem na capa do manual 'If Crisis or War Comes', distribuído pelo governo da Suécia aos seus cidadãos.  Foto: Reprodução/rib.msb.se

Suécia

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A Suécia está distribuindo para sua população um panfleto de 32 páginas intitulado “If Crisis or War Comes” (Se a crise ou a guerra vierem, em português). O documento foi atualizado em relação à sua versão anterior, publicada em 2018. Segundo a emissora britânica BBC, suecos estão familiarizados com esses panfletos de informação pública há muito tempo, já que o primeiro foi emitido na Segunda Guerra Mundial e atualizado durante a Guerra Fria.

O guia sueco classifica a guerra como “a maior ameaça à nossa liberdade”, mas também chama a atenção para outros problemas, como ataques cibernéticos, campanhas de desinformação, terrorismo, sabotagem, eventos climáticos extremos, patógenos perigosos e crime organizado.

O panfleto atualizado traz instruções sobre onde se esconder no caso de um ataque aéreo, além dos abrigos: porões, garagens e estações de metrô subterrâneas. O texto orienta que túneis e muros também podem oferecer alguma proteção e que estar dentro de casa é melhor do que ao ar livre - se você estiver do lado de fora e não houver tempo, é melhor deitar no chão, de preferência em um fosso ou vala.

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“Proteja-se da mesma forma que em um ataque aéreo. Abrigos fornecem a melhor proteção. Depois de alguns dias, a radiação diminui drasticamente”, o texto orienta sobre ataques nucleares. O guia ainda tem informações sobre sistemas de alerta, ataques terroristas, segurança digital, como parar sangramentos, como falar com as crianças nessas situações, o que fazer se tiver animais de estimação, como usar o banheiro se não houver água, entre inúmeros outros tópicos.

No capítulo sobre “Preparação para casa”, o manual afirma: “você contribui para nossa preparação coletiva se conseguir se virar sozinho por pelo menos uma semana”. É recomendado estocar água (e verificar anualmente para ver se ainda é seguro); ter roupas quentes, cobertores, colchonetes e sacos de dormir; obter fontes alternativas de calor que não requerem eletricidade; manter um rádio a bateria; e armazenar comida nutritiva e que possa ser guardada com segurança em temperatura ambiente, como não perecíveis e produtos enlatados.

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Finlândia

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, lançou um guia on-line chamado “Preparing for incidents and crises” (Preparando-se para incidentes e crises, em português). O manual oferece aos seus habitantes informações sobre o que fazer no caso de “um incidente que afeta a sua vida cotidiana”, como epidemias e pandemias, incidentes cibernéticos, fenômenos naturais, acidentes graves, falta de água e energia, incêndios florestais, tempestades e enchentes, terrorismo e conflito militar.

As recomendações para os finlandeses incluem estocar água engarrafada e alimentos prontos para comer e fáceis de cozinhar, bem como medicamentos essenciais (sem esquecer de armazenar comida e água suficientes também para animais de estimação); manter um rádio a bateria ou pilhas, lanternas ou lâmpadas que não usem energia elétrica, além de uma fonte de alimentação reserva carregada; e ter em mãos suprimentos de higiene que permitem a limpeza sem água.

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O guia online traz uma lista de verificação de todos os suprimentos de emergência que os cidadãos devem providenciar, além de tópicos indicando o que fazer em diferentes tipos de situações, como no caso de longos períodos sem energia e comunicação, falta ou contaminação de água, ataques terroristas, ou um evento com risco de radiação, por exemplo. Neste último caso, uma das recomendações é ter em casa comprimidos de iodo. Outra instrução do manual finlandês é manter em casa uma quantia de dinheiro e manter ainda cartões de crédito de pelo menos dois bancos diferentes.

Em outro site informativo mantido por agências do governo finlandês, disponível no endereço 72tuntia.fi, há a pergunta: “Você sobreviveria 72 horas?”. O site lista uma série de situações de crise e fornece informações e dicas para lidar com elas, além de convidar os finlandeses a refletirem se suas habilidades e suprimentos seriam suficientes para se manter a salvo por pelo menos três dias, fazendo um teste online. “Você conseguiria lidar por conta própria?”, questiona o site.

“As famílias devem se preparar para lidar de forma independente por pelo menos três dias, caso ocorra uma perturbação. Elas devem armazenar pelo menos três dias de suprimentos de alimentos, água e medicamentos. Também seria importante saber os princípios básicos da preparação, como onde obter informações confiáveis durante uma ruptura e como lidar com uma residência que está ficando cada vez mais fria”, afirma o texto.

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Segundo o The Guardian, Suvi Aksela, membro do comitê de especialistas das 72 horas, afirmou que a Finlândia considerou aumentar a recomendação de armazenamento de alimentos para uma semana inteira de suprimentos, como ocorreu na Suécia - porém, o comitê concluiu que a mensagem das 72 horas estava muito bem estabelecida no país. “As 72 horas se tornaram uma marca aqui na Finlândia, então não queríamos quebrá-la. Mas isso é apenas o mínimo”, explicou ao jornal britânico.

Países europeus estão divulgando instruções para seus cidadãos sobre o que fazer no caso de uma eventual guerra ou de outras possíveis crises, como ameaças relacionadas a terrorismo, questões de segurança cibernética ou à emergência climática. Em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, a Suécia e a Finlândia, que recentemente abandonaram a neutralidade e se juntaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atualizaram seus manuais de preparação civil sobre como sobreviver em meio à guerra e outras situações. Veja a seguir quais recomendações os países europeus estão fazendo a seus cidadãos.

Imagem na capa do manual 'If Crisis or War Comes', distribuído pelo governo da Suécia aos seus cidadãos.  Foto: Reprodução/rib.msb.se

Suécia

A Suécia está distribuindo para sua população um panfleto de 32 páginas intitulado “If Crisis or War Comes” (Se a crise ou a guerra vierem, em português). O documento foi atualizado em relação à sua versão anterior, publicada em 2018. Segundo a emissora britânica BBC, suecos estão familiarizados com esses panfletos de informação pública há muito tempo, já que o primeiro foi emitido na Segunda Guerra Mundial e atualizado durante a Guerra Fria.

O guia sueco classifica a guerra como “a maior ameaça à nossa liberdade”, mas também chama a atenção para outros problemas, como ataques cibernéticos, campanhas de desinformação, terrorismo, sabotagem, eventos climáticos extremos, patógenos perigosos e crime organizado.

O panfleto atualizado traz instruções sobre onde se esconder no caso de um ataque aéreo, além dos abrigos: porões, garagens e estações de metrô subterrâneas. O texto orienta que túneis e muros também podem oferecer alguma proteção e que estar dentro de casa é melhor do que ao ar livre - se você estiver do lado de fora e não houver tempo, é melhor deitar no chão, de preferência em um fosso ou vala.

“Proteja-se da mesma forma que em um ataque aéreo. Abrigos fornecem a melhor proteção. Depois de alguns dias, a radiação diminui drasticamente”, o texto orienta sobre ataques nucleares. O guia ainda tem informações sobre sistemas de alerta, ataques terroristas, segurança digital, como parar sangramentos, como falar com as crianças nessas situações, o que fazer se tiver animais de estimação, como usar o banheiro se não houver água, entre inúmeros outros tópicos.

No capítulo sobre “Preparação para casa”, o manual afirma: “você contribui para nossa preparação coletiva se conseguir se virar sozinho por pelo menos uma semana”. É recomendado estocar água (e verificar anualmente para ver se ainda é seguro); ter roupas quentes, cobertores, colchonetes e sacos de dormir; obter fontes alternativas de calor que não requerem eletricidade; manter um rádio a bateria; e armazenar comida nutritiva e que possa ser guardada com segurança em temperatura ambiente, como não perecíveis e produtos enlatados.

Finlândia

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, lançou um guia on-line chamado “Preparing for incidents and crises” (Preparando-se para incidentes e crises, em português). O manual oferece aos seus habitantes informações sobre o que fazer no caso de “um incidente que afeta a sua vida cotidiana”, como epidemias e pandemias, incidentes cibernéticos, fenômenos naturais, acidentes graves, falta de água e energia, incêndios florestais, tempestades e enchentes, terrorismo e conflito militar.

As recomendações para os finlandeses incluem estocar água engarrafada e alimentos prontos para comer e fáceis de cozinhar, bem como medicamentos essenciais (sem esquecer de armazenar comida e água suficientes também para animais de estimação); manter um rádio a bateria ou pilhas, lanternas ou lâmpadas que não usem energia elétrica, além de uma fonte de alimentação reserva carregada; e ter em mãos suprimentos de higiene que permitem a limpeza sem água.

O guia online traz uma lista de verificação de todos os suprimentos de emergência que os cidadãos devem providenciar, além de tópicos indicando o que fazer em diferentes tipos de situações, como no caso de longos períodos sem energia e comunicação, falta ou contaminação de água, ataques terroristas, ou um evento com risco de radiação, por exemplo. Neste último caso, uma das recomendações é ter em casa comprimidos de iodo. Outra instrução do manual finlandês é manter em casa uma quantia de dinheiro e manter ainda cartões de crédito de pelo menos dois bancos diferentes.

Em outro site informativo mantido por agências do governo finlandês, disponível no endereço 72tuntia.fi, há a pergunta: “Você sobreviveria 72 horas?”. O site lista uma série de situações de crise e fornece informações e dicas para lidar com elas, além de convidar os finlandeses a refletirem se suas habilidades e suprimentos seriam suficientes para se manter a salvo por pelo menos três dias, fazendo um teste online. “Você conseguiria lidar por conta própria?”, questiona o site.

“As famílias devem se preparar para lidar de forma independente por pelo menos três dias, caso ocorra uma perturbação. Elas devem armazenar pelo menos três dias de suprimentos de alimentos, água e medicamentos. Também seria importante saber os princípios básicos da preparação, como onde obter informações confiáveis durante uma ruptura e como lidar com uma residência que está ficando cada vez mais fria”, afirma o texto.

Segundo o The Guardian, Suvi Aksela, membro do comitê de especialistas das 72 horas, afirmou que a Finlândia considerou aumentar a recomendação de armazenamento de alimentos para uma semana inteira de suprimentos, como ocorreu na Suécia - porém, o comitê concluiu que a mensagem das 72 horas estava muito bem estabelecida no país. “As 72 horas se tornaram uma marca aqui na Finlândia, então não queríamos quebrá-la. Mas isso é apenas o mínimo”, explicou ao jornal britânico.

Países europeus estão divulgando instruções para seus cidadãos sobre o que fazer no caso de uma eventual guerra ou de outras possíveis crises, como ameaças relacionadas a terrorismo, questões de segurança cibernética ou à emergência climática. Em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, a Suécia e a Finlândia, que recentemente abandonaram a neutralidade e se juntaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atualizaram seus manuais de preparação civil sobre como sobreviver em meio à guerra e outras situações. Veja a seguir quais recomendações os países europeus estão fazendo a seus cidadãos.

Imagem na capa do manual 'If Crisis or War Comes', distribuído pelo governo da Suécia aos seus cidadãos.  Foto: Reprodução/rib.msb.se

Suécia

A Suécia está distribuindo para sua população um panfleto de 32 páginas intitulado “If Crisis or War Comes” (Se a crise ou a guerra vierem, em português). O documento foi atualizado em relação à sua versão anterior, publicada em 2018. Segundo a emissora britânica BBC, suecos estão familiarizados com esses panfletos de informação pública há muito tempo, já que o primeiro foi emitido na Segunda Guerra Mundial e atualizado durante a Guerra Fria.

O guia sueco classifica a guerra como “a maior ameaça à nossa liberdade”, mas também chama a atenção para outros problemas, como ataques cibernéticos, campanhas de desinformação, terrorismo, sabotagem, eventos climáticos extremos, patógenos perigosos e crime organizado.

O panfleto atualizado traz instruções sobre onde se esconder no caso de um ataque aéreo, além dos abrigos: porões, garagens e estações de metrô subterrâneas. O texto orienta que túneis e muros também podem oferecer alguma proteção e que estar dentro de casa é melhor do que ao ar livre - se você estiver do lado de fora e não houver tempo, é melhor deitar no chão, de preferência em um fosso ou vala.

“Proteja-se da mesma forma que em um ataque aéreo. Abrigos fornecem a melhor proteção. Depois de alguns dias, a radiação diminui drasticamente”, o texto orienta sobre ataques nucleares. O guia ainda tem informações sobre sistemas de alerta, ataques terroristas, segurança digital, como parar sangramentos, como falar com as crianças nessas situações, o que fazer se tiver animais de estimação, como usar o banheiro se não houver água, entre inúmeros outros tópicos.

No capítulo sobre “Preparação para casa”, o manual afirma: “você contribui para nossa preparação coletiva se conseguir se virar sozinho por pelo menos uma semana”. É recomendado estocar água (e verificar anualmente para ver se ainda é seguro); ter roupas quentes, cobertores, colchonetes e sacos de dormir; obter fontes alternativas de calor que não requerem eletricidade; manter um rádio a bateria; e armazenar comida nutritiva e que possa ser guardada com segurança em temperatura ambiente, como não perecíveis e produtos enlatados.

Finlândia

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, lançou um guia on-line chamado “Preparing for incidents and crises” (Preparando-se para incidentes e crises, em português). O manual oferece aos seus habitantes informações sobre o que fazer no caso de “um incidente que afeta a sua vida cotidiana”, como epidemias e pandemias, incidentes cibernéticos, fenômenos naturais, acidentes graves, falta de água e energia, incêndios florestais, tempestades e enchentes, terrorismo e conflito militar.

As recomendações para os finlandeses incluem estocar água engarrafada e alimentos prontos para comer e fáceis de cozinhar, bem como medicamentos essenciais (sem esquecer de armazenar comida e água suficientes também para animais de estimação); manter um rádio a bateria ou pilhas, lanternas ou lâmpadas que não usem energia elétrica, além de uma fonte de alimentação reserva carregada; e ter em mãos suprimentos de higiene que permitem a limpeza sem água.

O guia online traz uma lista de verificação de todos os suprimentos de emergência que os cidadãos devem providenciar, além de tópicos indicando o que fazer em diferentes tipos de situações, como no caso de longos períodos sem energia e comunicação, falta ou contaminação de água, ataques terroristas, ou um evento com risco de radiação, por exemplo. Neste último caso, uma das recomendações é ter em casa comprimidos de iodo. Outra instrução do manual finlandês é manter em casa uma quantia de dinheiro e manter ainda cartões de crédito de pelo menos dois bancos diferentes.

Em outro site informativo mantido por agências do governo finlandês, disponível no endereço 72tuntia.fi, há a pergunta: “Você sobreviveria 72 horas?”. O site lista uma série de situações de crise e fornece informações e dicas para lidar com elas, além de convidar os finlandeses a refletirem se suas habilidades e suprimentos seriam suficientes para se manter a salvo por pelo menos três dias, fazendo um teste online. “Você conseguiria lidar por conta própria?”, questiona o site.

“As famílias devem se preparar para lidar de forma independente por pelo menos três dias, caso ocorra uma perturbação. Elas devem armazenar pelo menos três dias de suprimentos de alimentos, água e medicamentos. Também seria importante saber os princípios básicos da preparação, como onde obter informações confiáveis durante uma ruptura e como lidar com uma residência que está ficando cada vez mais fria”, afirma o texto.

Segundo o The Guardian, Suvi Aksela, membro do comitê de especialistas das 72 horas, afirmou que a Finlândia considerou aumentar a recomendação de armazenamento de alimentos para uma semana inteira de suprimentos, como ocorreu na Suécia - porém, o comitê concluiu que a mensagem das 72 horas estava muito bem estabelecida no país. “As 72 horas se tornaram uma marca aqui na Finlândia, então não queríamos quebrá-la. Mas isso é apenas o mínimo”, explicou ao jornal britânico.

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