O que Donald Trump e Joe Biden esperam ganhar no debate presidencial


Os conselheiros de Biden o pressionam a se mostrar como um presidente vigoroso, enquanto os conselheiros de Trump esperam que ele controle os próprios excessos

Por Michael Scherer e Marianne LeVine

A campanha de Donald Trump argumenta que Joe Biden é um débil incompetente, desligado da realidade enquanto seus assessores o transportam pelo mundo todo, nas palavras de um conselheiro de Trump, como o cadáver na comédia “Um morto muito louco”, de 1989.

A campanha de Biden descreve Trump como um extremista “desequilibrado” com desígnios ditatoriais que “surtou” quando derrotado nas eleições de 2020, perdendo a capacidade de fazer qualquer coisa que não se concentrasse no crescimento do seu próprio poder.

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As duas caricaturas, construídas com base na edição seletiva, divulgadas por máquinas eleitorais bem financiadas e amplificadas pelos partidários nas redes sociais, definiram os primeiros meses das eleições gerais, dando aos eleitores de ambos os lados do espectro político sacos de pancadas para descarregar a frustração.

Montagem com as fotos de Donald Trump e Joe Biden Foto: AP

Mas para a população de eleitores que provavelmente decidirá as eleições, um grupo que não gosta das alternativas apresentadas e não quer que nenhum dos dois regresse ao cargo, a cacofonia de recriminações mútuas pouco fez para esclarecer a decisão.

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Entre outras coisas, o debate presidencial de quinta feira em Atlanta oferecerá a ambos os candidatos uma rara oportunidade de provar que o adversário está errado em tempo real, enquanto permanecem juntos no palco, sem edições, perante o que promete ser uma enorme audiência nacional. Os eleitores que fizerem a escolha final na cabine de votação terão diante de si uma janela de 90 minutos para descobrir o que é real e o que é propaganda nas alternativas apresentadas pelos maiores partidos.

Conscientes do que está em jogo, os conselheiros de ambos os candidatos têm preparado seus chefes para evitarem as armadilhas preparadas pelo adversário. Os assessores de Biden esperam apresentar um presidente vigoroso, no comando das questões, capaz de enfrentar Trump diretamente e explicar ao povo americano suas próprias realizações no cargo. Os conselheiros de Trump têm treinado seu candidato para se concentrar nas questões que lhe dão vantagem nas pesquisas, reafirmando a imagem de um empresário durão, pronto para perturbar Washington, que o fez ser eleito em 2016.

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“Se o ex-presidente se concentrar nas questões que preocupam os americanos, imigração, crime, grandes problemas financeiros, inflação... ele será vitorioso”, disse David Urban, ex-conselheiro de campanha de Trump e estrategista do Partido Republicano. “Se ele se concentrar nas eleições anteriores e nas queixas pessoais, acho que essas coisas provavelmente serão pouco úteis para ele.”

Outros foram ainda mais explícitos na sua definição do objetivo de Trump para o evento, que é minimizar a imagem do líder irascível e explosivo que Biden descreve.

“Acho que o que Donald Trump quer fazer é abordar questões concretas e explicar por que ele foi um presidente melhor do que Joe Biden foi, e seria um presidente melhor novamente”, disse Jim McLaughlin, pesquisador de longa data de Trump. “É uma questão de visão. Ele pode dar muitos exemplos e histórias da vida real a respeito de como ele trouxe a paz ao Oriente Médio, reduziu a inflação, garantiu a segurança da fronteira e manteve as pessoas seguras.”

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Kate Bedingfield, ex-assessora de comunicação de Biden, concordou que o caminho mais óbvio para Trump era tentar evitar os rompantes explosivos que o mancharam após o primeiro encontro entre eles na campanha de 2020. A operação de Biden estará pronta para essa guinada, disse ela, e poderá superá-la se Biden parecer agressivo.

“Para Biden, o objetivo é estar no ataque e aproximar Trump de suas principais vulnerabilidades”, disse ela. “Há toda uma expectativa de que vejamos um Trump disciplinado, mas mesmo que isso ocorra, a oportunidade para Biden é enorme.

Cartaz promovendo o debate presidencial entre Biden e Trump é visto no prédio da CNN em Atlanta, Geórgia, em 24 de junho Foto: Megan Varner/Reuters
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O momento decisivo levou ambas as campanhas a tomarem medidas extraordinárias na esperança de que seu candidato jogue contra o estereótipo de si. O círculo de conselheiros de Biden empreendeu um processo deliberado e extenso em Camp David para preparar o presidente para superar as expectativas, como fez no discurso do Estado da União deste ano, para demonstrar o seu domínio das questões e do cargo que ocupa. Os conselheiros de Trump, confrontados com um candidato menos interessado na preparação para o debate, tentaram repetidamente enfatizar que a principal prioridade do ex-presidente é realçar a sua diferença em relação a Biden em questões como inflação e imigração.

A estrutura do confronto também poderia ajudar a determinar o seu resultado. Tanto Trump como os mediadores da CNN aceitaram os termos de Biden para a reunião: não haverá público no estúdio, serão dois intervalos comerciais e os microfones serão desligados imediatamente quando um candidato não tiver a palavra.

O que está em jogo não é apenas uma possível mudança nas pesquisas, que mostraram uma ligeira melhoria para Biden desde a condenação criminal de Trump em Nova York. Ambas as campanhas também esperam usar o evento como uma oportunidade de interagir diretamente com os eleitores, na esperança de obter doações de campanha e, no caso da campanha de Biden, um ressurgimento da energia dos voluntários.

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O debate será transmitido nos principais canais americanos de TV aberta e a cabo, com CBS, ABC, NBC, FOX, PBS, canais Univision e outras redes de notícias a cabo planejando transmitir o evento ao vivo às 21h, horário da costa leste. Os mediadores serão os âncoras Jake Tapper e Dana Bash, da CNN.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, e a copresidente Lara Trump estão organizando uma festa de arrecadação de fundos na noite do debate para assistir ao evento, que incluirá vários candidatos potenciais à vice-presidência. De acordo com um convite obtido pelo Washington Post, Trump poderá fazer comentários após o debate.

O então presidente Donald Trump e seu adversário Joe Biden durante debate presidencial em 2020 Foto: Morry Gash/AP

A campanha de Biden anunciou no domingo planos de realizar 300 festas para assistir ao debate e mais de 1.600 eventos esta semana em estados específicos. Alguns desses eventos são organizados em torno do aniversário de dois anos, na segunda feira, da decisão da Suprema Corte de anular o direito constitucional ao aborto, uma medida que foi possível graças às três nomeações de Trump para o tribunal.

A campanha de Biden também aumentou seus gastos com televisão e anúncios digitais no período que antecedeu o debate, gastando mais do dobro em meados de junho do que gastou em meados de maio, de acordo com a AdImpact. Os gastos totais na semana passada foram de quase US$ 9,2 milhões, de acordo com a AdImpact, em comparação com quase nenhum gasto da campanha de Trump.

Biden se isolou desde quinta feira com quase todo o alto escalão de sua equipe no retiro presidencial em Camp David para se preparar. Entre os presentes estão Bob Bauer, ex-conselheiro da Casa Branca, que fez o papel de Trump nas sessões de preparação para o debate em 2020, e Ron Klain, ex-chefe de gabinete, que liderou sessões de preparação para o debate para candidatos democratas durante décadas.

No total, 16 altos funcionários da Casa Branca e de campanha devem se juntar a ele antes de partirem para o debate na quinta feira, incluindo o atual chefe de gabinete Jeff Zients, o guru de mensagens e pesquisas Mike Donilon, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e a presidente de campanha Jen O’Malley Dillon, disseram os conselheiros de Biden.

Trump tem se aquecido em público, discursando tanto em um comício na Filadélfia no sábado quanto em uma reunião de conservadores cristãos em uma conferência em Washington.

Trump zombou de Biden pela demora para se preparar e dos moderadores que terá pela frente. “Ele está dormindo agora porque querem deixá-lo bem forte”, disse Trump na Filadélfia. “Pense nisso. Não haverá público. É como a morte.”

Trump também perguntou aos apoiadores presentes no comício como ele deveria lidar com Biden, sugerindo que ele pode não ter acatado totalmente o conselho de sua equipe de campanha. “Devo ser durão e desagradável e apenas dizer: ‘Você é o pior presidente da história’, ou devo ser gentil e calmo e deixá-lo falar?” Trump perguntou. Ele riu quando um membro da plateia sugeriu uma abordagem “meio a meio”, e então respondeu à própria pergunta: “Ser durão. Ser durão”.

Cartazes sobre o debate presidencial em Atlanta, Geórgia Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

Nas semanas mais recentes, a equipe de Trump optou por sessões políticas mais informais com diferentes apoiadores externos, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento. Os senadores republicanos JD Vance (Ohio), Marco Rubio (Flórida) e Bill Hagerty (Tennessee) estão entre aqueles que ajudaram Trump na preparação. Vance participou de uma sessão sobre economia, segundo uma pessoa familiarizada com o encontro, que, como outras pessoas, falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente.

A abordagem reflete os desafios que os conselheiros de Trump enfrentaram em eleições anteriores, tentando fazer com que Trump se sentasse para os preparativos do debate convencional. As pessoas envolvidas nas sessões anteriores ao primeiro debate do ciclo de 2020 descreveram-nas como um ambiente caótico, com poucos ensaios realmente ocorrendo. A campanha adotou este ano a posição de que a preparação tradicional não é necessária.

“O presidente Trump dá inúmeras entrevistas difíceis todas as semanas e faz longos discursos em comícios em pé, demonstrando uma resistência notável”, disse o conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, em um comunicado. “Ele não precisa ser programado pela equipe.”

Mas há sinais de que Trump estava se afastando da caricatura vacilante que há muito ele tenta pintar para seu oponente. Em entrevista recente ao podcast “All-In”, o ex-presidente adotou um tom diferente.

“Suponho que ele será um debatedor digno”, disse Trump no podcast. “Não quero subestimá-lo.” / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A campanha de Donald Trump argumenta que Joe Biden é um débil incompetente, desligado da realidade enquanto seus assessores o transportam pelo mundo todo, nas palavras de um conselheiro de Trump, como o cadáver na comédia “Um morto muito louco”, de 1989.

A campanha de Biden descreve Trump como um extremista “desequilibrado” com desígnios ditatoriais que “surtou” quando derrotado nas eleições de 2020, perdendo a capacidade de fazer qualquer coisa que não se concentrasse no crescimento do seu próprio poder.

As duas caricaturas, construídas com base na edição seletiva, divulgadas por máquinas eleitorais bem financiadas e amplificadas pelos partidários nas redes sociais, definiram os primeiros meses das eleições gerais, dando aos eleitores de ambos os lados do espectro político sacos de pancadas para descarregar a frustração.

Montagem com as fotos de Donald Trump e Joe Biden Foto: AP

Mas para a população de eleitores que provavelmente decidirá as eleições, um grupo que não gosta das alternativas apresentadas e não quer que nenhum dos dois regresse ao cargo, a cacofonia de recriminações mútuas pouco fez para esclarecer a decisão.

Entre outras coisas, o debate presidencial de quinta feira em Atlanta oferecerá a ambos os candidatos uma rara oportunidade de provar que o adversário está errado em tempo real, enquanto permanecem juntos no palco, sem edições, perante o que promete ser uma enorme audiência nacional. Os eleitores que fizerem a escolha final na cabine de votação terão diante de si uma janela de 90 minutos para descobrir o que é real e o que é propaganda nas alternativas apresentadas pelos maiores partidos.

Conscientes do que está em jogo, os conselheiros de ambos os candidatos têm preparado seus chefes para evitarem as armadilhas preparadas pelo adversário. Os assessores de Biden esperam apresentar um presidente vigoroso, no comando das questões, capaz de enfrentar Trump diretamente e explicar ao povo americano suas próprias realizações no cargo. Os conselheiros de Trump têm treinado seu candidato para se concentrar nas questões que lhe dão vantagem nas pesquisas, reafirmando a imagem de um empresário durão, pronto para perturbar Washington, que o fez ser eleito em 2016.

“Se o ex-presidente se concentrar nas questões que preocupam os americanos, imigração, crime, grandes problemas financeiros, inflação... ele será vitorioso”, disse David Urban, ex-conselheiro de campanha de Trump e estrategista do Partido Republicano. “Se ele se concentrar nas eleições anteriores e nas queixas pessoais, acho que essas coisas provavelmente serão pouco úteis para ele.”

Outros foram ainda mais explícitos na sua definição do objetivo de Trump para o evento, que é minimizar a imagem do líder irascível e explosivo que Biden descreve.

“Acho que o que Donald Trump quer fazer é abordar questões concretas e explicar por que ele foi um presidente melhor do que Joe Biden foi, e seria um presidente melhor novamente”, disse Jim McLaughlin, pesquisador de longa data de Trump. “É uma questão de visão. Ele pode dar muitos exemplos e histórias da vida real a respeito de como ele trouxe a paz ao Oriente Médio, reduziu a inflação, garantiu a segurança da fronteira e manteve as pessoas seguras.”

Kate Bedingfield, ex-assessora de comunicação de Biden, concordou que o caminho mais óbvio para Trump era tentar evitar os rompantes explosivos que o mancharam após o primeiro encontro entre eles na campanha de 2020. A operação de Biden estará pronta para essa guinada, disse ela, e poderá superá-la se Biden parecer agressivo.

“Para Biden, o objetivo é estar no ataque e aproximar Trump de suas principais vulnerabilidades”, disse ela. “Há toda uma expectativa de que vejamos um Trump disciplinado, mas mesmo que isso ocorra, a oportunidade para Biden é enorme.

Cartaz promovendo o debate presidencial entre Biden e Trump é visto no prédio da CNN em Atlanta, Geórgia, em 24 de junho Foto: Megan Varner/Reuters

O momento decisivo levou ambas as campanhas a tomarem medidas extraordinárias na esperança de que seu candidato jogue contra o estereótipo de si. O círculo de conselheiros de Biden empreendeu um processo deliberado e extenso em Camp David para preparar o presidente para superar as expectativas, como fez no discurso do Estado da União deste ano, para demonstrar o seu domínio das questões e do cargo que ocupa. Os conselheiros de Trump, confrontados com um candidato menos interessado na preparação para o debate, tentaram repetidamente enfatizar que a principal prioridade do ex-presidente é realçar a sua diferença em relação a Biden em questões como inflação e imigração.

A estrutura do confronto também poderia ajudar a determinar o seu resultado. Tanto Trump como os mediadores da CNN aceitaram os termos de Biden para a reunião: não haverá público no estúdio, serão dois intervalos comerciais e os microfones serão desligados imediatamente quando um candidato não tiver a palavra.

O que está em jogo não é apenas uma possível mudança nas pesquisas, que mostraram uma ligeira melhoria para Biden desde a condenação criminal de Trump em Nova York. Ambas as campanhas também esperam usar o evento como uma oportunidade de interagir diretamente com os eleitores, na esperança de obter doações de campanha e, no caso da campanha de Biden, um ressurgimento da energia dos voluntários.

O debate será transmitido nos principais canais americanos de TV aberta e a cabo, com CBS, ABC, NBC, FOX, PBS, canais Univision e outras redes de notícias a cabo planejando transmitir o evento ao vivo às 21h, horário da costa leste. Os mediadores serão os âncoras Jake Tapper e Dana Bash, da CNN.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, e a copresidente Lara Trump estão organizando uma festa de arrecadação de fundos na noite do debate para assistir ao evento, que incluirá vários candidatos potenciais à vice-presidência. De acordo com um convite obtido pelo Washington Post, Trump poderá fazer comentários após o debate.

O então presidente Donald Trump e seu adversário Joe Biden durante debate presidencial em 2020 Foto: Morry Gash/AP

A campanha de Biden anunciou no domingo planos de realizar 300 festas para assistir ao debate e mais de 1.600 eventos esta semana em estados específicos. Alguns desses eventos são organizados em torno do aniversário de dois anos, na segunda feira, da decisão da Suprema Corte de anular o direito constitucional ao aborto, uma medida que foi possível graças às três nomeações de Trump para o tribunal.

A campanha de Biden também aumentou seus gastos com televisão e anúncios digitais no período que antecedeu o debate, gastando mais do dobro em meados de junho do que gastou em meados de maio, de acordo com a AdImpact. Os gastos totais na semana passada foram de quase US$ 9,2 milhões, de acordo com a AdImpact, em comparação com quase nenhum gasto da campanha de Trump.

Biden se isolou desde quinta feira com quase todo o alto escalão de sua equipe no retiro presidencial em Camp David para se preparar. Entre os presentes estão Bob Bauer, ex-conselheiro da Casa Branca, que fez o papel de Trump nas sessões de preparação para o debate em 2020, e Ron Klain, ex-chefe de gabinete, que liderou sessões de preparação para o debate para candidatos democratas durante décadas.

No total, 16 altos funcionários da Casa Branca e de campanha devem se juntar a ele antes de partirem para o debate na quinta feira, incluindo o atual chefe de gabinete Jeff Zients, o guru de mensagens e pesquisas Mike Donilon, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e a presidente de campanha Jen O’Malley Dillon, disseram os conselheiros de Biden.

Trump tem se aquecido em público, discursando tanto em um comício na Filadélfia no sábado quanto em uma reunião de conservadores cristãos em uma conferência em Washington.

Trump zombou de Biden pela demora para se preparar e dos moderadores que terá pela frente. “Ele está dormindo agora porque querem deixá-lo bem forte”, disse Trump na Filadélfia. “Pense nisso. Não haverá público. É como a morte.”

Trump também perguntou aos apoiadores presentes no comício como ele deveria lidar com Biden, sugerindo que ele pode não ter acatado totalmente o conselho de sua equipe de campanha. “Devo ser durão e desagradável e apenas dizer: ‘Você é o pior presidente da história’, ou devo ser gentil e calmo e deixá-lo falar?” Trump perguntou. Ele riu quando um membro da plateia sugeriu uma abordagem “meio a meio”, e então respondeu à própria pergunta: “Ser durão. Ser durão”.

Cartazes sobre o debate presidencial em Atlanta, Geórgia Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

Nas semanas mais recentes, a equipe de Trump optou por sessões políticas mais informais com diferentes apoiadores externos, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento. Os senadores republicanos JD Vance (Ohio), Marco Rubio (Flórida) e Bill Hagerty (Tennessee) estão entre aqueles que ajudaram Trump na preparação. Vance participou de uma sessão sobre economia, segundo uma pessoa familiarizada com o encontro, que, como outras pessoas, falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente.

A abordagem reflete os desafios que os conselheiros de Trump enfrentaram em eleições anteriores, tentando fazer com que Trump se sentasse para os preparativos do debate convencional. As pessoas envolvidas nas sessões anteriores ao primeiro debate do ciclo de 2020 descreveram-nas como um ambiente caótico, com poucos ensaios realmente ocorrendo. A campanha adotou este ano a posição de que a preparação tradicional não é necessária.

“O presidente Trump dá inúmeras entrevistas difíceis todas as semanas e faz longos discursos em comícios em pé, demonstrando uma resistência notável”, disse o conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, em um comunicado. “Ele não precisa ser programado pela equipe.”

Mas há sinais de que Trump estava se afastando da caricatura vacilante que há muito ele tenta pintar para seu oponente. Em entrevista recente ao podcast “All-In”, o ex-presidente adotou um tom diferente.

“Suponho que ele será um debatedor digno”, disse Trump no podcast. “Não quero subestimá-lo.” / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A campanha de Donald Trump argumenta que Joe Biden é um débil incompetente, desligado da realidade enquanto seus assessores o transportam pelo mundo todo, nas palavras de um conselheiro de Trump, como o cadáver na comédia “Um morto muito louco”, de 1989.

A campanha de Biden descreve Trump como um extremista “desequilibrado” com desígnios ditatoriais que “surtou” quando derrotado nas eleições de 2020, perdendo a capacidade de fazer qualquer coisa que não se concentrasse no crescimento do seu próprio poder.

As duas caricaturas, construídas com base na edição seletiva, divulgadas por máquinas eleitorais bem financiadas e amplificadas pelos partidários nas redes sociais, definiram os primeiros meses das eleições gerais, dando aos eleitores de ambos os lados do espectro político sacos de pancadas para descarregar a frustração.

Montagem com as fotos de Donald Trump e Joe Biden Foto: AP

Mas para a população de eleitores que provavelmente decidirá as eleições, um grupo que não gosta das alternativas apresentadas e não quer que nenhum dos dois regresse ao cargo, a cacofonia de recriminações mútuas pouco fez para esclarecer a decisão.

Entre outras coisas, o debate presidencial de quinta feira em Atlanta oferecerá a ambos os candidatos uma rara oportunidade de provar que o adversário está errado em tempo real, enquanto permanecem juntos no palco, sem edições, perante o que promete ser uma enorme audiência nacional. Os eleitores que fizerem a escolha final na cabine de votação terão diante de si uma janela de 90 minutos para descobrir o que é real e o que é propaganda nas alternativas apresentadas pelos maiores partidos.

Conscientes do que está em jogo, os conselheiros de ambos os candidatos têm preparado seus chefes para evitarem as armadilhas preparadas pelo adversário. Os assessores de Biden esperam apresentar um presidente vigoroso, no comando das questões, capaz de enfrentar Trump diretamente e explicar ao povo americano suas próprias realizações no cargo. Os conselheiros de Trump têm treinado seu candidato para se concentrar nas questões que lhe dão vantagem nas pesquisas, reafirmando a imagem de um empresário durão, pronto para perturbar Washington, que o fez ser eleito em 2016.

“Se o ex-presidente se concentrar nas questões que preocupam os americanos, imigração, crime, grandes problemas financeiros, inflação... ele será vitorioso”, disse David Urban, ex-conselheiro de campanha de Trump e estrategista do Partido Republicano. “Se ele se concentrar nas eleições anteriores e nas queixas pessoais, acho que essas coisas provavelmente serão pouco úteis para ele.”

Outros foram ainda mais explícitos na sua definição do objetivo de Trump para o evento, que é minimizar a imagem do líder irascível e explosivo que Biden descreve.

“Acho que o que Donald Trump quer fazer é abordar questões concretas e explicar por que ele foi um presidente melhor do que Joe Biden foi, e seria um presidente melhor novamente”, disse Jim McLaughlin, pesquisador de longa data de Trump. “É uma questão de visão. Ele pode dar muitos exemplos e histórias da vida real a respeito de como ele trouxe a paz ao Oriente Médio, reduziu a inflação, garantiu a segurança da fronteira e manteve as pessoas seguras.”

Kate Bedingfield, ex-assessora de comunicação de Biden, concordou que o caminho mais óbvio para Trump era tentar evitar os rompantes explosivos que o mancharam após o primeiro encontro entre eles na campanha de 2020. A operação de Biden estará pronta para essa guinada, disse ela, e poderá superá-la se Biden parecer agressivo.

“Para Biden, o objetivo é estar no ataque e aproximar Trump de suas principais vulnerabilidades”, disse ela. “Há toda uma expectativa de que vejamos um Trump disciplinado, mas mesmo que isso ocorra, a oportunidade para Biden é enorme.

Cartaz promovendo o debate presidencial entre Biden e Trump é visto no prédio da CNN em Atlanta, Geórgia, em 24 de junho Foto: Megan Varner/Reuters

O momento decisivo levou ambas as campanhas a tomarem medidas extraordinárias na esperança de que seu candidato jogue contra o estereótipo de si. O círculo de conselheiros de Biden empreendeu um processo deliberado e extenso em Camp David para preparar o presidente para superar as expectativas, como fez no discurso do Estado da União deste ano, para demonstrar o seu domínio das questões e do cargo que ocupa. Os conselheiros de Trump, confrontados com um candidato menos interessado na preparação para o debate, tentaram repetidamente enfatizar que a principal prioridade do ex-presidente é realçar a sua diferença em relação a Biden em questões como inflação e imigração.

A estrutura do confronto também poderia ajudar a determinar o seu resultado. Tanto Trump como os mediadores da CNN aceitaram os termos de Biden para a reunião: não haverá público no estúdio, serão dois intervalos comerciais e os microfones serão desligados imediatamente quando um candidato não tiver a palavra.

O que está em jogo não é apenas uma possível mudança nas pesquisas, que mostraram uma ligeira melhoria para Biden desde a condenação criminal de Trump em Nova York. Ambas as campanhas também esperam usar o evento como uma oportunidade de interagir diretamente com os eleitores, na esperança de obter doações de campanha e, no caso da campanha de Biden, um ressurgimento da energia dos voluntários.

O debate será transmitido nos principais canais americanos de TV aberta e a cabo, com CBS, ABC, NBC, FOX, PBS, canais Univision e outras redes de notícias a cabo planejando transmitir o evento ao vivo às 21h, horário da costa leste. Os mediadores serão os âncoras Jake Tapper e Dana Bash, da CNN.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, e a copresidente Lara Trump estão organizando uma festa de arrecadação de fundos na noite do debate para assistir ao evento, que incluirá vários candidatos potenciais à vice-presidência. De acordo com um convite obtido pelo Washington Post, Trump poderá fazer comentários após o debate.

O então presidente Donald Trump e seu adversário Joe Biden durante debate presidencial em 2020 Foto: Morry Gash/AP

A campanha de Biden anunciou no domingo planos de realizar 300 festas para assistir ao debate e mais de 1.600 eventos esta semana em estados específicos. Alguns desses eventos são organizados em torno do aniversário de dois anos, na segunda feira, da decisão da Suprema Corte de anular o direito constitucional ao aborto, uma medida que foi possível graças às três nomeações de Trump para o tribunal.

A campanha de Biden também aumentou seus gastos com televisão e anúncios digitais no período que antecedeu o debate, gastando mais do dobro em meados de junho do que gastou em meados de maio, de acordo com a AdImpact. Os gastos totais na semana passada foram de quase US$ 9,2 milhões, de acordo com a AdImpact, em comparação com quase nenhum gasto da campanha de Trump.

Biden se isolou desde quinta feira com quase todo o alto escalão de sua equipe no retiro presidencial em Camp David para se preparar. Entre os presentes estão Bob Bauer, ex-conselheiro da Casa Branca, que fez o papel de Trump nas sessões de preparação para o debate em 2020, e Ron Klain, ex-chefe de gabinete, que liderou sessões de preparação para o debate para candidatos democratas durante décadas.

No total, 16 altos funcionários da Casa Branca e de campanha devem se juntar a ele antes de partirem para o debate na quinta feira, incluindo o atual chefe de gabinete Jeff Zients, o guru de mensagens e pesquisas Mike Donilon, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e a presidente de campanha Jen O’Malley Dillon, disseram os conselheiros de Biden.

Trump tem se aquecido em público, discursando tanto em um comício na Filadélfia no sábado quanto em uma reunião de conservadores cristãos em uma conferência em Washington.

Trump zombou de Biden pela demora para se preparar e dos moderadores que terá pela frente. “Ele está dormindo agora porque querem deixá-lo bem forte”, disse Trump na Filadélfia. “Pense nisso. Não haverá público. É como a morte.”

Trump também perguntou aos apoiadores presentes no comício como ele deveria lidar com Biden, sugerindo que ele pode não ter acatado totalmente o conselho de sua equipe de campanha. “Devo ser durão e desagradável e apenas dizer: ‘Você é o pior presidente da história’, ou devo ser gentil e calmo e deixá-lo falar?” Trump perguntou. Ele riu quando um membro da plateia sugeriu uma abordagem “meio a meio”, e então respondeu à própria pergunta: “Ser durão. Ser durão”.

Cartazes sobre o debate presidencial em Atlanta, Geórgia Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

Nas semanas mais recentes, a equipe de Trump optou por sessões políticas mais informais com diferentes apoiadores externos, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento. Os senadores republicanos JD Vance (Ohio), Marco Rubio (Flórida) e Bill Hagerty (Tennessee) estão entre aqueles que ajudaram Trump na preparação. Vance participou de uma sessão sobre economia, segundo uma pessoa familiarizada com o encontro, que, como outras pessoas, falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente.

A abordagem reflete os desafios que os conselheiros de Trump enfrentaram em eleições anteriores, tentando fazer com que Trump se sentasse para os preparativos do debate convencional. As pessoas envolvidas nas sessões anteriores ao primeiro debate do ciclo de 2020 descreveram-nas como um ambiente caótico, com poucos ensaios realmente ocorrendo. A campanha adotou este ano a posição de que a preparação tradicional não é necessária.

“O presidente Trump dá inúmeras entrevistas difíceis todas as semanas e faz longos discursos em comícios em pé, demonstrando uma resistência notável”, disse o conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, em um comunicado. “Ele não precisa ser programado pela equipe.”

Mas há sinais de que Trump estava se afastando da caricatura vacilante que há muito ele tenta pintar para seu oponente. Em entrevista recente ao podcast “All-In”, o ex-presidente adotou um tom diferente.

“Suponho que ele será um debatedor digno”, disse Trump no podcast. “Não quero subestimá-lo.” / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A campanha de Donald Trump argumenta que Joe Biden é um débil incompetente, desligado da realidade enquanto seus assessores o transportam pelo mundo todo, nas palavras de um conselheiro de Trump, como o cadáver na comédia “Um morto muito louco”, de 1989.

A campanha de Biden descreve Trump como um extremista “desequilibrado” com desígnios ditatoriais que “surtou” quando derrotado nas eleições de 2020, perdendo a capacidade de fazer qualquer coisa que não se concentrasse no crescimento do seu próprio poder.

As duas caricaturas, construídas com base na edição seletiva, divulgadas por máquinas eleitorais bem financiadas e amplificadas pelos partidários nas redes sociais, definiram os primeiros meses das eleições gerais, dando aos eleitores de ambos os lados do espectro político sacos de pancadas para descarregar a frustração.

Montagem com as fotos de Donald Trump e Joe Biden Foto: AP

Mas para a população de eleitores que provavelmente decidirá as eleições, um grupo que não gosta das alternativas apresentadas e não quer que nenhum dos dois regresse ao cargo, a cacofonia de recriminações mútuas pouco fez para esclarecer a decisão.

Entre outras coisas, o debate presidencial de quinta feira em Atlanta oferecerá a ambos os candidatos uma rara oportunidade de provar que o adversário está errado em tempo real, enquanto permanecem juntos no palco, sem edições, perante o que promete ser uma enorme audiência nacional. Os eleitores que fizerem a escolha final na cabine de votação terão diante de si uma janela de 90 minutos para descobrir o que é real e o que é propaganda nas alternativas apresentadas pelos maiores partidos.

Conscientes do que está em jogo, os conselheiros de ambos os candidatos têm preparado seus chefes para evitarem as armadilhas preparadas pelo adversário. Os assessores de Biden esperam apresentar um presidente vigoroso, no comando das questões, capaz de enfrentar Trump diretamente e explicar ao povo americano suas próprias realizações no cargo. Os conselheiros de Trump têm treinado seu candidato para se concentrar nas questões que lhe dão vantagem nas pesquisas, reafirmando a imagem de um empresário durão, pronto para perturbar Washington, que o fez ser eleito em 2016.

“Se o ex-presidente se concentrar nas questões que preocupam os americanos, imigração, crime, grandes problemas financeiros, inflação... ele será vitorioso”, disse David Urban, ex-conselheiro de campanha de Trump e estrategista do Partido Republicano. “Se ele se concentrar nas eleições anteriores e nas queixas pessoais, acho que essas coisas provavelmente serão pouco úteis para ele.”

Outros foram ainda mais explícitos na sua definição do objetivo de Trump para o evento, que é minimizar a imagem do líder irascível e explosivo que Biden descreve.

“Acho que o que Donald Trump quer fazer é abordar questões concretas e explicar por que ele foi um presidente melhor do que Joe Biden foi, e seria um presidente melhor novamente”, disse Jim McLaughlin, pesquisador de longa data de Trump. “É uma questão de visão. Ele pode dar muitos exemplos e histórias da vida real a respeito de como ele trouxe a paz ao Oriente Médio, reduziu a inflação, garantiu a segurança da fronteira e manteve as pessoas seguras.”

Kate Bedingfield, ex-assessora de comunicação de Biden, concordou que o caminho mais óbvio para Trump era tentar evitar os rompantes explosivos que o mancharam após o primeiro encontro entre eles na campanha de 2020. A operação de Biden estará pronta para essa guinada, disse ela, e poderá superá-la se Biden parecer agressivo.

“Para Biden, o objetivo é estar no ataque e aproximar Trump de suas principais vulnerabilidades”, disse ela. “Há toda uma expectativa de que vejamos um Trump disciplinado, mas mesmo que isso ocorra, a oportunidade para Biden é enorme.

Cartaz promovendo o debate presidencial entre Biden e Trump é visto no prédio da CNN em Atlanta, Geórgia, em 24 de junho Foto: Megan Varner/Reuters

O momento decisivo levou ambas as campanhas a tomarem medidas extraordinárias na esperança de que seu candidato jogue contra o estereótipo de si. O círculo de conselheiros de Biden empreendeu um processo deliberado e extenso em Camp David para preparar o presidente para superar as expectativas, como fez no discurso do Estado da União deste ano, para demonstrar o seu domínio das questões e do cargo que ocupa. Os conselheiros de Trump, confrontados com um candidato menos interessado na preparação para o debate, tentaram repetidamente enfatizar que a principal prioridade do ex-presidente é realçar a sua diferença em relação a Biden em questões como inflação e imigração.

A estrutura do confronto também poderia ajudar a determinar o seu resultado. Tanto Trump como os mediadores da CNN aceitaram os termos de Biden para a reunião: não haverá público no estúdio, serão dois intervalos comerciais e os microfones serão desligados imediatamente quando um candidato não tiver a palavra.

O que está em jogo não é apenas uma possível mudança nas pesquisas, que mostraram uma ligeira melhoria para Biden desde a condenação criminal de Trump em Nova York. Ambas as campanhas também esperam usar o evento como uma oportunidade de interagir diretamente com os eleitores, na esperança de obter doações de campanha e, no caso da campanha de Biden, um ressurgimento da energia dos voluntários.

O debate será transmitido nos principais canais americanos de TV aberta e a cabo, com CBS, ABC, NBC, FOX, PBS, canais Univision e outras redes de notícias a cabo planejando transmitir o evento ao vivo às 21h, horário da costa leste. Os mediadores serão os âncoras Jake Tapper e Dana Bash, da CNN.

O presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, e a copresidente Lara Trump estão organizando uma festa de arrecadação de fundos na noite do debate para assistir ao evento, que incluirá vários candidatos potenciais à vice-presidência. De acordo com um convite obtido pelo Washington Post, Trump poderá fazer comentários após o debate.

O então presidente Donald Trump e seu adversário Joe Biden durante debate presidencial em 2020 Foto: Morry Gash/AP

A campanha de Biden anunciou no domingo planos de realizar 300 festas para assistir ao debate e mais de 1.600 eventos esta semana em estados específicos. Alguns desses eventos são organizados em torno do aniversário de dois anos, na segunda feira, da decisão da Suprema Corte de anular o direito constitucional ao aborto, uma medida que foi possível graças às três nomeações de Trump para o tribunal.

A campanha de Biden também aumentou seus gastos com televisão e anúncios digitais no período que antecedeu o debate, gastando mais do dobro em meados de junho do que gastou em meados de maio, de acordo com a AdImpact. Os gastos totais na semana passada foram de quase US$ 9,2 milhões, de acordo com a AdImpact, em comparação com quase nenhum gasto da campanha de Trump.

Biden se isolou desde quinta feira com quase todo o alto escalão de sua equipe no retiro presidencial em Camp David para se preparar. Entre os presentes estão Bob Bauer, ex-conselheiro da Casa Branca, que fez o papel de Trump nas sessões de preparação para o debate em 2020, e Ron Klain, ex-chefe de gabinete, que liderou sessões de preparação para o debate para candidatos democratas durante décadas.

No total, 16 altos funcionários da Casa Branca e de campanha devem se juntar a ele antes de partirem para o debate na quinta feira, incluindo o atual chefe de gabinete Jeff Zients, o guru de mensagens e pesquisas Mike Donilon, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e a presidente de campanha Jen O’Malley Dillon, disseram os conselheiros de Biden.

Trump tem se aquecido em público, discursando tanto em um comício na Filadélfia no sábado quanto em uma reunião de conservadores cristãos em uma conferência em Washington.

Trump zombou de Biden pela demora para se preparar e dos moderadores que terá pela frente. “Ele está dormindo agora porque querem deixá-lo bem forte”, disse Trump na Filadélfia. “Pense nisso. Não haverá público. É como a morte.”

Trump também perguntou aos apoiadores presentes no comício como ele deveria lidar com Biden, sugerindo que ele pode não ter acatado totalmente o conselho de sua equipe de campanha. “Devo ser durão e desagradável e apenas dizer: ‘Você é o pior presidente da história’, ou devo ser gentil e calmo e deixá-lo falar?” Trump perguntou. Ele riu quando um membro da plateia sugeriu uma abordagem “meio a meio”, e então respondeu à própria pergunta: “Ser durão. Ser durão”.

Cartazes sobre o debate presidencial em Atlanta, Geórgia Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

Nas semanas mais recentes, a equipe de Trump optou por sessões políticas mais informais com diferentes apoiadores externos, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento. Os senadores republicanos JD Vance (Ohio), Marco Rubio (Flórida) e Bill Hagerty (Tennessee) estão entre aqueles que ajudaram Trump na preparação. Vance participou de uma sessão sobre economia, segundo uma pessoa familiarizada com o encontro, que, como outras pessoas, falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente.

A abordagem reflete os desafios que os conselheiros de Trump enfrentaram em eleições anteriores, tentando fazer com que Trump se sentasse para os preparativos do debate convencional. As pessoas envolvidas nas sessões anteriores ao primeiro debate do ciclo de 2020 descreveram-nas como um ambiente caótico, com poucos ensaios realmente ocorrendo. A campanha adotou este ano a posição de que a preparação tradicional não é necessária.

“O presidente Trump dá inúmeras entrevistas difíceis todas as semanas e faz longos discursos em comícios em pé, demonstrando uma resistência notável”, disse o conselheiro sênior de Trump, Jason Miller, em um comunicado. “Ele não precisa ser programado pela equipe.”

Mas há sinais de que Trump estava se afastando da caricatura vacilante que há muito ele tenta pintar para seu oponente. Em entrevista recente ao podcast “All-In”, o ex-presidente adotou um tom diferente.

“Suponho que ele será um debatedor digno”, disse Trump no podcast. “Não quero subestimá-lo.” / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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