O que pode acontecer com os civis mantidos como reféns pelo Hamas após bombardeios de Israel?


Hamas ameaçou matar um refém para cada bombardeio de Israel em Gaza; bombardeios e cerco israelense continuaram após o aviso

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

Os reféns levados para a Faixa de Gaza pelo grupo terrorista Hamas durante o ataque relâmpago do sábado, 7, são componente de uma tática de guerra para imprimir medo e criar condições de troca com as forças israelenses. Com uma retaliação em curso, na qual Israel cercou Gaza para deixá-la sem eletricidade, comida, água e gás, o Hamas se utilizou nesta segunda-feira, 9, da ameaça aos reféns para tentar dissuadir o exército israelense.

Segundo o comunicado do braço armado do grupo, haverá uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado. Desde sábado, os ataques de ambos os lados deixaram 900 israelenses e 849 palestinos mortos. Mais de sete mil pessoas, israelenses e palestinas, foram feridas.

Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses mantidos reféns na Faixa de Gaza desde a incursão ao território de Israel.

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Imagem mostra palestinos em áreas destruídas por Israel na Faixa de Gaza nesta terça-feira, 10. Ameaça do Hamas de matar reféns não intimidaram ações militares israelenses na região Foto: Fatima Shbair/AP

Segundo o professor de relações internacionais Acácio Augusto Sebastião, da Unifesp, era pouco provável que os reféns dificultariam a ação de Israel. “A princípio, isso (a existência de reféns) até facilita. Quer dizer, para vender que a ação está sendo feita aos moldes de um grupo criminoso e não uma autoridade tida como legítima”, declarou. “Claro, a ideia (de Israel) é resgatar esses reféns e resgatá-los com vida, mas isso nem sempre é possível e pode ser justificado a posteriori.”

Em 2011, o Hamas conseguiu negociar com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, então em outro mandato, a trocar um soldado israelense refém, Gilad Shalit, por 1.027 prisioneiros palestinos, incluindo 280 que cumpriam penas de prisão perpétua. Para alguns analistas, o grupo terrorista poderia usar a mesma estratégia do passado.

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Segundo a análise do jornalista israelense Nahum Barnea, citada pelo jornalista Thomas Friedman em sua coluna do The New York Times, Netanyahu pode ser chamado a esvaziar todas as prisões israelenses de palestinos se o Hamas mantiver pessoas idosas e crianças em Gaza. Há diversos relatos de pessoas que tiveram seus filhos e mães levadas pelos militantes extremistas no ataque de sábado.

Para Acácio Augusto, as negociações são possíveis, mas dependem do desenrolar do conflito e dos interesses de Israel e do Hamas. Ele cita também como outros elementos não-militares, como a opinião pública, a resposta internacional e a reconfiguração de alianças, podem afetar uma possível negociação dos reféns. “Esse jogo dos reféns vai depender também de qual vai ser o efeito de reconfiguração das alianças de um lado e do outro e da própria visão do sistema internacional sobre os dois envolvidos”, declarou.

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Até o momento, nenhuma negociação com os reféns foi anunciada.

Escudo humano

Um dos temores relacionados aos reféns israelenses é que eles sejam utilizados de escudo humano para supostamente limitar a margem de retaliação de Israel. Segundo disse Nahum ao Friedman, todas as ações militares de Israel em Gaza precisam exigir o impacto na vida dos reféns civis.

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Entretanto, Israel anunciou a ofensiva total sobre Gaza, incluindo um bloqueio que envolve cortar o acesso a água, luz e comida. Segundo Acácio Augusto, isso acontece mais pelos outros fatores do conflito, citados acima, e menos por uma questão militar.

Mas desde que a ofensiva teve início, a ajuda humanitária a Gaza também foi cortada. O apoio aos palestinos cresce entre os povos árabes do Oriente Médio e diversas organizações, incluindo a ONU, tem criticado Israel pelo corte. De acordo com a Unicef, cerca de 1,5 milhões de pessoas que residem na Faixa de Gaza necessitam de ajuda humanitária. “É hora de acabar com este círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira, 10.

Entretanto, até o momento não é possível saber se as declarações dos organismos internacionais contrários ao cerco de Israel em Gaza vai alterar fatores que afetam o destino dos reféns israelenses do Hamas. A organização terrorista se manteve em silêncio sobre os civis nesta terça-feira e voltou a atacar cidades israelenses com mísseis. Durante a tarde no horário local, eles emitiram um comunicado para que os civis de Ashkelon, cidade a 13 quilômetros de Gaza, fugissem até 17h. Mísseis foram disparados sobre a cidade a essa hora.

Os reféns levados para a Faixa de Gaza pelo grupo terrorista Hamas durante o ataque relâmpago do sábado, 7, são componente de uma tática de guerra para imprimir medo e criar condições de troca com as forças israelenses. Com uma retaliação em curso, na qual Israel cercou Gaza para deixá-la sem eletricidade, comida, água e gás, o Hamas se utilizou nesta segunda-feira, 9, da ameaça aos reféns para tentar dissuadir o exército israelense.

Segundo o comunicado do braço armado do grupo, haverá uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado. Desde sábado, os ataques de ambos os lados deixaram 900 israelenses e 849 palestinos mortos. Mais de sete mil pessoas, israelenses e palestinas, foram feridas.

Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses mantidos reféns na Faixa de Gaza desde a incursão ao território de Israel.

Imagem mostra palestinos em áreas destruídas por Israel na Faixa de Gaza nesta terça-feira, 10. Ameaça do Hamas de matar reféns não intimidaram ações militares israelenses na região Foto: Fatima Shbair/AP

Segundo o professor de relações internacionais Acácio Augusto Sebastião, da Unifesp, era pouco provável que os reféns dificultariam a ação de Israel. “A princípio, isso (a existência de reféns) até facilita. Quer dizer, para vender que a ação está sendo feita aos moldes de um grupo criminoso e não uma autoridade tida como legítima”, declarou. “Claro, a ideia (de Israel) é resgatar esses reféns e resgatá-los com vida, mas isso nem sempre é possível e pode ser justificado a posteriori.”

Em 2011, o Hamas conseguiu negociar com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, então em outro mandato, a trocar um soldado israelense refém, Gilad Shalit, por 1.027 prisioneiros palestinos, incluindo 280 que cumpriam penas de prisão perpétua. Para alguns analistas, o grupo terrorista poderia usar a mesma estratégia do passado.

Segundo a análise do jornalista israelense Nahum Barnea, citada pelo jornalista Thomas Friedman em sua coluna do The New York Times, Netanyahu pode ser chamado a esvaziar todas as prisões israelenses de palestinos se o Hamas mantiver pessoas idosas e crianças em Gaza. Há diversos relatos de pessoas que tiveram seus filhos e mães levadas pelos militantes extremistas no ataque de sábado.

Para Acácio Augusto, as negociações são possíveis, mas dependem do desenrolar do conflito e dos interesses de Israel e do Hamas. Ele cita também como outros elementos não-militares, como a opinião pública, a resposta internacional e a reconfiguração de alianças, podem afetar uma possível negociação dos reféns. “Esse jogo dos reféns vai depender também de qual vai ser o efeito de reconfiguração das alianças de um lado e do outro e da própria visão do sistema internacional sobre os dois envolvidos”, declarou.

Até o momento, nenhuma negociação com os reféns foi anunciada.

Escudo humano

Um dos temores relacionados aos reféns israelenses é que eles sejam utilizados de escudo humano para supostamente limitar a margem de retaliação de Israel. Segundo disse Nahum ao Friedman, todas as ações militares de Israel em Gaza precisam exigir o impacto na vida dos reféns civis.

Entretanto, Israel anunciou a ofensiva total sobre Gaza, incluindo um bloqueio que envolve cortar o acesso a água, luz e comida. Segundo Acácio Augusto, isso acontece mais pelos outros fatores do conflito, citados acima, e menos por uma questão militar.

Mas desde que a ofensiva teve início, a ajuda humanitária a Gaza também foi cortada. O apoio aos palestinos cresce entre os povos árabes do Oriente Médio e diversas organizações, incluindo a ONU, tem criticado Israel pelo corte. De acordo com a Unicef, cerca de 1,5 milhões de pessoas que residem na Faixa de Gaza necessitam de ajuda humanitária. “É hora de acabar com este círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira, 10.

Entretanto, até o momento não é possível saber se as declarações dos organismos internacionais contrários ao cerco de Israel em Gaza vai alterar fatores que afetam o destino dos reféns israelenses do Hamas. A organização terrorista se manteve em silêncio sobre os civis nesta terça-feira e voltou a atacar cidades israelenses com mísseis. Durante a tarde no horário local, eles emitiram um comunicado para que os civis de Ashkelon, cidade a 13 quilômetros de Gaza, fugissem até 17h. Mísseis foram disparados sobre a cidade a essa hora.

Os reféns levados para a Faixa de Gaza pelo grupo terrorista Hamas durante o ataque relâmpago do sábado, 7, são componente de uma tática de guerra para imprimir medo e criar condições de troca com as forças israelenses. Com uma retaliação em curso, na qual Israel cercou Gaza para deixá-la sem eletricidade, comida, água e gás, o Hamas se utilizou nesta segunda-feira, 9, da ameaça aos reféns para tentar dissuadir o exército israelense.

Segundo o comunicado do braço armado do grupo, haverá uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado. Desde sábado, os ataques de ambos os lados deixaram 900 israelenses e 849 palestinos mortos. Mais de sete mil pessoas, israelenses e palestinas, foram feridas.

Acredita-se que haja cerca de 150 israelenses mantidos reféns na Faixa de Gaza desde a incursão ao território de Israel.

Imagem mostra palestinos em áreas destruídas por Israel na Faixa de Gaza nesta terça-feira, 10. Ameaça do Hamas de matar reféns não intimidaram ações militares israelenses na região Foto: Fatima Shbair/AP

Segundo o professor de relações internacionais Acácio Augusto Sebastião, da Unifesp, era pouco provável que os reféns dificultariam a ação de Israel. “A princípio, isso (a existência de reféns) até facilita. Quer dizer, para vender que a ação está sendo feita aos moldes de um grupo criminoso e não uma autoridade tida como legítima”, declarou. “Claro, a ideia (de Israel) é resgatar esses reféns e resgatá-los com vida, mas isso nem sempre é possível e pode ser justificado a posteriori.”

Em 2011, o Hamas conseguiu negociar com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, então em outro mandato, a trocar um soldado israelense refém, Gilad Shalit, por 1.027 prisioneiros palestinos, incluindo 280 que cumpriam penas de prisão perpétua. Para alguns analistas, o grupo terrorista poderia usar a mesma estratégia do passado.

Segundo a análise do jornalista israelense Nahum Barnea, citada pelo jornalista Thomas Friedman em sua coluna do The New York Times, Netanyahu pode ser chamado a esvaziar todas as prisões israelenses de palestinos se o Hamas mantiver pessoas idosas e crianças em Gaza. Há diversos relatos de pessoas que tiveram seus filhos e mães levadas pelos militantes extremistas no ataque de sábado.

Para Acácio Augusto, as negociações são possíveis, mas dependem do desenrolar do conflito e dos interesses de Israel e do Hamas. Ele cita também como outros elementos não-militares, como a opinião pública, a resposta internacional e a reconfiguração de alianças, podem afetar uma possível negociação dos reféns. “Esse jogo dos reféns vai depender também de qual vai ser o efeito de reconfiguração das alianças de um lado e do outro e da própria visão do sistema internacional sobre os dois envolvidos”, declarou.

Até o momento, nenhuma negociação com os reféns foi anunciada.

Escudo humano

Um dos temores relacionados aos reféns israelenses é que eles sejam utilizados de escudo humano para supostamente limitar a margem de retaliação de Israel. Segundo disse Nahum ao Friedman, todas as ações militares de Israel em Gaza precisam exigir o impacto na vida dos reféns civis.

Entretanto, Israel anunciou a ofensiva total sobre Gaza, incluindo um bloqueio que envolve cortar o acesso a água, luz e comida. Segundo Acácio Augusto, isso acontece mais pelos outros fatores do conflito, citados acima, e menos por uma questão militar.

Mas desde que a ofensiva teve início, a ajuda humanitária a Gaza também foi cortada. O apoio aos palestinos cresce entre os povos árabes do Oriente Médio e diversas organizações, incluindo a ONU, tem criticado Israel pelo corte. De acordo com a Unicef, cerca de 1,5 milhões de pessoas que residem na Faixa de Gaza necessitam de ajuda humanitária. “É hora de acabar com este círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na segunda-feira, 10.

Entretanto, até o momento não é possível saber se as declarações dos organismos internacionais contrários ao cerco de Israel em Gaza vai alterar fatores que afetam o destino dos reféns israelenses do Hamas. A organização terrorista se manteve em silêncio sobre os civis nesta terça-feira e voltou a atacar cidades israelenses com mísseis. Durante a tarde no horário local, eles emitiram um comunicado para que os civis de Ashkelon, cidade a 13 quilômetros de Gaza, fugissem até 17h. Mísseis foram disparados sobre a cidade a essa hora.

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